Xi Jinping em Lisboa | Analistas prevêem investimentos em portos e ferrovias

Arnaldo Gonçalves, especialista em relações internacionais, e José Luís Sales Marques, economista, disseram à agência Lusa que os acordos assinados entre a China e Portugal podem originar novos investimentos nas áreas dos portos e ferrovias, sem esquecer as ligações a África e América Latina

 

[dropcap]E[/dropcap]specialistas em relações internacionais disseram à agência Lusa que a visita oficial do Presidente chinês a Portugal é uma oportunidade para garantir investimento em portos e na ferrovia, mas também em projectos tripartidos em África e América Latina.

Os portos de Leixões e de Sines, a modernização da linha ferroviária que pode até passar pela privatização parcial ou total da Comboios de Portugal (CP), cooperação tripartida entre a China, Portugal e países africanos ou da América Latina para assegurar investimentos de grande escala são alguns dos exemplos dados por docentes e investigadores numa antevisão da visita oficial do Presidente chinês, Xi Jinping, a Lisboa.

“Esta é uma oportunidade para se passar das palavras aos actos, de dar uma expressão económica às boas relações entre Portugal e a China”, sublinha o presidente do Fórum Luso-Asiático, Arnaldo Gonçalves, lembrando que “Portugal, só entre 2010 e 2016, tornou-se no sétimo país europeu em que se registou mais investimento chinês”.

“Na área das infra-estruturas, está em cima da mesa a possibilidade de a China investir nos portos portugueses. O porto de Roterdão [Holanda] está sobrecarregado. Se a China quer prosseguir o esforço no âmbito da iniciativa ‘Uma Faixa, Uma Rota’ vai ter que ter um porto alternativo. Os portos de Leixões e Sines podem ser alternativas interessantes”, sustenta o professor de Ciência Política e Relações Internacionais do Instituto Politécnico de Macau.

Por outro lado, acrescenta, “Portugal precisa, mais tarde ou mais cedo, de modernizar a sua linha ferroviária”, defendendo que o país necessita de adoptar uma postura mais pró-activa.

“Para além dos portos, a privatização total ou parcial da CP poderia ser uma opção”, adianta o investigador, lembrando, contudo, que a aposta chinesa em vias de comunicação terrestres e marítima “coloca problemas políticos delicados à União Europeia [UE]”, sobretudo “num quadro de reemergência do poder russo e da aproximação entre Xi [Jinping] e [Vladimir] Putin”. Ou seja, explica, Portugal tem que ter algum cuidado” e “acertar bem as agulhas com a União Europeia para, no fundo, não ser uma ‘lebre’ posta a correr por Pequim contra a própria política externa da UE”.

A possibilidade de Portugal receber novos investimentos nestas áreas foi anunciada por Augusto Santos Silva, ministro português dos Negócios Estrangeiros, aquando da sua recente visita a Macau. Santos Silva disse que a assinatura de um memorando de entendimento no âmbito da política “Uma Faixa, Uma Rota” poderia ser assinado durante a presença de Xi Jinping na capital portuguesa, entre os dias 4 e 5 de Dezembro, ainda que este não será assinado “a qualquer preço”.

O ministro português deixou também claro que o Porto de Sines é “o melhor ponto” para que a “nova Rota da Seda ancore na Europa”.

“Um grande simbolismo”

Já o presidente do Instituto de Estudos Europeus de Macau (IEEM), José Sales Marques, acredita que ainda há espaço “para reforçar de forma significativa a cooperação” e que, também por isso, a visita de Xi Jinping a Portugal “é de grande simbolismo” porque “acontece num momento em que as relações estão num ponto muito alto” e após uma década “de forte expressão económica”.

Sales Marques expressa a sua convicção de que, “a ser assinado um memorando de entendimento no âmbito da iniciativa ‘Uma Faixa, Uma Rota’” durante a visita de Xi Jinping, é possível que se verifique um entendimento conjunto “sobre projectos como o porto de Sines e a ligação ferroviária [de alta velocidade] até Espanha”.

