Covid-19 | Macau adopta política nacional de quarentena 5+3

Quem chega a Macau vindo de Hong Kong, Taiwan ou do exterior, passa a cumprir quarentena de cinco dias no hotel e três dias em casa. A parte domiciliária implica ter código vermelho e as únicas saídas permitidas são para fazer testes de ácido nucleico. O Governo acredita que aumentar um dia de quarentena irá atrair turistas

 

 

Depois de as autoridades chinesas terem anunciado a alteração do período de quarentena de sete dias em local designado para cinco mais três em casa, o Governo da RAEM seguiu o mesmo caminho.

A novidade foi anunciada na sexta-feira, em primeiro lugar e ainda sem detalhes pela secretária para as Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, antes de ser pormenorizada na habitual conferência de imprensa dedicada à pandemia.

“Vamos seguir a política de 5+3 da China. Apesar do aliviamento às restrições de entrada, vamos insistir na política de prevenção de zero casos e trabalhar para cooperar com a política nacional. Estamos confiantes de que esta medida não implica o aumento de risco para a comunidade”, indicou a governante.

Ao final da tarde de sexta-feira, Alvis Lo completou a novidade. “A partir de amanhã, [para] as pessoas vindas de Hong Kong, Taiwan e do exterior para Macau, o período de observação médica passa de ‘7+3’, ou seja, sete dias de observação médica [num hotel designado] mais três de quarentena domiciliária para ‘5+3’”, anunciou o director dos Serviços de Saúde (SSM), citado pela Agência Lusa. Alvis Lo ressalvou que durante os três dias de quarentena domiciliária, “as pessoas vão ficar com código de saúde vermelho”, ou seja, estão proibidas de sair de casa, excepto para realizarem testes de ácido nucleico. Importa referir, que antes desta medida à saída da quarentena, o código de saúde tinha cor amarela.

 

Sem condições

A alteração à forma como o isolamento é feito, apesar de aumentar a quarentena num dia, foi caracterizada por Alvis Lo como um alívio restritivo. “Fazer quarentena três dias em casa é mais confortável para as pessoas, por isso acho que é uma política menos rigorosa em comparação com a anterior”, afirmou o director dos SSM.

O médico e chefe do Centro de Prevenção e Controlo da Doença Lam Chong acrescentou ainda uma excepção à possibilidade de fazer três dias de quarentena em casa. “Caso a residência não reúna as condições, os indivíduos podem escolher um hotel destinado às pessoas com o código vermelho”, dando como exemplo os “dormitórios de vida colectiva”, onde frequentemente residem trabalhadores não-residentes.

As autoridades admitiram que a situação ideal é a pessoa cumprir os três dias de quarentena sozinho em casa. Porém, caso não seja possível, é exigido que não coabite com mais de cinco pessoas, mantendo sempre que possível distanciamento social de um metro para as restantes pessoas. As autoridades recomendam ainda que durante os três dias, a pessoa fique isolada num quarto, de preferência bem ventilado.

Os SSM indicaram ainda que quem partilha casa com uma pessoa em quarentena domiciliária “não deve tomar refeições presencialmente” em restaurante, participar em festas, nem usar transportes públicos ou de transporte de trabalhadores.

Além disso, deve informar “os responsáveis do local de trabalho, por iniciativa própria” de que coabita com uma pessoa com código vermelho, usar máscara durante o trabalho e tomar refeições sozinho.

 

Testes mil

Como é natural, esta medida apenas pode ser concretizada por quem reside em Macau, e consiga “ficar isolado num quarto individual”, algo impossível para um turista. Na prática, quem chegar a Macau, desde o último sábado, para fazer férias, fica obrigado a cumprir mais um dia de quarentena em relação ao que acontecia anteriormente. Ainda assim, a representante da Direcção do Turismo, Lam Tong Hou, afirmou que “as medidas menos rigorosas podem atrair mais turistas”.

Para fazer quarentena em casa, é essencial que testar negativo à covid-19 na primeira parte do isolamento nos quatro dias seguintes à entrada no hotel. Após a recolha da amostra no quinto dia, as pessoas podem voltar às suas casas e ao longo dos três dias são obrigadas a fazer mais três testes de ácido nucleico e outros três testes rápidos submetidos na plataforma do código de saúde.

Para aplicar esta medida, as autoridades de saúde aumentarem os postos de teste de ácido nucleico com “via exclusiva para o código vermelho” de dois para 14 postos.

14 Nov 2022

Alvis Lo apela a vacina mRNA para idosos e doentes crónicos

A incidência de doenças crónicas e envelhecimento populacional é uma conjugação que está sob a mira do Governo. Numa reunião que juntou membros do Governo da área da saúde, Alvis Lo destacou a baixa incidência de cancro em Macau e a maior protecção conferida pela vacina mRNA, em particular para grupos de risco

 

 

A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, está preocupada com o aumento da incidência de doenças crónicas na população de Macau, factor particularmente potenciado pelo envelhecimento populacional. Este foi um dos tópicos abordados na reunião da Comissão de Prevenção e Controlo das Doenças Crónicas, que aconteceu na terça-feira, e que contou com a presença do director dos Serviços de Saúde (SSM), Alvis Lo.

De acordo com um comunicado emitido ontem pelo Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, a secretária Elsie Ao Ieong U realçou a forma como doenças como a diabetes, doenças cardiovasculares, crónicas respiratórias e cancro potenciam consideravelmente a gravidade da infecção pelo covid-19.

Face a este contexto, a governante realçou a importância de prevenir e controlar as doenças crónicas, trabalho que “deve ser iniciado desde a infância, para que a nova geração crie hábitos de vida saudáveis, a partir da escola e da família, introduzindo hábitos de vida saudáveis na vida quotidiana.”

Por seu lado, Alvis Lo argumentou que “a alta taxa de incidência de cancro, nos países desenvolvidos se deve, principalmente, à longa esperança de vida, à alta taxa de diagnóstico preciso de cancro”, factores aliados à vida sedentária e falta de exercício físico, “dieta rica em gordura, entre outros hábitos pouco saudáveis”.

O director dos SSM indicou que em 2020 a taxa de incidência estandardizada de cancro em Macau foi de “231,6 pessoas por 100 mil pessoas, menos do que a da maioria dos países desenvolvidos”. A taxa de mortalidade de referência de cancro situou-se em 86 pessoas, por 100 mil pessoas, proporção 15 por cento mais baixa do que a média mundial, segundo os dados apresentados por Alvis Lo.

 

 

Mais vale prevenir

A prevenção e a aposta em campanhas que promovam estilos de vida saudáveis, programas de rastreio, diagnósticos oportunos e gratuitos, assim como tratamento precoce foram os caminhos apontados por Alvis Lo para combater o flagelo das doenças oncológicos.

O director dos SSM destacou também os resultados da campanha de vacinação contra a covid-19. Apesar de a taxa de vacinação em Macau ter atingindo 92,1 por cento, o responsável admitiu novamente que a taxa de inoculação de pessoas com mais de 80 anos e portadores de doenças crónicas “não é satisfatória”.

Nesse sentido, além de argumentar que abundam estudos científicos que confirmam eficácia e segurança das vacinas contra a covid-19, Alvis Lo frisou a redução do risco de morte, em particular nas pessoas mais vulneráveis. “É aconselhável que os doentes crónicos e os idosos recorram prioritariamente à vacina mRNA para administração da 3.ª ou 4.ª doses”, apelou o responsável, destacando o elevado nível de produção de anticorpos de quem toma a vacina da BioNTech.

A comissão analisou ainda o trabalho relativo a este ano do Gabinete para a Prevenção e Controlo do Tabagismo que apresentou as novas disposições sobre a proibição de cigarros electrónicos.

Foi ainda destacado o papel preventivo de uma aplicação de telemóvel criada para fazer “auto-avaliação de saúde através dos questionários, de modo a incentivar o público a prestar atenção à sua saúde”.

13 Nov 2022

Livro | “Macau’s Historical Witnesses” lançado amanhã no Tap Seac

O livro “Macau’s Historical Witnesses”, da autoria de Christopher Chu e Maggie Hoi, é apresentado amanhã, a partir das 16h no Pavilhão Polidesportivo Tap Seac. Editado pela chancela “Os Macaenses Publicações, LTD”, a obra propõe uma viagem no tempo através das histórias de 22 locais emblemáticos, que toda a gente conhece, da cidade.
“O nosso livro procura desafiar o mantra genérico do ‘encontro entre oriente e ocidente’ muitas vezes usado para descrever Macau e a sua história, ao adoptarmos as perspectivas de vários pontos de referência da cidade em vez das nossas perpectivas. Assim sendo, perguntámos a edifícios, estátuas e ruas as experiências porque passaram nos últimos 400 anos e como as mudanças alteraram as cidades e aqueles que cá vivem”, afirma Christopher Chu em comunicado.
O autor acrescenta que espera que o livro seja útil a quem estiver interessado em compreender a história de Macau.
“Macau’s Historical Witnesses” conta ainda alguns detalhes sobre a chegada dos primeiros portugueses à cidade, e outras individualidades como Camilo Pessanha. “A história de Camilo Pessanha foi acrescentada ao livro como um suplemento, mas a sua vida em Macau foi tão fascinante que decidi escrever um segundo livro dedicado exclusivamente à sua estada em Macau”, indica Christopher Chu.

13 Nov 2022

Wynn e Galaxy acumulam prejuízos no terceiro trimestre

A Wynn Macau teve um prejuízo de 142,9 milhões de dólares no terceiro trimestre deste ano, menos 14 por cento em comparação com o mesmo período em 2021. Também a Galaxy registou uma quebra de 52,5 por cento de receitas líquidas no mesmo período

 

A Wynn Macau e a Galaxy Entertainment Group anunciaram ontem os resultados do terceiro trimestre do ano, período que significou avultadas perdas para ambas as concessionárias.

