Hoje Macau h | Artes, Letras e Ideias“Camarada Obamao, ou como os chineses vêem o Presidente americano!” 奥观海 * por Julie O’Yang O Camarada ObaMao nasceu no Hawai a 4 de Agosto de1961. Tem como segundo nome GuanHai (a ver o mar), mas tem vivido com o pseudónimo de Barack Hussein Obama II [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]transcrição que acabámos de ler é uma das muitas versões que circulam em sites da República Popular da China sobre a vida de Barack Obama. A ideia geral pode ser resumida desta forma: “O Camarada Oba Mao está connosco! Descendentes do Dragão de todo o mundo, mantenham a calma!” E o que é que isto quer dizer? Para a maior parte do povo chinês o Presidente americano é uma figura longínqua que não faz parte do seu dia a dia. É um assunto que verdadeiramente não interessa, afinal de contas a América não é a China e a expressão “eleições presidenciais” é assim uma espécie de… conceito alienígena. Ou por outras palavras, conversa fiada. Mas como já devem ter reparado, gostam de se meter com o Obama. Chamam-lhe “奥观海”, “Obama de Olhos Fixos no Mar”, insinuando ironicamente, que é um mandatário chinês disfarçado – o nosso Candidato Manchu. Existem muitas piadas deste género, algumas são ainda mais astutas e engraçadas. Durante a primeira visita à China em 2009, Obama recebeu das mãos de um general do Exército Popular de Libertação um manuscrito onde estava inscrito “观海听涛”. 观海听涛 significa literalmente “Olhar o Oceano e Escutar as Ondas”, que ilustra uma forma muito calma e descontraída de gerir as situações. É um cumprimento convencional e muito antigo, mas é também algo correcto e simpático de se dizer. Mas alguns miúdos gostam de tirar as palavras do seu contexto e dizem que o Obama é “观海对面的家,听涛哥哥的话”: “De olhos fixos no lar do outro lado do mar, escutando tudo o que Hu Jintao tem a dizer” (o último caracter “tao” do nome de Hu quer dizer ondas). Topam? Às vezes pergunto-me como é que será estar na pele da filha do actual Presidente Xi Jinping? Sabemos que se formou em Maio de 2014 em Harvard. A maior parte dos colegas não fazia ideia de quem ela era. É muito discreta, tem um pequeno grupo de amigos e não produziu grande impacto, nem na Faculdade, nem nos outros estudantes. Passo a citar um excerto de um artigo do New Yorker, https://bit.ly/1c16hWC, que resume em poucas palavras a sua passagem por esta escola: …Estudou Psicologia e Inglês sob um nome falso. A sua verdadeira identidade era apenas conhecida de alguns membros da Administração e dos poucos amigos chegados — menos de dez.” palavras de Kenji Minemura, correspondente do Asahi Shimbun, que acompanhou a estadia da filha do Presidente Xi na América desde o início. Donde se conclui que não foi nem uma estudante brilhante, nem alguém de quem os outros se lembrem. Nasceu filha de um presidente “vermelho”, só isso. Para a próxima vou escrever sobre as mangas “sagradas” adoradas na China nos anos 60 e as suas misteriosas relações com a Preciosa Consorte, a Senhora Yang, da época imperial. Antes de me ir embora, peço-vos que vejam este vídeo que descobri no Youtube: https://bit.ly/1WKIMCj
Hoje Macau Eventos MancheteAssociação dos Amigos do Livro é reactivada hoje com uma série de debates “Conversas sobre o Livro” é uma série de seis conferências que pretendem trazer a literatura de Macau para a ribalta. O pontapé de saída será dado na Fundação Rui Cunha por Tereza Sena que falará do património literário da cidade e da necessidade de o classificar. “Nem imaginam a procura que existe pelo mundo fora sobre o corpus literário de Macau”, diz-nos, enquanto sonha com uma base de dados que “nos ajude a ler-nos uns aos outros” [dropcap style=’circle’]E[/dropcap]nvolver editores e autores e promover a literatura de Macau dentro e fora de portas é o grande objectivo da Associação Amigos do Livro (AAL), fundada em 2005, mas que volta agora a ser reactivada. Com o editor livreiro Rogério Beltrão Coelho na liderança, a Associação quer potenciar a importância de Macau como ponte cultural entre o Ocidente e a China, incentivar o interesse pelo livro e pela literatura e contribuir para a melhoria da qualidade literária. A organização de palestras, como a que hoje se realiza na Fundação Rui Cunha, intitulada “Património Literário de Macau: Abordagem, Propostas e Projectos”, é uma das ferramentas a utilizar. E os responsáveis começam pelo princípio, ao debaterem a catalogação e identificação do espólio literário do território. No último trimestre, projecta-se uma “Semana do Livro de Macau em Portugal”. “Há imensas pessoas de todo o mundo que procuram diariamente informação literária de Macau pelas mais diversas razões”, revela Tereza Sena, investigadora do Centro de Estudos das Culturas Sino-Ocidentais do Instituto Politécnico (IPM) e convidada a orientar a conversa desta noite. Para a académica, é necessário promover uma “chamada de atenção para todo o corpus literário de Macau” pois, salienta, “é um património valioso e com imensas aplicações diferentes, da complementação do património construído à própria definição de uma política cultural”. Para Tereza de Sena, a compilação deste património escrito é um trabalho que urge ser feito e, explica, “pode ser abrangente e atingir tudo o que foi escrito em Macau e sobre Macau ou pode limitar-se a uma visão mais restrita, ao que chamamos de literário: a escrita criativa, a narrativa, etc.”. A professora, todavia, preferia não colocar restrições e avançar para a catalogação mais abrangente possível avisando, contudo, para a necessidade de um apoio institucional sólido pois trata-se de um trabalho de grande fôlego que precisa de pessoas, tempo e recursos. Todas as línguas e todas as histórias Macau é conhecido mundialmente pelo jogo mas, alerta Tereza Sena, “há imensas histórias interessantes que podiam e deviam ser reveladas”. Salientando o facto de Macau ter sido um importante entreposto comercial e cultural desde o séc. XVI, a responsável diz que existirá muita informação dispersa que deveria ser coligida “em todas as línguas”, diz Tereza Sena, prevenindo que esta ideia não tem “qualquer visão étnica mas sim a do levantamento de um corpo documental, ou textual, que pertence a Macau”. A este respeito, mostra-se mesmo muito curiosa sobre os “tesouros que existirão para descobrir nas diversas línguas asiáticas”. Para Tereza Sena seria importante ter toda essa informação mais centralizada, mais acessível e a responsável manifesta um desejo: “que a partir daí nos pudéssemos começar a ler uns outros e a falarmos entre comunidades”. Promover em casa e lá fora “A produção literária em Macau é curta porque não há incentivos”, diz-nos Rogério Beltrão Coelho, o presidente da AAL. Daí que os grandes objectivos sejam a criação de condições para potenciar a actividade editorial em Macau, seja pela instituição de apoios financeiros para produção e divulgação e mesmo a organização de concursos porque, para Beltrão Coelho, “o que a literatura de Macau necessita para crescer é de ser conhecida no exterior”. Para o responsável da AAC “falta exposição mediática” e este manifesta a necessidade de pensar de forma diferente e inédita, daí que surja esta Associação que pretende reunir autores e editores tanto de língua portuguesa como chinesa. Na perspectiva de também editor há falta de envolvimento das entidades oficiais que considera serem muito mais participativas no passado: “antigamente o governador ou o presidente do Instituto Cultural estavam presentes e isso dava outro valor às coisas, arrastava pessoas”, diz. Essa ausência, no seu entendimento, é uma das razões pelas quais antes estariam cem ou 200 pessoas no lançamento de um livro e agora apenas umas 20. Mas Beltrão Coelho também aponta o dedo à comunidade pois, segundo o dirigente associativo, “as pessoas hoje vivem em pequenos clãs, em pequenas tribos e normalmente reúnem-se apenas para as coisas às quais o seu o seu grupo está ligado. Não há o sentido de comunidade que existia antes”, afirma. Livros que morrem à nascença Em relação aos hábitos de leitura em Macau, Beltrão Coelho reconhece que precisa de estudos para os perceber falando mesmo na necessidade de se efectuar uma sondagem que os revele e se as pessoas estão, por exemplo, mais inclinadas para os suportes digitais ou para a edição clássica em papel. De uma coisa, no entanto, tem a certeza: “há livros que morrem à nascença”, diz, adiantando que “as editoras privadas ainda tentam fazer alguma coisa mas muitos dos lançamentos institucionais acabam no armazém”. “Falta promoção”, garante Beltrão Coelho, que diz mesmo que muitas vezes esses livros nem chegam às livrarias: “passado um dia ou dois do lançamento vai-se à livraria e o livro não só não está lá como provavelmente nunca irá estar”, revela. A primeira das cinco “Conversas sobre o Livro” previstas acontece hoje pelas 18h30, na Fundação Rui Cunha. A entrada é gratuita e terá tradução simultânea em Cantonês.