O docente e investigador alerta, também, que os compromissos entre Portugal e a China não podem colidir com os interesses europeus, devendo “estar sujeitos a regras definidas pelo Tratado de Lisboa relativas a acordos sobre investimento estrangeiro”.

O presidente do IEEM destaca a importância da “nova realidade ao nível das relações bilaterais entre os dois países”, mas admite que será interessante verificar “até que ponto podem surgir, em concreto, projectos de investimento trilateral entre Portugal, China e um país africano, lusófono ou não”.

Uma opinião partilhada por Arnaldo Gonçalves, que junta a possibilidade de Lisboa e Pequim poderem acordar “investimentos tripartidos (…) não só em África, como também na América Latina”.
Afinal, exemplifica, “houve investimentos brutais chineses que fizeram disparar a dívida interna brasileira e que aparentemente vão ser congelados pelo Presidente [Jair] Bolsonaro”, pelo que “Portugal pode limar, aí, algumas arestas”.

Por seu lado, José Sales Marques, que faz questão em enumerar as manifestações das relações sino-portuguesas, como os ‘vistos gold’, aquisição da EDP, crescente fluxo turístico e até as celebrações em Portugal do Dia da China e do Ano Novo chinês como provas de que Lisboa “tem de continuar a olhar sem preconceitos e com naturalidade para o investimento” de Pequim.

“A visita coloca Portugal no mapa”, conclui por sua vez Arnaldo Gonçalves, alertando para uma outra prioridade, a de que os responsáveis políticos portugueses têm de acautelar situações como a entrada de empresas lusas no mercado chinês.

 

Visita presidencial antecipa Ano da China em Portugal

O Presidente chinês, Xi Jinping, chega a Lisboa em visita oficial, na terça-feira, antecipando o arranque do ano da China em Portugal e preparando a comemoração de 40 anos de relações diplomáticas entre os dois países.

Quando for proclamado o Ano do Porco, a 5 de Fevereiro do próximo ano, uma enorme festa popular animará as ruas de Lisboa, não apenas para celebrar a chegada do novo ano chinês, mas também para recordar os 40 anos de história das relações diplomáticas entre Portugal e a China.

A visita de Xi Jinping, que termina na próxima quarta-feira, vem antecipar e preparar essas celebrações, que terão o seu contraponto na China, com a declaração do ano de Portugal na China, em simultâneo, como foi anunciado em Julho passado pelo então ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes.

A deslocação do Presidente chinês foi avançada pela primeira vez por Marcelo Rebelo de Sousa, em Junho, e então classificada pelo Presidente português como “muito importante” e espelho da “capacidade de diálogo e de entendimento”.

Xi vai reunir-se, em Lisboa, com o homólogo português, Marcelo Rebelo de Sousa, e com o primeiro-ministro, António Costa. A delegação de Xi Jinping inclui Yang Jiechi, membro do Gabinete Político do Comité Central do Partido Comunista Chinês, o ministro dos Negócios Estrangeiros e Conselheiro de Estado, Wang Yi, e o presidente da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, o órgão máximo de planeamento económico do país, He Lifeng.

As celebrações do ano de Portugal na China e do ano da China em Portugal incluem apresentações de companhias de bailado, concertos e exposições, num programa que foi meticulosamente estudado entre os dois governos, durante uma visita do ministro da Cultura português à China, em Julho.

Primeira desde Hu

As relações diplomáticas entre Portugal e a China estabeleceram-se a 8 de Fevereiro de 1979, depois de as negociações formais entre representantes de Portugal e da China se terem iniciado, em Paris, em 1978, três anos depois de o novo regime democrático em Portugal ter reconhecido o governo da República Popular da China, em Janeiro de 1975.
As celebrações também recordam os 20 anos da transferência da soberania de Macau para a República Popular da China, que aconteceu a 20 de Dezembro de 1999. “Macau joga um papel de grande importância” na relação entre os dois países, afirmou em Julho o então ministro da Cultura, mencionando a forma positiva como os dois países se entenderam para a transição de soberania daquele território.
A visita de Estado de Xi Jinping é a primeira desde Novembro de 2010, quando o então Presidente da China, Hu Jintao, esteve em Lisboa. Em 2017, no momento de celebração do Novo Ano chinês, o Ano do Galo, um galo de Barcelos com 10 metros de altura, da autoria da artista Joana Vasconcelos, foi enviado para a China, simbolizando “a amizade entre os povos e os países”, como disse na altura o primeiro-ministro português, António Costa.

