Meteorologia | Trovoada e granizo afectaram Macau

Durante a noite de terça-feira e madrugada de ontem, Macau foi afectado por uma tempestade, com trovoadas, chuva torrencial e queda de granizo, algo que não acontecia no território desde 2011. Devido à influência de uma depressão de baixa pressão, o tempo hoje vai continuar instável

 

Na noite de terça-feira, por volta das 21h20, foi registada chuva de granizo em várias zonas de Macau. Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) indicaram ontem de madrugada que o fenómeno não se verificava desde 2011, quando choveu granizo na zona do aeroporto de Macau.

Os SMG começaram por emitir mensagens de aviso sobre o estado do tempo por volta das 19h25 de terça-feira, e às 20h45 emitiram um alerta para a possibilidade de chuva de granizo, e avisos de tempestade amarelo e vermelho. Durante este período, além do granizo, o território foi afectado por intensas chuvadas e rajadas de vento forte, sem que tenha havido registo de estragos ou feridos.

As autoridades referem que os dados de monitorização recolhidos por radar mostraram o aparecimento de vórtices de mesoescala no ar a leste da Península de Macau. Estes fenómenos estão associados a chuvas torrenciais, rajadas violentas de vento, granizo, descargas atmosféricas e, eventualmente, tornados. Devido ao aparecimento dos vórtices, os SMG não afastavam ontem a possibilidade de ontem surgirem trombas de água.

Os SMG apelaram à população para prestar atenção extra às mudanças meteorológicas antes de sair de casa e para seguir as informações e alertas de tempestade. Segundo as previsões meteorológicas, Macau poderá voltar a ter céu limpo amanhã, e subida de temperatura, com a máxima a atingir 28 graus.

Noite eléctrica

Na região vizinha, o Observatório de Hong Kong registou 9.437 relâmpagos ou descargas nuvem/terra durante um período de 14 horas, a partir das 21h de terça-feira. O mau tempo levou mesmo a problemas no aeroporto de Hong Kong, com vários voos a terem de ser desviados para outros aeroportos.

Em Zhuhai, as autoridades emitiram alertas de tempestade e apelaram à população para a possibilidade de rajadas de vento forte e para a ocorrência de tornados.

No início de Abril, uma tempestade de vento e granizo que se abateu durante quatro dias na província de Jiangxi, no sudeste da China, causou sete mortos e afectou 93.000 pessoas.

No fim-de-semana passado, pelo menos cinco pessoas morreram e 33 ficaram feridas depois de um tornado ter atingido Guangzhou. A agência Xinhua disse que cerca de 140 fábricas ficaram danificadas, mas não houve relatos de casas desmoronadas na capital da província de Guangdong.

2 Mai 2024

Crime | 86 suspeitos detidos por troca de dinheiro

Uma operação conjunta das polícias de Macau e do Interior da China desmantelou uma rede criminosa de troca de dinheiro e passagem de moeda falsa que resultou em prejuízos de cerca de 18 milhões de dólares de Hong Kong. No total, foram detidos 86 suspeitos. A larga maioria das vítimas são cidadãos chineses

 

Na terça-feira, a Polícia Judiciária (PJ) anunciou o desmantelamento de um grupo criminoso transfronteiriço que se dedicava há, pelo menos, um ano e três meses à troca de dinheiro e passagem de moeda falsa. No total, o grupo causou prejuízos de 18 milhões de dólares de Hong Kong em, pelo menos, 70 casos de fraude em troca de dinheiro em casinos de Macau. As vítimas eram na sua larga maioria turistas e jogadores chineses.

Em conferência de imprensa na terça-feira, Tang Kam Va, da divisão de investigação de crimes relacionados com o jogo, da PJ, explicou como o grupo operava. Em primeiro lugar, as vítimas entregavam ao grupo quantias em renminbis através de transferência bancária ou aplicações de pagamento electrónico. Em retorno, as vítimas recebiam em numerário dólares de Hong Kong, onde estavam incluídas réplicas, ou seja, notas de treino e notas falsas usadas para produções de televisão e cinema.

Depois de identificado o dinheiro falso, as vítimas tentavam, em vão, contactar o “patrão” para serem reembolsadas.

“Desde Janeiro do ano passado, detectámos um total de 70 casos semelhantes envolvendo o modus operandi desta associação criminosa, dos quais 60 casos envolveram o uso de notas de treino e em 10 casos foram usadas notas de adereço para cinema e televisão, resultando num prejuízo total de 18 milhões de dólares de Hong Kong”, indicou Tang Kam Va, citado pelo Canal Macau da TDM.

Molhos de réplicas

No total, no fim da operação conjunta, foram apreendidas perto de 20 mil notas de treino e 2 mil de adereço para produções televisivas e cinematográficas. As réplicas eram de notas de 500 e 1.000 dólares de Hong Kong.

Foram detidos 65 suspeitos em Macau e 21 no Interior da China, incluindo dois cabecilhas do grupo, nas províncias de Guangdong, Zhejiang e Guangxi. Entre os suspeitos detidos na RAEM encontra-se o mais novo de todos, um jovem de 16 anos de idade.

Segundo as autoridades policiais, os dois cabecilhas do grupo aliciavam online pessoas para trazer de Zhuhai para Macau as notas falsas, pagando entre 6 a 30 por cento do valor transportados aos contrabandistas. Além disso, mais de uma dúzia de pessoas disponibilizaram as suas contas bancárias e de aplicações móveis de pagamento electrónico para receber o dinheiro apurado pelo esquema fraudulento.

2 Mai 2024

Gripe A | Governo apela à vacinação após aumento de infecções

A partir de meados de Março, os Serviços de Saúde registaram um aumento significativo dos casos de gripe no território, em especial afectando adultos. O vírus da influenza A do subtipo H1 é o mais prevalente, representando quase 84 por cento das infecções. Face a este cenário, o Governo aconselha a população a vacinar-se, em especial os grupos de risco

 

“Os Serviços de Saúde afirmam que de acordo com os dados de monitorização, actualmente, as doenças gripais em Macau ainda estão activas, pelo que apelam aos cidadãos para reforçarem a prevenção”, indicaram ontem as autoridades de saúde.

De acordo com os dados da monitorização hospitalar das doenças gripais, a partir da segunda quinzena de Março, o número de doentes adultos com gripe aumentou significativamente. O aumento das infecções levou à maior procura dos serviços de urgência, com o pico de movimento a ser atingido a meio de Abril. Nesse período, 7,5 por cento dos utentes adultos que foram às urgências tinha gripe, enquanto nas crianças a percentagem atingiu os 30,1 por cento.

Em relação à taxa de positividade dos testes do vírus influenza, as autoridades dão conta de um aumento para 14,9 por cento na segunda quinzena de Abril, face à taxa de 9,5 por cento no mesmo período do mês passado. Variação que leva os Serviços de Saúde a concluírem que “o vírus ainda se encontra numa situação epidemiológica activa”.

A fruta da época

Neste momento, as autoridades indicam que o vírus da influenza A do subtipo H1 é o mais prevalente, responsável por 83,9 por cento das infecções, seguido do vírus da influenza A de subtipo H3 (8,1 por cento), do vírus da influenza B com 6,4 por cento e o vírus da influenza sem partição (1,6 por cento). Os outros vírus respiratórios detectados são enterovírus ou rinovírus, adenovírus, acrescenta o Governo.

Outro factor que demonstra ao aumento da circulação dos vírus da gripe, foi o número de infecções colectivas, principalmente em creches, instituições de ensino infantil e escolas primárias, que quase duplicou na semana de 14 a 20 de Abril, face ao mesmo período de Março, de 14 casos para 27 casos colectivos de infecção.

Além disso, as autoridades revelaram que na passada sexta-feira, um idoso de 79 anos faleceu infectado com gripe A.

Desde Janeiro até à passada sexta-feira, foram registados 63 casos graves de gripe com pneumonia (quatro casos mortais), 32 do sexo masculino e 31 do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 2 e os 99 anos, dos quais apenas 23 pessoas foram vacinadas.

Como tal, os Serviços de Saúde aconselham os “residentes que ainda não foram vacinados contra a gripe, em particular, as grávidas, crianças, idosos e doentes crónicos” a se vacinarem, uma vez que estão “mais susceptíveis a complicações graves ou a morte”.

30 Abr 2024

Contrabando | Zhuhai “aponta dedo” a TNR e jovens

A Procuradoria Popular da Cidade de Zhuhai afirmou que trabalhadores não-residentes de Macau e estudantes de escolas do território são os principais grupos envolvidos em contrabando. As autoridades indicaram também que este tipo de crime aumentou exponencialmente desde 2019

 

A Procuradoria Popular da Cidade de Zhuhai publicou um livro branco sobre contrabando, cujo conteúdo foi apresentado em conferência de imprensa no domingo. Na ocasião, as autoridades indicaram que os trabalhadores não-residentes (TNR) empregados em Macau e os alunos das escolas do território são os principais grupos detectados a passar contrabando pela fronteira.