Hoje Macau Manchete SociedadeBispo de Macau preocupado com futuro da Universidade de São José A USJ não poderá ainda receber alunos da China e isso está a preocupar o novo Bispo de Macau, que vê o futuro da instituição católica como duvidoso [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]novo bispo de Macau está preocupado com o futuro da Universidade de São José (USJ) que, pela sua matriz católica, não é autorizada a receber alunos da China o que, considera, pode pôr em risco a viabilidade da instituição. “Não vejo nenhum motivo para nós, sendo uma universidade católica, estarmos a ser assim discriminados, sabendo-se perfeitamente que todas as universidades [de Macau] dependem dos alunos da China continental. A não ser que o objectivo seja que a nossa universidade feche. Rezo a Deus que não seja o caso”, alertou Stephen Lee, em entrevista à agência Lusa. “Tal é permitido a outras universidades. Porquê esta discriminação? Não fiquei contente com esta situação”, sublinhou. Há muito que a USJ negoceia com o Governo Central para poder receber alunos da China continental, que representam parte significativa do corpo estudantil da maioria dos estabelecimentos de ensino superior de Macau. Contudo, apesar de a universidade ter manifestado optimismo no passado, voltou a receber uma recusa na semana passada, conforme adiantou o Gabinete de Apoio ao Ensino Superior ao HM, referindo que o Ministério da Educação da República Popular da China não aceitou o pedido. “Quando ouvi que havia uma possibilidade fiquei muito feliz. Mas agora, ao saber que houve novamente um não, fiquei muito chateado. É muito injusto para nós. A única razão em que consigo pensar é por sermos católicos. É óbvio, não é?”, lamentou. A USJ pertence à Fundação Católica, uma organização presidida pelo bispo e instituída pela Universidade Católica de Portugal e pela Diocese de Macau. Voz activa O novo bispo de Macau, que tomou posse em Janeiro, defende ainda que a Igreja Católica deve ter uma voz activa na sociedade e promete pronunciar-se contra as injustiças que vier a identificar no território. “Quando a Igreja vê que o Governo, ou seja quem for, falha em olhar pelas pessoas, deve pronunciar-se. Nas coisas que dizem respeito à vida das pessoas, a Igreja tem o papel profético de agir como a voz de Deus, de falar contra as injustiças e as coisas que estejam mal na sociedade”, disse o antigo bispo auxiliar de Hong Kong. Olhando para Hong Kong, uma cidade onde a tensão entre a população e o Governo (local e central) não pára de aumentar, Stephen Lee salienta a importância de a Igreja “acompanhar os jovens” de modo a que “não se sintam negligenciados”. “Sentem-se frustrados. A Igreja tenta ajudá-los a ter mais esperança, apesar de não gostarem do Governo”, disse. Em Macau, “não há muito este sentimento”, “mas se, no futuro, houver algo, a Igreja vai falar”, garantiu ainda. Apesar de defender uma postura interventiva, Stephen Lee rejeita que a sua vinda de Hong Kong para Macau possa, de alguma forma, prejudicar as relações da diocese com Pequim. “Não há qualquer intenção do Santo Padre de importar o modelo de Hong Kong para aqui, até porque não existe um modelo de Hong Kong. O modelo da Igreja de Hong Kong não é o de permanente conflito com o Governo ou com a China. Isso não é a diocese de Hong Kong. Eu vim de lá e sei”, defendeu. Stephen Lee elogiou ainda as tradições e os edifícios católicos de Macau, deixados pelos portugueses, considerando que são “um tesouro da diocese”.
Hoje Macau EventosTeresa Costa Gomes inicia aulas de Meditação na Casa de Portugal Desmistificar o processo da meditação e partilhar o seu conhecimento são os grandes objectivos de Teresa Costa Gomes, que inicia hoje uma série de workshops. Com música, sem música, com luz ou sem ela, das correntes mais estritas como a Vipassana à simplicidade da Brama Kumaris, Teresa Costa Gomes reúne mais de duas décadas de conhecimento [dropcap style=’circle’]T[/dropcap]udo começou há mais de 20 anos, era Teresa ainda adolescente. “Sabe”, diz-nos, “os teenagers são sempre todos meio loucos e eu não era excepção, daí que a minha mãe um dia me propusesse uns momentos de silêncio, de calma”. Foram assim os primeiros passos na meditação, uma actividade à qual dedica três horas diárias e que a levou ao contacto com diversos mestres, de diversas escolas e um pouco por todo o mundo. A portuguesa vai agora ensinar quem estiver interessado nesta arte, a partir de hoje, na Casa de Portugal e depois de passar do Brasil a Macau, com visita pelas Seychelles, onde Teresa confessa que teve uma das experiências mais marcantes do seu percurso. “Foi uma semana intensa com um mestre que me deu muita ‘cacetada’ e que me ajudou a confirmar a ideia de que não somos nada e que nada nos pertence”, confessa. Em Macau, destaca Patrícia Nolasco, com quem também aprendeu muito e que considera “uma pessoa de uma generosidade e bondade imensas”, mas também Graça Guise, “mais do lado do yoga”, explica, tal como Rada. uma professora indiana que viveu em Macau há alguns anos e que terminava as suas aulas de yoga com sessões de meditação. “Aprendi tanto que o que vou fazer agora é como uma síntese de tudo o que fui ouvindo, lendo e experimentando” diz-nos ainda Teresa Costa Gomes. O melhor método é o que funciona “Algumas pessoas dizem-me: tens de pôr música, tens de recitar os mantras, temos de nos sentar no chão…”, conta Teresa. Mas, para quem percorreu um caminho tão longo e reconhece ainda ter muito para aprender, pode ser tudo muito mais simples do que isso. “A meditação não é nada complicada. Não é preciso ter roupa especial, ou assumir poses peculiares, ou o que quer que seja”, diz, considerando que diferentes escolas implicam diferentes métodos. Umas são mais rígidas e complexas, outras mais simples, mas o que espera sinceramente é que através da sua síntese os alunos fiquem munidos de ferramentas básicas para que cada um escolha o método mais apropriado para si. “Eu dou as bases e depois cada um descobre o que o faz sentir melhor”, diz. No fundo, Teresa Costa Gomes espera que cada um fique habilitado a andar pelo seu próprio pé. Por isso mesmo, vão acontecer muitas coisas diferentes nas aulas sendo que, acima de tudo, pretende-se criar um momento de calma para “as pessoas poderem encontrar-se a si próprias, descobrir os seus centros de energia e os possam alinhar”, diz Teresa, reforçando que não utilizou o termo “chakras” propositadamente para não se colar a uma escola em particular. “Ajudar as pessoas a encontrarem paz e felicidade, a conseguirem esvaziar as cabeças deste mundo louco em que vivemos é ao que me proponho”, explica. Uma prática diária “Qualquer pessoa pode fazer meditação”, garante Teresa, “basta querer tentar”, adianta, explicando que para si é um hábito diário desde há muito. Um iniciado não pode meditar durante tanto tempo pois tudo se começa aos poucos. “Primeiro 15, depois 20 minutos, meia hora e vai-se aumentando. É um processo natural”, aclara. Uma coisa é certa: para Teresa, a meditação mudou a sua vida e faz parte integrante do seu dia-a-dia. Meditou através da luz, do som, de várias formas e considera ter sido sempre muito honesta no processo ao longo dos anos. Passou a ser vegetariana mas não considera que isso seja uma condição essencial. Explica-nos que existem escolas vegan mas, para si, cada um pode ser aquilo que quiser e comer o que lhe apetecer. “Cada caso é um caso”, explica. Processo regenerador “Gosto que as pessoas vão para uma aula minha a pensar que é uma utopia, que a paz interior e a felicidade não podem ser atingidas por esta via”, diz Teresa Costa Gomes, para quem a prática de meditação é um processo regenerador. Segundo a antiga Relações Públicas dos Serviços de Turismo, as pessoas que fazem meditação consigo, estão bem, leves e têm um sentido de equilíbrio na vida. “Eu noto isso”, garante, “as pessoas notam isso. São momentos de calma que geramos e isso é muito bom”. Os workshops começam hoje na Casa de Portugal existindo duas classes disponíveis: terças e quintas das 11h00 às 12h00 e segundas e quintas das 19h 00 às 20h00. A sessão matinal custa 1080 patacas por pessoa e a nocturna 1050 patacas. Os cursos são avalizados pela Direcção dos Serviços de Educação pelo que o subsídio de formação atribuído a residentes pode ser aplicado. As classes serão ministradas em Inglês e Português.