 

Números capitais

3.393 milhões – Valor em dólares do saldo da balança comercial entre Portugal e a China, entre Janeiro e Julho deste ano. Durante aquele período, Portugal comprou ao país asiático bens no valor conjunto de 2.099 milhões de dólares (+1,43 por cento, em termos homólogos), e vendeu mercadorias num total de 1.294 milhões de dólares (+16,87 por cento).

13.º – A China era, em Julho deste ano, o 13.º cliente de Portugal e o seu sexto fornecedor.

10.000 milhões de euros – Montante investido em Portugal pela China, desde que, em 2012, a China Three Gorges (CTG) comprou uma participação de 21,35 por cento no capital da EDP.

256.735 – Turistas chineses que visitaram Portugal, em 2017, um acréscimo de 40,7 por cento, face ao ano anterior.

130 milhões de euros – Montante gasto pelos turistas chineses durante a sua estada em Portugal, no ano passado.

27.854 – Vistos emitidos pelas secções consulares portuguesas na China continental (exclui Macau e Hong Kong), em 2017. A China é o segundo país onde Portugal mais emite vistos, a seguir a Angola.

15 – Centros de vistos que Portugal tem na China, a cargo do grupo privado VFS Global.

3.952 – Cidadãos chineses que obtiveram a Autorização de Residência para a actividade de Investimento (ARI), os chamados vistos ‘gold’, desde que o programa entrou em vigor, em Outubro de 2012.

1.110 – Portugueses que residiam na China, em 2016.

100 – Treinadores portugueses de futebol a trabalhar na China. O ‘desporto-rei’ será a área que mais portugueses emprega no país, reflectindo a ambição de Pequim de elevar a selecção chinesa ao estatuto de grande potência.

25 – Universidades da China continental com licenciatura em língua portuguesa.

4 – Número de universidades portuguesas – Aveiro, Coimbra, Lisboa e Minho – onde o Instituto Confúcio, organismo patrocinado por Pequim para assegurar o ensino da língua e cultura chinesas, está já implantado.

30 Nov 2018

Taiwan vai lançar plano para atrair investimento de empresários da ilha no exterior

[dropcap]O[/dropcap] Governo de Taiwan anunciou hoje que vai lançar, no início de 2019, um plano de ação para atrair o investimento de empresários da ilha no exterior, com incentivos fiscais e outras facilidades.

Em comunicado, as autoridades disseram que a ilha vai oferecer, a partir do próximo ano, “serviços personalizados” às empresas para “simplificar procedimentos administrativos” e ajudar a satisfazer necessidades de terrenos, mão de obra, financiamento, fornecimento estável de energia e benefícios.

O objectivo deste plano é atrair empresários da ilha com investimentos no exterior para “promover a modernização e transformação industrial e fazer de Taiwan um centro-chave na cadeia de abastecimento da indústria global”.

Taipé considerou que “os próximos três anos são essenciais para atrair empresários” locais com investimentos no exterior, sobretudo na China, para que regressem à ilha.

As empresas de Taiwan radicadas na China estão a ser afectadas pela guerra comercial entre Pequim e os Estados Unidos e as autoridades receiam que um agravamento do conflito resulte numa multiplicação de efeitos negativos, já que as empresas locais têm quase metade da capacidade produtiva instalada no exterior, principalmente na China.

Muitas companhias de Taiwan, a operar na ilha, como a TSMC, primeiro fabricante mundial de semicondutores, manifestaram também preocupação perante a guerra comercial entre Washington e Pequim, já que fornece empresas locais, chinesas e de outras nacionalidades, instaladas em solo chinês.