A operadora de jogo Wynn Macau anunciou ontem um prejuízo de 142,9 milhões de dólares no terceiro trimestre, ou menos 14 por cento em comparação a igual período do ano passado. A Wynn Macau já tinha anunciado um prejuízo de 270,6 milhões de dólares no segundo trimestre do ano, mais do que duplicando as perdas em relação ao mesmo período de 2021.

“Em Macau, enquanto as restrições de viagem relacionadas com a covid-19 continuaram a ter um impacto negativo nos nossos resultados, tivemos o prazer de experimentar bolsas de procura encorajadoras durante o recente período de férias de Outubro. Continuamos confiantes de que o mercado irá beneficiar com o regresso das visitas ao longo do tempo”, afirmou Craig Billings, director executivo da Wynn Resorts, a empresa mãe, com casinos em Las Vegas e Boston, num comunicado da empresa.

 

A mesma sorte

A Galaxy Entertainment foi pelo mesmo caminho, reportando ontem quebras nas receitas líquidas do terceiro trimestre de 52,5 por cento, com comparação do igual período de 2021. No documento submetido ontem à bolsa de valores de Hong Kong, a operadora reportou resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações [EBITDA] ajustado negativo no total de 581 milhões de dólares de Hong Kong (HKD), valor que se agrava em comparação com os 384 milhões do trimestre anterior.

Recorde-se que no terceiro trimestre de 2021, a Galaxy obteve um EBITDA ajustado positivo de 503 milhões de HKD.

O CEO da empresa, Lui Che Woo, destacou na nota enviada à bolsa de valores que os resultados negativos advieram das “elevadas restrições fronteiriças impostas devido à pandemia no segundo trimestre passaram para o terceiro trimestre, a que acresceram o encerramento dos casinos durante 12 dias”.

No final do período em análise, o Governo indicou que as receitas do jogo atingiram, em Outubro, o valor mais elevado desde Fevereiro, 3,9 mil milhões de patacas, mas caíram 10,7 por cento em termos anuais.

As concessionárias em Macau têm acumulado, desde 2020, prejuízos sem precedentes e o Governo tem sido obrigado a recorrer à reserva extraordinária para responder à crise, até porque cerca de 80 por cento das receitas governamentais provêm dos impostos sobre o jogo.

 

Com Lusa

13 Nov 2022

Fotografia | Gonçalo Lobo Pinheiro sobrepõe o passado e presente de Macau

Uma das ideias mais repetidas sobre Macau é a sua natureza de mudança permanente e acelerada. O novo projecto fotográfico de Gonçalo Lobo Pinheiro coloca em camadas o passado e presente do território onde vive há 12 anos.
Seguindo o conceito de justaposição, o projecto “O que foi não volta a ser…” é apresentado na terça-feira, às 18h30, na Fundação Rui Cunha em formato duplo: livro e exposição fotográfica, que pode ser visitada até dia 26 de Novembro.
Durante mais de um ano, Gonçalo Lobo Pinheiro lançou-se numa busca de fotografias antigas de Macau que pudesse sobrepor às paisagens actuais da cidade. O resultado foi um somatório de diferentes épocas numa fotografia, onde preto e branco do passado contrasta com as cores do presente.
Porém, apesar de Macau ser uma cidade amplamente retratada, as fotografias acabavam por incidir sempre sobre os mesmos locais ou sobre sítios que pura e simplesmente deixaram de existir.
O autor conta ao HM as oscilações de entusiasmo porque passou à medida que ia encontrando e ultrapassando barreiras.
“Não foi um processo fácil. Parti do meu catálogo de fotos antigas. Colecciono fotografias antigas de vários temas, como 2ª Guerra Mundial, basquetebol das décadas de 80 e 90 e também tenho fotografias antigas de Portugal e Macau. Foi aí que tudo começou, com cinco fotografias”, conta.
“Ao início fui muito ambicioso, quis fazer um livro com 100 fotografias e uma exposição com 50”, conta o autor. Porém, o ímpeto acabou por ser travado pelas dificuldades para encontrar matéria-prima.
“Podia ter resolvido o assunto indo ao arquivo histórico de Macau, mas a ideia era trabalhar fotografias de particulares.” Começava assim a jornada, com apelos online em grupos de Facebook dedicados a fotografia antiga da cidade, busca em lojas de velharias. O destino final acabou por ser a compra de fotografias no eBay.
“Com os apelos no Facebook, as pessoas ficaram muito contentes com o projecto, mas ninguém me ajudou com fotografias”, conta. A realidade acabou por limitar o escopo do projecto. “Comecei a ver que tinha muitas fotos sempre dos mesmos locais. Por exemplo, é fácil encontrar fotos das Ruínas de São Paulo”, revela o fotojornalista, que acabou por limitar o livro a 40 fotografias e a exposição a 20.

O que foi e o que é
Além da dificuldade em encontrar fotografias, a evolução e erosão da cidade acrescentou outro factor. “Se Macau mudou muito desde que cheguei em 2010, imagine a diferença que faz em comparação com 1950 ou 1960. Muitas das fotografias antigas eram impossíveis de replicar porque os lugares não existem. Por exemplo, tenho uma foto lindíssima de um jardim que já lá não está”, conta ao HM.
A fantasmagoria dos locais da cidade alarga-se a instalações, como o cais das embarcações que ligavam Macau às ilhas.
Mas um sítio que Gonçalo Lobo Pinheiro realça do levantamento temporal que fez para este projecto é a Avenida Almeida Ribeiro e as suas múltiplas vidas. O que foi, o que é e o que poderia ter sido.
“Fotografei a Avenida desde o BNU até à Ponte 16, quase a cada cinco metros tirava uma foto. Acabei por acompanhar muito a evolução da Almeida Ribeiro com este trabalho. Foi, de facto, uma das zonas da cidade que mais perdeu com o tempo”, reflecte o autor, que imagina o que seria da velhinha San Ma Lo se as autoridades lhe reservassem o cuidado e a preservação de que foi alvo a vizinha Rua da Felicidade. “Hoje poderíamos ter uma Almeida Ribeiro fechada ao trânsito, bonita, cheia de esplanadas”, uma Almeida Ribeiro que honrasse o charme e a vida que tinha nas décadas de 50, 60 e 70 do século passado. Porém, o que foi não volta a ser e o que não é, jamais será.
O livro, patrocinado pelo Banco Nacional Ultramarino (BNU), terá o prefácio da jurista e política portuguesa Maria de Belém Roseira, antiga Ministra da Saúde e Ministra para a Igualdade, igualmente deputada à Assembleia da República Portuguesa, que passou por Macau durante os anos de 1980, onde foi administradora da TDM – Teledifusão de Macau.

13 Nov 2022

Extensão a Macau do DocLisboa em exibição entre 15 e 19 de Novembro

Está aí a Extensão a Macau do festival DocLisboa, com a exibição de dez filmes entre os dias 15 e 19 de Novembro no auditório Dr. Stanley Ho, do Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong. “Meia-Luz”, de Maria Patrão, é a película de abertura do evento e a obra que arrebatou o prémio de “Melhor Filme Português” no Festival Internacional de Cinema Doclisboa

 

 

Na próxima semana, entre 15 e 19 de Novembro, regressa a Extensão a Macau do XIX Festival Internacional de Cinema DocLisboa, o evento que foi ganhando paulatinamente visibilidade no panorama do filme documental. Este ano, serão exibidas 10 obras de realizadores portugueses e estrangeiros da selecção do DocLisboa e duas produções de realizadores locais no auditório Dr. Stanley Ho, no Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong.

A sessão inaugural da mostra, que contará com a presença de alguns realizadores dos filmes do dia, está marcada para 15 de Novembro, cabendo as honras de abertura ao filme “Meia-Luz”, de Maria Patrão, que conquistou o prémio “Melhor Filme Português” no Festival Internacional de Cinema Doclisboa. No mesmo dia serão exibidos os filmes “Empty Sky”, realizado por Chian Kun Ieong, vencedor do Prémio do Público no Festival Internacional de Curtas de Macau, e “Unsettled”, de Ho Cheok Pan, vencedor do prémio Melhor Filme Local também no Festival Internacional de Curtas de Macau.

O filme de estreia, “Meia-Luz”, é inspirado nas imagens que a autora, Maria Patrão, descobriu no primeiro filme de António Reis. O resultado é uma reflexão sobre o cinema, através de imagens, sons, silêncios e a luz.

O dia de estreia espelha bem a maratona de cinema que se espera para a próxima semana, se bem que todas as obras apresentadas no primeiro dia de Extensão a Macau do DocLisboa são curtas-metragens.

Às 21h do dia 15 de Novembro, é ainda exibido “O Resto”, do jovem cineasta brasileiro Pedro Gonçalves Ribeiro, que está radicado em Portugal. “O Resto” conta a estória macabra de Iolanda Bambirra, que foi declarada morta por engano e que vive uma existência fantasmagórica entre a vida e a morte. O filme tem como pano de fundo Belo Horizonte, a metrópole no centro do Estado de Minas Gerais, um dos mais abastados do Brasil, mas que ainda assim é uma cidade em ruínas, onde o tempo perde fluidez.

A fechar o primeiro dia de cinema no auditório Dr. Stanley Ho, é exibido “O Alto do Mártir”, da portuguesa Carolina Costa. Mantendo a toada temática, este filme conta a história de um velho casal que viu o seu bairro inteiro transformar-se num cemitério.

 

De Alcindo a Eunice

No segundo dia do evento, marcado para a próxima quinta-feira, é exibido apenas um filme: “Alcindo”, de Miguel Dores. A sessão começa às 19h.

O documentário recorda a trágica morte de Alcindo Monteiro, um português de origem cabo-verdiano brutalmente assassinado em 1995 por skinheads.