Hoje Macau SociedadeTese |Vanessa Amaro analisa padrões de comportamento em portugueses em Macau [dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m estudo com 60 portugueses que emigraram para Macau antes e depois da transferência para a China identificou padrões de comportamento e discurso, como a ideia de que estadia tem carácter “temporário”. Vanessa Amaro, que defendeu, na sexta-feira, na Universidade de Macau, a tese de doutoramento “Identidade e questões do estatuto sociocultural na comunidade portuguesa na Macau pós-colonial”, dividiu a amostra entre os que chegaram antes de 1999 e os que vieram na onda de um novo fluxo migratório, principalmente desde 2005. “Uma coisa comum é que todos pensam Macau como uma coisa muito temporária”, disse à Lusa Vanessa Amaro, ex-editora do HM, recordando que muitos dos que chegaram antes da transição nunca compraram casa, não aprenderam Chinês nem criaram relações profundas com a comunidade chinesa porque sempre tiveram a intenção de “um dia ir embora”. Os mais recentes têm o mesmo discurso e olham o território como “um trampolim profissional, como uma forma de ganhar experiência profissional e de fazer poupanças, para depois se mudarem para um destino que não necessariamente Portugal”. Outro denominador comum é a recusa do termo “emigrante” para definir um português que vive em Macau, por ser “pejorativo”. Agarram-se, por um lado, ao “peso da história”, considerando ter um “papel importante” a desempenhar e “uma posição privilegiada”, soando como “uma ofensa” colocá-los em pé de igualdade como outras comunidades, como os filipinos. Por outro lado, “querem distanciar-se da figura do típico português dos anos 60/70, pouco qualificado”, vendo-se “diferentes” de outros portugueses espalhados pelo mundo, explicou Vanessa Amaro, com a ressalva de que não se pode generalizar. “Encontrei muita gente a tentar encontrar outro termo”, contou a investigadora, considerando que “tem muito a ver com a necessidade de a comunidade se tentar posicionar como elite”. Neste âmbito, destaca a “bolha” em que vivem alguns portugueses, que adoptaram a ideia de que podem fazer a sua vida sem precisar de aprender Chinês porque “têm as suas rotinas, os seus amigos, fecham-se nos seus grupos e fazem toda a sua vida no circuito português”. Só seis dos entrevistados falavam fluentemente Cantonense. A barreira cultural da língua pesa e “essa cortina de vidro sempre existiu e sempre houve intermediários (…), mas a questão é que não há interesse da comunidade portuguesa em aprender de forma generalizada”, considerou. “Todos concordam que são muito importantes para o futuro, não só pela história, mas também pelo próprio desenvolvimento, para manter a identidade única de Macau, para evitar que a cultura portuguesa seja modificada, vendida, embrulhada para os chineses como uma coisa de Macau. Acham que é importante também manter o que é português como português e não como uma coisa de Macau”, como é o caso do simples pastel de nata, ilustrou. O estudo também identificou padrões nas razões que trouxeram os portugueses a Macau antes e depois de 1999 e nos motivos que os levam a permanecer, como as questões financeiras.
Hoje Macau EventosPessanha | Um trisavô de quem só se sabem “umas coisinhas” [dropcap style=’circle’]N[/dropcap]oventa anos passados da morte de Camilo Pessanha em Macau, dois trinetos recordam, ainda que vagamente, “o avô da avó”, um homem que “escrevia umas coisas” e de quem não sobrou nem uma fotografia. “A minha mãe contava que ele fumava ópio e que era maçom. Eu tinha 15 ou 16 anos quando me disse que ele era poeta. Não se ligava muito a isso”, conta Ana Jorge, recordando o bisavô Camilo Pessanha, que nunca chegou a conhecer, mas que viveu em Macau metade da sua vida e onde acabaria por morrer. As memórias já frágeis de Ana Jorge são complementadas com as dos filhos Filomeno e Victor, que ainda ouviram a avó, já falecida, falar de Pessanha. Maria Rosa dos Remédios do Espírito Santo tinha 12 anos quando Camilo Pessanha morreu, a 1 de Março de 1926, faz na terça-feira 90 anos. “Camilo Pessanha sustentou a minha avó dos sete aos 12 anos. (…) Ele não gostava muito do filho, dizia que ele não tinha juízo, estava sempre fora, e por isso a sustentou. Ela ia a casa dele e ele dava-lhe dinheiro. A avó gostava dele”, lembra Victor Jorge, 66 anos, segurando uma fotografia do João Manuel Pessanha, com farda de oficial da marinha mercante, e fazendo referência a uma relação difícil entre pai e filho que ainda hoje é comentada em Macau. Tudo indica que João Manuel foi fruto de uma relação de Pessanha com uma concubina chinesa. Apesar de ser o seu único filho consensualmente reconhecido, a relação entre os dois terá sido distante. João Manuel nasceu em 1896 e foi baptizado como filho de pais incógnitos. Só em 1900 foi perfilhado por Pessanha. No seu testamento, o poeta deixou a maior parte dos bens à nova companheira, Kuoc Ngan Yeng, conhecida como “Águia de Prata”, em detrimento do filho. Nome grande Foi também pela avó que os trinetos de Pessanha souberam que descendiam de alguém que fez nome na literatura, ainda que não fosse essa a faceta a que era mais associado em Macau, onde foi professor, juiz e conservador do registo predial. “A conversa surgiu quando arrumávamos coisas e vimos umas fotografias antigas. ‘Avó, quem é esse homem com bengala, cheio de barbas?’, ‘É seu trisavô’, disse ela, e começou a contar a história dele. Contou que foi advogado, tinha mulheres chinesas, até aprendeu a escrever chinês. Depois foi juiz”, recorda Victor, estimando que teria uns 20 anos na altura. E escritor? “Sim, ela sabia que tinha sido poeta. Foi também encarregado do Governo e tinha muitas antiguidades”, conta. Filomeno lembra-se de ter sabido do parentesco mais tarde, teria já mais de 30 anos, quando Maria Rosa terá sido abordada para dar uma entrevista: “A avó falava dele, mas não muito. Dizia que era boa pessoa, escrevia umas coisas, tinha boas relações com muita gente, tanto portugueses, como chineses e macaenses. Mas a avó só nos disse umas coisinhas, não temos muito conhecimento”. Apesar da surpresa da ligação familiar, ambos sabiam bem quem era Camilo Pessanha, já que “a cabeça inteira dele, com os bigodes”, como recorda Filomeno, passava de mão em mão, impressa na nota de 100 patacas. Ana Jorge, “quase a fazer 83 anos”, e os filhos são macaenses em todos os aspectos: nos traços faciais que reflectem a mistura portuguesa e chinesa, no sotaque, no bilinguismo, nas expressões, na afabilidade. Talvez pela distância, temporal e geográfica, pelo português fluente mas temperado pelo chinês e pelo patuá macaense, estes familiares de quarta geração, sem uma “Clepsidra” na estante, estão afastados da obra do poeta. “Só passei uma vista de olhos pelos poemas, não posso ser muito afirmativo”, comenta Victor. Filomeno, hoje com 59 anos e membro da Tuna Macaense, diz ter lido alguns versos depois de a avó lhe contar da ligação familiar. Musicar poemas de Pessanha chegou a passar-lhe pela cabeça, mas eram muito longos e cortá-los estava fora de questão. “Faço muitas músicas em português e patuá. Não estudei música, mas sou músico”, comenta, referindo-se à veia artística: “Acho que herdei isso dele”. Lápide em chinês no São Miguel de Arcanjo Muitos foram os que visitaram, curiosos, ao longo dos anos, o túmulo de Camilo Pessanha em Macau, uma sepultura discreta, com uma lápide em chinês, entalada entre jazigos vistosos no Cemitério São Miguel de Arcanjo. “Não havia poeta, escritor, que não perguntasse por Camilo Pessanha. Quando vinham cá pessoas ligadas às letras, lá íamos mostrar [a campa]”, recorda o investigador Luís Sá Cunha, que fez parte de um grupo de intelectuais e amantes de Pessanha que, por diversas vezes, lhe prestaram homenagem no cemitério. Sá Cunha, que ainda sabe de cor o caminho para a última morada do poeta, logo lançou o alerta, repetido por inúmeras pessoas, de que se trata de um túmulo difícil de encontrar. A campa de Camilo Pessanha, discreta, encontra-se numa ponta do cemitério, com uma lápide escrita em chinês, identificável apenas pela pequena fotografia do poeta, com as suas barbas negras. Situada entre três filas de túmulos, sem corredores a separar, obriga um visitante mais curioso a galgar as pedras vizinhas para se aproximar. Na pedra tumular já só se consegue ler a primeira frase da inscrição “À saudosa memória do poeta”, que termina com “do seu filho J.M.P.”, uma referência a João Manuel Pessanha, que também está ali enterrado. Projecto sagrado Nos anos 1990, Luís Cunha apresentou um projecto para um novo jazigo: “Tomei essa iniciativa porque há coisas sagradas. Várias pessoas juntaram-se para tratar disso”, recorda. Era “um projecto simples”, com “quatro colunas e uma cobertura”, mas que carecia de autorização do Governo. No entanto, o tempo passou e o aval não veio. “Insisti duas, três vezes e percebi que ia cair”, conta, não sabendo identificar um motivo concreto. “Depois foi a transferência [da administração de Macau de Portugal para a China, em 1999], e foi uma espécie de muro que se ergueu”, comenta, lembrando como os portugueses andavam particularmente ocupados nessa altura, preocupados com o futuro, o que terá contribuído para o esquecimento da ideia. Nessa época havia espaço em torno do túmulo para se erguer tal estrutura, mas “agora já não vale a pena, as campas [em volta] já estão muito em cima”. Luís Cunha recorda como, antes de 1999, “havia uma certa peregrinação” à campa, que funcionava como uma “lavagem moral interior”. Em particular, lembra a visita de Natália Correia, que além do cemitério, “queria ver tudo”, até “os ‘karaokes’ e as saunas” de Macau. Quando estavam os dois no edifício na Avenida da Praia Grande onde em tempos esteve a casa de Pessanha, Sá Cunha perguntou: “Natália, sabes onde tens os pés? Na casa de Camilo Pessanha!”. “Ela até deu um salto”, descreve. “Por todas estas razões, acho que era obrigação dignificar o Camilo. E isso não se fez”, lamenta.