Grande parte das exportações de Taiwan para a China é de componentes destinados a empresas da ilha para produtos destinados à exportação, sobretudo para a Europa e os Estados Unidos.

Em 2017, 41% das exportações de Taiwan destinaram-se aos mercados da China e de Hong Kong, num montante total de 130,2 mil milhões de dólares, de acordo com dados do Ministério da Economia da ilha, o que demonstra a forte dependência do território face ao mercado chinês.

Na China encontram-se cerca de 50 mil companhias de Taiwan, muitas das quais orientadas para a exportação. O montante total do investimento acumulado de Taiwan na China é de cerca de 120 mil milhões de dólares, segundo dados de Pequim.

29 Nov 2018

Senadores dos EUA querem saber se chinesa ZTE violou sanções ao ajudar Venezuela

[dropcap]D[/dropcap]ois senadores norte-americanos pediram ao Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que investigue se a empresa de chinesa de equipamento para telecomunicações ZTE estaria a violar as sanções impostas pelos EUA ao ajudar a Venezuela.

O pedido foi feito na quarta-feira pelos senadores Marco Rúbio e Chris Van Hollen, através de uma carta e, segundo a imprensa norte-americana, em causa estaria a ajuda prestada pela ZTE “na monitorização e seguimento dos cidadãos venezuelanos, desde 2016”.

Esta ajuda teria permitido a criação de uma base de dados, com o “cartão da pátria”, promovida pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do Governo) para supervisionar o comportamento da população.

Os senadores querem ver determinado se a ZTE usou ilegalmente componentes norte-americanos ou ajudou o Governo do Presidente Nicolás Maduro a violar processos democráticos ou direitos humanos, bem como se terá trabalhado com indivíduos sancionados pelos Estados Unidos.

Até ao momento não houve qualquer reacção oficial de parte do Governo de Maduro nem da empresa chinesa que, segundo a imprensa venezuelana, desenvolve vários projectos na Venezuela, em aliança com a telefónica estatal CANTV.

29 Nov 2018

Guangdong trava excursões de apenas um dia ao fim de semana para Hong Kong e a Macau

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades da província chinesa de Guangdong pediram às agências de viagens daquela região para porem fim às excursões de um dia, durante o fim de semana, para Hong Kong e a Macau, foi hoje noticiado.

De acordo com o jornal South China Morning Post (SCMP), a decisão da Secretaria de Turismo da província pretende reduzir a presença de turistas e o tráfego oriundo da mega ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau.

De 17 de outubro a 1 de Novembro, foram emitidos por Guangdong mais de 1,78 milhões de vistos para Hong Kong e Macau, na maioria pedidos por aposentados, um aumento de 26,6% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com departamento de segurança da província.

O Departamento de Cultura e Turismo da Província de Guangdong, citado pelo SCMP, disse ter tomado medidas para “reduzir ainda mais a pressão sobre os portos e áreas adjacentes”.

A medida procura encorajar a organização de “viagens de qualidade que durem dois dias ou mais”, argumentaram as autoridades da província, que apelaram às autoridades de turismo municipais para monitorizarem de perto as agências de viagens.

Desde que a travessia foi aberta ao tráfego, no dia 24 de Outubro, um grande número de visitantes ‘invadiu’ o bairro normalmente calmo de Tung Chung, na ilha de Lantau, Hong Kong, lotando os autocarros e esvaziando as prateleiras das lojas.

Os meios de comunicação social de Hong Kong têm denunciado a existência de operadores turísticos ilegais da China continental.

A maior travessia marítima do mundo que liga Macau, Hong Kong e a cidade chinesa de Zhuhai, inaugurada pelo Presidente chinês, é considerada uma infraestrutura fundamental para o projeto da Grande Baía que visa criar uma metrópole mundial a partir das regiões administrativas especiais e nove localidades da província de Guangdong (Cantão, Shenzhen, Zhuhai, Foshan, Huizhou, Dongguan, Zhongshan, Jiangmen e Zhaoqing), com cerca de 68 milhões de habitantes.

