China |Mãe desesperada mata três filhos menores e suicida-se

Eram um dos casais mais pobres da aldeia onde viviam, mas ainda assim foi-lhes negado o apoio dado pelo Estado a famílias carenciadas. Familiares e vizinhos acreditam que foi o desespero aliado à pobreza que levou esta a mãe a cometer este acto

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] incidência de pobreza extrema na China, voltou esta semana a ser tema de debate por uma mãe ter morto os seus três filhos depois de lhe ter sido negado o rendimento mínimo. Yang Gailian, de 28 anos, utilizou um machado para matar os filhos, de seis, cinco e três anos, na província de Gansu, no noroeste da China, noticiou na terça-feira a imprensa chinesa A mulher suicidou-se a seguir, ingerindo pesticida. O marido, Li Keying, acabou também por pôr fim â vida, depois de realizado o funeral.
Eram um dos casais mais pobres na aldeia de Agushan, segundo escreveram os jornais, mas foi-lhes negado o subsídio destinado pelo Governo às famílias com rendimentos baixos. O comité da aldeia justificou a decisão apontando que o seu rendimento anual era superior a 2.300 yuan, por pessoa.
Testemunhos de familiares difundidos na imprensa, contudo, garantem que o apoio foi anulado porque o casal rejeitou subornar os funcionários locais.
“Olhem agora para a exuberância que foi o G20”, ironizou um internauta no Sina Weibo, o Twitter chinês, aludindo à renovação da cidade de Hangzhou, na costa leste da China, visando receber a cimeira de dois dias. Os trabalhos demoraram seis meses e envolveram milhares de operários, ilustrando os esforços de Pequim para promover a imagem da China no exterior. Outro internauta reagiu assim: “Somos uma sociedade brutal, em que as pessoas se comem umas às outras”.

Pobres e Ricos

Ao jornal Global Times, o especialista em problemas sociais Hu Xingdou disse que o caso “serve para alertar o público e o Governo de que, enquanto alguns gozam de uma boa vida nas cidades, a China continua a ser um país em desenvolvimento, com grandes desequilíbrios”. Xiang Songzuo, economista-chefe no Agricultural Bank of China, considerou na sua conta oficial nas redes sociais que a “situação reflecte exactamente a dura realidade da pobreza na China”, acrescentando que “por um lado, temos funcionários corruptos a desviar centenas de milhões a cada instante e os ricos que gastam aos milhares por dia, competindo para ver quem compra mais, enquanto do outro lado estão os que vivem numa pobreza tão extrema que perdem a vontade de viver”.
Yang e Li e os três filhos viviam com a avó e o pai de Yang numa pequena casa de tijolo, com chão de terra batida. As suas “mais valiosas possessões eram três vacas e 12 galinhas”, segundo o jornal China Youth Daily.
A mulher lavrava a terra, enquanto Li era um dos milhões de rurais chineses que ocorrem às cidades em busca de todo o tipo de trabalho. Segundo o Global Times, o homem tinha um vencimento anual de 7.000 yuan, quase metade enviado para casa, visando garantir a subsistência da família. A desigualdade social é uma das principais fontes de descontentamento popular no “gigante” asiático, onde um terço da riqueza está concentrado em apenas 1% da população. O rendimento ‘per capita’ em Pequim ou Xangai, as cidades mais prósperas do país, é dez vezes superior ao das áreas rurais, onde quase metade dos 1.350 milhões de chineses continua a viver.
Segundo o Gabinete Nacional de Estatísticas chinês, 70 milhões de chineses continuam a viver abaixo da linha de pobreza, fixada pelo país num rendimento anual inferior a 2.800 yuan.
A mesma fonte detalha que o rendimento anual ‘per capita’ dos residentes rurais na China fixou-se em 10.772 yuan em 2015, menos do que muitos países africanos. No mesmo ano, a China ultrapassou os Estados Unidos da América em número de bilionários.

15 Set 2016

China | EUA questionam subsídios atribuídos a produtores de cereais

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s apoios atribuídos pela China aos produtores de milho, trigo e arroz “respeitam” as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), garantiu ontem Pequim, após Washington ter apresentado queixa sobre o que considera incentivos comerciais “injustos”. Os Estados Unidos da América alegam que a China, o maior produtor mundial de trigo e arroz, distribuiu “apoios aos preços de mercado”, no total de 100.000 milhões de dólares, um valor superior ao permitido pela OMC. O apoio estatal “torna os produtores chineses mais competitivos nos mercados internacionais”, acusou Washington.
O Ministério do Comércio chinês disse entretanto, que já recebeu o pedido de consulta por parte dos EUA, através do mecanismo de resolução de litígios da OMC, mas insistiu que os apoios são “legais”, avançando ainda que, “agricultura é uma indústria essencial em qualquer país e é fundamental para os interesses económicos dos produtores agrícolas”, segundo comunicado difundido na terça-feira. O apoio dado pelo Governo ao sector é uma “prática internacional comum”, refere.
Segundo as autoridades norte-americanas, a China tem atribuído subsídios ao sector acima do valor de 8,5% dos preços de referência dos grãos, definido pela OMC. O Secretário da Agricultura dos EUA, Tom Vilsack, afirmou que “se a China estivesse disposta a operar segundo o regime estipulado pela OMC”, as exportações norte-americanas para o país no sector agrícola estariam acima do nível actual, de 20.000 milhões de dólares por ano, que correspondem a 200.000 postos de trabalho.
Muitos destes empregos são em Estados como Iowa ou Kansas, que devido às particularidades do sistema eleitoral norte-americano têm um papel muito importante nas eleições presidenciais do país.
Tanto Donald Trump como Hillary Clinton, ambos candidatos, dos partidos Republicano e Democrata respectivamente, coincidem na opinião de que os EUA devem rever a sua política comercial com a China, mostrando-se favoráveis a um maior proteccionismo.
A queixa contra alegados subsídios atribuídos aos produtores de grãos é a 14.ª iniciada pelos EUA contra a China, desde que o Presidente Barack Obama assumiu funções, sendo que Washington ganhou todos os casos durante este período. Mas a China garante que “irá sempre proteger activamente os seus interesses industriais e comerciais”, aponta o comunicado do ministério do Comércio chinês.

15 Set 2016

Morreu Arquimínio Rodrigues, último bispo português de Macau

Tinha apenas 25 anos quando ingressou no Seminário de S. José e tornou-se no último Bispo português em Macau. Recordado como um bom homem e de trato fácil, morreu na segunda-feira aos 92 anos

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]rquimínio Rodrigues da Costa, o último bispo português de Macau, morreu na segunda-feira, aos 92 anos, anunciou a Diocese de Angra do Heroísmo. Natural de São Mateus, na ilha açoriana do Pico, Arquimínio Rodrigues da Costa foi bispo de Macau e do então padroado do Oriente de 1976 a 1988, ano em que foi substituído por Domingos Lam, que se tornou, por sua vez, no primeiro bispo de etnia chinesa do território ainda sob administração portuguesa.
D. Arquimínio, que enveredou pela igreja por influência dos pais, ingressou, com 25 anos, no Seminário de S. José em Macau, onde completou os seus estudos eclesiásticos em 1949. Sete anos depois regressou à ilha do Pico para passar férias com a família e, um ano mais tarde, rumou a Roma para frequentar o curso de Direito Canónico na Pontifícia Universidade Gregoriana, que concluiu em 1959, de acordo com o portal Igreja Açores.