A tragédia aconteceu a 10 de Junho de 1995, quando “para celebrar o Dia da Raça e a vitória na Taça de Portugal do Sporting, um grupo de etno-nacionalistas portugueses sai às ruas do Bairro Alto, em Lisboa, para espancar pessoas negras. O resultado oficial foram 11 vítimas, uma delas mortal”, descreve a organização.

Num artigo de opinião escrito no podcast de jornalismo Fumaça, o cineasta e antropólogo Miguel Dores explicou o processo como nasceu o documentário “Alcindo”.

“Aos 14 anos, levado pelo meu irmão pela primeira vez ao Bairro Alto com um grupo de amigos mais velhos, foi-me contada a história de Alcindo Monteiro, in loco, com o dedo indicador apontado às esquinas onde não deveria passar sozinho, para o caso de estarem por lá grupos nacionalistas”, indicou Miguel Dores.

Na sexta-feira, 18 de Novembro, são exibidos três filmes. Às 19h, o ecrã do auditório Dr. Stanley Ho projecta “Fora da Bouça”, de Mário Veloso, seguido de “Paz” de José Oliveira e Marta Ramos.

O “prato principal” do dia é servido por último, com a exibição de “Eunice ou Carta a Uma Jovem Actriz”, de Tiago Durão. A obra revisita a vida de Eunice Muñoz através das memórias privadas da sua casa.

A organização da mostra de documentários indica que a obra revela “o lado íntimo da actriz, que aqui não representa nenhum papel que não seja o de ser quem é ao lado de quem ama”.

 

Fim de festa

A culminar a Extensão a Macau do DocLisboa, são exibidos no último dia do evento dos filmes “Meio Ano-Luz”, do brasileiro Leonardo Mouramateus, “Distopia” de Tiago Afonso e “Arquitectura em Português – Diálogos Emergentes”, filme que conta com a organização do Conselho Internacional de Arquitectos de Língua Portuguesa e coordenação de Rui Leão.

O evento é uma iniciativa do Instituto Português do Oriente (IPOR), com o apoio do Instituto Cultural.

Numa nota divulgada à imprensa, o director do IPOR, Joaquim Ramos, destaca a importância da realização de eventos como a mostra documental, em particular num momento como este. “O ano de 2022 assinala mais um ano de pandemia cujas limitações teimam em não nos deixar – isto apesar do desenvolvimento de vacinas, das novas abordagens profiláticas e terapêuticas conhecidas e de uma cada vez maior normalização da vida, reconhecidamente aceite a nível internacional”, contextualiza o responsável.

Joaquim Ramos prossegue realçando o papel da cultura neste panorama.

“No contexto de apatia expectante em que, forçosamente, estamos plantados, a cultura e as artes são balões de oxigénio que vão permitindo uma respiração um pouco menos forçada, um pouco menos angustiante. É neste panorama – e também com esta intencionalidade de serviço à comunidade – que emerge a edição 2022 do DocLisboa – extensão a Macau”.

As sessões têm entrada livre.

10 Nov 2022

Casa-Museu da Taipa com restaurantes e cultura portuguesa

O Instituto Cultural abriu um concurso público de adjudicação da Casa de Recepções, uma das Casas-Museu da Taipa, para um restaurante que promova a cultura portuguesa e produtos “gourmet macaenses”. O despacho assinado pela presidente do IC materializa uma velha promessa de Alexis Tam

 

 

“Vamos montar um restaurante português, cafés e mais esplanadas naquela zona. Arranjar alguns [artistas] portugueses para tocarem. Vai ser interessante”, afirmou Alexis Tam no dia 9 de Novembro de 2015, citado pelo HM há exactamente sete anos. A intenção do à altura secretário para os Assuntos Sociais e Cultura era dinamizar as Casas-Museu da Taipa.

Sete anos depois, a intenção de Alexis Tam é materializada num despacho assinado pela presidente do Instituto Cultural, Leong Wai Man, que abre o concurso público para a adjudicação da Casa de Recepções, no coração da zona que recebe anualmente o Festival da Lusofonia, em frente ao auditório onde é montado o palco principal do evento.

A intenção do Governo é abrir um “restaurante que promova a cultura portuguesa com características próprias de Macau e que possua elementos do património cultural intangível de Macau, através de fornecimento de alimentos e bebidas gourmet macaenses”.

O IC pretende a abertura de um espaço que se conjugue “com o ambiente envolvente das Casas da Taipa e que seja utilizado também para vendas, exposições, actividades experimentais, workshops.”

 

Plano de pormenor

Em relação aos detalhes do “negócio”, o concurso público estabelece que a adjudicação será feita através de um contrato de arrendamento com a duração de quatro anos, sendo que a renda base ainda não está definida.

Os interessados têm até ao dia 30 de Dezembro para entregar as propostas e pagar uma caução provisória no valor de 20.000 patacas “mediante depósito em numerário ou através de garantia bancária legal a favor do Instituto Cultural”, assim como uma caução definitiva no valor de 40.000 patacas.

Quanto aos critérios de avaliação das propostas, o despacho estipula que a renda vale 40 por cento, o plano de negócio terá um peso de 35 por cento, projecto de planeamento do interior 10 por cento e a experiência do concorrente 15 por cento.

Os requisitos do concurso público estabelecem ainda que os “concorrentes devem estar inscritos na Direcção dos Serviços de Finanças e na Conservatória dos Registos Comercial e de Bens Móveis da RAEM”. No caso de o concorrente ser um “empresário em nome individual, deve ser residente na RAEM, e no caso de sociedades comerciais, o respectivo capital social deve ser detido numa percentagem superior a 50 por cento por residentes da RAEM”. O IC afasta a admissão de consórcios ao concurso público em questão.

O Governo vai organizar uma visita ao local para potenciais interessados no concurso na próxima terça-feira, dia 15 de Novembro. Para participar, é preciso fazer inscrição no Instituto Cultural até ao final do horário de expediente do dia anterior à visita.

10 Nov 2022

Ron Lam critica relatório sobre surto de 18 de Junho

Ron Lam teme que as autoridades não tenham aprendido nada com o surto detectado a 18 de Junho. A propósito da publicação do relatório final sobre a resposta ao surto, o deputado argumenta que não se compreende porque as autoridades não avançaram mais cedo para o confinamento da população

 

O Governo de Macau respondeu tarde e a más horas aos primeiros casos positivos encontrados na comunidade, no início do surto que foi detectado no dia 18 de Junho, ou pelo menos assim o entende o deputado Ron Lam.

A opinião consta de um artigo assinado pelo legislador no jornal O Cidadão, em reacção à divulgação do “Relatório final sobre a resposta à situação epidémica” sobre o surto que paralisou Macau durante o Verão.

Apesar de referir que o documento agrega um vasto leque de informações e contém declarações que reflectem factualmente o que se passou, Ron Lam indica que o relatório não menciona pontos em que as autoridades podem melhorar a sua actuação na resposta a possíveis surtos.

Além disso, o deputado acrescenta que o relatório não explica os timings da intervenção das autoridades sanitárias, nomeadamente o “atraso na implementação do ‘estado relativamente estático’, declarado 20 dias depois de descobertos casos na comunidade”. Ou seja, Ron Lam considera que o Governo deveria ter ordenado o confinamento parcial da população de Macau logo após a escalada do número de infectados.

O deputado frisou que não procura responsabilizações, nem aponta o dedo a departamentos envolvidos na resposta ao surto, mas “se o Governo não encarar as dificuldades com que se deparou, pode voltar a repetir os erros”.

 

Exemplo de cima

O deputado, eleito pela primeira vez nas últimas eleições legislativas directas, traça ainda uma diferença entre a 1.ª e a 2.ª versão do “Plano de Resposta de Emergência para a Situação Epidémica da covid-19 em Grande Escala”, referindo que o primeiro documento foi concebido antes de se verificar o primeiro grande surto em Macau.

Além disso, o Governo não seguiu as instruções estabelecidas no plano e a segunda versão já reflecte “as experiências dolorosas” no surto descoberto a meio de Junho. Outro ponto meritório do segundo, na óptica de Ron Lam, é ter sido elaborado em consonância com o plano do Grupo Geral do Mecanismo Conjunto de Prevenção e Controle do Conselho de Estado.

Como tal, o legislador defende que os planos de resposta a emergências geradas pela covid-19 devem ser actualizados segundo as medidas implementadas pelas autoridades do Interior da China.

Em relação às despesas contabilizadas na resposta ao surto de 18 de Junho, cujo valor ascendeu a mais de mil milhões de patacas, Ron Lam referiu que o avultado custo monetário é incomparável às perdas económicas decorrentes das infecções na comunidade.

10 Nov 2022

Exposição de Nino Bartolo inaugurada hoje na Taipa Village

Vision Through My Eyes” é o nome da exposição de fotografia de Nino Bartolo que é inaugurada hoje na galeria Taipa Village Living Space, na Taipa Velha. Com uma longa carreira de cabeleiro, o artista local mistura a tradicional fotografia de moda com arrojadas produções de estúdio

 

A perfeição não se atinge por acaso. O cuidado com o mais ínfimo detalhe é uma das características da fotografia do cabeleireiro Nino Bartolo, como é evidente na sua exposição de estreia, intitulada “Vision Through My Eyes”, que é inaugurada hoje na galeria Taipa Village Living Space. A mostra estará patente ao público até 9 de Dezembro, no espaço sito no número 53 da Rua Correia da Silva.

“Vision Through My Eyes” resulta do somatório entre a industrialização estética e criação artística através da sensibilidade fotográfica do artista e a sua experiência enquanto cabeleireiro.