Hoje Macau BrevesSecretário de Estado da Indústria português de visita O Secretário de Estado da Indústria português, João Vasconcelos, está de visita a Macau, hoje e amanhã. Da agenda fazem parte um conjunto de contactos com diversas autoridades e entidades da RAEM assim como com empresas e empresários. O dia começa com uma reunião de trabalho com o Cônsul-Geral e Conselheiro Comercial, Vítor Sereno, e uma visita à unidade industrial da Hovione e termina com um jantar de trabalho com várias personalidades e entidades, entre eles o Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário. Na terça-feira, e último dia da visita, decorrerá um almoço de trabalho com empresas organizado pela MECC – Macau European Chamber of Commerce, Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa e BNU, no Sofitel às13h00. A tarde começará com uma reunião com Secretário da Economia e Finanças, Lionel Leong. Pelas 16h00 decorrerá um encontro com os órgãos de comunicação social de Macau, no Consulado-Geral de Portugal, seguindo-se uma visita à Companhia de Electricidade de Macau.
Hoje Macau BrevesViolência Doméstica | Um terço dos polícias com formação A formação de pessoal da PSP que lida com casos de violência doméstica vai chegar a um terço dos efectivos. No total, cerca de 1600 funcionários podem ser abrangidos por esta medida. De acordo com a rádio Macau, a decisão foi anunciada numa reunião entre representantes do Governo e deputados da Assembleia Legislativa, que analisa a Proposta de Lei de Prevenção e Correcção da Violência Doméstica. “Se tudo correr bem e se for aprovada num curto espaço de tempo, um terço dos polícias vai ser formado”, explicou a deputada Kwan Tsui Hang, presidente da Comissão, que indica que as acções de formação já estão a ser preparadas. A conclusão dos cursos deve ser feita antes da entrada em vigor do diploma. A rádio avança ainda que o Governo está a planear a criação de uma linha única de apoio com profissionais do Instituto de Acção Social, para juntar numa só estrutura o tratamento de todos os casos reportados. A reunião serviu também para debater a forma como a assistência às vítimas deve ser comparticipada, com os deputados a defenderem que os custos não devem ser suportados apenas pelo erário público. “A Comissão propôs ao Governo para que pondere a definição de uma responsabilidade económica a assumir por parte do agente agressor, para além da responsabilidade criminal”, adiantou a deputada.
Hoje Macau Desporto MancheteLiga de Elite | Benfica, 14 – Casa de Portugal, 0 Não se esperavam grandes dificuldades para o Benfica mas, provavelmente, também não se esperariam tantas facilidade. Uma hiper-goleada num jogo de sentido único, em cima de um relvado num estado lastimável, onde a Casa de Portugal surgiu com apenas dois suplentes e praticamente não atacou. O Benfica apresentou um onze diferente do normal com alguns titulares habituais a ficarem no banco. Também ontem, o Sporting despachou o Kei Lun com sete golos sem resposta. O Benfica continua na frente do campeonato [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]os 47 segundos de jogo já o Benfica mostrava ao que vinha. Uma arrancada rápida pelo lado direito de Chan Man que entrou sozinho pela área dentro desferindo um remate cruzado sem qualquer oposição mas que viria a embater no poste. A Casa de Portugal defendia como podia, com destaque para o defesa central Turay, sempre muito activo a controlar as operações da equipa na defesa e, logo aos quatro minutos, Vini cruzava da direita para Alison Brito encostar e fazer o primeiro golo. A Casa de Portugal continuava a tentar deter os ataques encarnados deixando apenas o avançado Miguel Ângelo na frente, uma ou outra vez com a companhia de Duarte Pinheiro Torres e, aos 24 minutos, Alison Brito fazia o segundo da sua conta pessoal e da equipa. Apenas à meia hora de jogo a Casa de Portugal conseguia o primeiro ataque mas sem consequências dignas de nota. Aos 37 minutos, o Benfica chegaria ao terceiro golo por Aguiar que aproveitaria da melhor forma uma defesa incompleta do guarda-redes da Casa de Portugal a um remate cruzado de Lei Kam Hong da direita. Já perto do intervalo, a Casa Portugal tentou mais uma aproximação à baliza do Benfica mas, na resposta, a equipa encarnada desenvolveu um contra ataque rápido com a bola a ser enviada paras a costas da defesa resultando num golo fácil para Lei Kam Hong. Vinha aí um tsunami Com o resultado em 4-0 ao intervalo e as facilidades com que o Benfica chegava à baliza da Casa de Portugal, seria legítimo esperar mais golos encarnados na segunda parte mas, provavelmente, poucos esperariam mais 10. A expulsão de Wong U Cheng logo as 54 minutos e a lesão mais tarde de Turay fazendo com que a Casa de Portugal terminasse o jogo com nove jogadores também terão tido alguma coisa a ver com o assunto. Além disso, nem o guarda-redes escapou pois viria a lesionar-se cerca dos 70 minutos de jogo terminando em clara inferioridade física. Aos 50 minutos chegava o quinto do Benfica numa jogada rápida de contra-ataque de Lei Kam Hong que sentou um defesa e depois rematou forte e sem hipóteses para o guarda-redes. Dois minutos depois e surgia um belo remate de cabeça de Bernardo Marques na sequência de um canto para o sexto da contagem. Mais dois minutos e mais um golo, desta feita de penálti, por mão de um defesa, e que viria a ser convertido por Edgar Teixeira com o guarda redes a ficar estático a ver a bola passar para o canto inferior esquerdo da sua baliza. O jogo continuava com o Benfica a lançar constantes assaltos à baliza da Casa de Portugal e, aos 65 minutos, surge o que foi, provavelmente, o melhor golo da partida num remate em arco de Lei Kam Hong que resultou numa valente chapelada ao guarda redes que bem voou mas em vão. Dois minutos passados e mais um golo do Benfica com Filipe Aguiar a aproveitar um bom cruzamento da esquerda. Mais dois minutos e o mesmo jogador viria a facturar o seu quarto golo ao apanhar a defesa da Casa de Portugal desprevenida e rematar colocado. Aos 71, mais um penálti assinalado contra a Casa por derrube de um jogador do Benfica, cabendo desta vez a Chan Man as honras do momento. Bola para um lado, guarda-redes para um lado bola para o outro, clássico. Aos 73 chegava a dúzia com Carlos Góis e aos 76 minutos, um canto da esquerda do ataque do Benfica para a zona da pequena área permite a Bernardo Marques entrar outra vez bem de cabeça e fazer um golo parecido com o seu anterior, momento em que o guarda-redes da Casa de Portugal fica a coxear. Aos 85 minutos uma bola picada da esquerda para a direita permite a entrada de Carlos Góis que fecharia a contagem beneficiando também da apatia do guarda-redes que mal se fez ao lance por estar em manifestas dificuldades físicas. Henrique Nunes, treinador do Benfica: “O campeonato começa agora” Para o responsável encarnado era um jogo teoricamente fácil mas que “ficou ainda mais facilitado depois da expulsão e da lesão”, disse. O estado relvado também não fugiu à análise de Henrique Nunes que classificou de “muito mau”. O treinador do Benfica destacou ainda o profissionalismo da equipa que “do princípio ao fim do jogo mostrou querer jogar e marcar sempre mais golos”. Em relação às contas do título, Henrique Nunes considera que vão entrar na fase crucial da prova com os jogos contra o Ka I, o CPK e o Sporting, dizendo que “são estes jogos que vão decidir o campeão”. Acredita que tem plantel para lutar pelo título mas “existem outras equipas boas”, disse, e nem o Monte Carlos retira das contas porque, adianta, “apesar de estarem a oito pontos de nós, têm uma sequência de jogos mais fáceis pela frente. Sean Kilker, treinador adjunto da Casa de Portugal: “Lutar até ao fim” Sean Kilke em declarações ao Hoje Macau pois o treinador Pelé tinha um jogo de sub 16 a começar no Canídromo considerou que foi um jogo muito difícil para a equipa. Para este responsável da Casa de Portugal o facto de terem muitos jogadores não disponíveis para o encontro dificultou-lhes ainda mais o trabalho porque jogar “com apenas dois suplentes contra o Benfica ia ser complicado”. Em relação aos objectivos da equipa Kilker é claro no desejo de se manterem na primeira divisão mas só se equipa lutar. “Se os rapazes lutarem até ao fim, vamos conseguir”, disse. Rui Vitória | «Benfica está a jogar um futebol mais fácil» Instado a identificar o que mudou no Benfica depois do empate (0-0) com o União, na Madeira, Rui Vitória fez notar que os resultados e exibições que se seguiram ao encontro da 7.