Para a comunidade

De regresso a Macau, retomou as suas funções e foi designado professor, passando três anos depois a exercer o cargo de reitor no Seminário. Durante o período em que se realizou o Concílio Vaticano II, com a ausência do prelado diocesano de Macau, Arquimínio Rodrigues da Costa foi nomeado governador do bispado em 29 de Agosto de 1963 e depois em 1965.
No ano seguinte estalou a Revolução Cultural chinesa, impulsionada por Mao-Tsé Tung, altura em que a igreja viveu tempos conturbados, levando mesmo alunos e professores do Seminário a irem para Hong Kong. Só em 1976 foi nomeado definitivamente bispo de Macau pelo Papa Paulo VI, sucedendo ao também açoriano Paulo José Tavares.
Aquando da celebração das suas bodas de diamante sacerdotais, em 2009, como recorda o portal Igreja Açores, Arquimínio Rodrigues da Costa fez um balanço do período “difícil” que permaneceu em Macau durante o qual serviu “duas comunidades culturalmente heterogéneas: a portuguesa e a chinesa”.
Em Outubro de 1988, o religioso viu o seu pedido de resignação à diocese de Macau ser aceite pelo Papa João Paulo II. Um mês depois, foi condecorado pelo então Presidente da República Portuguesa, Mário Soares, com o grau de Grã-Cruz da Ordem de Mérito.

Nome de referência

António José de Freitas, provedor da Santa Casa da Misericórdia, recorda D. Arquimínio como “um bispo muito respeitado sobretudo no seio da comunidade chinesa, na comunidade católica e uma figura de referência da diocese”.
Apesar de ter conhecido mal o último Bispo português, como refere ao HM, recorda alguns contactos feitos por altura da organização da Marcha da Caridade. Como os dirigentes falavam Chinês e era o único que falava Português no Jornal Ou Mun, Freitas ia acompanhá-los nos contactos que faziam com D. Arquimínio.
“Pessoa muito simples com um trato muito humano. Tenho boas recordações desse bispo. Serviu Macau, contribuiu para Macau e acho que devemos estar unidos neste momento para lhe prestarmos homenagem”, diz.
Em declarações à rádio Macau, Florinda Chan, antiga Secretária para a Administração e Justiça, lembra Arquimínio Rodrigues da Costa como alguém que estava sempre pronto para ouvir as pessoas.
“D. Arquimínio foi um grande bispo de Macau. Amava muito a diocese e a impressão que tinha dele era de um bispo muito mariano, isto é, um bispo contemplativo mas que estava sempre pronto para ouvir e estar com as pessoas.”
Arquimínio Rodrigues da Costa vivia desde Janeiro de 1989 na sua terra natal. Em 2012, foi distinguido com a Insígnia Autonómica de Reconhecimento, a segunda mais importante condecoração dos Açores. O funeral realiza-se hoje, em São Mateus, pelas 18h00, com uma missa presidida pelo bispo de Angra, João Lavrador.

14 Set 2016

Livro | Tribo na Amazónia dá mote para obra de José Manuel Simões

“Deus Tupã” é o mais recente livro de José Manuel Simões. Uma história onde a ficção e a realidade se entrelaçam num misto de simbolismo e misticismo, que vem da vivência com uma tribo da Amazónia. Dois anos com os pitiguares culminam nesta obra, lançada no dia 22, às 18h30, no Consulado de Portugal

[dropcap style≠’circle’]J[/dropcap]osé Manuel Simões, professor na Universidade de São José, apresenta na próxima semana o seu oitavo livro, “Deus Tupã”. Uma história que mistura realidade e ficção ao longo de cerca de 200 páginas. Aqui podemos “encontrar a história do Brasil, de Portugal e do mundo”, como revela o autor ao HM.
O livro nasceu depois de, em 2001, José Manuel Simões ter vivido durante dois anos com uma tribo brasileira, os pitiguares. Já antes havia tentado uma aproximação com esta e outras tribos da Amazónia, mas as coisas não tinham resultado bem. Quis o destino mudar-lhe o rumo da história.
“O episódio que aconteceu de seguida mudou tudo, inclusivamente o rumo da minha vida”, conta. Quando andava a rodear a tribo, na tentativa de se aproximar, caiu uma avioneta naquela zona. Fui prestar auxílio aos dois ocupantes, que teriam morrido se não estivesse lá naquela altura. Depois deste episódio, os índios passaram a olhar-me de maneira diferente, como se eu fosse um mensageiro enviado por Deus.”
Foi então que José Manuel Simões decidiu pôr tudo para trás das costas e ir viver a “aventura da sua vida” no meio da selva, com os índios. Foi desta experiência que resultou o seu mais recente livro, “Deus Tupã”. “O nome surge porque é desta forma que a tribo dos pitiguares se referem a Deus, à entidade divina. Tupã quer dizer trovão e foi o Padre António Vieira que fez esta analogia, para lhes explicar a dimensão da divindade.”
Durante dois anos partilhou os seus dias com esta comunidade e garante que pouco mudou em 500 anos. Até à modernidade.
“Depois da chegada da televisão, pouco depois de eu lá estar, a vida mudou completamente”, explica o professor que viveu com lá numa altura em que o então Presidente do Brasil Lula Da Silva lançou os programas “fome zero” e “electricidade para todos”. Aí, o autor presenciou como é que a caixinha mágica pode influenciar a vida de uma comunidade. “Viam televisão e passaram a querer ter mais coisas: arroz, massa, sapatos e roupa. Mudaram mais em três anos que em 500 de existência.” O livro demorou cerca de um ano a escrever. “Neste momento já estou a acabar um outro livro, que irá sair no próximo ano”, indica ainda José Manuel Simões.

Outros caminhos

A apresentação de “Deus Tapuã” acontece na quinta-feira, dia 22, no Consulado Geral de Portugal em Macau, pelas 18h30. O académico escreveu várias biografias, entre elas uma que não foi autorizada pelo cantor espanhol Julio Iglésias.
“Falei com ele, fui ter com ele à sua casa em Miami e as coisas correram bem, mas não deu autorização para que eu publicasse a biografia, porque não queria assumir a paternidade de um rapaz que é a cara chapada dele”, indica, referindo-se a uma história antiga entre o cantor e uma bailarina portuguesa. Escreveu a biografia de David Byrne dos Talking Heads, de quem é fã. “Fiquei muito satisfeito porque soube que ele pediu para traduzirem o livro e sei que gostou.”
A biografia dos Delfins é outra da qual se orgulha, “porque acabou por criar com Miguel Ângelo uma relação muito próxima”, conclui.

14 Set 2016

Inflação imobiliária e empréstimos a empresas geram preocupação

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] bolha imobiliária está a afectar a economia chinesa e as empresas que não produzem devem ser fechadas. É esta a conclusão e o alerta feito por um executivo do Banco do Povo, que teme consequências maiores numa economia que já se encontra em fase de abrandamento. O economista-chefe do Banco do Povo da China (PBOC, banco central do país), Ma Jun, pediu ontem medidas para travar a “bolha” imobiliária do país e reduzir o financiamento às empresas públicas improdutivas. “Deveriam ser tomadas medidas para travar o excessivo aumento da bolha no sector imobiliário” afirmou Ma, numa entrevista publicada ontem na revista China Business News.
Desde há vários meses que as grandes cidades chinesas, como Pequim, Xangai, Cantão e Shenzhen, têm vindo a registar um aumento do preço do imobiliário superior a 10%, em termos homólogos. Na maioria das restantes principais cidades chinesas, o sector tem vindo também a recuperar, mas a um ritmo mais lento. A situação global do mercado é, porém, desconhecida, visto que os dados oficiais incluem apenas as 70 maiores cidades.
Ma Jun apelou ainda ao fim do fluxo de “dinheiro barato”, de que beneficiam as empresas estatais menos competitivas, e que se admita a falência de algumas delas, permitindo que o mercado determine os custos do financiamento no país. O responsável alertou para a necessidade de travar o ritmo do endividamento das empresas e procurar formas para reduzir a dívida, reflectindo as últimas recomendações do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a economia chinesa.

Redução suave

No entanto, Ma advertiu que o país deve reduzir o endividamento de forma progressiva ou arrisca perder muitos postos de trabalho, caso se registe um abrandamento brusco na economia, que cresceu em 2015 ao ritmo mais lento dos últimos 25 anos.
Entre Novembro de 2014 e Outubro de 2015, o PBOC baixou por seis vezes as taxas de juro e reduziu consecutivamente os rácios das reservas obrigatórias dos bancos. Desde então, optou por injecções de liquidez para estimular o crédito e revitalizar a economia.