“Descobrimos que as zonas activas dos grupos de contrabando se focam principalmente nas vias, lojas, bairros, habitações para arrendamento e lojas de distribuições nas proximidades dos postos fronteiriços, os TNR e alunos são um destaque nos grupos de contrabando,” revelou He Yajun, representante da procuradoria.

Importa referir que tanto no lado de Macau, nas imediações das Portas do Cerco, como do lado de Zhuhai, existem lojas e quiosques que vendem produtos para ser transportados através da fronteira. Ao lado dos preços dos produtos está sinalizado o valor da recompensa e o número da loja do centro comercial de Gongbei que irá comprar o produto.

É também presença constante no centro comercial adjacente ao posto de Gongbei, comerciantes que fazem troca de moeda em lojas que vendem produtos de mercearia, com o som das máquinas de contar dinheiro a fazerem parte da paisagem sonora.

Apesar desta realidade à vista desarmada, o representante da procuradoria da cidade vizinha sublinhou a necessidade de reforçar a coordenação interdepartamental em pesquisa e julgamento de inteligência, gestão e controlo de pessoal, investigações conjuntas e divulgação da lei.

Oh Elvas, oh Elvas

Mesmo face à existência de lojas que vendem e compram os produtos que atravessam a fronteira, as autoridades indicaram que é difícil desvendar crimes de contrabando, porque as associações criminosas usam a internet e aplicações de chat para organizarem a actividade.

As autoridades da cidade vizinha revelaram que, nos últimos cinco anos, o contrabando tornou-se muito mais frequente, com 1.299 casos detectados, que resultaram na acusação a 2.346 pessoas que terão entrado na China com produtos proibidos.

Desde a pandemia até à actualidade, os casos de contrabando passaram de 57 em 2019 para 381 no ano passado, enquanto as pessoas envolvidas passaram de 99 em 2019 para 516 em 2023. Também o contrabando através de embarcações mais que duplicou nos períodos em análise, passando de 20 para 46 casos no ano transacto.

Também nos últimos cinco anos, a Procuradoria Popular da Cidade de Zhuhai processou 37 casos de lavagem de dinheiro de montantes apurados por redes de contrabando.

30 Abr 2024

Fronteiras | China alarga para 14 dias duração de vistos para negócios

A Administração Nacional de Imigração anunciou que a partir de 6 de Maio a duração dos vistos de negócios será aumentada para 14 dias. Por outro lado, turistas que participem excursões vão poder atravessar várias vezes a fronteira entre Macau e Hengqin durante uma semana. O Governo de Macau agradeceu as seis medidas anunciadas

 

A Administração Nacional de Imigração anunciou ontem um conjunto de seis medidas de facilitação fronteiriça para entrar em Macau e Hong Kong.

A partir de 6 de Maio, data em que passam a estar em vigor as novas medidas, a validade dos vistos de negócios para cidadãos chineses entrarem em Macau e Hong Kong são alargados dos actuais sete dias para 14 dias. Estes pedidos podem ser feitos em qualquer departamento da Administração Nacional de Imigração espalhados pelo país, independentemente da região onde está sediada a empresa que requer o visto para o trabalhador.

Outra novidade, que pode trazer grande impacto às regiões administrativas especiais, é a possibilidade de requerer online pedidos de documentos de passaporte, salvo-conduto em 20 cidades (Pequim, Tianjin, Shenyang, Harbin, Xangai, Nanjing, Hangzhou, Ningbo, Hefei, Xiamen, Jinan, Qingdao, Zhengzhou, Guangzhou, Shenzhen, Zhuhai, Chongqing, Chengdu, Kunming e Xi’an).

Com a perspectiva de facilitar o intercâmbio profissional, as autoridades nacionais vão passar a permitir que pessoas oriundas de Pequim e Xangai que pertençam a seis sectores-chave obtenham vistos para permanecer em Macau e Hong durante até 30 dias, durante um período de validade entre um e cinco anos, com entradas múltiplas. Estes vistos são destinados a talentos de pesquisa científica, cultura e educação, saúde, sector jurídico e gestão.

Um mais quatro

Foram também facilitados os vistos por outras razões, além de turismo e negócios. Assim sendo, cidadãos chineses que venham a Macau e Hong Kong para participar em convenções e exposições, espectáculos podem requer um visto com múltiplas entradas e validade de um ano. Neste capítulo estão incluídos os cidadãos chineses que venham a Macau e Hong Kong para realizar tratamentos médicos, podendo vir acompanhados por duas pessoas.

Finalmente, será permitido aos turistas chineses que visitem Macau em excursões entrar e sair em Hengqin várias vezes durante sete dias.

O Chefe do Executivo manifestou “os sinceros agradecimentos, em representação do Governo da RAEM, ao Governo Central, ao Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Comité Central do PCC, à Administração Nacional de Imigração e aos ministérios competentes”.

O Governo de Macau multiplicou-se em comunicados a agradecer as medidas. “As novas medidas favoráveis do Governo Central contribuirão para consolidar o papel de Macau enquanto centro mundial de turismo e lazer, e criar mais condições vantajosas para o desenvolvimento da diversificação adequada da economia”, indicou o Gabinete de Comunicação Social.

O Executivo de Ho Iat Seng afirmou ainda que “Macau está bem preparado para receber mais excursões do Interior da China e captar quadros qualificados de qualidade elevada”.

29 Abr 2024

Taipa | Dois feridos e 150 retirados de casa devido a incêndio

Um incêndio de grandes proporções no Edifício do Lago, na Taipa, obrigou à retirada de 150 pessoas de casa na madrugada de ontem e resultou em duas moradoras feridos, uma delas com queimaduras de primeiro grau. Os bombeiros suspeitam que um curto-circuito esteve na origem do fogo

 

Foto do jornal Ou Mun

Na madrugada de ontem, por volta das 05h da manhã, um apartamento no 9.º andar de uma das torres do Edifício do Lago, na Taipa, irrompeu em chamas. O cenário dantesco, com furiosas labaredas a fustigar as paredes exteriores do Bloco 4, levou à retirada de 150 moradores dos seus apartamentos e um grande aparato de socorro.

O Corpo de Bombeiros acorreu ao local e, com o auxílio de uma escada aérea, extinguiu o incêndio no apartamento do 9.º andar, que ficou severamente danificado, assim como o andar de cima e a parede exterior do edifício. Durante a intervenção dos bombeiros, os moradores foram retirados de suas casas e foram socorridas duas pessoas. Os moradores feridos foram uma mulher de 44 anos que reside no apartamento onde deflagraram as chamas, apresentando queimaduras de primeiro grau num braço e uma moradora, de 36 anos, de um apartamento no 29.º andar que sentiu falta de ar devido à inalação de fumo.

A mulher que sofreu queimaduras recebeu tratamento no local e recusou ser transportada para o hospital, mas a mulher que inalou fumo foi transferida para o Centro Hospitalar Conde de São Januário. Ambas as moradoras estão em estado estável.

História que se repete

Como é habitual nos incêndios residenciais que assolam o território, os bombeiros, numa primeira análise, suspeitaram que um curto-circuito tenha estado na origem do incêndio.

No primeiro trimestre deste ano, o Corpo de Bombeiros foi chamado a acorrer a incêndios 254 vezes, total que correspondeu a um aumento de 5,83 por cento em termos anuais. Deste total de saídas, em 204 ocasiões não foi preciso recorrer a mangueiras para extinguir o fogo, ou seja, em 80,3 por cento das saídas.

A estatística revelada há duas semanas destaca que as principais causas dos incêndios foram o esquecimento de desligar fogões, curto-circuito das instalações eléctricas, queima de incensos e velas/papéis votivos ou falhas mecânicas de equipamentos.

26 Abr 2024

TNR | Poder do Povo pondera manifestação se exigências forem ignoradas

A associação Poder do Povo entregou ontem uma carta ao Governo a mostrar desagrado face à política de captação de quadros qualificados e guias turísticos não-residentes. Apesar de não planear, novamente, organizar uma marcha no dia 1 de Maio, a associação pondera sair à rua se as suas exigências forem ignoradas

 

A associação Poder do Povo entregou ontem cartas à Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais e à secretaria para a Economia e Finanças a demonstrar o seu desagrado face à política de contratação de guias turísticos e quadros qualificados não-residentes e argumentando que as medidas levantam muitas dúvidas à população.

O presidente da associação, Lam Weng Ioi, defende que seja dada prioridade a residentes para os trabalhos que o Governo gostaria de reforçar. Porém, quando questionado se iria organizar uma manifestação ou marcha no Dia do Trabalhador, como costumava acontecer antes da pandemia, o dirigente afastou essa possibilidade dos planos imediatos. “Não planeamos organizar nenhuma manifestação no Dia do Trabalhador. Mas podemos vir a fazê-lo se for oportuno e os nossos pedidos forem ignorados muitas vezes”, indicou.

Face à questão se estaria preocupado com a organização de uma manifestação, algo que deixou de existir em Macau, Lam Weng Ioi afirmou que a sua associação cumpre sempre a lei.

A Poder do Povo era uma das organizações de cariz laboral que costumava juntar-se ao tradicional cortejo reivindicativo do dia 1 de Maio, que desapareceu da agenda política da RAEM desde a pandemia.