ª jornada da Liga foram o corolário da evolução da equipa. «Os resultados ajudam e o trabalho dos jogadores também. Esse jogo não pode ser um marco no sentido de dizer que a partir dali as coisas aconteceram melhor. O trabalho foi dando os seus frutos, o tempo vai ajudando a que as coisas fiquem muito mais estáveis e que o rendimento comece a aparecer», constatou, prosseguindo: «A alegria dos jogadores, a confiança que foram ganhando, o envolvimento entre nós juntamente com os nossos adeptos, ajuda a que tudo seja mais fácil.» Aos olhos de Rui Vitória, o Benfica joga hoje «um futebol mais fácil, cria oportunidades de golo com mais facilidades e os jogadores estão alegres em campo». «Gosto de ver este envolvimento e empatia entre a equipa e os adeptos», realçou. FIFA | Infantino rejeita comparações com Blatter O que têm Jospeh Blatter e Gianni Infantino em comum além da nacionalidade? Pouco ou nada, segundo o novo presidente da FIFA que pretende apenas, tal como o antecessor, marcar uma nova era no organismo que tutela o futebol mundial. «Infantino é Infantino, Blatter é Blatter», começou por dizer o suíço, eleito novo presidente da FIFA na última sexta-feira, em Zurique, rejeitando comparações com o homem que deixou o cargo envolto em polémica devido a escândalos de corrupção. «Blatter marcou uma era na FIFA e eu espero marcar uma nova era. Penso pela minha cabeça, de outra forma não tinha sido eleito», disse em declarações ao Sonntags Blick. Infantino confessou ainda que «não estava confiante na vitória», pelo que não interiorizou a dimensão do que acabou de alcançar: Praticamente não dormi, talvez alguns minutos. Tudo se posiciona algures entre um sonho e a realidade. Ainda não percebi bem o que aconteceu. Sou muito emocional mas estou cheio de energia e vontade. Ronaldo clarifica declarações polémicas: «Não sou melhor que ninguém…» «Se todos estivessem ao meu nível, iríamos em primeiro». As palavras, polémicas, de Cristiano Ronaldo no final do `derby´ com o Atlético Madrid caíram como uma bomba em Espanha, com ondas de choque um pouco por todo o mundo. Ouvido pelo diário Marca, o internacional português garantiu não ter tido a intenção de diminuir os colegas de equipa. «Referia-me ao nível físico, não de jogo. Não sou melhor que nenhum dos meus companheiros», frisou.
Hoje Macau BrevesAutocarros públicos envolvidos em mais acidentes Os autocarros públicos estiveram envolvidos em mais acidentes em 2015. Dados avançados pela Rádio Macau, que cita a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), mostram que, no passado, foram registados 773 acidentes, mais 25 que em 2014. O aumento, contudo, não é igual no que às vítimas mortais diz respeito: o ano passado registou-se uma morte, menos uma do que em 2014. Segundo a rádio, a DSAT não especifica quantos motoristas acabaram suspensos ou despedidos na sequência dos acidentes, porque essa informação, explica o organismo, só pode ser dada pelas três companhias de autocarro.
Hoje Macau SociedadeMorte cerebral | Alexis Tam promete directrizes “para breve” Alexis Tam, Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, garantiu que “os critérios de morte cerebral e as directrizes para a determinação da morte cerebral irão ser publicadas em breve”. Falando na qualidade de presidente da Comissão de Ética para as Ciências da Vida, Alexis Tam disse ainda que “estas directrizes são muito rigorosas e reúnem regras de procedimentos científicos e respondem, ainda, à necessidade do desenvolvimento de medicina em Macau, sendo por isso um marco no desenvolvimento do transplante de órgãos em Macau”. Segundo um comunicado, o Secretário referiu que o “transplante de órgãos acarreta algumas questões”: o fornecimento de órgãos, pois a procura é sempre superior à oferta, as despesas de tratamento “altíssimas”, o consentimento informado quanto à doação de órgãos, a determinação da morte cerebral ou a venda clandestina de órgãos. O Secretário referiu que as situações “devem ser enfrentadas e solucionadas de modo a promover o desenvolvimento do transplante de órgãos”. Estas declarações foram proferidas no âmbito de palestra proferida ontem e que contou com a presença de Huang Jiefu, presidente do Conselho de Doação e Transplante de Órgãos da China e director-geral da direcção da Fundação de Desenvolvimento de Transplante de Órgãos da China. Para Alexis Tam, Huang Jiefu “vai dar um grande apoio ao desenvolvimento dos transplantes de órgãos em Macau”, algo que ainda não existe em Macau e que leva os doentes necessitados às regiões vizinhas como Hong Kong.
Hoje Macau China / ÁsiaEmpresa chinesa desiste de aquisição nos EUA por causa de escrutínio Uma empresa chinesa do ramo tecnológico desistiu de um investimento multimilionário num fabricante de discos rígidos dos Estados Unidos da América devido ao escrutínio imposto por legisladores norte-americanos, noticiou ontem a imprensa estatal da China. A Unisplendour Corp (UNIS) cancelou uma oferta de 3,8 mil milhões de dólares por aproximadamente 15% da Western Digital, uma empresa sediada no Estado da Califórnia. A decisão surge após o anúncio de que a Comissão para os Investimentos Estrangeiros nos Estados Unidos (CFIUS, no acrónimo em inglês) iria rever o negócio. Aquele grupo, que inclui responsáveis do Departamento da Defesa, Estado e Segurança Nacional, é responsável por analisar se os investimentos propostos por empresas estrangeiras colocam em causa a segurança dos EUA. A notícia terá levado a empresa chinesa, subsidiária da estatal Tsinghua Unisplendour Group, a accionar uma cláusula que lhe permite desistir do negócio, segundo um comunicado emitido pela Western Digital. A CFIUS tem aumentado o escrutínio sobre as empresas chinesas, acompanhando o crescente fluxo de investimento oriundo do “gigante asiático” nos últimos anos. Em 2014, a China foi o maior país comprador estrangeiro de empresas norte-americanas pelo terceiro ano consecutivo, segundo dados oficiais. Com este investimento, a Unisplendour passaria a ter um lugar na administração da Western Digital e tornar-se-ia o maior accionista da empresa, cuja área de negócio principal são discos rígidos e dispositivos de armazenamento. Negócios aéreos Na semana passada, o grupo chinês HNA – empresa matriz da companhia aérea Hainan Airlines e futuros accionistas da TAP – concordou em pagar 6.000 milhões de dólares pela distribuidora de tecnologia norte-americana Ingram Micro. A Ingram Micro é responsável pela distribuição de produtos da Apple, Microsoft, IBM e Cisco, entre outras firmas do setor, e tem 200 mil clientes espalhados por cerca de 160 países, segundo o ‘site’ oficial. Segundo um comunicado emitido em meados deste mês pelo HNA, o grupo compromete-se a realizar um empréstimo de 120 milhões de euros à companhia aérea brasileira Azul, destinado à compra de obrigações convertíveis da TAP a 10 anos. A empresa assegurará assim 6,4% do direito de voto na TAP e 55% dos benefícios económicos, lê-se na mesma nota. Além desse empréstimo, com maturidade de 181 dias e taxa de juros anual fixada em 14,25%, o HNA prevê mais um financiamento de 300 milhões de dólares à Azul, visando tornar-se accionista da empresa. Desde que a China Three Gorges comprou 21,3% da EDP, em 2012, o montante do investimento chinês em Portugal já ultrapassou os 10.000 milhões de euros.