A organização do evento refere que “cada trabalho é o produto de uma mistura mestria no domínio da fotografia de moda e cabeleireiro, sem descurar o papel da maquilhagem, iluminação, encenação, design de roupa e acessórios, até ao casting de modelos.” Todas estas variantes se conjugam para dar vida a fotografias etéreas, que captam momentos e gestos fora do mundo físico em imagens “visualmente marcantes e repletas de cores vibrantes, humor e equilíbrio”.

“Temos a honra de mostrar a paixão, domínio de técnica e profissionalismo de Nino Bartolo através desta colecção de fotografia artística de moda”, refere o curador e presidente da Associação Cultural Taipa Village, João Ó.

“Dentro da indústria da moda, o cabeleireiro é uma profissão particularmente artística. Cada penteado pode ser encarado como uma escultura efémera que amplia a personalidade das pessoas, fazendo da fotografia um meio crucial para imortalizar esse momento”, acrescentou.

O curador adianta também que a exposição inaugurada hoje pode ser interpretada como a génese de uma série de mostras no Taipa Village Living Space com o objectivo de unir indústria e arte, dando espaço a talentos que consigam aliar profissionalismo e paixão artística.

“Modéstia à parte, reconhecemos que por vezes surgem raros encontros com certos indivíduos que suscitam excelentes conversas e pensamento criativo. O é caso de Bartolo, que é alguém impelido por ideais e que não se deixa prender pela rotina do quotidiano”, declara João Ó.

 

Até às raízes

Nascido e criado em Macau e com raízes portuguesas, Nino Bartolo tem construído uma carreira de cabeleireiro recheada de reconhecimentos em competições internacionais.

Antes de se mudar para Londres, onde ingressou na Sassoon Academy (que frequentou durante cinco anos), Bartolo viveu e trabalhou em Estocolmo um ano. O passo seguinte foi a entrada na escola de cabeleireiros Allilon, onde esteve quatro anos, antes de dar início a uma série de colaborações com revistas internacionais de moda e em anúncios publicitários

Desde então, a carreira profissional levou a viver em Xangai e a aprofundar a sua paixão pela moda, cabeleireiro e fotografia. O culminar desta jornada profissional e criativa pode ser apreciado até 9 de Dezembro no Taipa Village Living Space.

9 Nov 2022

Zonas de risco ligadas a Zhuhai obrigam a dois testes até hoje

Na noite de segunda-feira, as autoridades de saúde de Macau anunciaram que quem passou por determinadas zonas de Zhuhai terá de fazer dois testes de ácido nucleico até hoje. As duas testagens precisam de ser feitas com um intervalo de 12 horas

 

 

O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus informou na segunda-feira, quase às 22h, que as pessoas que tivessem passado por algumas áreas do distrito de Jinwan na cidade vizinha de Zhuhai “devem realizar, por sua iniciativa, dois testes de ácido nucleico em três dias”. A pouco mais de duas horas do início do segundo dia designado para fazer os testes, as autoridades de saúde especificam que os grupos-alvos da medida são pessoas estiveram no sábado, entre as 21h45 e 23h45 no Restaurante de Canja de Caçarola Xuxing (localizado na Estrada Oeste do Aeroporto, loja n.º 10, da Vila de Sanzao). O outro local cuja estadia implica teste é a passagem subterrânea para peões entre a Green Tree Inn (sucursal da Universidade de Jilin) e a Praça Weiming também no distrito de Jinwan, também para quem por lá passou entre as 21h45 e 23h45 de sábado.

As autoridades de saúde de Macau indicam que “o alerta de emergência publicado pelos serviços sanitários da Cidade de Zhuhai” significa que “existe o risco de infecção”.

 

Excepções à regra

Quem já tiver realizado um teste de ácido nucleico, no Interior da China ou Macau, entre segunda-feira e hoje, só precisa de fazer mais um teste, sob pena de ver convertido o código de saúde para amarelo. Também só fica obrigado a fazer um teste de ácido nucleico, quem passou pelos locais acima mencionados, nas horas mencionadas, mas que já havia sido testado no passado domingo.

O centro de coordenação especifica que o teste é gratuito, mas não será exibido no Código de Saúde de Macau, nem pode ser utilizado para passagem transfronteiriça.

Além disso, foi também anunciado que quem chegar ao Interior da China vindo de Macau por barco ou avião fica isento da apresentação de testes de ácido nucleico feito com menos de 24 horas antes da partida. Esta exigência foi estabelecida desde que Macau começou a registar, recentemente, casos positivos.

O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus adverte, porém, que quem viajar da RAEM para o Interior terá de cumprir as exigências do local de destino para onde viaja.

9 Nov 2022

CUT organiza Kino Macau para celebrar cinema alemão até 20 de Novembro

Até ao próximo dia 20 de Novembro, o Cinema Alegria e o espaço da CUT acolhem o Kino Macao 2022, o festival que celebra o cinema alemão. A edição deste ano exibe uma selecção de filmes que retratam o período de profunda convulsão entre o final da 2.ª Grande Guerra e a queda do Muro de Berlim

 

 

Arrancou no sábado a sétima edição do Kino Macao, a grande festa do cinema alemão, co-organizado pela Associação Audio-Visual CUT, em parceria com o Goethe Institut de Hong Kong, que irá exibir filmes de autores germânicos até dia 20 de Novembro no Cinema Alegria e no espaço da CUT, no andar acima da Livraria Pin-to, na Rua de Coelho do Amaral.

“2022 ainda é um ano cheio de desafios e incertezas, e talvez uma retrospectiva seja o melhor que podemos fazer agora. Este ano, o festival irá apresentar vários filmes de um dos mais importantes períodos históricos da Alemanha: entre o final da 2.ª Grande Guerra Mundial e a reunificação da Alemanha. Sugerimos ao público um passeio por este período histórico através de películas que retratam o quotidiano de pessoas normais e das circunstâncias de pessoas ‘especiais’, para aferir como o povo alemão trabalhou arduamente durante uma longa e sombria época”, descreve a organização do evento, que conta com a curadoria e coordenação de Rita Wong.

Na próxima sexta-feira às 21h30, a sala 2 do Cinema Alegria acolhe a estreia de “Great Freedom”, obra realizada por Sebastian Meise que fez furor no Festival de Cinema de Cannes no ano passado e que foi seleccionada pela academia que atribui os óscares como um dos 15 melhores filmes internacionais.

Protagonizado por um dos actores alemães mais aclamados na actualidade, Franz Rogowski, “Great Freedom” conta a história de quem ficou de fora da libertação trazida pela vitória dos Aliados na 2.ª Grande Guerra Mundial. O personagem desempenhado por Rogowski é então acusado de um crime que nada tem a ver com o conflito ou política: ser homossexual.

Ainda de acordo com o velho Código Penal alemão, que datava do século XIX, a homossexualidade era um crime punido com pena de prisão. Depois de décadas de vigilância, o protagonista acaba por ser detido múltiplas vezes, acabando por desenvolver uma relação muito próxima com o companheiro de cela condenado pelo crime de homicídio a pena perpétua.

“Great Freedom” é uma história de tenacidade e resistência do espírito humano, de amor que nasce de violência sistémica e do tempo que escapa veloz sem que ninguém dê por isso.

 

Adeus a uma Era

No sábado, às 21h, também no Cinema Alegria é exibido “Dear Thomas”, do realizador Andreas Kleinert, filme centrado na ascensão de um poeta rebelde que luta pela liberdade no cenário de censura imposta pelo regime comunista da Alemanha de leste.

“Dear Thomas” é um filme biográfico baseado na vida e obra de Thomas Brasch, que vai além de um tributo fílmico ao poeta que foi continuamente sabotado por um Governo omnipotente, que recupera uma época histórica e repõe o valor e a coragem do autor.

A película que se segue no cartaz deste ano do Kino é “Transit”, o drama de 2018 realizado por Christian Petzold, apresentado no domingo, às 16h30. Também com Franz Rogowski no principal papel, este filme recupera a atmosfera estética do cinema noir através da sufocante paranoia e perseguição kafkiana de um homem traumatizado por opressão e violência política, que tenta escapar às forças nazis durante a ocupação de França.

À noite, às 20h, o cinema germânico invade as instalações da CUT com “Coming Out”, de Heiner Carow, filme que retrata a luta de um jovem professor, que vive na Alemanha de leste, com a sua homossexualidade reprimida.

Na segunda-feira, às 19h30, a CUT acolhe a exibição de “The Bicycle”.

No dia 18, sexta-feira, pelas 21h30 o Cinema Alegria apresenta “The Last Execution”, de Franziska Stünkel, que conta a história de um ambicioso cientista que passa da academia para os serviços de inteligência da República Democrática Alemã. Depois de prestar lealdade à Stasi, o académico acaba por integrar a máquina de opressão e perseguição de dissidentes, num crescendo de violência que irá esbarrar nos limites da moralidade do personagem.

No último fim-de-semana do Kino, dias 19 e 20 de Novembro, serão exibidos “Undine” e o já clássico “Goodbye Lenin!”.

8 Nov 2022

Um terço dos casados não confia na gestão financeira do pares

A acumulação de dívidas é um factor de risco na saúde dos casamentos em Macau. O tema motivou um estudo do Centro de Aconselhamento sobre o Jogo e de Apoio à Família, da Igreja Anglicana, que concluiu que 70 por cento da população que contraiu dívidas, tem de pagar entre 30 e 50 por cento de todo o rendimento familiar

 

Já diz o ditado popular que “em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão”. A relação entre gestão financeira familiar e a saúde dos matrimónios foi alvo de um estudo do Centro de Aconselhamento sobre o Jogo e de Apoio à Família de Sheng Kung Hui, organismo ligado à Igreja Anglicana.