29 Nov 2018

Escritora Margaret Atwood anuncia continuação de “História de uma serva”

[dropcap]A[/dropcap] escritora Margaret Atwood anunciou que está a escrever a sequela de “The Handmaid’s Tale” e que o livro, intitulado “The Testaments”, será publicado em Setembro de 2019, revelou ontem a editora britânica Penguin.

“A História de uma serva” (na tradução portuguesa, publicada pela Bertrand) é um romance distópico, da autora canadiana Margaret Atwood, no qual as mulheres eram obrigadas a obedecer a regras rígidas e de subjugação, tendo inspirado uma série televisiva homónima de sucesso.

De acordo com um comunicado divulgado pela editora Penguin, a escritora, de 79 anos, anunciou que agora, mais de três décadas depois da publicação original de “História de uma serva” (1985), está a preparar uma sequela, intitulada “The Testaments”, narrada por três personagens femininas.

“Desde a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, o livro ‘História de uma serva’ tornou-se um símbolo dos direitos das mulheres e de um posicionamento contra a misoginia. Agora, podemos revelar que Margaret Atwood está a escrever uma sequela”, escreve a editora.

A história é passada 15 anos após a cena final de Offred, a protagonista do primeiro livro, o momento em que a porta da ‘van’ preta bate e a personagem está prestes a ser levada para um futuro incerto ou de liberdade, ou de mais tortura e prisão, ou até mesmo de morte.

“Tudo aquilo que sempre me perguntaram sobre Gilead [República de Gilead, onde a história se passa] e o seu funcionamento interno é a inspiração para este livro. Bem, quase tudo! A outra inspiração é o mundo em que vivemos”, disse Margaret Atwood sobre a obra, dirigindo-se aos leitores.

“The Testaments” será publicado mundialmente a 10 de Setembro de 2019.

29 Nov 2018

Timor | Ministra da Educação diz que método do ensino de português e tétum deixou “graves lacunas”

[dropcap]O[/dropcap] método de ensino de português e tétum no início da escolaridade em Timor-Leste até 2014 “não conduziu a bons resultados”, deixando os alunos com “graves lacunas de conhecimentos” noutras áreas, defendeu a ministra da Educação timorense.

“Apesar dos muitos esforços e da existência de um método coerente para o ensino das línguas, tal não conduziu a bons resultados, ou seja, não se mostrou eficaz para o nosso contexto, por várias razões”, afirmou Dulce Soares, em entrevista, por escrito, à Lusa.

Dulce Soares concedeu uma entrevista à Lusa para analisar alguns dos aspectos relacionados com o trabalho do seu Ministério, com destaque para questões curriculares, de língua e de recursos educativos.

A governante considera que os dados mostram que o método aplicado até 2014 – “que assentava no ensino da língua portuguesa e da língua tétum logo desde o 1.º ano de escolaridade e que assumia o português como língua de instrução” – sacrificou “aprendizagens noutras áreas, por (…) valorizar mais a língua portuguesa do que a língua tétum”.

“O recenseamento nacional de 2015 mostra que 80% da população afirma ter a língua tétum como primeira, segunda ou terceira língua, enquanto que apenas 5% afirmam o mesmo em relação à língua portuguesa. Quando analisamos os dados relativos às crianças em idade escolar, essa percentagem, em relação à língua portuguesa, cai para os 0,04%”, adiantou.

Um exemplo do impacto sente-se entre alguns das universidades que estão a receber alunos “fruto desse método anterior a 2014” que manifestam “graves lacunas em termos de conhecimentos (…) que são resultado desse método anterior”.

A análise dos falhanços desse método levou o Governo a avançar com a sua polémica reforma curricular de 2015, com a aposta na progressão linguística do tétum ao português: “era altura de mudar, de experimentar outra coisa”, defendeu a governante.

Além da revisão curricular, acrescentou, foram aprovados “instrumentos reguladores da progressão linguística, determinando, em cada ano de escolaridade, como deverá ser realizada essa progressão, e onde o tétum começa por servir como base e depois o português é introduzido gradualmente”.