Línguas não populares

Uma das reivindicações da Poder do Povo é dirigida à retórica usada pela Direcção dos Serviços de Turismo, que justificou a contratação de guias turísticos estrangeiros e não-residentes para corresponder ao desejo de atrair visitantes do exterior. “Recebemos queixas de sócios contra esta ideia. Se for necessário contratar guias turísticos que dominam línguas estrangeiras, os guias locais que falam chinês e inglês conseguem servir a maioria dos turistas,” afirmou ontem o presidente da associação.

Lam Weng Ioi acrescentou que as razões apontadas pelo Governo para contratar profissionais no exterior são fracas e que, cada vez mais, os turistas que visitam Macau são oriundos do Interior da China. Portanto, o dirigente duvida que haja um mercado de visitantes estrangeiros que justifique a contratação de não-residentes.

Em relação à política de captação de quadros qualificados no exterior, o presidente da Poder do Povo alerta para a possibilidade de a medida sofrer abusos, alimentando esquemas de fixação de residência, à semelhança do caso de corrupção que acabou na barra dos tribunais com a condenação de Jackson Chang.

O dirigente mostrou-se ainda incrédulo face à vontade do Governo de captar talentos exteriores que estudem em Macau. “Já temos muitos licenciados locais. Porque o Governo não considera dar prioridade a estas pessoas?”, questionou.

26 Abr 2024

Contratação pública | Preocupação com regras de concorrência

Os deputados que estão a analisar na especialidade a proposta de lei da contratação pública querem evitar omissões no diploma que permitam que concursos públicos sejam “desenhados” de forma a beneficiar ou prejudicar determinados candidatos. O Governo garante que a lei vai assegurar a concorrência leal

 

A primeira Comissão Permanente da Assembleia Legislativa continua a analisar na especialidade a proposta de lei da contratação pública. Na reunião de terça-feira, o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, tentou tranquilizar os deputados que pediram rigor na elaboração do regime legal para impossibilitar que sejam lançados concursos públicos tendenciosos.

Segundo o resumo da reunião, realizado por Ella Lei que preside à comissão legislativa, os deputados apelaram ao Governo para prevenir que sejam lançados concursos públicos, por exemplo para aquisição de bens e serviços, onde a descrição do que se pretende claramente favoreça, ou exclua, um determinado candidato. Os legisladores querem evitar que seja possível que as regras do concurso sugiram uma marca ou empresa específica, de forma a garantir a imparcialidade e transparência.

De acordo com o relato de Ella Lei, citado pelo jornal Ou Mun, os representantes do Executivo asseguraram que o programa de procedimento, caderno de encargos e todos os documentos essenciais do procedimento de aquisição de bens e serviços devem seguir o princípio da concorrência leal.

GPS legal

Durante a reunião, que durou mais de duas horas, Lei Wai Nong afirmou que a intenção da reforma legal é estabelecer e implementar quatro princípios: o princípio da transparência e abertura, o princípio da competição leal, o princípio da abnegação e princípio da estabilidade.

Recorde-se que o Executivo justificou a necessidade alterar a lei da contratação pública porque a parte nuclear dos diplomas que regem despesas com obras e aquisição de bens e serviços vigoram há mais de três décadas.

Segundo Ella Lei, o Governo indicou que durante a fase de elaboração do contrato seja permitida o leque mais abrangente possível de candidatos.

Em relação aos princípios de transparência e publicidade, a deputada revelou que o Governo planeia regular as formas de informar o público sobre concursos de aquisições públicas.

Porém, podem vir a ser abertas excepções ao dever de informar o público e ao princípio da transparência, nomeadamente no que diz respeito a contratos de investimento financeiro e operações cambiais levadas a cabo pela RAEM. Além disso, estes contratos devem ser estipulados tendo em conta a segurança nacional e os interesses da população de Macau.

25 Abr 2024

Olhar para dentro

Hoje proponho um exercício desconfortável a quem vai meter um cravo vermelho na lapela e celebrar os 50 anos do 25 de Abril. De que forma honramos a liberdade conquistada com o derrube do fascismo e dignificamos as vidas sacrificadas para levantar o país das trevas?

Atenção, para já não me vou dirigir a eleitores do Chega ou de outros simpatizantes de forças políticas saudosistas do fascismo. Já lá vamos. Em primeiro lugar, convido o leitor a um momento de introspecção antes de celebrarmos o dia em que os portugueses se voltaram a emancipar.

Lanço um cravo e um ramo de oliveira para ultrapassar um imenso abismo que se cavou logo depois da revolução nas forças à esquerda do espectro político. Fomos aliados no derrube do fascismo, mas a nação precisa exorcizar o demónio da aspiração de querer manter o país amarrado a outro tipo de autocracia. Está mais do que na altura de entender a voz do povo expressa nas eleições constituintes de 1975, passou quase meio século desde então. O povo estava saturado de opressão e não queria uma PIDE com outro nome ou a mera reforma dos cárceres onde a divergência política era sinónimo de tortura e se penalizavam crimes de pensamento.

O respeito pela diferença de opinião, pela liberdade para a exprimir e a autonomia para seguir sonhos e ambições são conquistas de Abril que devemos defender intransigentemente. Portanto, olhemos para dentro, sem medo de fazer o exame exaustivo e perceber se temos tumores de fascismo dentro de nós. Porque estes tumores nunca são benignos e exigem extracção imediata.

Não basta meter o cravo na lapela e partilhar uma banalidade qualquer no Facebook, o 25 de Abril não deve ser um mero pretexto para beber um copo. Que acções, políticas, regimes, grupos, personalidades defendemos, ou branqueamos confortavelmente, apesar de contrárias ou asfixiantes do homem livre? Em que instâncias abdicamos da defesa da liberdade? E, por favor, não me venham com a cantilena bafiosa da harmonia e da ordem porque ocorre-me logo o António Ferro. A liberdade é turbulenta por natureza, a pluralidade pressupõe sempre um motim contido (ou não), uma agitação, inquietação e mais inquietação, confronto. Onde reinam o primarismo e a unanimidade não existem homens livres.

Será que temos centelhas de totalitarismo e primarismo em metástase a espalhar pelo corpo? Uma vez erradicados estes tumores estaremos mais apetrechados para lidar com o ressurgimento da extrema-direita.

Pão, tecto e alma

É indiscutível que Portugal não só ganhou em liberdades, como cresceu economicamente, se desamarrou do analfabetismo e criou as bases para sistemas nacionais de saúde e de ensino abrangentes. Foram construídas as fundações do Estado de Direito, aprovada a Constituição e a justiça deixou de estar, pelo menos exclusivamente, ao serviço do poder executivo e da opressão do seu povo.

Mas tudo isto é ténue, frágil e precisa de cuidado constante. Perder a liberdade é muito mais fácil do que conquistá-la.

Para combater este cancro de populismo e da fetichização do totalitarismo precisamos encarar a realidade de que o Chega nasceu no seio do PSD, um partido supostamente social e democrata, já para não dizer social-democrata. Também no antigo CDS militaram e militam fãs de Salazar. Deveríamos estar vacinados para este vírus, mas ele achou terreno fértil para alastrar nos partidos do arco da governação, que agora vêem o chão fugir-lhes debaixo dos pés. A alarvidade é sempre mais apelativa quando assumidamente vil.

Outra questão fundamental é não nos levarmos pelos institutos menos civilizados e mergulharmos na mesma lama antidemocrática negando a existência desta parte enorme do eleitorado nacional. Fazer mártires nunca dá bons resultados.

Temos de assumir que os problemas que a democracia não tem conseguido resolver em termos das suas responsabilidades sociais e éticas. Todos os casos de corrupção que enchem os jornais, são lenha para esta fogueira antidemocrática que tudo quer reduzir a cinzas, e onde pululam seres que são a personificação da corrupção. Mas as forças do arco da governação têm de se reformar, voltarem-se para a sociedade civil e interromper o ciclo de partidarismo que forma políticos que nunca viveram fora do partido. Este ciclo alimenta o Chega, ou quem quiser surfar a onda da frustração popular.

Está na altura de agir, trazer para a luz quem vive no escuro informativo das redes sociais onde a paranoia, xenofobia, violência de Estado e perfídia são resposta para tudo. Não ostracizemos quem é passível de ser salvado do reino da “chaluparia”, nem nos deixemos cair no abismo da clivagem política intransponível, porque aí teremos problemas sérios.

É imperioso combater a desinformação com conhecimento, a violência com compaixão, desmontando mitos e retirando o protagonismo ao Chega e ao seu messias, omnipresentes em tudo o que é televisão do país.

Seguindo a tendência europeia, uma vez fora do poleiro pseudo-denunciador estas forças tendem a perder força porque não têm soluções para nada. São como aquele cão chato que persegue todos os carros que passam na rua. Se um carro parar, o canino sedento de retribuição cega não sabe o que fazer. Fica a salivar indeciso se morde um pneu, o para-choques, ou se dedica a atenção a outro objecto/animal em movimento. No fim, acaba por seguir o seu caminho com o rabo entre as pernas.

Viva a liberdade, viva o 25 de Abril. Sempre!