O estudo apresentado no domingo dá pistas sobre a forma como as dificuldades para pagar empréstimos podem ter consequências ao nível do stress familiar. Uma das estatísticas que dá contexto ao panorama económico de Macau aponta que mais de 70 por cento dos inquiridos devedores têm dívidas num valor que corresponde a entre 30 e 50 por cento do rendimento familiar global. Sobre este tópico, o estudo indica que, para assegurar o pagamento das despesas essenciais numa vida regrada e equilibrada, a proporção saudável de créditos contraídos deve-se fixar abaixo dos 30 por cento dos rendimentos globais da família.

O organismo defende esta linha vermelha de segurança no endividamento com a possibilidade de surgirem despesas de emergência ou face a factores externos, como a possível deterioração da economia.

 

Cuidados de bolsa

No cômputo geral, cerca de metade das pessoas inquiridas revelaram ter contraído dívidas. Entre estas, 75,4 por cento são relativas a empréstimo hipotecário para compra de habitação, enquanto 4,8 por cento têm dívidas para pagar despesas relacionadas com ensino. Apenas 0,4 por cento haviam contraído créditos para pagar dívidas de jogo.

Em termos de dinâmica matrimonial, o estudo indica que cerca de 30 por cento dos inquiridos está preocupado com a capacidade de gestão do cônjuge. Deste universo, metade confessam que o dinheiro, ou a sua falta, já causou disputadas familiares

“Cerca de 40 por cento dos inquiridos caracterizaram como ‘graves’ os conflitos resultantes das dívidas familiares, sendo que a dificuldade para contornar estes problemas foi classificada como moderada”, é acrescentado no estudo. “Se os problemas monetários não forem resolvidos, e o casal não chegar a uma solução consensual, as dificuldades matrimoniais aprofundam-se e a dinâmica relacional entra um ciclo vicioso de conflito”, é acrescentado.

Como tal, o Centro de Aconselhamento sobre o Jogo e de Apoio à Família de Sheng Kung Hui reforçou a importância de os casais discutirem formas de planeamento da gestão financeira familiar antes de contraírem matrimónio.

A instituição responsável pelo estudo afirmou ainda que vai organizar iniciativas destinadas a equipar recém-casados de recursos técnicos para melhor planearem a gestão financeira.

Segundo as experiências de aconselhamento do organismo, na maioria dos casos em que as dívidas resultaram em conflitos matrimoniais, a falta de comunicação foi um factor transversal.

O estudo recebeu um total de 372 inquéritos válidos, feitos a residentes casados.

8 Nov 2022

Atribuídas licenças 5G à CTM e China Telecom

Agora é oficial. Foram atribuídas à CTM e à China Telecom licenças para instalar e operar redes 5G durante os próximos oitos anos, com o início dos serviços comerciais a ter lugar a partir do próximo ano. A CTM irá investir mais de mil milhões de patacas ao longo de cinco anos. Macau é a única cidade da Grande Baía sem cobertura 5G

 

O Governo anunciou ontem a atribuição de licenças para instalar e operar uma rede 5G à Companhia de Telecomunicações de Macau (CTM) e à China Telecom (Macau) Limitada. As licenças são válidas por um prazo de oito anos e as empresas ficam obrigadas a “iniciar a prestação dos seus serviços comerciais no prazo de um ano”, de acordo com um despacho publicado em Boletim Oficial pelo Gabinete do chefe do Executivo. As licenças podem ser renovadas pelo mesmo período, ou por menos tempo.

Recorde-se que o concurso público para a atribuição de quatro licenças tinha sido lançado a 30 de Junho e que a RAEM é a única região sem cobertura 5G entre as cidades da Grande Baía. Isto, apesar de uma das operadoras locais, a CTM, ter investido já 600 milhões de patacas no sistema, indicou a empresa, em Maio.

A CTM começou a apostar na rede de quinta geração em 2020 e já garantira estar pronta para explorar comercialmente o sistema desde Junho do ano passado.

 

Traços gerais

Ambas as empresas têm agora 30 dias para depositar cauções de 2 milhões de patacas e ficam obrigadas a pagar ao Governo uma “taxa anual de exploração, correspondente a 5 por cento das receitas brutas de exploração dos serviços prestados no âmbito das actividades licenciadas”, é indicado no despacho assinado por Ho Iat Seng.

As empresas ficam obrigadas a “construir, por iniciativa própria, um sistema capaz de atingir a cobertura, com boa qualidade, de 50 por cento do território da RAEM no prazo de 12 meses a contar da data de emissão da licença, providenciando, nos 18 meses seguintes, a cobertura, com boa qualidade, da totalidade do território mediante a construção do sistema”.

Em anexo ao despacho que oficializa a atribuição das licenças é publicado o plano de operação e construção de sistema. Aí, a CTM compromete-se a investir em 2023, o “primeiro ano do período de validade da licença, cerca de 206 milhões de patacas e, nos quatro anos seguintes (2024-2027), realizar um investimento adicional de 815.2 milhões de patacas”. As principais áreas onde serão aplicadas as verbas são a expansão da rede de 5G, o sistema de facturação e a modernização da plataforma de produtos.

A China Telecom Macau irá investir “aproximadamente 469 milhões de patacas, aplicado ao longo dos primeiros 5 anos após a atribuição da licença”.

8 Nov 2022

Festival entre China e PLP celebra 7.ª arte até 18 de Novembro

Arrancou na sexta-feira o Festival de Cinema entre a China e os Países de Língua Portuguesa, que durante duas semanas irá apresentar cerca de 30 películas em chinês e português. Até 18 de Novembro, o cinema será a ponte entre culturas e linguagens, no ecrã e fora dele através de seminários e palestras

 

 

O tema “Todos os Rios Correm para o Mar” é mote para o Festival de Cinema entre a China e os Países de Língua Portuguesa, evento organizado ao abrigo do 4.º Encontro em Macau, que começou na sexta-feira e decorre até ao próximo dia 18 de Novembro.

Além da apresentação de cerca de 30 projectos cinematográficos em chinês e português, o evento organizado pelo Instituto Cultural (IC), com o apoio do Galaxy Entertainment Group (GEG), irá também realizar palestras e workshops.

O epicentro da exibição de filmes é a Cinemateca Paixão, que apresenta amanhã, a partir das 19h30, “The Calming”, da autoria da realizadora chinesa Fang Song. A narrativa do filme centra-se no papel protagonizado pela popular actriz chinesa Xi Qi, que dá corpo a uma jovem realizadora de documentários.

Depois de terminar a relação com o namorado de longa data, a cineasta embarca numa penosa crise emocional. A personagem opta por lidar sozinha com as suas mágoas, apesar de continuar a ter uma vida social aparentemente normal. Ao longo do filme, as feridas emocionais começam a sarar. A recuperação é o fim condutor do filme de Fang Song, que transporta para o grande ecrã toda a sensibilidade dos temas que aborda.

 

A língua das imagens

A sessão seguinte está marcada para quinta-feira às 19h30, também na Cinemateca Paixão, com a exibição de três curtas-metragens: “The Mountain Sings” e “A Short Story”, dos realizadores chineses Yang Xiao e Bi Gan, respectivamente, seguido de “O Velho do Restelo” de Manoel de Oliveira.

De seguida, às 21h, a película brasileira “Fogaréu” irá ocupar o ecrã da Cinemateca Paixão.

Realizado por Flávia Neves e com Bárbara Colen no principal papel, “Fogaréu” vive algures na fronteira entre o real e o fantástico, entre o passado colonial e a esmagadora modernidade da agricultura moderna. Esses são os palcos conceptuais onde uma jovem se reencontra com as suas raízes secretas, quando regressa a casa do tio abastado, no Estado de Goiás, depois da morte da sua mãe adoptiva. A jornada da protagonista acabará por implodir as certezas que tinha em relação ao seu passado e revelar a dolorosa verdade sobre a sua origem.

No dia seguinte, sexta-feira, 11 de Novembro, a partir das 21h30, é exibida mais uma série de curtas metragens, com destaque para “House on the Sea” e “Sea” dos realizadores locais Chang Seng Pong e Chan Chon Sin.

Duas horas antes, a Cinemateca Paixão acolhe o “Seminário sobre as Perspectivas de Desenvolvimento e Tendências da Indústria das Curtas-Metragens Chinesas”. O evento “contará com a participação do vencedor da ‘Palma de Ouro da Curta-Metragem’ no Festival de Filme de Cannes deste ano e produtor executivo de um dos filmes de exibição do presente Festival, ‘The Water Murmurs’, Shan Zuolong.

Além deste seminário, o Festival de Cinema será acompanhado por duas actividades de extensão, designadamente, o “FAROL DA GUIA – 3d Printing Workshop” e o “Workshop de Jogo de Sombras do Património Mundial”, que serão realizadas no 1.º andar do “Broadway Macau” e conduzidas em cantonense, com entrada livre.

7 Nov 2022

Baixa vacinação de idosos justifica política de casos-zero de covid-19

Segunda ronda de testagem em massa não encontrou nenhum caso positivo de covid-19. Macau regressa à “fase de normalização da prevenção da epidemia”, mas autoridades de saúde mantêm aposta na política de zero casos, em parte devido à baixa taxa de vacinação de idosos e pessoas com doenças crónicas

 

 

“Entre as pessoas com mais risco, idosos e pessoas com doenças crónicas, a percentagem de vacinação ainda não é alta, é cerca de 60 por cento. Por isso, apresentam um certo grau de risco e se Macau tiver um surto de grande escala, com muitas pessoas infectadas, isso irá sobrecarregar as instituições médicas. Precisamos persistir nesta medida de zero casos, de forma dinâmica, e continuar a apostar na prevenção.” Foi desta forma que Leong Iek Hou, médica coordenadora do Núcleo de Prevenção de Doenças Infeciosas, reforçou o compromisso de Macau para com a política de zero-casos de covid-19 na conferência de imprensa de sábado.