14 Set 2016

Economia | Indústria e retalho sobem em Agosto

A produção industrial e as vendas a retalho aceleraram em Agosto, segundo dados oficiais divulgados ontem, com ambos os indicadores a superar as expectativas, num sinal positivo para a segunda maior economia mundial

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] crescimento do índice de produção industrial, que mede a actividade nas fábricas, oficinas e minas da China, subiu 6,3%, em termos homólogos, acima dos 6% registados em Julho, superando a previsão da agência Bloomberg – 6,2%. Já as vendas a retalho, um indicador chave do consumo, avançaram 10,6%, em Agosto, face ao mesmo mês do ano anterior, revelou o Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) chinês.
Pequim está a encetar uma transição no modelo económico do país, visando uma maior preponderância do sector dos serviços, em detrimento das exportações e unidades de indústria pesada vistas como “improdutivas”.

Incerteza e instabilidade

Segunda maior economia do mundo, a seguir aos Estados Unidos da América, a China tem sido o motor da recuperação global, após a crise financeira de 2008, mas nos últimos anos a sua economia tem vindo a desacelerar. “Em Agosto alguns indicadores recuperaram. Os esforços para reduzir o excesso de capacidade de produção, diminuir a quantidade de produtos armazenados e reduzir os custos produziram resultados notáveis”, afirmou o porta-voz do GNE, Sheng Laiyun. “A economia chinesa atingiu um desenvolvimento moderado, mas estável”, e alertou para os riscos provocados pelas condições económicas externas e domésticas, que “continuam difíceis e complexas”, apresentando “muitas incertezas e instabilidade”.
O investimento em activos fixos, um indicador chave para medir a despesa do Governo em infra-estruturas, propriedades e maquinaria, aumentou 8,2%, em Agosto, face ao mesmo mês do ano anterior. “Os dados hoje (ontem) divulgados coincidem com a nossa visão a longo prazo, de que a flexibilização monetária adoptada anteriormente deverá produzir resultados na segunda metade deste ano”, afirmou Julian Evans-Pritchard, economista da consultora Capital Economics, em comunicado. Frisou, contudo, que políticas de maior flexibilização são “improváveis a curto prazo”, pelo que “o aumento na actividade económica não se deverá prolongar no próximo ano”.

Cortar no aço

Pequim tem procurado reduzir o excesso de capacidade de produção, sobretudo na indústria do aço, que a União Europeia e Estados Unidos da América dizem estar “completamente descoordenada” do mercado, provocando uma queda nos preços globais. As autoridades chinesas anunciaram já planos para reduzir a produção na indústria siderúrgica, ao longo dos próximos cinco anos, com um corte anual de entre 100 a 150 milhões de toneladas, 12,5% do total produzido pelo país.
A produção de aço, no entanto, subiu três por cento, em Agosto, face ao mesmo mês do ano passado, segundo os dados do GNE, acima dos 2,6% registados em Julho.
Assegurar altas taxas de crescimento económico é uma prioridade para o Partido Comunista Chinês, que teme que o aumento do desemprego provoque agitação social. Sheng Laiyun disse que a taxa de desemprego deverá manter-se estável, apesar do abrandamento da economia, afirmando que as indústrias de trabalho intensivo contribuem hoje mais para o Produto Interno Bruto (PIB). “Um por cento de crescimento do PIB gera hoje 1,7 milhão de postos de trabalho, mais 400 mil a 500 mil do que durante o período entre 2011 e 2013”, disse.

14 Set 2016

China |Autoridades detêm manifestantes em aldeia com experiência democrática

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s autoridades chinesas detiveram 13 residentes da localidade de Wukan, que em 2012 elegeu o comité de aldeia através de eleições por sufrágio directo, após uma rebelião popular, numa experiência inédita na China.
A vaga de detenções surge após o chefe local, Lin Zulian, ter sido detido em Junho passado, por alegado desvio de fundos públicos.
Com 15.000 habitantes, aquela localidade costeira do sul da China tornou-se um símbolo de resistência popular em 2011, quando protagonizou uma das mais celebradas experiências democráticas do país.
Protestos contra a expropriação ilegal de terras culminaram com a demissão dos líderes locais, acusados de corrupção, e a eleição de um novo comité de aldeia por sufrágio directo.
Após a detenção de Lin Zulian, que encabeçou os protestos, a polícia disse que residentes locais “continuaram a lançar boatos e a insultar, ameaçar, forçar e subornar, visando instigar, planear e lançar manifestações de massas ilegais”.
“Perturbação da ordem e dos transportes públicos”, justificaram as detenções ontem anunciadas, segundo um comunicado difundido pela polícia local.
Depois das detenções, os residentes entraram em confrontos com a polícia, que usou balas de borracha e gás lacrimogéneo para dispersar a manifestação, informou o jornal de Hong Kong South China Morning Post.
Vídeos e fotos difundidos na internet mostram os manifestantes, alguns deles a sangrar, a atirar pedras contra a polícia.

Da resistência

Os protestos de 2011, em Wukan, foram inicialmente vistos apenas como um levantamento popular, semelhante às dezenas de milhares que todos os anos ocorrem na China.
A morte de um dos líderes dos protestos, sob custódia da polícia, contudo, levou os residentes a bloquear as estradas que davam acesso à aldeia, conseguindo expulsar as forças de segurança durante mais de uma semana.
O Partido Comunista Chinês decidiu então recuar e fazer concepções raras, incluindo investigar as disputas de terra e permitir aos locais organizar eleições livres.
Lin Zulian, 70 anos, foi então nomeado chefe local com 6.205 votos, num total de 6.812 eleitores, substituindo um homem de negócios que era acusado de roubar terras para as vender a promotores.
Na semana passada, porém, foi condenado a três anos de prisão por corrupção, depois de confessar ter aceitado subornos no valor de 590.000 yuan.

14 Set 2016

Zika | Governo adverte para elevada possibilidade de casos

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] secretário para os Assunto Sociais e Cultura de Macau, Alexis Tam, advertiu ontem para a “grande possibilidade” de se verificarem casos importados do vírus Zika em Macau perante o cenário “preocupante” nas regiões vizinhas.
Alexis Tam deixou o alerta durante uma reunião interna de trabalho, em que “ordenou aos Serviços de Saúde e outros serviços da sua tutela a levarem a sério a situação e tomarem medidas de prevenção e de resposta [perante o eventual] aparecimento do Zika em Macau”, indica um comunicado divulgado pelo seu gabinete.
“Apesar de ainda não existirem casos diagnosticados de Zika em Macau até agora, à medida que se tem agravado a epidemia nos países e regiões vizinhas, Macau enquanto cidade turística e com muito movimento de pessoas, tem uma alta possibilidade de ser afectada”, advertiu Alexis Tam.
Segundo os mais recentes dados, foram sinalizados casos de Zika num total de 72 países e regiões no mundo.
Em Singapura, foram registados mais de 300 casos, tendo sido igualmente afectados outros países do Sudeste Asiático, como a Tailândia, Indonésia, Filipinas e Vietname.
Além disso, em Hong Kong, Taiwan e China também foram registaram casos importados do vírus, salienta a mesma nota.

14 Set 2016

KNJ diz que Global Media tem “grande potencial”

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] KNJ Investment Limited, empresa de Macau, está interessada em adquirir a Global Media, grupo que considera ter “grande potencial após uma reestruturação”, disse um administrador à Lusa.

“A KNJ Investment Limited expressou interesse inicial no grupo Global Media”, disse Kevin King Lun Ho, esclarecendo que se trata de “uma empresa de investimento e não se limita ao negócio do imobiliário”.