Hoje Macau EventosPrémios de cinema de Taiwan e Hong Kong banidos na China As causas são políticas, naturalmente. O problema com Hong Kong é o filme “Dez Anos”, passado num futuro distópico em que a antiga colónia inglesa se vê a braços com um opressor regime comunista. Já em relação a Taiwan, a culpa é de Tsai Ing-wen, a nova presidente da ilha rebelde e de quem Pequim não gosta. Por cá, a reacção de alguns realizadores é de repúdio mas de que também estão a chegar ventos de mudança Primeiro foi a CCTV, que emite a cerimónia de entrega de prémios Hong Kong desde 1991, a anunciar o boicote. Depois seguiu-se a Tencent que, apesar do contrato que detém, resolveu boicotar a emissão que estava agendada para o QQ. A decisão das duas operadoras surgiu na sequência do comunicado da SAPPRFT, a autoridade chinesa para audiovisual, no dia 21 deste mês (ver caixa). No entanto, tudo indica que a culpa é do filme “Dez Anos” nomeado para melhor filme do ano nos Hong Kong Film Awards, que serão entregues no próximo dia 4 de Abril. O filme traz-nos uma história que nos leva a Hong Kong daqui a dez anos quando a cidade se encontra debaixo de um impiedoso regime comunista, com lojas a serem atacadas por soldados por venderem materiais proibidos e activistas a imolarem-se como uma declaração de independência. “Têm medo de quê?” Para o jornal South China Morning Post, o filme é “uma advertência sobre o poder do cinema independente e inteligente como veículo para a crítica política e social”. Apesar de ter tido exibições limitadas e ter sido feito com um orçamento de apenas 600 mil dólares de Hong Kong, já conseguiu facturar seis milhões em bilheteira. As razões do sucesso terão muito ver com o facto da história impactar a população de Hong Kong tendo-se já visto pessoas a deixarem o cinema em lágrimas. Já na China, as lágrimas são de raiva: o jornal Global Times, por exemplo, classificou “Dez Anos” como “um vírus da mente” e culpa-o mesmo pelos recentes desacatos em Mong Kok. “É muito estranho. Estão com medo do quê?” disse à imprensa Ng Ka-leung, um dos cinco realizadores do filme sobre o boicote chinês. “É apenas um pequeno filme independente mas com esta atenção toda só fazem as pessoas ainda mais curiosas”, disse ainda Ng Ka-leung. Falar verdade na “prisão” “É uma loucura!” diz Vincent Hoi (Sio Lio), realizador local, considerando que os festivais de Taiwan e Hong Kong são os mais significativos para o mundo chinês e chegando mesmo ao ponto de dizer que “a China é uma prisão” para ilustrar as limitações criativas que se colocam aos cineastas. Harriet Wong, realizadora, não estava a par do assunto mas está bem ligada ao que se passa no meio do cinema na China já que estudou em Pequim e por lá tem vivido bastante tempo. Desmultiplica a situação dizendo que tanto ela como os meus colegas também nunca vêem televisão. “A CCTV, para nós, é só o espectáculo de fim de ano. Em relação a outros temas, há sempre uma forma de vermos o que queremos na internet. Usamos todos VPN”. A realizadora fez-nos uma revelação interessante quando falamos de censura dizendo-nos ter vários colegas do curso de Cinema que foram trabalhar para a censura na esperança de mudar as coisas a partir de dentro, alguns mesmo com projectos de filmes. “Pelo que sei”, diz Harriet, “há um processo de renovação em curso. A geração dos mais velhos tem um passado histórico que nós temos”, explica Harriet, anunciando como que uma “guerra de gerações” em curso. Por isso, acredita que as coisas têm tendência para mudar. “É como uma pequena luz na escuridão”, diz-nos, porque a vontade de mudar é grande. “Todos nós temos vontade de falar a verdade”, garante Harriet. Para Tracy Choi, outra realizadora local, o boicote não é nenhuma novidade: “É a forma que eles têm de fazer as coisas”, diz, mas a sua opinião em relação ao assunto é clara: “não faz sentido nenhum. É um bocado estranho tudo isto”, diz, lamentando que os cineastas não sejam livres para escolherem os seus próprios temas. Além disso, as dificuldades começam logo quando se procura um investidor, como diz Harriet, que também reconhece que se se pretende ter um filme na China tem de se passar por isso. “O problema maior são os investidores”, diz Tracy, “porque se ficam com medo dos temas nem chegamos a fazer o filme. E aí a solução é fazermos filmes de baixo orçamento”, explica. Foi o caso de “Dez Anos”. Harriet e Tracy não viram o filme, mas Vincent viu e considera que toda gente em Macau, Taiwan e Hong Kong também o deveria ver. A realização é um bocado imberbe, diz, mas o tema genial: “porque não é apenas algo que possa acontecer daqui a dez anos”, garante Vincent Hoi, “Está a acontecer agora.” “Com esta presidente, não” Mas se “Dez Anos” pode ajudar a explicar o boicote a Hong Kong, em relação aos Taiwan Golden Horses, a história é outra – de acordo com o China Digital Times, a cerimónia de Novembro também não irá passar na China, o que parece também pacífico de inferir a partir do comunicado dos SAPPRFT. As razões ninguém as esclarece de forma clara, mas tudo indicia que a chegada de Tsai Ing-wen à presidência estará intimamente ligada a isso, pois a sua eleição não caiu bem em Pequim e os cavalos, apesar de ouro, também devem acabar na lista negra. Comunicado da SAPPRFT Devido às mudanças sociais registadas em Hong Kong e Taiwan este ano, e para prevenir as influências negativas de discursos, filmes e televisões que não se conformem com as condições nacionais, todos os principais websites e todas as aplicações móveis devem suspender qualquer transmissão directa ou em diferido dos “Hong Kong Film Awards” em Abril e dos “Taiwan Golden Horse Awards” no final deste ano.
Hoje Macau BrevesBiblioteca do IFT depositária da Organização Mundial de Turismo A partir de Janeiro deste ano, a biblioteca multimédia do Instituto de Formação Turística (IFT) torna-se a primeira de Macau, Hong Kong e Taiwan a ser distinguida como Depositário da Organização Mundial de Turismo (OMT). Lançado em 2003, o Programa de Biblioteca Depositária tem por objectivo promover o acesso a pesquisas e relatórios publicados pela OMT e disponibilizar informação para audiências mais vastas. Até ao momento, existem cerca 60 bibliotecas certificadas em 30 países e regiões. Assim, a partir deste ano, a Biblioteca Multimédia do IFT vai passar a receber todas as publicações oficiais da OMT na versão inglesa. A informação está, portanto, disponível ao público interessado em saber mais sobre dados turísticos de Macau e das regiões vizinhas. O IFT, recorde-se, foi a primeira instituição de ensino mundial a ser acreditada pelo Sistema de Certificação UNWTO.TedQual, é depositário da Medalha de Ouro do Governo e venceu por duas vezes a Medalha de Ouro para ‘Educação e Treino’ da Asia Pacific Travel Association (PATA).
Hoje Macau BrevesConfirmado segundo caso de dengue importado Foi confirmado o segundo caso de dengue importado em Macau, como avançam os Serviços de Saúde (SS) em comunicado à imprensa. A doente é uma mulher de 38 anos, residente de Macau, que na primeira quinzena de Fevereiro viajou até Johor Bahru, na Malásia. “Após o regresso a Macau, em 21 de Fevereiro, a doente manifestou sintomas de febre, dores da órbita ocular e dores nas articulações, tendo recorrido ao Centro Hospitalar Conde de São Januário. Durante o exame médico foi ainda detectada erupção cutânea nos membros superiores. Na terça-feira, o Laboratório de Saúde Pública confirmou os resultados do teste dengue tipo III”, relatam no documento. A doente está ainda internada a receber tratamento e tem febre. Os SS indicam ainda que já procederam à eliminação de mosquitos na área de residência da paciente, sendo que é necessário que os residentes daquela zona [Estrada Coronel Nicolau de Mesquita da Taipa] adoptem medidas anti-mosquitos.
Hoje Macau BrevesSS notificados para caso de gripe B Os Serviços de Saúde (SS) foram notificados pelo Hospital Kiang Wu de um caso grave de infecção de gripe B. O homem, de 89 anos, é residente de Macau e apresentava sintomas de febre e tosse. Um raio-x revelou a existência de pneumonia ligeira no pulmão direito e o idoso foi internado. A febre baixou e o estado clínico é considerado normal, mas o paciente não tinha efectuado a vacinação antigripal do Inverno. Em relação aos dois casos de “gripe grave” anunciados nos últimos dias, numa mulher com 60 anos e num homem com 53 anos de idade que necessitaram de ventilação assistida, as informações mais recentes “revelam uma acentuada melhoria, já não sendo necessário o uso de ventilação”. Os dois foram já transferidos para a enfermaria geral e estão estáveis.