A responsável abriu porta à alteração das medidas restritivas se “a percentagem de vacinação dos indivíduos-chave aumentar e quando Macau tiver medicamentos” que atenuem os efeitos da infecção. Mas, para já, está afastado o desinvestimento na abordagem tomada até agora, face às taxas de vacinação de grupos vulneráveis, para evitar que um novo surto resulte em mais vítimas mortais.

A aposta na continuidade foi vincada depois da realização da segunda ronda de testes de ácido nucleico a toda a população de Macau.

O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus referiu que, “foram recolhidas, cumulativamente, mais de 660.000 amostras, todas com resultados negativos”.

Como tal, as autoridades anunciaram que “Macau retomou à fase de normalização da prevenção da epidemia”, mas que será mantida a “atenção à evolução da situação epidémica em Macau e no exterior” e os testes a grupos-chave.

 

O novo normal

Vários organismos públicos anunciaram ontem a reabertura de instalações e retoma de serviços. “Depois de terem servido de postos de teste de ácido nucleico, a partir de hoje, o Pavilhão Polidesportivo Tap Seac, o Centro Desportivo Mong-Há e o Centro Desportivo Olímpico do Instituto do Desporto vão voltar a funcionar”. Assim sendo, regressa o normal funcionamento do sistema de reserva online das instalações desportivas.

Também o Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ) vai reiniciar o horário normal de visitas, das 13h às 16h e das 18h às 20h para enfermarias normais, e das 12h às 14h e das 18h às 20h para enfermarias de urgência. Os Serviços de Saúde ressalvam que não aconselhadas visitas de crianças de idade igual ou inferior a 5 anos.

A Direcção dos Serviços Correccionais acompanha a retoma com o serviço de visitas quinzenais a reclusos e jovens internados reaberto a partir de hoje. Ainda assim, “visitantes e advogados que acedam ao Estabelecimento Prisional de Coloane e Instituto de Menores” devem apresentar certificado de teste de ácido nucleico nas últimas 48 horas e certificado negativo de resultado do teste rápido de antigénio no próprio dia”, além da normal medição de temperatura e apresentação de código de saúde.

 

 

 

Corrida à quarentena

O Grande Prémio de Macau já mexe nos hotéis designados para observação médica. No sábado, Lau Fong Chi do departamento de comunicação e relações externas dos Serviços de Turismo (DST) revelou que 50 dos cerca de 60 pilotos e membros das equipas estrangeiras que vão participar no evento desportivo já estão a cumprir quarentena. A responsável garantiu que a DST está em contacto permanente com a organização do Grande Prémio.

 

7 Nov 2022

Exposição | Armazém do Boi acolhe mostra fotográfica de Yao Feng

Imagine que alguém congela um momento, entre espaço e indivíduo, onde serenidade e contemplação se encontram com a interpretação lírica. Este conceito assenta como uma luva no ideário da exposição de fotografia de Yao Feng, que é inaugurada na próxima segunda-feira, pelas 18h30, no Armazém do Boi e que estará patente ao público até 27 de Novembro.
A mostra, intitulada “Somente a alma é profissional”, reúne um total de 80 fotografias captadas em viagens por vários países e regiões, compilando uma espécie de jornada fotográfica.
Em comunicado, o académico, poeta, tradutor e personificação local do que será um homem da renascença nos dias que correm, conta o processo instintivo de fixar numa fotografia pedaços de significado. “Quando ando pela rua ou viajo por um qualquer local, mantenho o olhar atento e vigilante para ver o que possa ser significante, e se o descobrir, levanto a minha câmara fotográfica ou telemóvel, que uso na maioria dos casos, para fotografar”, revela Yao Feng.
O acto de preparar o disparo fotográfico é “uma reacção psicológica ou da alma causada instintivamente pelo acto de ‘ver ‘, uma espécie de emoção de encontrar algum significado no meio da mediocridade”.
Ieong Man Pan, o curador da mostra, indica que as fotografias que compõem “Somente a alma é profissional” revelam “um estilo altamente pessoal, caracterizado pela quietude, sugestão e lirismo, conduzindo as pessoas a um mergulho num mundo onde se cruzam o vazio, o absurdo, a depressão, o desamparo, a tristeza, a contradição e a fragilidade dos seres humanos em destaque”. Apesar do aspecto melancólico, o curador salienta também “a compaixão e o carinho” que respiram através das imagens.

Dizer muito com pouco
Não é a primeira vez que Yao Feng se aventura pelo mundo da fotografia, aliando-o frequentemente a dimensões oníricas e poéticas. “A linguagem da poesia é altamente refinada, e podemos dizer que a fotografia de Yao Feng está em conformidade com a sua criação poética que segue sempre o princípio de que ‘menos é mais’, aponta Ieong Man Pan.
A fugacidade dos instantes obriga a acções rápidas para capturar o momento, um movimento instintivo que o curador da mostra refere como conceito absolutamente distinto da cadenciada prática na produção poética.
“Ao contrário da escrita, que pode ser produzida lentamente, a fotografia é uma linguagem visual, caracterizada pela sua própria limitação, a qual requer a sensibilidade do fotógrafo em termos de deter um instante exacto para pressionar o obturador”, refere Ieong Man Pan.
Sem esquecer ou relativizar a importância do domínio das técnicas fotográficas e da equação de imensas variáveis de luz, enquadramento, abertura de diafragma e jogo de lentes, o curador destaca a sensibilidade das fotografias de Yao Feng. “Ver sem sentir, não vai produzir bons trabalhos. Quando o fotógrafo sente, vê brilhar a faísca da inspiração que vem da sua experiência acumulada, da sua tendência estética, da sua reflexão, bem como do seu dom. Sem dúvida, a criação fotográfica de Yao Feng corresponde a todas estas características, pois ele sabe como usar uma linguagem original para transformar as palavras em imagens que espelham a alma”.

4 Nov 2022

Covid-19 | Leong Iek Hou quer evitar propagação para o Interior

Apesar de não ter sido detectado nenhum caso positivo na última ronda de testes em massa, continua a ser exigido um teste de ácido nucleico realizado em menos de 24 horas para atravessar a fronteira com a China nos dois sentidos. Como surgiram casos em Macau, o representante do Corpo de Polícia de Segurança Pública Lei Tak Fai indicou ontem que serão precisas novas negociações com as autoridades do Interior para voltar a aligeirar a restrição.
Também a coordenadora do Núcleo de Prevenção de Doenças Infeciosas, Leong Iek Hou, frisou que quem pretender viajar de barco ou avião para o Interior da China precisa de apresentar um teste de ácido nucleico feito nas últimas 24 horas antes da passagem da fronteira. A explicação prende-se com a necessidade de propagação da pandemia. “Esta medida foi implementada por apareceram casos positivos em Macau e temos de evitar a exportação de casos de Macau para o Interior. Precisamos de aumentar a confiança da China face às pessoas vindas de Macau”, comentou.
A médica indicou ainda que depois de três dias consecutivos de teses rápidos antigénio e uma testagem massiva o risco de surto diminuiu, e que a ronda que hoje começa “é para garantir a segurança”.
Na quarta-feira, foi confirmado que cerca de 5.600 pessoas não participaram no teste em massa, o que levou as autoridades a contactá-las por sms ou chamada telefónica para as avisar de que tinham de ser testadas. Destas, 3810 pessoas ainda não realizaram o teste e arriscam ver o seu código de saúde convertido em vermelho.
O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus alertou que depois da ronda anterior de testes as pessoas que não participaram “serão transportadas pela polícia para submeterem-se aos testes em locais designados, só podendo sair desses locais após a divulgação dos resultados e caso estes sejam negativos”. “Aqueles que se recusem a fazer o teste serão submetidos à observação médica, em locais designados”, foi acrescentado.

Postos e boa saúde
Entretanto, Leong Iek Hou revelou ontem que todas as pessoas infectadas com covid-19 actualmente “estão estáveis”, sem a existência de casos graves, e que os pacientes mais idosos ou portadores de doenças crónicas estão a ser medicados com anti-virais.
Ainda no plano farmacêutico, a médica revelou ontem que os lotes de vacinas para crianças até aos 5 anos “deve chegar ainda este mês”.
Hoje, arranca mais uma ronda de testes em massa, que se realiza entre as 07h e a meia-noite e amanhã entre as 07h e as 18h. Para responder às queixas de escassez de arranjos para pessoas com necessidades especiais, idosos e grávidas, as autoridades indicaram ontem que serão adicionadas filas especiais nos postos Riviera Macau Terminal e Centro de Actividade do Ensino Técnico-Profissional em Seac Pai Van.
Outro caso discutido também ontem, foi o das amostras desaparecidas no Centro de Actividades do Bairro do Hipódromo, posto gerido pela Pureza Medical and Health Technology Limited. Leong Iek Hou revelou que as autoridades de saúde pediram à instituição um relatório sobre o sucedido, tendo as pessoas envolvidas sido contactadas e realizado novos testes, todos com resultado negativo.
A médica afirmou ainda que o contrato de adjudicação para desempenhar o serviço de testagem tem cláusulas que estabelecem responsabilização, mas que a empresa está a analisar todos os procedimentos adoptados até aqui para “optimizar a situação” e providenciar formação aos profissionais.

4 Nov 2022

Air Macau | Inverno e Primavera com mais ligações ao Interior

A Air Macau está a preparar a chegada do Inverno e da Primavera com o reforço dos voos entre 17 destinos no Interior da China e Macau.
A companhia aérea vai reajustar a frequência de voos de acordo com as estimativas de aumento de turistas que escolhem Macau como destino durante a época de viagens Inverno/Primavera, que decorre até 25 de Março de 2023. O número de voos poderá subir acima dos 40 por cento em termos anuais, para um total de 5.723 voos.
As 17 cidades abrangidas pelo plano são Pequim, Xangai, Chengdu, Hangzhou, Nanjing, Changzhou, Nantong, Tsingtao, Ningbo, Wenzhou, Yiwu, Tianjin, Taiyuan, Chongqing, Xiamen, Nanning, e Zhengzhou.
Entre o total de voos previstos, pouco mais de metade são “rotas-chave”, como Pequim, Xangai, Hangzhou e Chengdu.
“A partir deste mês, os residentes do Interior da China podem viajar para Macau usando o visto electrónico. Esta medida irá facilitar muito o requerimento de vistos para Macau e, como tal, representará um forte crescimento ao nível da entrada de turistas”, indicou a companhia em comunicado na língua chinesa, citado pelo portal GGR Asia.