Em 9 de Setembro, a Lusa tinha noticiado que empresários chineses de Macau estão interessados em investir em várias oportunidades de negócios em Portugal, entre os quais na Global Media, dona do Diário de Notícias e da TSF, disseram, na altura, fontes do grupo de comunicação social.

De acordo com o registo comercial, a KNJ, fundada em 2012, dedica-se ao investimento imobiliário, médico e de saúde, bem como à restauração.

O interesse na Global Media é justificado por Ho por o grupo ter “grande potencial após uma reestruturação”, sendo que “se um negócio for fechado”, a empresa pretende “expandir para diferentes áreas”.

Segundo Ho, nenhum acordo foi ainda fechado e a “discussão prossegue”.

No início do ano, o Correio da Manhã tinha avançado que o presidente do Conselho de Administração da Global Media, Daniel Proença de Carvalho, estaria a preparar a entrada de investidores chineses no grupo.

14 Set 2016

Sands China “muito optimista” quanto à renovação da licença

[dropcap style≠’circle]A[/dropcap] Sands China, subsidiária da Las Vegas Sands, está “muito optimista” quanto à renovação da licença de jogo em Macau, disse ontem o magnata Sheldon Adelson, manifestando vontade de continuar a construir na cidade se lhe cederem mais terrenos.
As licenças de jogo terminam entre 2020 e 2022, com o Governo de Macau a colocar grande ênfase na diversificação da oferta dos casinos. Ontem, Adelson garantiu que 95,5 por cento do espaço dos seus projectos em Macau é dedicado a actividades extra-jogo. “Estou muito optimista, temos mais não-jogo do que qualquer outra [operadora]”, afirmou.
O presidente da Las Vegas Sands falava durante a inauguração do novo projecto do grupo, o Parisian, inspirado em Paris e que inclui uma réplica da Torre Eiffel com metade do tamanho da original.
Com a finalização do Parisian, a Sands esgota as parcelas de terreno que lhe foram cedidas pelo Governo de Macau, onde já construiu quatro casinos, incluindo o Venetian, o maior do mundo.

Quero mais

Adelson garante que “podia construir mais seis lotes se os tivesse”. “Se o Governo [de Macau] me está a ouvir, estou interessando em construir mais”, afirmou.
Além da réplica da Torre Eiffel, o Parisian de Macau conta com reproduções do Arco do Triunfo, da Fontaine des Mers, da Avenue Montaigne, dos Champs-Élysées, da Place Vendôme, entre outros espaços icónicos de Paris.
Subir ao topo da torre custa entre 168 e 188 patacas, dependendo se é dia de semana ou fim de semana.
O Parisian tem 3.000 quartos de hotel, um centro de convenções, restaurantes, lojas, ‘spa’, e uma sala de espectáculos de 1.200 lugares, entre outros. A ‘pequena Paris’ está localizada ao lado do Venetian, uma reprodução da cidade de Veneza, sendo possível passar de um para o outro internamente.
As receitas dos casinos de Macau estiveram 26 meses consecutivos em queda, com o sector VIP a ser o mais afectado. A queda foi associada à desaceleração da economia da China e à campanha anti-corrupção lançada por Pequim, que parece ter afastado dos casinos de Macau os grandes apostadores. Em Agosto, os casinos registaram um aumento de 1,1% das receitas face ao período homólogo do ano passado.

14 Set 2016

Cinema | MUST abre mestrado em Gestão Cinematográfica

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST, na sigla inglesa) criou um Mestrado em Gestão Cinematográfica. De acordo com um despacho do Governo, o plano de estudos foi aprovado pelo Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, e publicado ontem em Boletim Oficial. Profissionais ligados à indústria cinematográfica ouvidos pelo HM aplaudem a iniciativa, realçando apenas que faz falta uma componente mais prática e disciplinas de história do cinema.
Para o realizador António Caetano de Faria “faz todo o sentido haver este curso, porque há em Macau uma indústria em desenvolvimento e muita gente a trabalhar sem prática”. O cineasta diz que a formação é sempre positiva, “porque todos crescem com ela”, inclusivamente a própria cidade que “se quer afirmar na indústria do entretenimento e que tem imenso potencial com muitos ambientes para histórias”, refere.
Em relação ao plano curricular, o profissional faz alguns realces. “Parece-me que falta uma disciplina de história do cinema”, diz, salientando contudo que o balanço é positivo. “Apesar de se terem feito vários workshops, ainda que pontuais, este é um início para apostar mais fundo nesta área de formação onde eu próprio sou um aprendiz. É uma área onde a formação é perpétua e dinâmica porque estamos aliados à tecnologia, dependemos de máquinas para trabalhar e a tecnologia está sempre em evolução. Por isso a formação e a informação nunca são de mais”, conclui.

O que faz falta

Já para Pedro Cardeira é sempre bom apostar na formação e mais um curso é bem-vindo. “Olhando para as disciplinas que fazem parte do mestrado, parece-me que devia haver uma componente mais prática. Parece-me muito teórico”, frisa no entanto o realizador, que diz que apesar de haver vários cursos de cinema, estão sempre alocados ou a cursos de Comunicação Social ou a outra área qualquer. “Faz falta uma licenciatura ou um bacharelato especificamente em Cinema que juntasse as componentes som, imagem e edição, por exemplo.”
Olhando para o plano curricular deste curso da MUST, Pedro Cardeira acrescentaria algumas disciplinas. “Seria importante haver uma cadeira de Teoria do Cinema, que falasse do lado estético e da cultura cinematográfica e falta isso em Macau. Mas claro que a criação deste curso é positiva”, conclui.
Na lista de disciplinas do curso estão uma dúzia de cadeiras em dois anos, onde se incluem, por exemplo, Gestão do Financiamento do Cinema e Novos Média, Promoção e Marketing do Cinema, Cinema e Direito, Globalização do Cinema e Investigação de Documentários. O Mestrado tem a duração de dois anos e é leccionado nas línguas chinesa e inglesa.

13 Set 2016

Mar do Sul | Pequim e Moscovo em exercícios conjuntos

As duas potências vão iniciar em breve acções militares no Mar do Sul da China, com o objectivo de reforçar a capacidade militar naval. O objectivo é o de agilizar respostas a possíveis ameaças no mar

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China e a Rússia vão iniciar exercícios navais no Mar do Sul da China, anunciou ontem o Ministério da Defesa chinês, numa demonstração de força após um tribunal internacional ter recusado as reclamações territoriais de Pequim na região. Os exercícios, que decorrerão ao longo dos próximos oito dias, envolvem navios de superfície, submarinos, aviões, helicópteros e fuzileiros navais de ambos os países, revelou o porta-voz da marinha chinesa Liang Yang, em comunicado. “Estes exercícios conjuntos serão mais intensos e vastos em termos de organização, tarefas e comando, comparativamente com operações do género realizadas no passado”, lê-se na mesma nota.
Pequim reivindica a soberania sobre quase todo o Mar do Sul da China, com base numa linha que surge nos mapas chineses desde 1940 e tem investido em grandes operações nesta zona, transformando recifes de corais em portos, pistas de aterragem e em outras infra-estruturas.
No início de Julho, porém, o Tribunal Permanente de Arbitragem (TPA), com sede em Haia, decidiu a favor das Filipinas e contra a China no caso das disputas territoriais no Mar do Sul da China, apesar de Pequim insistir que não aceita a mediação de terceiros. Vietname, Filipinas, Malásia e Taiwan também reivindicam uma parte desta zona, o que tem alimentado intensos diferendos territoriais com a China.
Os Estados Unidos da América enviam frequentemente navios de guerra para a região, visando asseverar o direito à liberdade de navegação no território.