Ainda é cedo, sustentou, dois anos depois, para avaliar se o novo método “afectou negativamente a aprendizagem da língua oficial”, sendo necessário continuar a “investir mais na formação dos professores e assegurar a distribuição dos materiais didácticos”.

“Quem sabe, daqui a 10 ou 15 anos, iremos analisar o contexto e, de acordo com a evolução da nossa sociedade, avaliaremos o método novamente e podemos determinar um outro método, podendo até voltar ao método inicial, caso as condições já forem as favoráveis para ser implementado”, explicou.

Dulce Soares insistiu que os desafios no sector educativo em Timor-Leste não são resolvidos apenas com alterações ou aprovações legislativas, sendo necessárias outras medidas mais amplas.

“A legislação base para a educação existe! Agora, há é uma tendência de alguns em, por vezes, ‘culpar’ a legislação e achar que a legislação irá trazer impactos directos no sucesso escolar, mas políticas educativas e o alcance de sucesso escolar num país democrático não se atingem com receitas tão simples”, afirmou.

 

Ministra rejeita que projeto piloto de ensino divida país

Dulce Soares rejeitou que o projecto piloto de recurso a línguas locais maternas como línguas de ensino e instrução cause divisões no país, sendo ainda cedo para determinar o seu nível de sucesso.

“Valorizar a cultura e identidade dos cidadãos não provoca divisão, mas antes a valorização de todos e a valorização de uns pelos outros. Portanto, não acredito que este projeto vá criar divisões na sociedade. O caminho a percorrer é diferente, mas o resultado esperado é o mesmo”, afirmou a ministra.

“Queremos preparar crianças capazes de, no futuro, serem cidadãos activos na sociedade, capazes de pensar e analisar e com o domínio das duas línguas oficiais do país. Todos começam no mesmo patamar, uns fazem um percurso e outros fazem outro, mas têm de atingir ao mesmo tempo o mesmo objetivo”, sustentou.

A ministra lembrou que a própria constituição defende a valorização das línguas nacionais e que “não há nenhum país que tenham valorizado as línguas locais e que isso tenha conduzido à divisão do país”.

Entre as medidas polémicas do Governo conta-se um projeto piloto introduzido em dez das mais de 1.700 escolas do país onde é usada, em cada uma, a língua nacional materna dos seus alunos como língua de ensino e instrução.

Na prática, explicou, trata-se de um projecto para perceber as vantagens e desvantagens de um processo de progressão linguística “da língua nacional para a língua tétum e depois para a língua portuguesa”.

“Apesar de o ensino de uma língua e das outras áreas disciplinares ser feito inicialmente na língua primária do aluno, no final do 6.º ano estas crianças terão de ter uma forte base de literacia nas duas línguas oficiais, tétum e português, tal como as restantes crianças que fazem um percurso escolar regular”, adiantou.

“Nas escolas do 1.º e 2.º ciclo que seguem o currículo nacional, as línguas nacionais podem ser usadas apenas como apoio ou facilitadoras do processo de ensino-aprendizagem, quando necessário, para assegurar a igualdade de todos no direito a aprender e apenas nos primeiros anos de escolaridade”, acrescentou.

Dulce Soares – que foi vice-ministra da Educação no VI Governo e tutela a pasta no atual VIII Governo – explicou que, no caso deste projecto piloto, foram produzidos materiais didácticos nas línguas oficiais e dada formação aos professores para os poderem aplicar, com o seu desempenho “também avaliado por falantes da respectiva língua”.

Mais exclusão?

A governante rejeitou as conclusões de um relatório de maio desde ano, produzido pelo Ministério da Educação do VII Governo, que considera que o projecto “não está a obter o sucesso esperado junto das comunidades locais”.

No documento refere-se que os professores dizem que a sua implementação “agrava o sentimento de exclusão” face a outras escolas e ao resto do país e que o método é “confuso e sem repercussões positivas no futuro académico dos alunos”.

“Para podermos proceder a uma análise aprofundada e que permita concluir sobre os índices de sucesso e as repercussões positivas no futuro académico dos alunos que estudam nessas dez escolas que integram o programa-piloto, devemos realizar testes e usar outros instrumentos válidos para determinar o nível de aprendizagem escolar”, afirmou.