24 Abr 2024

Saúde | Governo aposta na formação em medicina geriátrica

Com o intuito de responder ao envelhecimento da população, o Governo solicitou a médicos e instituições de saúde o reforço da formação em medicina geriátrica. Além disso, os Serviços de Saúde realçam a construção do Edifício de Reabilitação do Hospital das Ilhas que terá 300 camas

 

Com o “Plano Decenal de Acção para os Serviços de Apoio a Idosos 2016-2026” a aproximar-se do termo, os Serviços de Saúde garantem que estão a redobrar os esforços para corresponder ao envelhecimento da população. Pelo menos é o que argumenta o director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo, em resposta a uma interpelação escrita de Ho Ion Sang.

O Governo salienta que a “Academia Médica de Macau elaborou um programa de formação especializada em medicina geriátrica, com o objectivo de preparar recursos humanos para o futuro”.

Tendo em conta que o número de idosos que recorreram às instituições médicas públicas representou 40 por cento do total dos atendimentos, os Serviços de Saúde “solicitaram aos médicos dos diversos serviços e unidades de acção médica para dominarem os conhecimentos básicos de medicina geriátrica e reforçarem, gradualmente, a respectiva formação profissional”.

No plano das instalações, Alvis Lo recorda a entrada em funcionamento dos novos Centros de Saúde da Praia do Manduco e de Seac Pai Van, assim como o Edifício de Especialidade de Saúde Pública e o Hospital de Reabilitação de Ká-Hó, actualmente com um total de 168 camas.

Além disso, “o Edifício do Hospital de Reabilitação do Complexo de Cuidados de Saúde das Ilhas, que se encontra em construção, terá 300 camas, podendo no futuro satisfazer ainda mais a procura dos serviços de reabilitação por parte dos residentes”, recorda Alvis Lo.

Prevenir e cuidar

Outro plano de acção do Governo, passa pela promoção de comportamentos saudáveis através de actividades comunitárias de sensibilização e educação, palestras sobre saúde, para incentivar os residentes a cultivar, desde pequenos, um estilo de vida saudável. As autoridades apontam como objectivos inspirar a população a ter uma vida saudável para reduzir o risco de ocorrência de doenças crónicas e “promover a saúde e a longevidade da população”. Nesse âmbito, no ano passado foram realizadas mais de 4.100 palestras destinadas aos idosos nos centros de saúde e nos bairros comunitários, contando com a participação de cerca de 80 mil pessoas.

24 Abr 2024

Hospital das Ilhas | Pedidas melhores ligações de autocarros

À medida que o Hospital das Ilhas disponibiliza mais serviços e urgências 24 horas, a carência de transportes públicos motivou queixas de utentes a uma conselheira dos Serviços Comunitários das Ilhas. A falta de sinalização de trânsito e estacionamento foram também pontos elencados pela conselheira Lei Hoi Ha, ligada aos Operários

 

Desde que o serviço de urgências do Hospital das Ilhas entrou em funcionamento, os utentes têm esbarrado na falta de acessibilidades para chegar e sair da unidade hospitalar. Lei Hoi Ha, membro do Conselho Consultiva de Serviços Comunitários das Ilhas, recebeu queixas de moradores que recorreram ao hospital durante a noite, e que enfrentaram dificuldades em regressar a casa, porque a maioria dos autocarros públicos que operam a paragem mais próxima já tinha terminado as carreiras. Além disso, a responsável indicou que na falta de autocarros, chamar um táxi também não é tarefa fácil.

Em declarações ao jornal Ou Mun, Lei Hoi Ha salientou, contudo, que as autoridades alteraram os percursos de cinco autocarros (35, 50, H3, MT4 e N5) para servir os Hospital das Ilhas, separados entre a zona sul e zona norte da unidade de cuidados médicos, na Avenida do Hospital das Ilhas e Avenida da Fraternidade, respectivamente.

No entanto, a dirigente da Associação Geral dos Empregados do Ramo de Transporte de Macau, ligada aos Operários, sublinha que a última frequência do autocarro 35 é às 23h, do 50 é às 21h45, enquanto o último H3 arranca às 21h30. Como tal, os utentes do novo hospital ficam apenas com o MT4, que termina à 01h e o autocarro nocturno N5, que opera entre a 01h e as 06h da manhã.

Como tal, a responsável sugere um rearranjo dos horários dos autocarros para melhor servir os utentes que recorrem às urgências, em particular durante a noite. Assim sendo, as carreiras 35, 50 e H3 deveriam alargar o horário de operação até à 01h, e as paragens do hospital terem mais um autocarro nocturno, além do N5. A conselheira sugere o alargamento do percurso da carreira N2 para servir o hospital.

O que faz falta

Além dos percursos dos autocarros, Lei Hoi Ha refere que devem ser instalados abrigos na paragem da Avenida do Hospital das Ilhas para resguardar os passageiros do sol e da chuva.

Também os serviços de marcação da Rádio Táxi devem ser revistos, na óptica da conselheira, permitindo aos pacientes do hospital ter prioridade na aplicação dos radiotáxis.

A falta de sinalização para os estacionamentos e o número de lugares livres, como é comum nos auto-silos, foi também mencionada pela conselheira como um ponto a melhorar, porque as áreas de estacionamento estão divididas entre a entrada norte e leste, com os motociclos a só poderem estacionar na primeira entrada.

23 Abr 2024

Concursos Públicos | Ron Lam critica atrasos na renovação de contratos

Ron Lam pediu explicações ao Governo em relação aos atrasos constantes na renovação dos contratos de concessões de serviços públicos. Prazos de concessões que expiram e renovações provisórias são vícios apontados pelo deputado, que pediu ao Governo cumpra a lei

 

Todos os serviços públicos concessionados a privados devem ser prestados de acordo com as obrigações e prazos estabelecidos nos contratos de concessão e o Governo tem a obrigação de lançar concursos públicos e proceder às adjudicações de acordo com a lei. Este é o mundo onde Ron Lam gostaria de viver, segundo a interpelação escrita que divulgou ontem.

O deputado argumenta que, nos últimos anos, o Governo limita-se a fazer renovações provisórias de contratos de concessão, ou quase no final do prazo dos contratos. “Os habituais atrasos para concursos públicos não só realçam a gestão confusa dos serviços governamentais, mas também afectam o desenvolvimento social,” indicou o deputado.

Ron Lam deu vários exemplos de áreas mais afectadas, com destaque para os transportes, serviços de limpeza, tratamento de resíduos e o Matadouro.

No sector dos transportes públicos, o legislador recordou a aposta do Executivo em contratos provisórios de curta duração para as concessionárias de autocarros públicos, assim como os atrasos nos concursos públicos para atribuir licenças de táxis, que resultaram na diminuição da frota de táxis e na perda de qualidade do serviço. “Irá o Governo rever as suas práticas para que os concursos públicos sejam lançados nos prazos planeados?”, questionou.

Inacção e consequência

As emissões de licenças de táxis ilustraram as críticas do deputado, que recordou que não foram emitidas novas licenças ao longo de cinco anos, levando à redução de quase 20 por cento do número de táxis em operação, e que este ano ainda vão expirar mais 400 licenças.

Mesmo o novo concurso público, que irá atribuir 500 licenças de táxi, deveria permitir às empresas operar estes veículos em Janeiro, algo que só aconteceu recentemente.

Outro atraso apontado, é o concurso público para a criação e exploração de lugares de estacionamento tarifado nas vias públicas, que a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego indicou no passado querer lançar em Julho do ano passado. Porém, em Janeiro deste ano, a meta foi movida para a primeira metade deste ano e, até agora, o concurso público ainda não foi lançado.

Em relação ao Matadouro, Ron Lam lembrou que o contrato actual termina em Junho e que o Governo deveria prever na próxima adjudicação a modernização das instalações e operações.

22 Abr 2024

Autocarros | Carreiras com percursos e frequências alterados

Mais de 40 carreiras dos autocarros públicos foram ou vão ser alteradas para facilitar o uso do transporte em dias e períodos de maior afluência. A Transmac indica que o volume de passageiros no primeiro trimestre desde ano superou o registo pré-pandémico

 

Mais de metade das carreiras de autocarros públicos foram ajustadas para tentar optimizar o serviço. A “revolução” implicou a alteração de mais de 40 carreiras, 37 das quais entraram em vigor este mês, para corresponder aos dias e horas de maior afluência de passageiros, adaptando percursos, locais das paragens de autocarro e ajuste das frequências.

O tema foi ontem debatido no programa Fórum Macau, do canal chinês da Rádio Macau, onde participaram dirigentes da Sociedade de Transportes Colectivos de Macau (TCM) e Transportes Urbanos de Macau (TRANSMAC).

A TCM alterou 16 carreiras. A directora-geral da TCM, Leong Mei Leng, indicou que as mudanças tiveram o objectivo de aproveitar melhor os recursos da frota e dos serviços prestados e responder às críticas de passageiros que se queixavam de dificuldades em apanhar o transporte devido a sobrelotação. “As alterações incluíram a frequência, percurso e paragens por onde passam os autocarros,” explicou a responsável, indicando que os ajustes aconteceram depois da análise ao volume de passageiros ao longo do dia e da situação do trânsito, nomeadamente dos pontos e horas de maior congestionamento.