4 Nov 2022

“NFT Against Poverty”, a mostra solidária e leilão de arte

Duas dezenas de artistas locais transformaram a sua criatividade numa arma na luta contra a pobreza. Uma colecção eclética de obras é apresentada hoje no Art Garden. As receitas do leilão revertem para a Oxfam, num esforço criativo de luta contra a pobreza

 

 

Dois acontecimentos históricos acontecem hoje pela primeira vez em Macau, num só acto: A primeira venda pública de NFTs no território e o primeiro evento de beneficência com base em NFT.

Organizada pela Macau Art For All Society (AFA), é apresentada hoje no Art Garden, pelas 18h30, a exposição “NFT Against Poverty” – Online Charity Art Exhibition. A mostra solidária reúne trabalhos de 20 artistas locais que vão a leilão na plataforma ArtsBite, com as verbas apuradas a reverterem para a Oxfam, a conhecida confederação internacional que congrega mais de duas dezenas de organizações de caridade centradas no alívio da pobreza.

A exposição é o somatório dos trabalhos de 20 artistas de Macau que responderam ao repto criativo de partir da história inspiradora da Oxfam no combate à pobreza.

A AFA indica que o objectivo da iniciativa é aliar arte e tecnologia num esforço concertado para ajudar quem mais precisa. A lista de artistas que participam na mostra é composta por Alex Marreiros, Álvaro Barbosa, Anny Chong, Dave Shao, Ellison Lau, Fan Sai Hong, Gloria Wong, Karen Yung, Kiko Lam, Kit Lee, Kun Wang Tou, Lai Sut Weng, Pundusina, Leong Chon, Miguel Rosa Duque, Pakeong Fortes Sequeira, Tiger Statics, Tun Ho, Vincent Cheang e Yolanda.

Apesar de existir um tema transversal a unir todos os trabalhos, as formas de expressão artísticas são variadas, indo da tradicional pintura a óleo à arte digital e a imagens geradas por computadores.

Do que estamos a falar

A organização da mostra indica que a lista de criadores conta com “artistas gráficos e digitais” com grande experiência, designers de som, pintores, fotógrafos e artistas que trabalham com imagens geradas através de software e que representam várias gerações de criatividade artística.

“Através de uma plataforma tão desafiante como o NFT e dos conceitos de ‘humanidade como um todo’ e ‘mútua valorização’, apresentamos trabalhos de uma nova geração de criadores de arte contemporânea de Macau que têm os olhos postos no futuro”, indica a AFA.

A associação sublinha que os NFTs vendidos no leilão serão comprados em patacas e que não será possível usar criptomoeda. Este aviso aponta uma pista para o que é um NFT. A sigla inglesa non-fungible token dá algumas dicas sobre a diferença na forma como o NFT se distingue da moeda e outros itens fungíveis passíveis de troca e que se gasta ou consome.

Ao contrário das criptomoedas, os NFTs não são intercambiáveis, mas tratados como exemplares únicos como obras de arte e objectos raros.

3 Nov 2022

Primeiros 10 meses do ano com metade das receitas face a 2021

As receitas da indústria do jogo de Macau atingiram em Outubro o valor mais elevado desde Fevereiro. Ainda assim, caíram 10,7 por cento em termos anuais. Em relação ao mês anterior, Outubro representou um aumento de receitas de 31,6 por cento

 

 

Cumprindo a tradição e aproveitando os “bons ventos” dos feriados da Semana Dourada, o mês de Outubro conseguiu os melhores resultados em termos de receitas do jogo desde Fevereiro passado, que ainda assim caíram 10,7 por cento em comparação com Outubro de 2021. Os dados foram revelados na terça-feira pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), dia que representou para a população de Macau mais um teste em massa, na sequência da detecção de múltiplos casos positivos de covid-19 no território.

No mês passado, os casinos arrecadaram 3,9 mil milhões de patacas, quando no ano passado tinham contabilizado 4,37 mil milhões de patacas, de acordo com os números da DICJ.

Ainda assim, as receitas de Outubro representam um aumento de 31,6 por cento em comparação com o mês anterior, no qual os casinos arrecadaram 2,9 mil milhões de patacas.

Numa nota emitida na terça-feira, os analistas da JP Morgan Securities (Asia Pacific) Ltd realçam que o resultado do mês passado corresponde a uma média diária de 126 milhões de patacas arrecadadas pelos casinos do território. “Este resultado representa apenas 15 por cento dos níveis pré-pandémicos, o que não surpreende tendo em conta as circunstâncias actuais”, concluem os analistas, citados pelo portal GGR Asia.

 

 

Visão alargada

De acordo com aos dados divulgados pela DICJ, os casinos de Macau apuraram entre 1 de Janeiro e 31 de Outubro desde ano 35,72 mil milhões de patacas, valor global que foi 50,5 por cento inferior ao verificado no mesmo período do ano passado.

Depois de uma autêntica travessia do deserto durante o Verão, todos os sectores da sociedade aguardaram pela Semana Dourada, nos primeiros sete dias de Outubro, com antecipação. Entre 1 e 7 de Outubro deste ano, Macau acolher 182.284 visitantes, uma subida significativa em relação ao ano passado, quando entraram em Macau pouco mais de oito mil pessoas, mas muito longe de quase um milhão de visitantes registados em 2019.

 

 

Com Lusa

3 Nov 2022

Previstos 40 mil visitantes diários com vistos electrónicos

Vários representantes locais da indústria do turismo encaram com bons olhos o retorno da emissão de vistos electrónicos para entrar em Macau, esperando cerca de 40 mil visitantes por dia. Produtos diferenciados e promoção são apontados como os caminhos a seguir

 

 

Apesar de ainda não existirem dados de quantas pessoas entraram em Macau usando vistos electrónicos, que voltaram a ser emitidos na terça-feira, o sector do turismo encara com optimismo os próximos tempos, não obstante as restrições impostas pelo combate à pandemia.

A medida, anunciada na segunda-feira pela Administração de Imigração chinesa, representa a atenção que o Governo Central presta a Macau, conferindo grande confiança às pequenas e médias, indicou ao jornal Ou Mun o presidente da Associação da Indústria Turística de Macau, Andy Wu. O representante estima que o número de visitantes a entrar em Macau pode subir para cerca de 40 mil por dia.

Na óptica de Andy Wu, o próximo passo será a acção coordenada entre Governo e empresas ligadas ao turismo no reforço da publicidade de Macau enquanto destino apetecível e seguro nas áreas do Interior que vão poder organizar excursões ao território: Xangai e as províncias de Zhejiang, Jiangsu, Fujian e Guangdong.

Por seu turno, o deputado e presidente da Associação das Agências de Turismo de Macau, Cheung Kin Chung, destacou a importância de adequar a oferta de voos à procura dos locais de origem dos turistas, nomeadamente à situação económica dos visitantes, interesses e volume.

Além disso, o deputado sublinhou a importância de elaborar itinerários turísticos que realcem as qualidades únicas de Macau em termos patrimoniais e gastronómicos. Outra das apostas, pode ser a promoção da cultura do automobilismo nos produtos turísticos vendidos no Interior da China, por exemplo, com a inclusão de ingressos para o Grande Prémio de Macau, ou eventos conexos.

 

Estrangeiros, nem vê-los

Pernoitar é essencial. Esta é a ideia defendida por Chang Chak Io, da Associação Económica de Macau, que enfatiza a necessidade de procurar um turismo sustentado com visitantes que pernoitem no território.

O responsável destacou as restrições que continuam a afastar turistas estrangeiros de Macau, assim como as condicionantes económicos que limitam o consumo de visitantes oriundos do Interior da China. O presidente da Associação Comercial de Macau, Frederico Ma, sugere que o Governo lance medidas de incentivo para os turistas que não se sentem tão à vontade para gastar dinheiro na RAEM. Cupões de consumo e descontos subsidiados são soluções apontados por Frederico Ma para atrair turistas de Xangai, Zhejiang, Jiangsu, Fujian, e Guangdong.

3 Nov 2022

Vistos electrónicos e excursões de regresso

A Administração de Imigração chinesa vai voltar a emitir, a partir de amanhã, vistos electrónicos para entrar em Macau. Também as excursões voltam a ser permitidas. Depois de mais de dois anos de interrupção, a novidade foi recebida pelo Governo da RAEM com entusiasmo e gratidão

 

 

Apesar de Macau estar a lidar com um surto neste momento, foi ontem anunciado pela Administração de Imigração do Interior da China que será hoje retomada a emissão de vistos electrónicos e a autorização para que excursões possam vir a Macau.

Desde o início da pandemia, o Governo Central suspendeu as viagens em grupo e a emissão de vistos para turistas individuais com destino a Macau, para prevenir surtos de covid-19.

O comunicado da autoridade chinesa indica que a retoma dos serviços pretende “conciliar de forma eficiente a prevenção e controlo da pandemia com o desenvolvimento económico e social”.

Porém, pessoas oriundas de áreas de médio e alto risco no Interior vão continuar impedidas de requerer visto electrónico ou participar em visitas de grupo. A Administração de Imigração nacional apelou ainda aos cidadãos chineses para “prestarem atenção à situação pandémica em Macau e no Interior da China, assim como às medidas de gestão, prevenção e controlo da pandemia”. Além disso, é indicado que devem “obedecer rigorosamente às exigências sanitárias e planear racionalmente as viagens de forma a proteger a saúde e segurança”.