Ameaças comuns

Os exercícios conjuntos desta semana vão realizar-se na costa da cidade de Zhanjiang, na província de Guangdong, sul da China. O objectivo é “reforçar a capacidade das marinhas da China e Rússia de lidar em conjunto com ameaças à segurança no mar”, afirmou Liang. Em Maio de 2015, as duas potências militares realizaram os seus primeiros exercícios navais conjuntos em águas europeias, no Mar Negro e no Mediterrâneo, no que foi para a China o exercício naval mais distante das suas águas territoriais até hoje. A China e Rússia mantêm fortes laços militares e diplomáticos, servindo de contrapeso ao ocidente em várias questões da geopolítica internacional, enquanto os seus presidentes, Xi Jinping e Vladimir Putin, respectivamente, têm uma relação próxima.

13 Set 2016

China | Estudo diz que liberdades e direitos humanos estão salvaguardados

O livro Branco com o título “Novos Progressos da China na Protecção Judicial dos Direitos Humanos” divulgado ontem pelo Conselho do Estado chinês, referente a 2015, garante que os direitos e liberdades dos cidadãos foram salvaguardados respeitando sempre o primado da lei

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China “melhorou a distribuição dos poderes e responsabilidades judiciais” e “garantiu o exercício independente e imparcial da justiça”, realçou ontem o governo chinês ao abordar a evolução dos direitos humanos no país. “Os direitos e liberdades dos cidadãos, em vários domínios, foram efectivamente protegidos de acordo com a lei”, proclama o Livro Branco difundido ontem pelo Conselho de Estado chinês, com o título “Novos Progressos da China na Protecção Judicial dos Direitos Humanos”. O documento detalha que, em 2015, as procuradorias de diferentes níveis decidiram “não prender 131.675 pessoas e não julgar 25.778, em casos envolvendo a falta de evidências ou acções que não constituíam crime”. Por outro lado, aqueles órgãos apelaram em 6.591 casos, por considerarem que a decisão do juiz estava errada. No total, 54.249 pessoas foram investigadas em 40.834 casos envolvendo crimes relacionados com o trabalho, lê-se no livro branco.
Entre 2012 e 2015, os tribunais do país concluíram 94.900 casos envolvendo corrupção e subornos, e condenaram 100.300 pessoas. O documento aponta também a aprovação de várias medidas em 2015, visando proteger o direito dos advogados de exercer a profissão, tornando mais conveniente a sua participação em litígios.
Segundo o referido livro, a protecção dos direitos de vítimas menores também registou progressos, com o aumento de condenações em casos envolvendo o abuso sexual de menores. “Assegurar o primado da lei” foi um dos objectivos lançados pelo Presidente chinês, Xi Jinping, após a sua ascensão ao poder, em 2013. Porém, organizações de defesa dos Direitos Humanos acusam Pequim de estar a levar a cabo a “pior onda de repressão contra activistas e advogados que defendem os direitos humanos”.

Menos nove

Sobre a aplicação da pena de morte, o documento revela que esta é “empregue com prudência”, visando garantir que é aplicada “apenas em casos considerados extremamente graves”. Em 2015, a nova alteração do Código Penal reduziu em nove o número de crimes puníveis com a pena capital, refere.
A China exonera ocasionalmente réus presos ou executados injustamente, depois de os verdadeiros autores dos crimes terem decidido confessar ou, em alguns casos, a vítima ser encontrada com vida. Casos envolvendo erros da justiça são frequentes no país, onde as confissões forçadas continuam a ser prática comum, segundo organizações de defesa dos Direitos Humanos, e mais de 99% dos réus são considerados culpados.

13 Set 2016

Amélia António volta a candidatar-se à Casa de Portugal

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] advogada Amélia António volta a candidatar-se à Casa de Portugal. As eleições estão marcadas para amanhã, com uma única lista candidata, apresentada pela direcção cessante. É o que avança a Rádio Macau, que diz que a actual presidente entende que não pode virar costas às dívidas que resultaram do investimento feito no restaurante Lvsitanvs, apesar de admitir que, ao fim de 11 anos no cargo, a vontade era passar a pasta.
“Havia a minha vontade de que assim fosse [deixar a presidência]. Mas um conjunto de circunstâncias não me libertou ainda este ano, nomeadamente, a situação financeira que resultou do fechar do Lusitanus, que temos vindo a tentar resolver, mas a resolver lentamente. Com esta situação pendente, não consegui ainda desligar-me de assumir a responsabilidade”, afirma Amélia António.
O projecto resultou num prejuízo superior a um milhão de patacas para a Casa de Portugal. A dívida, explica Amélia António, será paga gradualmente, através dos cursos da Escola de Artes e Ofícios e da colaboração com os Serviços de Educação e com o Turismo.
 A Casa de Portugal vai continuar a assinalar as grandes datas, como o 25 de Abril ou o 10 de Junho. O programa de festas começa já em Outubro, com o Festival da Lusofonia: “Na semana cultural, vamos trazer uma coisa muito interessante, que são os cavaquinhos  – a construção e apresentação dos cavaquinhos. Estamos em contacto com uma escola de Portugal especializada nesta área”, adianta Amélia António, citada pela rádio.
 

12 Set 2016

Bancos chamados a reestruturar dívida de empresas

A Comissão Reguladora da Banca da China vai forçar os bancos do país a reestruturarem a dívida de empresas altamente endividadas para manter a estabilidade financeira da segunda economia mundial

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] ordem de reestruturação de dívida divulgada sábado pelo jornal oficial China Daily exige que as instituições bancárias estabeleçam “comités de credores” para aliviarem os problemas das empresas com dificuldades financeiras. Os comités têm de ser compostos por representantes de pelo menos três bancos que concederam os empréstimos a essas empresas. Em vez de cortar o crédito ou de exigir o reembolso dos empréstimos já concedidos, o regulador obriga os bancos a “fazerem todos os possíveis” para as empresas reestruturarem as suas dívidas.
A decisão do regulador bancário supõe a aplicação alargada de um plano de reestruturação que começou em Março na província de Henan, no centro do país, onde foram criados comités de credores para 535 empresas com dívidas de mais de 300 milhões de yuan, cada uma. “Antes, todos os bancos estavam ansiosos por conceder apoio financeiro a uma empresa, mas nenhum deles era responsável pelo desenvolvimento a longo prazo dessa mesma empresa”, disse Zhang Chun, chefe do regulador bancário em Henan, citado pelo China Daily.

Em risco

A economia chinesa está a crescer a uma das taxas mais baixas dos últimos anos, tendo crescido 6,7% no segundo trimestre face a período homólogo, e perante a desaceleração os problemas financeiros de muitas empresas emergem, sobretudo nas indústrias com excesso de produção. A taxa de crédito malparado nos bancos chineses aumentou nos últimos trimestres e no final de Junho era de 1,75%. No entanto, um conselheiro do banco central chinês, Huang Yiping, disse que “os números oficiais podem subestimar os problemas do malparado na China”, durante uma cerimónia em Hong Kong.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) já advertiu em Junho passado, ao apresentar seu relatório anual sobre a China, que o rápido aumento do crédito e da dívida são os principais riscos actuais para a segunda maior economia e exortou Pequim a tomar medidas para os enfrentar.