Na frota da TCM, a carreira que registou mais alterações foi a 8A, que faz uma viagem circular na península de Macau, culminando na Ilha Verde, perto do posto fronteiriço de Qingmao. Nesta carreira, a empresa teve como objectivo encurtar o tempo e colmatar a lacuna na rede de transportes públicos entre Avenida do Almirante Lacerda e Bacia Norte do Patane à direcção da Ilha Verde.

“A carreira original do autocarro nº 8A da Estrada do Repouso para Ilha Verde, precisa de passar pelas Rua da Barca, Rua de Francisco Xavier Pereira, Areia Preta e Jardim Triangular para chegar à Ilha Verde. O tempo de carreira era de 20 minutos e o percurso tortuoso e estava sobreposto com a actual carreira do autocarro nº 8,” justificou. Leong Mei Leng indicou que a alteração encurtou essa parte do percurso em 10 minutos.

Sardinhas em lata

Por sua vez, vice-director da Transmac, Kent Li, contou aos microfones da emissora pública que a sua companhia alterou 21 carreiras para corresponder à procura de passageiros. A principal alteração que a Transmac operou foi a transferência de frequências de horas de menos procura para as alturas de maior afluência. “Por exemplo, o autocarro 33 começa a operar às 05h30. Tirando a primeira viagem, que tem muitos passageiros, até às 07h não há muita afluência. Por isso, transferimos três a cinco viagens desse horário para o período entre as 07h e as 08h, permitindo transportar mais 150 passageiros adicionais”, exemplificou.

Em relação ao volume de passageiros, a Transmac registou um aumento de 4 por cento no primeiro trimestre deste ano, face ao mesmo período em 2019, enquanto a TCM disse que ficou próximo do nível de 2019 no mesmo período.

O responsável da Transmac indicou também que, face a 2019, a companhia consegue transportar actualmente mais 10 por cento dos passageiros e conseguiu reduzir a aglomeração de pessoas dentro dos veículos em 20 por cento face ao período pré-pandémico.

18 Abr 2024

Hospital das Ilhas | TAC para consultas externas em vigor

O Complexo de Cuidados de Saúde das Ilhas começou a prestar serviços de exame de tomografia computadorizada, ou TAC, a pacientes transferidos pelos Serviços de Saúde, três meios dias por semana. Para Maio, está previsto o início gradual das consultas externas de especialidade

 

O Complexo de Cuidados de Saúde das Ilhas vai acrescentando aos poucos serviços ao naipe de cuidados prestados, desde a abertura no final do ano passado a título experimental. O Governo anunciou ontem que o hospital começou esta semana a prestação do serviço de exame de tomografia computadorizada, também designado como TAC, a doentes de consultas externas transferidos pelos Serviços de Saúde.

Os primeiros pacientes foram “dois doentes que se submeteram ao serviço de tomografia computadorizada na cabeça, ambos residentes de Macau com acesso gratuito aos cuidados de saúde”. Para já, os exames serão realizados às segundas-feiras, na parte da tarde, bem como às quartas-feiras e sextas-feiras, na parte da manhã.

Os Serviços de Saúde acrescentam que, conforme a capacidade de recursos humanos e a disponibilidade dos equipamentos, o Complexo de Cuidados de Saúde das Ilhas “irá prestar, de modo gradual, serviços de tomografia computadorizada de rotina no tórax, abdómen, pélvis, bem como irá reforçar os serviços de tomografia computadorizada com contraste (contrast enhanced computed tomography, em inglês)”.

O que aí vem

O Governo acrescenta ainda que está previsto “o início gradual dos serviços de consultas externas de especialidade para os doentes transferidos por parte dos Serviços de Saúde no mês de Maio”. Recorde-se que no mês passado, o Complexo de Cuidados de Saúde das Ilhas começou a disponibilizar o serviço de ecografia também para doentes transferidos pelos Serviços de Saúde.

As autoridades indicaram também que, actualmente, o hospital “adopta uma nova geração de tomografias computadorizadas de dupla fonte (dual source CT, em inglês), equipadas com dois tubos esféricos e estrutura de duplo detectores”. Segundo os Serviços de Saúde, esta tecnologia optimiza e supera “várias fraquezas de aparelhos tradicionais de tomografia computadorizada, com velocidade de digitalização e alta qualidade de imagem, bem como a baixa dose de radiação”. Os TAC de “nova geração” permitem obter “informações clínicas de forma mais precisa, segura e rápida, fornecendo uma melhor experiência médica aos pacientes e usufruindo de serviços médicos de melhor qualidade”.

O Complexo de Cuidados de Saúde das Ilhas foi inaugurado oficialmente no passado dia 20 de Dezembro, dia de celebração do 24.º aniversário do estabelecimento da RAEM. No dia da inauguração, Ho Iat Seng frisou que a abertura do centro hospitalar abriu “um novo capítulo” e fixou “um novo marco no sector da saúde local”.

17 Abr 2024

Associação Comercial | Fecho de lojas pode ser sinónimo de actualização

O presidente da Associação Industrial e Comercial de Macau interpreta a vaga de encerramento de espaços comerciais como uma oportunidade de transformação e optimização. Ng Wah Wai explica também o fenómeno com o aumento das rendas depois da pandemia

 

A vaga de encerramentos de espaços comerciais nos bairros comunitários de Macau pode representar uma oportunidade. Esta é uma das formas como o presidente da Associação Industrial e Comercial de Macau, Ng Wah Wai, encara a situação. Sem reconhecer tratar-se de uma tendência, o representante explicou os encerramentos com três cenários possíveis.

Em declarações ao jornal Exmoo, Ng Wah Wai afirmou que o primeiro cenário pode ser a reconfiguração do tecido comercial, com empresas a apostarem na transformação e actualização dos seus negócios, procurando uma clientela estável. Por exemplo, uma cadeia de restaurantes com várias lojas pode optar por não se focar os bairros comunitários, onde a facturação baixou, e investir em abrir espaços nas superfícies geridas pelas concessionárias de jogo, “que têm vontade de cooperar com este tipo de comércio” que garante qualidade de serviços e produtos.

O segundo cenário prende-se com o custo das operações, nomeadamente o aumento das rendas dos espaços comerciais desde a pandemia. “Podem-se dar situações em que um negócio começou com uma renda mensal de 50 mil patacas e depois, com a renovação do contrato de arrendamento, passar para 100 mil patacas”, indicou. Apesar deste cenário conduzir ao fecho de lojas e a dificuldades financeiras de pequenas e médias empresas, o presidente da Associação Industrial e Comercial de Macau ressalva que podem surgir novos comerciantes que aceitem pagar as novas rendas para começar um negócio.

Seguir em frente

Quanto ao terceiro cenário, Ng Wah Wai lembrou as zonas da cidade afastadas dos centros turísticos que captam a grande parte do fluxo de visitantes e os negócios que fecharam portas devido ao consumo dos residentes no Interior da China. O responsável reconheceu que esta situação não é rara, e que muitas empresas ainda estão a observar se o Governo irá lançar novos incentivos para revitalizar a economia.

Face à questão de como salvar os negócios de pequena dimensão, Ng Wah Wai não avançou com soluções, mas lembrou que o Governo tem lançado medidas de apoio ao comércio, como o “Grande Prémio de Consumo na Zona Norte no fim-de-semana”, organizado pelo Executivo em colaboração com a associação que dirige. O dirigente indica que os negócios na zona norte cresceram entre 20 a 30 por cento desde que a iniciativa arrancou. No entanto, destacou que o mais importante é tornar os negócios mais atractivos e não ficar de braços cruzados à espera de clientes.

17 Abr 2024

Jockey Club | 34 cavalos em quarentena em Zhuhai

As autoridades alfandegárias de Gongbei revelaram ontem que 34 cavalos de Macau foram exportados através posto fronteiriço da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau e estão a cumprir 30 dias de quarentena na cidade vizinha. A empresa que gere as instalações de quarentena irá receber cerca de 150 cavalos do Jockey Club de Macau

 

Os cavalos do Jockey Club de Macau começaram a sair do território. As autoridades alfandegárias de Gongbei revelaram ontem que um primeiro lote de 34 animais atravessou a fronteira através do posto fronteiriço da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. Depois de passarem numa inspecção veterinária, que incluiu medição de temperatura e exames clínicos, os cavalos foram transportados para Doumen, em Zhuhai, onde vão cumprir 30 dias de quarentena na Estação de Quarentena de Yintan.

As autoridades da cidade vizinha acrescentam que, finda a quarentena, os animais serão transportados para Guangzhou, Pequim, Xangai, Shandong, Região Autónoma da Mongólia Interior, entre outros locais não especificados. Foi ainda indicado que os cavalos serão usados para corridas, competições artísticas, como dressage, espectáculos e exibição.

De acordo com o canal chinês da Rádio Macau, a empresa proprietária da Estação de Quarentena de Yintan indicou ser a única entidade que está a cooperar com o Macau Jockey Club e que está pronta para receber no futuro cerca de 150 animais que a ex-concessionária tem a seu cargo para proceder ao devido isolamento.