Em contrapartida, Dulce Soares citou um relatório de Outubro de 2016, sobre o mesmo projecto, que aponta dados positivos, incluindo “fortes ganhos de desempenho” que acelera o desenvolvimento académico das crianças.

“Concordo com o que é expresso no relatório de maio de 2018, de que alguns professores e dirigentes podem partilhar do ‘sentimento de exclusão’ face a outras escolas e ao resto do país”, fundamentou.

“Por isso, quando tomei posse determinei ser necessário aprovar formalmente o programa-piloto da língua materna, pois é importante regular este programa, assim como os outros programas, como o programa do CAFE, alimentação escolar, entre outros”, concluiu.

29 Nov 2018

Macau regista crescimento de 23,9% nas importações de países lusófonos

[dropcap]M[/dropcap]acau importou até Outubro mercadorias dos países lusófonos no valor de 646 milhões de patacas, um crescimento de 23,9% em comparação a igual período de 2017, informaram hoje as autoridades.

Já as exportações de Macau para os países de língua portuguesa cresceram significativamente nos primeiros dez meses do ano, mas o défice da balança comercial com os países lusófonos continua a aumentar.

Segundo a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), Macau exportou para os países lusófonos mercadorias no valor de 24 milhões de patacas, um aumento de 3.499%, face a igual período do ano passado, mas muito inferior aos 646 milhões de patacas em produtos importados.

No total, as exportações do território subiram 8% até ao final de outubro, para 10,13 mil milhões de patacas, mas o défice da balança comercial continua a aumentar fruto do crescimento das importações em 23,1%, para 64,19 mil milhões de patacas.

As exportações para a China continental atingiram, no período em análise, 1,71 mil milhões de patacas, uma quebra de 4,2% face a idêntico período do ano passado.

Por outro lado, o valor das exportações para as nove províncias do Delta do Rio das Pérolas, vizinhas de Macau, no sul do país, cresceu 5,3% para 1,66 mil milhões de patacas.

As exportações para Hong Kong e União Europeia registaram uma subida de 15,5% e 2,2%, respectivamente.

Já as vendas para os Estados Unidos caíram 31,3%. O valor total do comércio externo de mercadorias em Macau, entre Janeiro e Outubro, correspondeu a 84,44 mil milhões de patacas, mais 19,6% face ao período idêntico de 2017.

29 Nov 2018

Autoridade Monetária de Macau e Banco de Portugal assinam acordo de cooperação

[dropcap]A[/dropcap] Autoridade Monetária de Macau (AMCM) e o Banco de Portugal assinaram um acordo de cooperação para facilitar o intercâmbio de quadros e informações na área financeira, anunciou hoje a AMCM.

O acordo foi assinado pelo presidente do conselho de administração da AMCM, Chan Sau San, e pelo governador do Banco de Portugal, Carlos da Silva Costa, pode ler-se no comunicado divulgado pela AMCM.

O acordo, para além de facilitar o intercâmbio de quadros e informações na área financeira, inclui também a realização de conferências ou reuniões e formação profissional. Ambas as partes assumiram ainda o compromisso de encetarem encontros periódicos de alto nível.

“O âmbito de cooperação abrange as diversas atribuições do Banco de Portugal e da AMCM, na qualidade do banco central de Portugal e de autoridade de supervisão nas áreas monetária e financeira de Macau, respectivamente”, apontou o AMCM.

29 Nov 2018

Documentário português abre festival Sound & Image Challenge

[dropcap]O[/dropcap] documentário “A vida aqui, está vista?”, do português Filipe Carvalho, vai abrir o festival internacional de música e curtas-metragens Sound & Image, que arranca em Macau no dia 4 de Dezembro.

“Observando o desenrolar da vida na mina São Domingos (Alentejo), o filme propõe um caminho utópico em direção ao futuro daquele território e da sua comunidade”, lê-se na página do evento, que avança para a nona edição com 72 curtas-metragens e dez vídeos musicais.