12 Set 2016

Coreia do sul com plano de destruição de Pyongyang

A Coreia do sul criou um plano de destruição massiva da capital norte coreana, caso esta mostre qualquer intenção de voltar a usar armamento nuclear. O aviso foi feito por fonte militar

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Coreia do Sul desenhou um plano para destruir a capital da Coreia do Norte, através de bombardeamentos intensivos se Pyongyang mostrar sinais de ataque nuclear, disse fonte militar de Seul à agência sul-coreana de notícias Yonhap. “Todos os distritos de Pyongyang, particularmente naqueles onde possa esconder-se o líder norte-coreano, serão completamente destruídos por mísseis balísticos e projécteis de alto poder explosivo assim que o Norte mostre sinais de usar arsenal nuclear. Por outras palavras, a capital do Norte será reduzida a cinzas e eliminada do mapa”, disse aquela fonte militar de Seul à agência sul-coreana de notícias Yonhap.
Os detalhes da operação são divulgados depois de o Ministério da Defesa sul-coreano ter dado conta do denominado “Castigo Massivo e Represália da Coreia do Norte” à Assembleia Nacional, em resposta ao mais recente teste nuclear do Norte. O conceito operativo do Ministério de Defesa pretende lançar bombardeamentos preventivos contra o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e a liderança militar do país, se forem detectados sinais iminentes do uso de armas nucleares ou em caso de guerra, explicou a fonte. Nesse caso, a Coreia do Sul tem previsto lançar os seus mísseis balísticos Hyunmoo 2A e 2B, com um alcance entre 300 e 500 quilómetros, assim como os seus mísseis de cruzeiro Hyunmoo 3, cujo alcance é de 1.000 quilómetros.
Seul anunciou, em meados de Agosto, a intenção de incrementar de forma significativa o seu arsenal de mísseis para fazer frente à “crescente” ameaça da Coreia do Norte.
Outra fonte disse que Seul criou recentemente uma unidade especial encarregada da destruição da cúpula militar da Coreia do Norte, cuja missão se centra no “lançamento de ataques preventivos sobre eles”, segundo declarações recolhidas pela Yonhap.

Puxão de orelhas chinês

Na sequência do teste nuclear levado a cabo por Pyongyang na sexta-feira, o Governo chinês disse que o ambiente e a saúde da população não foram afectados, mas chamou embaixador coreano alertando-o para o aumento da tensão na região. “A persistência no desenvolvimento de armamento nuclear e os testes vão contra as expectativas da comunidade internacional e aumentam a tensão na península”, disse Zhang Yesui, vice-primeiro ministro chinês Zhang Yesui a Ji Jae-ryong, embaixador norte-coreano, acrescentando que essa acção “não conduz à paz e estabilidade da península Coreana”, segundo a Xinhua. Zhang instou a Coreia do Norte a evitar acções que possam exacerbar essas tensões e a “regressar ao caminho correcto da desnuclearização o mais rápido possível”.

Todos contra um

O Japão e a Coreia do Sul também estão preocupados com a situação e, numa conversa telefónica entre a ministra da Defesa Tomomi Inada, e o seu homólogo sul-coreano, Han Min-koo, acordaram estreitar a cooperação para lidar com o programa nuclear norte-coreano. O ministro Han disse que o teste nuclear foi um grave desafio para a estabilidade regional e global, e que a comunidade internacional necessita fazer esforços de cooperação para lidar com a situação, segundo a informação recolhida pela agência japonesa de notícias Kyodo. O Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos mantiveram na sexta-feira teleconferências de alto nível em matéria de Defesa, concordando que as acções provocadoras de Pyongyang requerem a união da comunidade internacional para preparar sanções adicionais ao regime norte-coreano, revelou Han.

12 Set 2016

Pequim, 6 de Março de 1978

[dropcap style≠’circle’]T[/dropcap]erminou ontem a 5ª. Conferência Consultiva do Povo Chinês que aprovou importantes documentos e elegeu alguns dos dirigentes deste país para os próximos anos. Durante a realização da Conferência, viveram-se dias festivos.
Hoje houve manifestações e eu andei saltitando no meio de um milhão de chineses que animaram e coloriram a manhã fresca de Março, em Pequim.
Às sete e meia da manhã, no percurso de autocarro do Hotel da Amizade para as Edições em Línguas Estrangeiras, já havia bandeiras vermelhas, amarelas, azuis, verdes penduradas um pouco por toda a parte. E víamos passar os primeiros grupos de manifestantes a caminho da Praça Tian’anmen instalados na caixa de camionetas, com os taipais decorados com flores de papel e retratos de Mao e do seu sucessor Hua Guofeng. Atrás no camião cabia ainda uma espécie de banda, gongos, pratos pequenos e grandes, tambores, toda a artilharia manejada pelas mãos de incansáveis municiadores de pancadas, a disparar num barulho ritmado, alegre e vivo.
Nas Edições, os camaradas de trabalho aguardavam, prontos para arrancar. Íamos também com destino a Tian’anmen. Alguns, pouquíssimos estrangeiros encorpar-se-iam no cortejo, desfilariam com os chineses. Eu era um deles.
Começámos a andar eram oito e um quarto da manhã, desde Er Li Gou até Tian’anmen, um sete quilómetros bem medidos. A abrir o nosso grupo, uma camioneta engalanada também com flores de papel e atrás, os gongos, pratos e tambores. Depois a grande bandeirola com o nome da nossa entidade Wai Wen Shudian外文书店, ou seja Edições e Livros em Línguas Estrangeiras, e aos ombros do nosso pessoal uma espécie de andor com os retratos padrão de Mao Zedong e Hua Guofeng. Muitas bandeiras vermelhas, bandeiras da República Popular da China, mais bandeiras de várias cores desfraldadas ao vento colorindo e alegrando o cortejo.
O nosso grupo era constituído por umas trezentas pessoas. De início, a marcha foi fácil, depois começámos a cruzar com outros grupos, maiores, com o mesmo destino, a praça Tian’anmen. Havia também grupos pequenos que desfilavam apenas em volta do quarteirão ou do bairro de onde tinham saído. Os ranchos de crianças das escolas primárias e secundárias, muitas vezes encabeçados por pequenas fanfarras, cruzavam-se connosco ou seguiam paralelos a nós pela rua larga, muito organizados, agitando as suas bandeirolas, saudando os manifestantes. Depois regressavam às suas escolas para um dia normal de trabalho e estudo.
Às nove da manhã chegamos a Chang’an Dajie, a grande avenida que atravessa Pequim de ponta a ponta, num eixo leste/oeste, uma recta que se estende quase por quarenta quilómetros, apenas hoje fechada ao trânsito. Estamos ainda longe de Tian’anmen mas um mar de gente e bandeiras desagua constantemente na avenida. Há foguetes e bombas ou panchões a estralejar por tudo quanto é sítio e lado. Os chineses são loucos por fogo de artificio e qualquer comemoração festiva tem de meter os estrondos ensurdecedores dos panchões pendurados num pau que vão rebentando pelo fio abaixo.
Chang’an Dajie é uma alegria de ver e sentir. A marcha é lenta, com sucessivas e longas paragens. Durante o tempo de espera, os chineses falam uns com os outros, aproveitam o tempo para pôr em ordem não sei bem que conversas. O meu pessoal , os colegas de trabalho também me fazem perguntas. Como são as manifestações em Portugal, há bandeiras e petardos, e tambores e música?
O francês Jean Roussel que está em Pequim há pouco tempo e trabalha na revista Littérature Chinoise, diz-me apontando para as sapatilhas de lona. “ Esta manhã, não me lembrei que Pequim não é Paris mas, como sabia que vinha para a ‘manif’, equipei-me a rigor, tal e qual como faço em França, preparado para correr a bom correr quando os ‘flics’, os polícias, começassem a bater…”
A avenida Chang’an, larga de quase cem metros, está pejada de gente. Ultrapassamos e somos ultrapassados por grupos de milhares e milhares de chineses que caminham na mesma direcção que nós. Na faixa oposta da avenida há outros tantos grupos que já regressam de Tian’anmen e se cruzam connosco. Uma barulheira infernal. Nos ares, o ribombar de tambores e gongos, o estrondear de panchões e foguetes, tudo a esvoaçar numa animação contagiante.