Aposta da Baía

À data do encerramento, estavam nas instalações do Jockey Club de Macau 289 cavalos, 70 destes já reformados das competições e que deveriam ter sido enviados para o Interior da China no final do ano passado.

Nos últimos três anos, foram processados um total de 239 cavalos para quarentena pelas autoridades de Zhuhai. As autoridades alfandegárias do Interior da China referem que a “indústria equestre” é um dos sectores-chave do desenvolvimento da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau.

Segundo o plano traçado nas Linhas Gerais do Planeamento para o Desenvolvimento da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, apresentado em 2019, os desportos equestres foram estabelecidos como uma das indústrias relevantes para desenvolver na região. Como tal, as autoridades alfandegárias passaram a ter como missão optimizar os processos de travessia fronteiriça dos cavalos e melhorar as instalações de quarentena.

16 Abr 2024

Ambiente | Associação defende reciclagem em vez de aterro-lixeira

Numa palestra organizada por organizações ambientalistas de Macau, Hong Kong e Taiwan, foram apontadas alternativas à construção do aterro para resíduos de construção ao largo das praias de Coloane. A separação, reciclagem e reutilização foi apontada como o melhor caminho, à semelhança do que se faz no Interior e em Hong Kong

 

Separar, classificar, reciclar e reutilizar foram os quatro pilares de acção para lidar com os resíduos do sector da construção civil defendidos numa palestra organizada no domingo em que participaram associações de defesa do ambiente de Macau, Hong Kong e Taiwan.

Com a perspectiva cada vez mais real da construção da chamada “ilha ecológica” ao largo das praias de Coloane, onde o Governo pretende aterrar resíduos de construção, a tónica da palestra centrou-se em propostas mais amigas do ambiente.

A Sociedade para a Protecção dos Golfinhos de Hong Kong defendeu que o Governo de Macau devia apostar na construção de uma infra-estrutura de tratamento deste tipo de resíduos.

“Será que a ilha ecológica pode resolver efectivamente o assunto de resíduos da construção no futuro? Caso o Governo Central não aprove a sua construção, o Executivo da RAEM já pensou noutra opção? E quem vai cuidar dos golfinhos e do ambiente marítimo?” perguntou Viena Mak Hei-man, directora-adjunta da Sociedade para a Protecção dos Golfinhos de Hong Kong. A representante indicou que Macau precisa de mudar de política e apostar na gestão eficiente dos resíduos de construção, ao invés de fazer mais aterros.

Viena Mak deu como exemplos a existência de instalações semelhantes em cidades e províncias do Interior da China como Jilin, Pequim, Liaoning, Shaanxi, Guangdong. A ambientalista estimou que Macau só precise de um hectare de terra para este tipo das instalações, enquanto que para construir o aterro-lixeira serão necessários cerca de 250 hectares, uma área maior do que dois campus da Universidade de Macau em Hengqin.

Razões económicas

Recorde-se que em 2015, o Governo da RAEM adjudicou à Agência Comercial e Industrial Nam Yue a concepção e construção da primeira fase da Linha de Produção da Instalação de Triagem de Resíduos da Construção de Macau, com um valor de 362 milhões de patacas. No entanto, até agora o projecto nunca avançou e a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental revelou este ano que não havia terrenos para lançar o projecto. Viena Mak salientou que a construção do projecto de triagem de resíduos ficaria abaixo de um décimo do custo do aterro ao largo de Coloane.

A activista argumentou ainda com as prioridades avançadas pelo Governo de Hong Kong, que passam pela redução da produção de resíduos da construção, o aumento da taxa de reciclagem e a diminuição do uso de lixeiras para descartar este tipo de material.

“O abandono de lixo é pior prática e a ideia da ilha ecológica é baseada nessa mesma prática, sem pensar na reciclagem de resíduos ou no seu tratamento preliminar”, apontou.

Além disso, no Interior da China tem-se verificado nos últimos anos o reforço da classificação e reutilização, com a instalação em estaleiros de obras de espaços provisórios, ou em locais próprios, destinados ao tratamento e reciclagem de resíduos.

16 Abr 2024

Cultura | IC diz ser normal Governo alterar conteúdos de espectáculos

Como o Governo convida artistas para actuar em Macau, pode negociar o conteúdo e alterar os espectáculos para os adequar ao público local. Foi desta forma que a presidente do Instituto Cultural respondeu a acusações de censura na programação de festivais artísticos, depois de vários casos terem vindo a público

 

A presidente do Instituto Cultural (IC), Deland Leong Wai Man, considera que o Governo pode negociar o conteúdo de obras apresentadas nos festivais artísticos de Macau, enquanto entidade organizadora que convida artistas e companhias para actuar no território. Foi desta forma que a responsável máxima do IC respondeu a acusações de censura na programação de Festival de Artes de Macau.

Em declarações à margem da Parada Internacional de Macau, que se realizou no domingo, Deland Leong Wai Man disse acreditar que o conteúdo das obras interpretadas nos festivais pode ser negociado, uma vez que os artistas são convidados pelas autoridades. Nestas negociações para alterar o conteúdo dos espectáculos, a presidente do IC garante que o respeito mútuo entre autoridades e artistas, assim como o gosto do público, são factores essenciais.

As declarações da responsável, citadas pelo canal chinês da Rádio Macau, surgiram na sequência da publicação no All About Macau de um artigo em que Jenny Mok, directora da Associação de Arte e Cultura Comuna de Pedra, afirma que um espectáculo da companhia que dirige foi retirado do programa do ano passado do Festival de Artes de Macau sem uma explicação clara das autoridades para tal.

Sensibilidade local

Como o HM noticiou, um dos espectáculos que consta da programação do Festival de Artes de Macau deste ano foi alterado a pedido do IC. “Os Três Irmãos”, um espectáculo de dança contemporânea, com coreografia de Victor Hugo Pontes e texto de Gonçalo M. Tavares, foi “adaptado” para caber nos critérios do IC.

“Uma das cenas de intimidade é quando tomam banho juntos e se lavam uns aos outros. Nesta versão de Macau não existe nudez integral. Essa parte terá de ser adaptada”, indicou o coreógrafo ao HM.

“Penso que existe uma quota para nudez nos espectáculos e, no nosso caso, essa quota já tinha sido ultrapassada. Parece que tem de ser feita uma certa gestão em todos os espectáculos em que há nudez. Acredito que tenha a ver com a questão cultural, extremamente forte, em que a nudez não é ainda um lugar-comum e que, para não criar demasiados constrangimentos entre a plateia e a programação, tenham de fazer uma certa selecção”, acrescentou.

No início do ano, o espectáculo “Feito pela Beleza”, da companhia Utopia da Miss Bondy, foi cancelado pelo IC e retirado da programação do último Festival Fringe. Por essa ocasião, Deland Leong Wai Man afirmou que o cancelamento se ficou a dever ao facto de o conteúdo do espectáculo ser “divergente” face ao que foi apresentado na fase de candidatura ao festival.

O espectáculo burlesco foi cancelado depois de ter sido exibido um vídeo com “drag queens” nas redes sociais, apesar de ter a classificação para maiores de 18 anos e de apresentar a advertência de conter “linguagem obscena e nudez que poderia ofender a sensibilidade de alguns espectadores”. A mesma peça entrou no cartaz do Festival de Teatro de Shekou, que se realizou entre Outubro e Novembro do ano passado na cidade vizinha de Shenzhen.

26 Mar 2024

Inflação | Fevereiro com valor mais alto em quatro anos

Devido “à normal elevação dos preços durante o Ano Novo Lunar”, o Índice de Preços no Consumidor do mês de Fevereiro subiu 1,46 por cento, o valor mais elevado desde Maio de 2020. Os preços da recreação e cultura, educação e saúde estão entre os sectores que registaram maior subida

 

O Índice de Preços no Consumidor (IPC) em Macau subiu 1,46 por cento no passado mês de Fevereiro, em termos anuais, o valor mais elevado desde Maio de 2020, devido ao impacto do Ano Novo Lunar.

Num comunicado emitido na sexta-feira, a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) justificou a aceleração com “a normal elevação dos preços durante o Ano Novo Lunar”, que este ano calhou em Fevereiro, mas que no ano passado tinha sido em Janeiro. Importa referir que em Janeiro o IPC tinha aumentado 1,01 por cento em termos anuais.

Mais de 1,3 milhões de pessoas visitaram Macau na semana do Ano Novo Lunar, entre 10 e 17 de Fevereiro, com a taxa média de ocupação hoteleira a atingir 95 por cento.

De entre os índices de preços das secções de bens e serviços, o recreação e cultura (+11,92 por cento) e da educação (+5,05 por cento) tiveram os maiores crescimentos em termos anuais, graças ao aumento dos preços das excursões e dos quartos de hotel, assim como à subida das propinas do ensino superior, destaca a DSEC.

A inflação registada nas secções do vestuário e calçado (+4,09 por cento) e da saúde (+3,18 por cento) subiram, em termos anuais, devido ao aumento dos preços do vestuário e das consultas externas.