Hoje Macau BrevesTrienal de Gravura de Macau estendida A segunda Trienal de Gravura de Macau, um evento de intercâmbio internacional na área da gravura que revela a diversidade criativa neste ramo artístico, vai ser estendida até dia 10 de Abril. A mostra, indica a organização, tem sido muito procurada desde a sua inauguração em Novembro do ano passado, pelo que a trienal em exibição no Museu de Arte de Macau e a exposição “Novo Panorama da Gravura na China”, na Galeria Tap Seac, serão estendidas. Planeada pelo gravador veterano de Macau Wong Cheng Pou, a edição deste ano da Trienal apresenta as obras mais significativas, após a selecção pelo júri de nove especialistas, de um total de 560 obras de 22 países e regiões. As obras seleccionadas são oriundas da Croácia, Canadá, Índia, Indonésia, Brasil, Eslovénia, Japão, Bélgica, Polónia, Tailândia, Austrália, Portugal, Espanha, Coreia, Malásia, Interior da China, Hong Kong, Macau e Taiwan, entre outros países e regiões. O primeiro prémio deste ano foi atribuído ao gravador de Macau Cheong Cheng Wa, com a obra “Pessoas de Macau”. As exposições decorrem diariamente, excepto às segundas-feiras, das 10h00 horas às 19h00 horas na Galeria Tap Seac, que encerra duas horas mais tarde. O preço dos bilhetes é de cinco patacas e a entrada é livre aos domingos e feriados.
Hoje Macau BrevesRadovan Vlathović estreia-se na RAEM O Instituto Cultural vai juntar a Orquestra de Macau (OM) com Radovan Vlathović, o mestre mundial de trompa num concerto integrado no ciclo “Virtuosos Extraordinários”. A direcção ficará a cargo do Maestro e Director Musical da OM, Lü Jia. Radovan Vlathović foi trombino principal da Orquestra Sinfónica da Rádio de Berlim e conquistou o Primeiro Prémio no Concurso Internacional da ARD, em Munique. A sua gravação dos concertos de Mozart foi galardoada com o Prémio da Crítica Discográfica Alemã e em 2012 recebeu o Prémio Porin, de Carreira, na Croácia. Neste “Concerto para Trompa por Radovan”, assim se designa, Vlathović tocará o Concerto para Trompa e Orquestra N.º 2 em Mi Bemol Maior, de Strauss, uma obra considerada extremamente desafiante para este instrumento e, para além disso, a OM irá executar a famosa Sinfonia N.º 5 “Destino” de Beethoven. O evento acontece no Grande Auditório do Centro Cultural de Macau, dia 5 de Março, pelas 20h00 horas. Os bilhetes encontram-se à venda e custam entre as cem e as 250 patacas.
Hoje Macau Eventos MancheteJazz | Mn’JAM actuam amanhã na Casa Garden A proposta é de um concerto diferente onde se combinam imagens, mesas de mistura e guitarra portuguesa – tudo embrulhado numa indumentária jazz. São os Mn’JAM, um projecto liderado pela portuguesa Melissa Oliveira, nascida na Austrália e radicada na Holanda [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s Mn’JAM actuam amanhã na Casa Garden, num concerto organizado pelo Jazz Clube de Macau, que traz ao palco o projecto da portuguesa Melissa Oliveira e que apresenta mais do que música. Melissa gravou o seu primeiro álbum – “In My Garden” – em Boston com a participação especial de Greg Osby, um inovador saxofonista norte-americano, especialista do free jazz e do funk e com o trompetista e compositor Jason Palmer, também norte-americano e considerado uma dos músicos mais procurados da sua geração. Agora chegou a vez de apresentar um trabalho ao vivo e a artista resolveu fazê-lo de forma inovadora: juntou-se com o “turntablist” J.A.M. (mesa de mistura) numa formação que considera idiossincrática e que inclui ainda Virgílio da Silva (guitarra), José Carlos Barbosa (contrabaixo) e Tuur Moens (bateria). Neste elenco, destaque para a presença de uma guitarra portuguesa que, para Melissa, “em vez de ser utilizada de maneira estritamente tradicional, tem também direito a melodias e harmonias jazzísticas como parte obrigatória dos arranjos feitos para este projecto”. Fusão instrumental Guitarra portuguesa, turntables e efeitos visuais é uma forma diferente de encarar o jazz. Conforme diz Melissa Oliveira, “trata-se de um espectáculo que apesar de multifacetado não deixa de ser fiel aos princípios criadores deste estilo”. No entanto, a fusão de instrumentos e estilos não fica por aí, pois, adianta a artista, “a presença de J.A.M., que utiliza as ‘turntables’ de maneira auditiva mas também visual, interage de maneira a que, também neste instrumento, sejam possíveis solos audiovisuais, fazendo com que não existam dois concertos iguais e que o espírito do jazz se mantenha mesmo em formas inusitadas.” Melissa Oliveira nasceu na Austrália mas obteve a sua formação em jazz (voz) na ESMAE, o Conservatório do Porto. Em 2009, foi premiada com uma bolsa para estudar na Berklee College of Music, em Boston, EUA, e depois seguiu para a Holanda onde tirou o mestrado em performance de jazz no Conservatório Real de Haia. Segundo a banda, a promessa é de “um espectáculo único porque nunca fazem dois iguais”. Campanha no “indiegogo” A caminho está o primeiro álbum para o qual a banda lançou uma campanha no sítio “indiegogo” e para o qual procuram quatro mil euros, tendo já juntado 1364 num mês e faltando ainda outro para que a acção de recolha de fundos termine. Durante a sua permanência em Macau, os Mn’JAM vão ainda realizar um workshop para os músicos locais. O concerto realiza-se na Casa Garden, amanhã, pelas 21h15. A entrada é livre.
Hoje Macau PolíticaVirgem Suta – “Ela Queria” “Ela Queria” Ela sonhava com um herói Ele playboy Tinha alta pinta de jingão Ela queria ser feliz Ele um petiz Queria apenas diversão Ela sonhava com o amor Ele estupor Achava isso uma aflição Mas algo havia entre os dois Havia pois E era para lá do bom E o final foi bestial Tudo ligou O Dom Juan lá com o charme Romeu virou Ela adorava o céu azul Ele ser cool E lançar charme para o ar Ela era tão bom coração Ele um pimpão Para com outras se embeiçar O que pra ela era bem bom Pra ele não Tanto mais tinha em que pensar Mas algo havia entre os dois Havia pois E era coisa pra durar E o final foi bestial Tudo ligou O Dom Juan lá com o charme Romeu virou O tempo venceu o herói Tudo lhe doi E mesmo assim bem ela o quer Agora é ele que lhe diz Sou tão feliz Por ter-te aqui supermulher Ela sorri por tê-lo ali Cutchi, cutchi Tão manso, agora mimo quer E nem aquele olhar mongol De quem vê mal Esconde o brilho a irromper E o final foi bestial Tudo ligou O Dom Juan lá com o charme Romeu virou Virgem Suta JORGE BENVINDA / NUNO FIGUEIREDO
Hoje Macau BrevesBNU doa 750 mil patacas à UM O BNU doou 750 mil patacas à Universidade de Macau (UM). Esta verba resulta do volume das transacções do Cartão de Crédito da UM, das quais o BNU doa uma percentagem e que foi lançado em 2013 com o objectivo de proporcionar melhores serviços aos estudantes, colaboradores e antigos alunos, bem como a recolha de fundos para apoiar o desenvolvimento da Universidade. O Cartão de Crédito Visa da UM está isento do pagamento de anuidade e aquela instituição bancária vê-o como um exemplo de colaboração entre o sector financeiro e uma organização sem fins lucrativos, “em prol do bem-estar da comunidade local”.
Hoje Macau BrevesDescontos em hotelaria e espectáculos Lionel Leong congratulou-se ontem pelo lançamento do evento “De Macau, com Amor”, organizado pelas seis operadoras da indústria do jogo em colaboração com o Governo. A ideia consiste no fornecimento, durante um período de tempo limitado, de diversos benefícios aos consumidores de Macau em alojamento, espectáculos, entretenimento, restauração e bebidas, entre outras actividades não directamente associadas ao jogo. Para o Secretário, “este evento pretende favorecer os residentes e impulsionar o desenvolvimento das operadoras” neste período de vacas magras. Para Lionel Leong , “a indústria de jogo de Macau encontra-se num período de ajustamento”.