 

Agradecimentos comovidos

Recorde-se que as restrições impostas a turistas chineses desde que começou a pandemia, causaram uma queda de mais de 80 por cento no número de turistas em Macau nos dois últimos anos, em comparação com 2019, ano em que a cidade recebeu 40 milhões de visitantes.

Ainda assim, a reacção do Governo local ao levantamento das proibições foi de profunda gratidão. “O Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, em nome do Governo da RAEM, expressa os mais sentidos agradecimentos ao Governo Central, e demais ministérios e organismos relevantes, pelo forte apoio dado a Macau”, pode ler-se num comunicado do Gabinete de Comunicação Social.

Ho Iat Seng acrescentou ainda que as medidas anunciadas pela Administração de Imigração nacional vão beneficiar o desenvolvimento da indústria do turismo de Macau e fomentar a recuperação económica.

À semelhança do comunicado de agradecimento pela autorização para ampliar o Aeroporto Internacional de Macau, Ho Iat Seng enalteceu as “valiosas orientações” e o “forte apoio” do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado e do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central na RAEM.

 

Voz do sector

A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) reafirmou que irá cooperar com o sector para facilitar a implementação de medidas de prevenção da pandemia, assim como promover Macau no Interior como um destino seguro, em especial tendo em conta os eventos de preparados para o resto do ano.

O organismo liderado por Helena de Senna Fernandes acrescenta que “com a implementação gradual de medidas do Governo Central que beneficiam Macau, é esperado o aumento do número de turistas”.

A DST indicou estar a trabalhar na organização de eventos atractivos, no lançamento de campanhas publicitárias e no apoio ao sector para a optimização de produtos turísticos, ao mesmo tempo que coordena com agências do Interior a logística para que tudo esteja pronto para receber excursões.

Em declarações à Lusa, o presidente da Associação de Indústria Turística de Macau disse também esperar que, a médio prazo, a retoma leve ao aumento substancial do número de turistas. Andy Wu Keng Kuong disse acreditar que os turistas chineses continuam a ver o território como um destino seguro, apesar de a cidade ter detectado oito casos de covid-19 desde quarta-feira.

No domingo, a directora do Departamento de Comunicação e Relações Externas da Direcção de Serviços de Turismo, Lau Fong Chi, garantiu que o recomeço das excursões organizadas não ia ser afectado pelos recentes casos de covid-19.

 

 

Com Lusa

2 Nov 2022

Leong Sun Iok pede protecção no trabalho para infectados por covid-19

Leong Sun Iok quer que o Governo assegure os direitos laborais dos trabalhadores infectados com covid-19 durante o horário de trabalho. Apesar de a lei prever genericamente compensações para estes casos, o deputado denúncia situações em que seguradoras pedem um documento que certifique a fonte da infecção. Algo que as autoridades não fornecem

 

Uma das questões recorrentes nas conferências de imprensa das autoridades de saúde, relativa à investigação epidemiológica, prende-se com a fonte das infecções de covid-19. Invariavelmente, as respostas apontam para conjunturas e desconhecimento em relação à origem.

Esta situação de dificuldade para detectar fontes de contágio está a ter ramificações nos direitos laborais, segundo uma interpelação escrita divulgada ontem por Leong Sun Iek.

O deputado da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) perguntou ao Governo como vai compensar os trabalhadores que são infectados no lugar de trabalho, ou enquanto desempenham as suas funções. Segundo o legislador, a lei da reparação por danos emergentes de acidentes de trabalho e doenças profissionais não dá cobertura a quem é infectado por covid-19 no trabalho, uma vez que as seguradoras competentes para atribuir a compensação exigem documentação que não existe: um certificado que comprove a fonte de contágio de covid-19.

O deputado exemplifica a questão com a queixa de um trabalhador que se dirigiu à Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) devido a dificuldades em ser compensado pela seguradora, que lhe terá pedido “um certificado de fonte de infecção” emitido pelos Serviços de Saúde. O queixoso entrou em contacto com o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus e ficou a saber que os Serviços de Saúde não emitem esse tipo de documentação.

 

Só e desamparado

Sem direito a compensação, com o ordenado cortado devido à obrigação de se ausentar do trabalho, o funcionário “sentiu-se injustiçado e desamparado”, sem mecanismo ou entidade a quem recorrer.

O deputado perguntou à DSAL quantos trabalhadores ficaram na mesma situação desde o início da pandemia e quantos conseguiram ser compensados com base na lei dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais.

Desde que começou a pandemia, a saúde e capacidade de subsistência de muitos trabalhadores de Macau foi afectada pela obrigação de cumprir quarentena, pela própria infecção de covid-19 (em especial no surto que começou a 18 de Junho), levando a autênticos testes de stress à força física e mental das pessoas.

Leong Sun Iok reconhece que o Governo tem implementado muitas medidas para atenuar os efeitos do combate à pandemia, porém, em termos laborais, não existem salvaguardas que compensem trabalhadores cujos rendimentos são afectados por quarentenas, demarcação de zonas vermelhas, confinamentos e mesmo infecções.

Apesar de reconhecer que não é fácil determinar e provar a fonte de contágio de covid-19, o deputado da FAOM acha que é obrigação do Executivo proteger o proletariado. Assim sendo, enumera os exemplos de Taiwan e França onde as infecções de covid-19 já são listadas como doenças profissionais que podem dar direito a compensação.

Além disso, Leong Sun Iok destaca o Reino Unido e Hong Kong entre jurisdições que estão a rever as leis de forma a não deixar os trabalhadores desprotegidos num mercado de trabalho afectado pela pandemia. Face aos exemplos internacionais, o deputado perguntou ao Governo de Ho Iat Seng se tem intenção de rever as leis para reforçar a protecção dos trabalhadores.

2 Nov 2022

Eventos culturais cancelados, incluindo o último dia da Lusofonia

A descoberta ontem de casos positivos de covid-19 levou o Instituto Cultural a cancelar eventos e “actividades artístico-culturais de grande envergadura”. O último dia do Festival da Lusofonia foi uma das baixas. A presidente da Casa de Portugal considera uma medida um “exagero” e irracional

 

À semelhança do que aconteceu no passado, a detecção de casos positivos de covid-19 está a levar à paralisação da cidade. A vaga de anúncio de cancelamentos começou com o “Oktoberfest Macau at MGM”, que terminaria ontem. O final abrupto do evento foi divulgado quase em simultâneo com a confirmação oficial de que o MGM Cotai seria também encerrado.

Logo ao início da tarde, surgiria o anúncio do Instituto Cultural (IC). “Devido à evolução da situação da pandemia de covid-19, e de forma a garantir a segurança dos participantes, o Instituto Cultural cancela os seguintes eventos artístico-culturais de grande envergadura: O 25.º Festival da Lusofonia, o 4.º “Encontro em Macau – Festival de Arte e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa incluindo a “Exposição de Livros Ilustrados em Chinês e Português” e Prova de Vinhos, bem como a Festa de Promoção da “Lei de Salvaguarda do Património Cultural” 2022, o concerto de Abertura da Temporada da Orquestra Chinesa de Macau 2022-23 ‘Impressões das Montanhas Taihang’”.

Sobre o cancelamento do Festival da Lusofonia, a presidente da Casa de Portugal não escondeu a desilusão pela decisão do Governo. “Foi, sobretudo, um grande decepção, porque a festa estava a decorrer maravilhosamente”, afirmou Amélia António à TDM – Rádio Macau.

A responsável da instituição destacou o grande prejuízo que o cancelamento acarreta, nomeadamente na área da restauração, com todas as refeições que já estavam prontas para consumo, antes de ser anunciado o cancelamento. “Há coisas que acho que são um bocadinho demais, não entendo (…). Não há aqui gente de fora, é fundamentalmente gente de Macau. Acho que isto é um bocado exagero”, afirmou Amélia António à mesma fonte.

Festival suspenso

Também a sessão de beneficência integrada no XXXIV Festival Internacional de Música de Macau “O Contemporâneo Encontra a Tradição” foi cancelado.

Num ano em que o cartaz do evento contava apenas com presenciais de Macau e do Interior da China, o espectáculo de beneficência que iria encerrar o festival não foi caso isolado. No dia 12 de Outubro, o IC anunciou que “devido às medidas de prevenção e controlo da pandemia no Interior da China e à impossibilidade do grupo artístico se deslocar a Macau, o programa Long Yu e a Orquestra Sinfónica de Xangai foram canceladas.

Também a Masterclass de Piano com Chen Yunjie e o concerto “À Conversa com Chen Yunjie sobre Alexander Scriabin” foram cancelados.

O “Mercado com Destaque para os Produtos do Mundo Lusófono e Macau 2022” (Templo de Pak Tai), que decorria no Largo Camões, foi encerrado prematuramente, quatro horas mais cedo do que estava previsto.

O mercado era organizado pelo “Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau”, que pediu compreensão e colaboração dos convidados e expositores.

Desporto em pausa

A vaga de suspensão de eventos não se restringiu à cultura. Também o Instituto do Desporto (ID) reagiu à descoberta de casos positivos ontem. “Devido à evolução da situação de epidémica, e para garantir a segurança dos participantes, o ID anuncia que as actividades “Corridas de Obstáculos Macau 2022” e “Super Kids Macao” que previa realizar hoje [ontem] à tarde serão canceladas”.

Também para ontem à tarde, estava programado um evento para a família no espaço do Lisboeta Macau, no Cotai, sob o tema do Halloween. “Para cooperar com as medidas anti-pandémicas do Governo da RAEM, informamos que o evento “Halloween Fun Run”, no espaço ao ar-livre H835 do Lisboeta Macau, foi cancelado.

31 Out 2022