Outro lado da lua

Em relação ao índice de preços de produtos alimentares e bebidas não alcoólicas, a DSEC revelou que em Fevereiro se registou uma inflação de 1,73 por cento, em termos anuais, “devido ao acréscimo dos preços das refeições adquiridas fora de casa”. Porém, o preço das refeições não subiu tanto devido ao “decréscimo dos preços da carne de porco”, que “compensou parte do acréscimo deste índice”.

Pelo contrário, com o fim das restrições impostas pelo combate à pandemia, a DSEC deu conta da diminuição de 16,6 por cento no preço dos bilhetes de avião e uma descida de 1,8 no custo dos transportes, em termos anuais.

Macau registou deflação durante 10 meses consecutivos, entre Setembro de 2020 e Junho de 2021, no pico da crise económica causada pela pandemia de covid-19. Com Lusa

25 Mar 2024

DSEDJ | Campos militares custam 2,8 milhões por ano

Os campos de educação da defesa nacional em Zhuhai para alunos de Macau vão custar este ano lectivo cerca de 2,8 milhões de patacas aos cofres públicos. A DSEDJ garante que as armas usadas nos treinos são réplicas e que, até hoje, a Escola Portuguesa de Macau nunca participou neste tipo de actividade

 

As armas usadas pelos alunos de Macau no treino militar durante as “Jornadas de Educação da Defesa Nacional” são réplicas, revelou ao HM a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ). “Os treinos da jornada incluem algumas aulas de conhecimentos sobre equipamentos básicos que utilizam adereços de aprendizagem como demonstração de orientação”, indicou a DSEDJ.

O organismo liderado por Kong Chi Meng acrescentou que os treinos de combate em que participam crianças do 8º ano de escolaridade têm em vista “ajudar os jovens alunos a criarem, através da aprendizagem e experiência, uma correcta consciência sobre a segurança nacional no seu crescimento, bem como cultivar a capacidade física, a disciplina e o espírito de equipa”.

O HM inquiriu a DSEDJ sobre qual o valor pedagógico e educacional dos treinos de combate com manuseio de armas, mas não obteve resposta.

A direcção responsável pelo sistema educativo de Macau indicou também que a participação das escolas do território nos campos militares organizados no Centro de Formação e Educação para a Defesa Nacional de Zhuhai não é obrigatória, apesar da larga adesão dos estabelecimentos de ensino do território. “As escolas interessadas em organizar a participação dos seus alunos podem inscrever-se junto da DSEDJ”, afirmou ao HM a direcção, acrescentando que, “até hoje, a Escola Portuguesa de Macau nunca participou nesta actividade”.

Custo da pernoita

O portal do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central na RAEM citou um artigo do jornal estatal de Guangdong Southern Daily que relevou que “as autoridades relevantes de Macau estabeleceram uma cooperação de longo-prazo com o Centro de Formação e Educação para a Defesa Nacional de Zhuhai para a organização de campos militares”.

O artigo referia também que todos os anos, cerca de 4.000 alunos do 8º ano de escolaridade de Macau vão a Zhuhai participar em “campos de actividades de educação para a segurança nacional”.

A DSEDJ esclareceu que desde o início do corrente ano lectivo, até à semana passada, mais de 1.300 alunos de Macau participaram nos campos de educação da defesa nacional, actividade que custou até agora mais de 910 mil patacas ao erário público. “Para o corrente ano lectivo de 2023/2024, o custo, por pessoa, da jornada de educação, com a duração de 5 dias e 4 noites, é superior a 700 patacas”.

Fazendo a conta aos mais de 4.000 alunos locais que por ano participam nas Jornadas de Educação da Defesa Nacional, o custo anual ultrapassa 2,8 milhões de patacas. Tendo em conta que estas actividades se realizam desde o ano lectivo 2008/2009, o custo ascende a várias dezenas de milhões de patacas.

25 Mar 2024

Segurança Nacional | Associações querem que Macau siga Hong Kong

Associações tradicionais e juristas locais membros da Assembleia Popular Nacional elogiam a nova lei de segurança nacional de Hong Kong e consideram que Macau deveria ter a legislação como referência para o futuro. O vice-presidente da FAOM fala mesmo em arma legislativa

 

O jornal Ou Mun publicou ontem um artigo que reúne opiniões de dirigentes de algumas das principais associações tradicionais de Macau e membros da Comissão da Lei Básica de Macau do Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional (APN) que teceram rasgados elogios à nova lei de segurança nacional aprovada no Conselho Legislativo de Hong Kong na terça-feira.

O advogado e membro da Comissão da Lei Básica de Macau do Comité Permanente da APN Lei Wun Kong referiu que a legislação foi tecnicamente bem concebida e teve em consideração as características do sistema jurídico e a história da RAEHK, assim como a vontade popular. O jurista elogiou a capacidade prospectiva de artigos que punem, por exemplo, as actividades de espionagem.

Além disso, Lei Wun Kong defendeu que Macau deverá ter como referência futura a nova lei de Hong Kong, que veio preencher lacunas relacionadas com a segurança nacional, abrindo caminho à “construção de uma fortaleza sólida para evitar actos que prejudicam a segurança nacional e a intervenção das forças estrangeiras”.

O vice-presidente da Associação de Agentes da Área Jurídica de Macau e também membro da mesma comissão da APN Tong Io Cheng apontou que a aprovação desta lei de segurança nacional mostrou a determinação da sociedade de Hong Kong em avançar da estabilidade para a prosperidade.

Tradição incondicional

As associações tradicionais, por exemplo, a Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), a União Geral das Associações dos Moradores de Macau (UGAMM) e a Associação Geral das Mulheres de Macau juntaram-se ao coro de elogios à legislação aprovada na terça-feira em Hong Kong.

O vice-presidente da FAOM, Fong Ka Fai, entende que Macau será beneficiada com a lei de Hong Kong porque, na sua opinião, quando as forças estrangeiras tentarem intervir na RAEM terão de ter em conta que as leis podem ser usadas como armas jurídicas.

O dirigente associativo aconselhou o Governo de Macau a rever e alterar periodicamente as leis relacionadas com segurança nacional devido à complexidade da situação internacional e aos avanços constantes da tecnologia.

Em representação dos Kaifong, o vice-presidente da UGAMM, Cheng Son Meng demonstrou o total apoio ao Governo na divulgação de segurança nacional e de amor à pátria.

Por sua vez, a vice-presidente da Associação Geral das Mulheres de Macau Luo Ping indicou que a protecção da segurança nacional vai construir um ambiente justo e imparcial para que os residentes de Hong Kong e Macau se integrem no desenvolvimento nacional.

22 Mar 2024

Turistas | Quase 3,3 milhões em Fevereiro, apenas 5,3% de estrangeiros

No mês passado, entraram em Macau 3.293.564 turistas, total que representou quase o dobro em relação a Fevereiro de 2023, com uma subida de 106,7 por cento. Face ao período pré-pandemia, a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) aponta que o registo do mês passado ficou a 92,9 por cento do volume de entradas de turistas em Fevereiro de 2019, e mais 15,1 por cento face a Janeiro deste ano.

A maior diferença sentiu-se ao nível dos excursionistas (1.867.660), que registaram um aumento anual de 148,9 por cento, enquanto os turistas aumentaram 69,1 por cento para um total de 1.425.904.

Apesar do crescimento do volume de turistas, o período médio de permanência diminuiu 0,2 dias para 1,1 dias, face a Fevereiro de 2023, diferença que a DSEC atribuiu ao decréscimo da proporção de excursionistas em relação ao total de visitantes ter subido ligeiramente. Os excursionistas ficam em Macau, em média, 0,3 dias.

Em termos de origem, entraram em Macau em Fevereiro 176.192 turistas internacionais, volume que a DSEC assinala como “uma recuperação de 71,6 por cento do número registado em Fevereiro de 2019”. Porém, no plano global, os turistas internacionais foram apenas 5,3 por cento de todos os visitantes. Destes, os países de origem com mais entradas ao nível do Sudeste Asiático foram as Filipinas (39.837) e Indonésia (12.471), duas das maiores comunidades que residem e trabalham na RAEM.

Em relação ao Nordeste Asiático, os países mais representativos foram a Coreia do Sul (41.844 turistas) e o Japão (11.442 turistas), seguido dos Estados Unidos (9.903 turistas).

21 Mar 2024

Guizhou | Residentes com entrada grátis em atracções turísticas

Os residentes de Macau, Hong Kong e Taiwan estão isentos até ao fim deste ano de pagar entrada nas principais atracções turísticas da província de Guizhou. O Departamento Provincial de Cultura e Turismo de Guizhou anunciou a medida como reforço do intercâmbio e cooperação. Residentes estrangeiros de Macau e Hong Kong ficam de fora da isenção

 

“A fim de reforçar ainda mais os intercâmbios de turismo cultural e a cooperação entre Guizhou e Hong Kong, Macau e Taiwan, de 19 de Março a 31 de Dezembro, os residentes de Hong Kong, Macau e Taiwan que se desloquem a Guizhou podem beneficiar de bilhetes gratuitos para desfrutar do turismo estatal de nível A de Guizhou”, noticiou ontem o Diário de Guiyang, o jornal oficial do Comité Provincial do Partido Comunista Chinês de Guizhou.