Dois enormes dragões de papel empunhados por dez homens cada um volteiam no espaço abrindo o cortejo do grupo compacto de manifestantes da grande Siderurgia de Pequim, milhares de operários em fatos de trabalho. Mais atrás vêm estudantes do Instituto das Minorias Nacionais com os seus trajes típicos garridos e meninas bonitas dançando e agitando flores.
Descubro na berma da avenida uma avó assistindo ao desfile com dois netinhos gémeos, vestidos de amarelo, de pé, dentro de um carrinho de bambu. Fui fotografá-los e, ao focar a câmara, já tenho outra velhota a meter-me um novo bebé à frente para eu retratar.
Aproximamo-nos de Tian’anmen, o espectáculo é total. Faço fotos atrás de fotos. Subo ao palanque vazio onde costumam estar os polícias sinaleiros e tenho uma visão de cima, de conjunto da multidão espraiando-se pela enorme avenida. Somos agora três grupos a caminhar na mesma direcção. À direita, militares da Força Aérea encabeçados por alguns velhos generais, no centro, o nosso grupo das Edições, à esquerda outro grupo de uma fábrica quase totalmente constituído por mulheres, operárias em traje domingueiro, com blusas coloridas. Encontramos estudantes das universidades de Beida e Qinghua, da Faculdade de Línguas Estrangeiras. Nas camionetas, alguns estudantes africanos fazem o gosto ao dedo e rufam impiedosamente nos tambores. O batuque está-lhes na massa do sangue, energia não falta a estes rapazes negros que estudam em Pequim.
Após quatro horas de caminhada, Tian’anmen está à vista. Fico um pouco surpreendido com a aparente desorganização que envolve estas centenas de milhares de chineses. Saem aprumados e juntos das suas entidades de trabalho mas depois encontram-se com mais e mais grupos, misturam-se, rompem a ligação, perdem-se, retomam em pequenas corridas o grupo a que pertencem.
Tian’anmem está bonita, balões vermelhos, bandeiras rubras e amarelas esvoaçam ao vento. Há festa no coração de Pequim.
Nesta China em mudança, estou a viver o início de novos tempos. Depois de gélidos invernos, cheira a Primavera.

12 Set 2016

Carpintaria portuguesa na China em estilo Dinastia Ming

[dropcap style≠’circle’]V[/dropcap]ários móveis no estilo chinês da Dinastia Ming (1368-1644), projectados por ‘designers’ chineses e fabricados por carpinteiros portugueses, estão em destaque na edição 2016 da Semana de Design de Pequim.
Intitulada “Aperto de mão entre a China e Portugal”, esta exibição nasceu da cooperação entre ‘designers’ chineses e fabricantes de mobiliário de Paredes, através de uma residência criativa realizada naquele concelho do norte de Portugal, em 2015.
Trata-se de um programa organizado pela Associação Cultural Luso-Chinesa (ACLC) e no âmbito do “Art on Chairs” (Arte em Cadeiras), projecto desenvolvido desde há cinco anos em Paredes, e co-financiado pela União Europeia, sob o lema “mais design, mais indústria”.
Para Wei Ningke, um dos dez desenhadores chineses que em Junho de 2015 esteve em Paredes, este intercâmbio “serviu para contactar com os conceitos do desenho português”, que são “muito diferentes do praticado na China”.
“Os portugueses focam-se mais nos materiais e na parte da produção. Os asiáticos prestam mais atenção ao embelezamento”, descreveu à agência Lusa.

De mãos dadas

O Embaixador de Portugal na China, Jorge Torres-Pereira, enalteceu “a capacidade para trabalhar a madeira”, que subiste em Paredes, e que é “capaz de transformar as ideias mais complexas em produtos reais”.
“É aí que podemos ser úteis aos desenhadores chineses”, realçou.
O diplomata português destacou ainda a inclusão da cortiça em algumas das peças exibidas: “Demonstra que, de facto, houve um intercâmbio”, disse.
Lançada em 2009, a Semana de Design de Pequim (“Beijing Design Week”) assume-se como um dos eventos de “maior envergadura na Ásia”, no sector do design.
Mais de 2.000 profissionais e cinco milhões de visitantes, são esperados durante a edição deste ano, lançada na sexta-feira e que tem como cidade convidada Seul.
Em 2014, o projecto Art on Chairs marcou a primeira participação portuguesa na “Beijing Design Week”, com a exposição “Duets” (Duetos), que consistiu na elaboração de cadeiras personalizadas, desenhadas por ‘designers’ portugueses para 11 personalidades portuguesas e estrangeiras, entre as quais Cavaco Silva, Durão Barroso, Lula da Silva, Eduardo Souto Moura, Cristiano Ronaldo e José Mourinho.
“Creio que é um orgulho chegar a esta exposição e ver que houve uma sequência concreta dessa vinda de Paredes à Beijing Design Week”, concluiu Torres-Pereira.
Para 2017, estão já marcadas a terceira e quarta edição deste intercâmbio, que se deverá alargar a outros sectores, além do mobiliário.

12 Set 2016

Parisian inaugura terça-feira com 410 mesas de Jogo e descontos

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] novo resort da Sands China abre na terça-feira. O Parisian é mais um dos complexos da operadora no Cotai e vai ter direito a 410 mesas, sendo que 300 delas serão transferidas de outros casinos do grupo e cem autorizadas pelo Executivo.
Wilfred Wong, presidente da Sands China, afirma que a empresa “respeita a decisão do Governo”, referindo-se às quotas para mesas jogo limitadas a 3% anual pelo Executivo. O hotel tem três mil quartos, mas o responsável assegura que as reservas já estão “bastante preenchidas para os próximos meses”.
O investimento no resort, com mais de dois mil pés quadrados, foi de cerca de dois mil milhões de dólares americanos. Apesar das quebras das receitas no jogo, a operadora mostra-se optimista.
“Estou confiante com o sucesso do Parisian”, referiu Wong.

Surpresas para todos

A conferência de imprensa que decorreu ontem no Venetian serviu ainda para desvendar o que vai acontecer durante a inauguração do Parisian. Estão prometidas muitas surpresas, espectáculos e promoções dedicadas “às pessoas de Macau”, como fez questão de afirmar Dave Horton, director do Gabinete de Marketing da Las Vegas Sands. O evento arranca às 20h18 e conta com a cantora belga Lara Fabian, um jantar de gala e um passeio na “red carpet” pela actriz e cantora de Hong Kong Karen Mok. Os espectáculos serão transmitidos no exterior em ecrãs gigantes.
Mas os anúncios não se ficaram por aqui. Dave Horton diz que “o grupo quer ser parte integrante de Macau e fazer parte da comunidade” e, por isso, anunciou uma série de descontos em lojas e serviços de todos os resorts da operadora, que vão dos 20% aos 50%. Subir à Torre Eiffel, comer uma refeição num dos muitos restaurantes do grupo ou tornar-se membro do ginásio são alguns exemplos destes serviços. Haverá também fogo de artifício e animação de rua. A cerimónia contou também com a presença de Paulo Chan, director de Inspecção e Coordenação de Jogos.

9 Set 2016

Pequim não poupa grupos terroristas e promete combate feroz

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo chinês prometeu não dar tréguas ao Movimento Islâmico do Turquestão Oriental (MITO), um grupo que reclama a independência de Xinjiang, após ter sido confirmado o seu envolvimento no ataque suicida à embaixada chinesa no Quirguistão. “As forças terroristas do Turquestão Oriental, representadas pelo MITO, levaram a cabo múltiplas actividades terroristas, dentro e fora da China, e têm as mãos manchadas com sangue”, afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hua Chunying. “Iremos combatê-los”, disse. A porta-voz frisou que Pequim está disposto a cooperar com outros países na luta global contra o terrorismo. “Somos contra o terrorismo em qualquer formato”, afirmou.

Número dois

Segundo revelaram os serviços secretos do Quirguistão, o ataque suicida contra a embaixada da China em Biskek, na semana passada, foi organizado por militantes da minoria étnica chinesa de origem muçulmana uigur que combatem na Síria. A mesma fonte detalha que o suicida bombista era membro do MITO, um grupo que reclama a independência da região de Xinjiang, a oeste da China. “A investigação concluiu que o atentado foi ordenado por grupos terroristas uigures, que operam na Síria, e estão filiados com a organização terrorista Frente al Nosra”, afirmaram os serviços secretos quirguistaneses, citados pela imprensa chinesa. Este é o segundo grupo ‘jihadista’ mais importante na Síria, a seguir à organização extremista Estado Islâmico (EI).
A China reivindica que organizações extremistas recrutam membros na região autónoma do Xinjiang, onde vivem os muçulmanos uigures, e culpa estas por fomentar atentados no país, que causaram nos últimos anos centenas de mortos. Recentemente um estudo elaborado pelo instituto New America Foundation, considerou que esta região oferece um “alto potencial” para os recrutadores do EI, devido “às significativas disparidades económicas entre a etnia chinesa han e a população muçulmana local”.  