Hoje Macau h | Artes, Letras e IdeiasO Macaco, A Sereia & Companhia 美猴与人鱼 *por Julie O’yang [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]jornal que li hoje de manhã trazia em destaque a seguinte notícia: No quinto dia do novo Ano Lunar Chinês, Ano do Macaco, (12 Fevereiro de 2016), 500.000 pessoas reuniram-se no Templo Guiyuan, na baixa da cidade chinesa Wuhan, para oferecer incenso ao Deus da Prosperidade 财神爷. A fim de garantir a sua segurança, alguns milhares de polícias estiveram de serviço ao local. Sendo chinesa, acredito que é fantástico estar dentro de uma nuvem de incenso, talvez porque o incenso representa o eterno sagrado. Em silêncio, a queimar pauzinhos aromáticos, sentimos a angústia desvanecer-se e os deuses descem dos céus para nos vir beijar. O fumo do incenso transmite boa energia aos seres humanos, seja qual for a sua raça e, desce sobre nós… em paz. Os chineses têm um ditado que diz: A vida é uma canção, o incenso é a música. Para os chineses existe outro mito sagrado, o Ano Novo Lunar, que este ano se iniciou a 8 de Fevereiro. Agora quero convidar-vos a vir comigo dar uma volta ao Mundo para vermos juntos alguns eventos inesquecíveis, relacionados com o Ano Novo Chinês. Embora para mim seja uma viagem retrospectiva, mantenho o uso do Presente para prolongar um pouco as sensações. O Museu Britânico, expõe os Manuscritos das Admoestações de Gu Kaizhi, 女史箴图, durante os festejos do Ano Novo Chinês. é da autoria do poeta Zhang Hua. O texto dirige-se às mulheres possuidoras de ambições políticas, ou de qualquer ambição em geral, admoestando-as e exortando a obediência ao homem, ou seja, ao Imperador, ao pai, ao marido e ao(s) filho(s). Por ordem hierárquica. Deve haver qualquer coisa muito errada neste mundo para que, nos dias que correm, Confúcio ainda seja considerado um sábio! Mas voltemos a Hong Kong, onde o Ano Novo é celebrado com a intensidade sulista e a ostentação e excessos actuais. Eu, pela parte que me toca, continuo a preferir os costumes tradicionais. E não só para o Novo Ano Lunar Chinês, cujo zénite se situa no início de Março. Só para dar um exemplo, alguns naturais de Hong Kong pagam a certas mulheres para irem a Canal Road amaldiçoar quem espalhe rumores sobre as suas pessoas. Funciona da seguinte maneira, estas “profissionais” atam um pedaço de papel, previamente untado de gordura, a um sapato por estrear do cliente, onde está escrito o nome do caluniador. Aqui está um exemplo acabado de umas vilãs dos diabos! Enquanto isto, em Victoria Harbour, Wilson Mao Wai-shing, o tipo mais fixe de Hong Kong, organizou o lançamento de quatro toneladas e meia de fogo de artificio, no valor de vários milhões de dólares, um espectáculo que durou 23 minutos. Illu 3 Foto: Ilha de Hong Kong Island e Victoria Harbour, Escola Chinesa, séc. XIX .1858-1875 pintura a óleo Wilson Mao: “Nasci nos anos 60 e o meu entretenimento preferido era ver o meu pai lançar fogo de artificio. Era vendedor e fazia demonstrações para os clientes. Eu tinha este luxo, podia brincar com fogo de artificio.” Este ano, na China Continental, as pessoas tiveram o Hong Bao 红包 mais vermelho de sempre. Ao que parece, o Partido Comunista Chinês descobriu uma maneira de “encurralar” os cibernautas mais credenciados. Para terem hipóteses de receber os seus envelopes vermelhos com dinheiro, os utilizadores tinham de usar uma frase passe numa conta. A conta pertencia a uma poderosa organização ligada ao Partido, a agência on WeChat, dirigida pela oficial Xinhua, da Tencent, que fornece um serviço de mensagens instantâneas muito usado. Por exemplo, uma das frases passe usada era “Colherás o fruto do teu trabalho,” seguida de “Desde que perseveremos, os sonhos tornam-se realidade,” As duas frases faziam parte do discurso de Ano Novo (entrada em 2016) do Presidente Xi, e foram repetidamente transmitidas pelas Emissoras Nacionais ao longo do dia 31 de Dezembro. Como os negócios online dispararam na China, os gigantes do sector, Tencent e Alibaba, passaram a permitir a utilização de dinheiro electrónico. O Partido Comunista viu aqui uma oportunidade e associou-se às duas empresas. Em apenas três dias, um total de 300.000 yuans (50.000 USD) circulou no Alipay, o serviço de pagamento online da Alibaba, fundada por Jack Ma, um dos homens mais ricos da China, que comprou o South China Morning Post em Dezembro. . O IKEA de Taiwan criou um sistema muito engenhoso para impedir que as pessoas fiquem agarradas ao telemóvel durante as refeições. Uma mesa da qual se eleva uma chapa central, que aquece a comida a partir da energia dos telemóveis. Para que resulte é preciso pôr os telemóveis por baixo da chapa. Neste período festivo, Huallywood bateu os recordes de bilheteira e deixou Hollywood para trás. No primeiro dia do Ano do Macaco, as bilheteiras chinesas registaram uma entrada de 660 milhões de yuans (100,5 milhões de USD) – batendo o recorde de 425 milhões, obtido em 18 de Julho de 2015. As produções nacionais foram as mais vistas. A liderar as bilheteiras esteve A Sereia (de Stephen Chow周星馳que, na estreia, atingiu os 270 milhões de yuans, estabelecendo num só dia um novo recorde doméstico. Esta versão, criada em Hong Kong, apresenta uns pseudo cantonenses, que não poderão enganar os espectadores locais, mas é óbvio que Chow está a querer dirigir-se a mercados maiores. A Sereia conta a história de um grupo de sereias que lutam contra um empreiteiro. É uma mistura de romance, comédia e animação digital, com uma mensagem sobre a nossa relação com a Natureza. Um drama sólido, emotivo, que inclui imagens documentais sobre a poluição da água, a extinção de vida marítima e a destruição dos recursos naturais. Dizia-se que as comédias de Chow estavam mortas e que só os actores de Hong Kong as poderiam salvar, devido à sua mistura cultural, por um lado uma certa superioridade britânica e, por outro, os valores de humildade e condescendência chineses. O filme de Chow, Kung Fu Hustle, estreado em 2004, foi um sucesso monstro. O Rei Macaco 2, protagonizado pelo actor de Hong Kong, Aaron Kwok Fu-shing, e pela actriz continental, Gong Li é a última produção dos Wuxi Studios – conhecidos por Huallywood, devido à aspiração de virem a rivalizar com a Meca do cinema mundial. Os promotores garantem que, ao nível nacional, o filme tem os melhores efeitos especiais de sempre e, como se sabe, os chineses adoram efeitos especiais. Já que sou o vosso guia, assumo o papel “farol” do bom gosto. Por isso recomendo vivamente o meu preferido desta série, Rei Macaco: Caos nos Céus, de 1964. Inclui uma citação que pode ser considerada a mais profunda da novela do séc. XVI, Viagem ao Ocidente, de onde o Rei Macaco havido regressado: 皇帝轮流做,明天到我家。 Qualquer um pode ser Imperador, amanhã é a minha vez de me sentar no Trono do Dragão. De repente lembrei-me de uma letra da Olivia Newton-John: No lugar onde ninguém se aventurou, Está o amor que procuramos Chamam-lhe Xanadu … A animação em Inglês pode ser vista aqui: https://www.youtube.com/watch?v=Hu0XosgxCyU&feature=youtu.be
Hoje Macau EventosMASDAW | Prova de vinhos para angariação de fundos no próximo sábado, com música e arte [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]site Ladybird of Leisure organiza, no próximo sábado, uma prova de vinhos para angariação de fundos para a Associação de Cães de Rua e Protecção dos Animais de Macau (MASDAW), fundada em 2014, e que, como informa a organização do evento, “desenvolve um importante papel em Macau, incluindo salvar e esterilizar animais.” A actividade conta ainda com entretenimento ao vivo, com a banda luso-americana de Macau Concrete/Lotus. Anexo ao evento decorrerá ainda um leilão de obras de vários artistas locais que vão das jóias à fotografia, passando por objectos de cerâmica. Todos são da autoria de criadores locais, tão diversos como Gonçalo Lobo Pinheiro, Sofia Bobone ou Antonius Photoscript, entre vários outros. A prova de vinhos e o concerto decorrerá no Centro de Design de Macau, a partir das 18h00 e até às 22h00. Os bilhetes custam 200 patacas e as rifas – que podem dar prémios como almoço e estadia em hotéis de Macau – custam 25 patacas, sendo que ambos estão à venda no Roadhouse Macau, no Blissful Carrot e no próprio Centro de Design. A MASDAW, indica a organização, tem por “objectivo principal tornar Macau numa cidade amiga dos animais onde estes possam encontrar uma família que os acolha”. O trabalho desenvolvido pela MASDAW só em contas de veterinário, anuncia a Associação, “tem um custo anual de cerca de meio milhão de patacas”. Dia de adopção da ANIMA no domingo A Anima está a promover uma sessão de adopção de animais no próximo domingo dia 28. Vai acontecer no prédio Flower City na Taipa entre as 14h30 e as 17h30. Segundo a Anima, apenas um em cada três animais recolhidos é adoptado e a ideia é mudar a média. Com a sua ajuda. Vá lá… um animal muda uma casa para melhor.