A publicação cita o Departamento Provincial de Cultura e Turismo de Guizhou, que estipula que os residentes de Macau e Hong Kong que queiram beneficiar de entradas grátis precisam de apresentar o Salvo-Conduto para Deslocação ao Interior da China, apenas acessível a quem tem nacionalidade chinesa. O que faz com que, na prática, portadores de BIR das regiões administrativas especiais, permanentes ou não, fiquem de fora da medida.

As autoridades provinciais acrescentam que a medida tem como finalidade “permitir que os turistas de todo o país partilhem os dividendos do desenvolvimento turístico de Guizhou e demonstrem plenamente os recursos turísticos culturais característicos de Guizhou”.

A medida surge depois da visita de Ho Iat Seng e Lei Wai Nong à capital da província, em Julho do ano passado, onde terão sido acertados pontos de cooperação em áreas como turismo, comércio, agricultura, ciência e educação, entre outras.

Recorde-se que o Governo de Macau, associações e empresas da RAEM assinaram um total de 27 acordos de redução de pobreza, com particular incidência no distrito de Congjiang. Entre 2018 e 2021, os apoios de Macau ascenderam a cerca de 110 milhões de renminbis (perto de 138 milhões de patacas).

O que ver

Não faltam motivos para visitar a província de Guizhou, desde pequenas vilas ancestrais perdidas nas montanhas, a quedas de água e parques naturais, e zonas para explorar na capital Guiyang. A província do sudoeste da China, fica a norte de Guangxi, oeste de Hunan e sul de Sichuan.

Entre os pontos mais populares, contam-se o Parque Nacional e Mangal de Huaxi e a Torre Jiaxiu, em Guiyang e as “cidades ancestrais” de Qingyan e Xijiang Miao. Esta última, apesar de ser um local muito popular, com enorme afluência de turistas, é uma das muitas réplicas de cidades, reconstruída em cima da verdadeira cidade antiga, roubando a autenticidade do passado. Porém, os arrozais montados em vários níveis de terraços são uma alternativa para escapar à balburdia de lojas de lembranças e restaurantes que enchem a ancestral, mas nova, Xijiang Miao. Para quem procura maior autenticidade, a vila de Bapa, localizada em Congjiang, é um local a não perder. Em termos de recursos naturais, destaque para as quedas de água de Huangguoshu, no condado de Zhenning e o Monte Fanjing.

21 Mar 2024

DSEDJ | 4.000 alunos locais vão a Zhuhai receber treino militar

O Governo da RAEM estabeleceu uma cooperação de longo-prazo com o Centro de Formação e Educação para a Defesa Nacional de Zhuhai. Por ano, cerca de 4.000 alunos do secundário de escolas de Macau vão a Zhuhai receber treino militar com técnicas de combate e uso de armas

 

O portal do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central na RAEM citou um artigo do jornal estatal de Guangdong Southern Daily, onde se indicava que “as autoridades relevantes de Macau estabeleceram uma cooperação de longo-prazo com o Centro de Formação e Educação para a Defesa Nacional de Zhuhai para a organização de campos militares. O artigo refere que todos os anos, cerca de 4.000 alunos do 8º ano de escolaridade vão a Zhuhai participar em “campos de actividades de educação para a segurança nacional”.

O Canal Macau da TDM noticiou na segunda-feira à noite a realização de uma das iniciativas, organizada pela Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), em que participaram cerca de três centenas de alunos do 8º ano de escolaridades. Os treinos envolveram “manuseio de armas, competências básicas de estratégia militar, combate corpo a corpo (incluindo com armas brancas), obedecer a ordens”, simulação de situações de combate e cerimónias de hastear da bandeira nacional.

O campo específico durou cinco dias, entre 11 de 15 de Março, teve como objectivo promover o patriotismo dos alunos de Macau e envolveu estudantes da Escola Sun Wah e da Escola Kao Yip.

Em declarações citadas pelo Canal Macau da TDM, o subdirector da DSEDJ Teng Sio Hong apontou os objectivos. “Esperamos que através desta actividade do Campo de Educação para a Defesa Nacional, a disciplina e a capacidade de liderança dos estudantes possam sair reforçadas. O mais importante é que através deste campo educativo seja possível fomentar a consciencialização para a segurança nacional e melhorar a compreensão sobre o exército nacional”.

O Southern Daily referiu que este foi o sexto campo organizado este ano pelo Governo de Macau no Centro de Formação e Educação para a Defesa Nacional de Zhuhai.

Gerações fardadas

O envio de jovens para este tipo de iniciativas militares no Interior da China é recorrente no sistema de ensino de Macau, com a DSEDJ a organizar também campos militares para estudantes do ensino superior.

O HM apurou que, por exemplo, em 2018 e 2019 os treinos militares tiveram lugar na Base de Treino e Educação para a Segurança Nacional de Zhongshan (ao lado de Zhuhai), com a participação de alunos do 8º ano de escolaridade da Escola Hou Kong e do Colégio Yuet Wah, uma escola de cariz católico.

Este ano, antes do campo que terminou na passada sexta-feira, para alunos da Escola Sun Wah e da Escola Kao Yip, alunos da Escola Secundária Luso-Chinesa de Luís Gonzaga Gomes e da Escola São Paulo também foram a Zhuhai participar na mesma actividade.

Numa publicação na página de Facebook da Escola Secundária Luso-Chinesa de Luís Gonzaga Gomes é indicado o fim do Acampamento de Instrução da Defesa Nacional no passado dia 8 de Março. “Durante o acampamento, os alunos experimentaram a disciplina e o treino dos soldados e aprenderam a cuidar-se e apoiar-se mutuamente. Os momentos de aprendizagem e de convívio constituem competências preciosas para o seu crescimento. Embora o acampamento de cinco dias tenha sido curto, foi uma experiência frutuosa e gratificante, que acrescentou mais-valias ao percurso académico destes alunos”, é acrescentado na publicação onde surgem fotografias de jovens empunhando armas de fogo, com réplicas, não é claro, e trajando fardas militares.

Citado pela Rádio e Televisão de Guangdong na peça que noticia a participação de alunos das escolas Gonzaga Gomes e São Paulo, o responsável do Centro de Formação e Educação para a Defesa Nacional de Zhuhai afirmou que o objectivo da iniciativa foi dar a conhecer como funcionam as instalações militares, e familiarizar os jovens de Macau com a vida militar, para que amem as forças armadas e percebam a importância do papel desempenhado pelos soldados. Outras metas incluem a promoção de um espírito de força, bravura e trabalho árduo, assim como o patriotismo dos estudantes.

Entusiasmo geral

A emissora de televisão estatal descreveu a reacção dos alunos de Macau como entusiástica. “Os estudantes ouviram com interesse os ensinamentos e demonstraram grande interesse, participando de forma activa e entusiástica, o que demonstra o reforço dos conceitos de defesa nacional e prontidão para apoiar as forças armadas e servir o país”.

Em relação ao campo de treino com alunos da Escola Sun Wah e da Escola Kao Yip, o Southern Daily cita um estudante da primeira escola entusiasmado com a iniciativa.

“Estou muito feliz e entusiasmado. A vida militar e a tropa era algo que apenas existia na minha imaginação ou na televisão. Mas durante os dias no Centro de Formação e Educação para a Defesa Nacional de Zhuhai transmitiram uma sensação completamente diferente. É importante e não é fácil compreender a importância de ser um soldado. Espero que esta experiência se torne numa semente de patriotismo para os militares e contribua com energia juvenil para promover uma cooperação profunda entre Guangdong e Macau no futuro”, terá afirmado o estudante da Sun Wah, citado pelo Southern Daily.

DSEDJ | 1.300 alunos em campos de educação da defesa nacional este ano

A Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) revelou ao HM que durante o ano lectivo corrente, até meados deste mês, mais de 1.300 alunos já participaram nos campos de educação da defesa nacional. As actividades dirigidas a “todos os alunos do 2º ano do ensino secundário”, o 8º ano de escolaridade, são organizadas desde o ano lectivo 2008/2009, com o objectivo de “formar os alunos jovens de Macau a serem uma nova geração com sentimento de amor pela Pátria e horizonte internacional”.

Numa resposta enviada ao HM, também em nome do gabinete da secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, a DSEDJ refere que estas actividades podem reforçar a capacidade física, espírito de equipa e capacidade de liderança dos alunos, “além de aumentar o seu próprio sentimento de honra, de responsabilidade e de missão”. Para tal, os estudantes participam “na cerimónia do hastear da bandeira, organização de tarefas internas, formatura, marcha e conhecimentos sobre os equipamentos básicos”.

O Governo acrescenta que estes “campos de educação podem conduzir a um aprofundamento dos conhecimentos dos alunos sobre o desenvolvimento da pátria e de Macau, sobre as realizações notáveis no desenvolvimento nacional e sobre a importância da defesa da segurança do Estado, fazendo com que se possam integrar, de forma mais proactiva, na conjuntura de desenvolvimento nacional e contribuam para a sociedade de Macau”.

20 Mar 2024