9 Set 2016

Mar do Sul da China | Pequim pede a Obama que se mantenha neutro nas disputas territoriais

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo chinês apelou ontem ao presidente norte-americano, Barack Obama, para que mantenha a neutralidade, nas disputas territoriais que a China mantém com os países vizinhos, no Mar do Sul da China. Numa conferência de imprensa em Pequim, a porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying, pediu aos Estados Unidos da América para que desempenhem um papel construtivo na região.
Obama defendeu no Laos, durante a cimeira da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), o carácter “vinculativo” da decisão do Tribunal Permanente de Arbitragem, com sede em Haia, que concluiu, em Junho passado, que não existe uma base legal para a China reclamar direitos históricos no Mar do Sul da China. “Esperamos que os EUA desempenhem um papel positivo e justo nesta questão e que façam esforços positivos, genuínos e construtivos para a paz e estabilidade no Mar do Sul da China”, disse Hua Chunying.

Ilegalidades

Hua recordou que a China não reconhece a mediação do tribunal internacional: “O Tribunal de Arbitragem não tem jurisdição sobre o caso, e por isso consideramos a sua sentença inválida e ilegal”.
Hua enalteceu ainda a elaboração de um código de conduta entre Pequim e a ASEAN, que negociavam desde 2010, para diminuir os conflitos de forma pacífica e melhorar a comunicação, visando “evitar incidentes”.
“Ambas as partes tiveram o desejo de olhar em frente e esforçarem-se para devolver a questão do Mar do Sul da China ao diálogo e consulta”, disse.
Pequim reivindica a soberania sobre quase todo o Mar do Sul da China, com base numa linha que surge nos mapas chineses desde 1940, e tem investido em grandes operações nesta zona, transformando recifes de corais em portos, pistas de aterragem e em outras infra-estruturas.
Vietname, Filipinas, Malásia e Taiwan também reivindicam uma parte desta zona, o que tem alimentado intensos diferendos territoriais com a China.

9 Set 2016

Chen Yu Chia, nadador de Macau, já está nos Paralímpicos do Brasil

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]acau vai estar representado nos Jogos Paralímpicos Rio2016, que arrancaram ontem, por um atleta que vai competir em duas provas de natação. Chen Yu Chia, de 18 anos, partiu para o Rio de Janeiro no sábado, sem que tenha havido, porém, uma cerimónia oficial pública de despedida com o Chefe do Executivo, Chui Sai On.
Em 2012, à partida para os Jogos Paralímpicos Londres2012, Fernando Chui Sai On presidiu a uma cerimónia de despedida da delegação desportiva, à qual entregou a bandeira da RAEM.
O mesmo sucedeu quatro anos antes, com o anterior líder do Governo, Edmund Ho, que apresentou os cumprimentos oficiais à missão enviada a Pequim2008.
Questionado pela agência Lusa por que razão não houve uma despedida formal por parte do Chefe do Executivo da delegação que vai representar a RAEM, o seu gabinete respondeu que o Secretário da tutela manteve um encontro com a delegação ao Rio2016, na passada sexta-feira, dia 2, “em representação do Governo”.
O Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, reuniu-se com a delegação desportiva (composta pelo atleta, treinador e chefe de missão), mas não se tratou de uma cerimónia pública oficial.
“Isso corresponde a diversas ocasiões anteriores de despedidas a atletas, quando foi o mesmo Secretário a representar a RAEM”, acrescenta a mesma resposta escrita.
A comunicação social não foi, contudo, convocada para o encontro, ficando apenas a saber-se do mesmo por via de uma fotografia e de um comunicado publicado em Chinês.
Macau não pertence ao Comité Olímpico Internacional (COI), ao contrário da vizinha Hong Kong, pelo que não participa nos Jogos Olímpicos. Contudo, tem sido presença assídua nos Jogos Paralímpicos. Desde a estreia, em 1988, em Seul, aliás, com a maior delegação de sempre, Macau enviou sempre atletas, embora nunca tenha conquistado medalhas.
Chen Yu Chia, que chegou aos Jogos Paralímpicos Rio2016 a convite, vai competir em duas provas nas categorias S14 e SM14, reservadas a nadadores com deficiência intelectual. Os Jogos Paralímpicos decorrem até 18 de Setembro.

9 Set 2016

Chui Sai On vai a Portugal sem Secretários na comitiva

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Chefe do Executivo, Chui Sai On, desloca-se a Portugal sem levar outros membros do Governo. É o que avança a Rádio Macau, que diz que o líder da Administração vai apenas com a chefe de Gabinete, O Lam.
A três dias de sair de Macau rumo a Lisboa, são poucas as informações face à deslocação oficial. As comitivas de Chui Sai On integram sempre Secretários e a última visita oficial, relembra a rádio, contou também com representantes da Assembleia Legislativa.
Questionado pelo HM, o Gabinete do Porta-Voz do Governo não foi muito esclarecedor. Apesar deste jornal querer saber o motivo por que Chui Sai On vai apenas com O Lam, até porque a notícia avançada pela rádio indicava já isso mesmo, a resposta foi parca.
“A lista da delegação oficial será publicada em breve. Até então, agradecemos a sua paciência.” Apesar de termos insistido, nada mais adiantou o Governo.
O Chefe do Executivo parte de Macau no sábado, dia 10, e regressa a 15, sendo que, em Portugal, vai presidir a reunião da Comissão Mista Macau-Portugal, juntamente com o Ministro português dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva. O líder do Governo tem ainda encontros marcados com o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa e com o primeiro-ministro António Costa.

8 Set 2016

Palácio Imperial | Governo não vai interferir nas disputas comerciais

[dropcap style≠’circle’]T[/dropcap]se Heng Sai, vice-directora da Direcção dos Serviços de Turismo (DST), confirmou que o Governo não vai interferir no caso do Hotel Palácio Imperial Beijing, tratando-se de um caso que deverá ser resolvido em tribunal. O caso remete para acusação de fraude pelo hotel, denúncia que partiu de associações turísticas.
“Estamos a seguir o procedimento normal e vamos tomar uma decisão de acordo com a decisão. Não há mais a acrescentar”, disse Tse Heng Sai, citada no Jornal do Cidadão.
O grupo, auto-intitulado Aliança das vítimas do Hotel Palácio Imperial Beijing, denunciou na segunda-feira a suspeita de que a empresa responsável pela gestão da unidade hoteleira tenha cometido fraude. O grupo fez chegar a denúncia ao Ministério Público, já que dizem que contactaram mais de 30 trinta agências de viagem de Macau, da China e de Hong Kong com o objectivo de perceber as razões por detrás da gestão deficitária do Hotel. O grupo terá reservado ao longo das últimas semanas mais de 700 mil quartos, em operações que movimentariam mais de 250 milhões de dólares de Hong Kong. Os funcionários acusam a unidade hoteleira de cometer fraude, ao vender acima da sua capacidade de acolhimento.

Tudo na mesma

Há meses, o hotel foi obrigado a fechar, tendo o Governo dado seis meses à unidade para melhorar as condições de segurança. Helena de Senna Fernandes não negou a possibilidade do prazo ser alargado, mas até ao momento as obras ainda não arrancaram.
“Há vários factores” que poderão originais atrasos nas obras, disse esta semana a directora da DST, citada pela Rádio Macau. Os responsáveis pelo Hotel Palácio Imperial Beijing afirmam terem sentido problemas burocráticos com a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) no âmbito da entrega de documentação para o projecto.

8 Set 2016