O documentário, que já passou pelo festival Indie Lisboa, vai ser apresentado na secção “Cinema Expandido”, que inclui também oito curtas-metragens do Festival de Cinema do Douro, o único festival de super oito milímetros realizado em Portugal.

As 72 curtas-metragens desdobram-se em 34 ficções, 13 documentários, 25 animações. Há filmes provenientes da Bélgica, Brasil, Canadá, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Irão, Malásia, República Checa, Rússia, Síria, entre outros.

Há duas animações assinadas por portugueses: “Porque este é o meu ofício”, de Paulo Monteiro, e “Rácio entre dois volumes”, de Catarina Sobral.

O grande júri será presidido Miguel Dias, um dos diretores do Festival Internacional de Curtas de Vila do Conde, pelo director de informação e programas dos canais portugueses da TDM e pelo realizado e produtor Detsky Graffam.

O festival, organizado pelo Creative Macau, arranca no dia 4 e estende-se até dia 9 de Dezembro no Teatro Dom Pedro V. No ano passado, o filme “Bitchboy” do realizador sueco Mans Berthas conquistou os prémios de melhor filme e de melhor ficção da oitava edição.

29 Nov 2018

China | Cientista que terá criado bebés geneticamente manipulados suspende experiências

O cientista chinês que anunciou ter modificado geneticamente o ADN de duas gémeas para que se tornassem imunes ao vírus da Sida, anunciou que iria interromper temporariamente os ensaios clínicos. A experiência já foi condenada por vários cientistas, um pouco por todo o mundo

 

[dropcap]O[/dropcap] cientista chinês que alega ter criado os primeiros bebés geneticamente manipulados no mundo anunciou ontem que vai fazer uma “pausa” nas suas experiências, após as reações da comunidade científica internacional.

“Vai realizar-se uma pausa nos ensaios clínicos, dada a situação actual”, disse ontem He Jiankui durante uma conferência de especialistas em Hong Kong, na qual reiterou a sua declaração de segunda-feira, em como era responsável pelo nascimento de gémeas cujo ADN foi manipulado para as tornar resistentes ao vírus da Sida.

Na mesma conferência internacional, um antigo prémio Nobel, David Baltimore, afirmou que o trabalho do cientista chinês mostrou uma falha de auto-regulação entre os cientistas.

Baltimore sublinhou que o trabalho de Jiankui “seria considerado irresponsável” porque não atendia a critérios com os quais muitos cientistas concordaram há vários anos, antes que a manipulação genética pudesse sequer ser considerada.

David Baltimore falava numa conferência internacional em Hong Kong, onde o cientista chinês He Jiankui, de Shenzhen, fez as suas primeiras declarações públicas desde que o seu trabalho foi revelado.
Jiankui disse que as gémeas nasceram este mês e que foram concebidas de forma a que pudessem resistir a possíveis futuras infecções pelo vírus da Sida.

Baltimore adiantou que os membros que formam a comissão da conferência vão reunir-se e divulgar uma declaração na quinta-feira sobre o futuro neste campo científico.

Outro proeminente cientista norte-americano que discursou na conferência, o reitor da Escola de Medicina de Harvard, George Daley, alertou contra uma reação adversa à alegação de He.

Daley argumentou que seria lamentável se um passo em falso com um primeiro caso levasse cientistas e órgãos reguladores a rejeitar o bem que poderia advir da alteração do ADN para tratar ou prevenir doenças.
Ainda não há confirmação independente da alegação do cientista chinês, mas cientistas e reguladores foram rápidos em condenar a experiência como antiética e não-científica.

A Comissão Nacional de Saúde ordenou que as autoridades locais na província chinesa de Guangdong investigassem as acções de He Jiankui, enquanto o seu empregador, a Universidade de Ciência e Tecnologia do Sul, anunciou também que abriu um inquérito.

Novo mapa

Na segunda-feira, o cientista chinês afirmou ter ajudado a criar os primeiros bebés geneticamente manipulados do mundo, gémeas cujo ADN He Jiankui disse ter alterado com tecnologia capaz de reescrever o ‘mapa da vida’.

O cientista, He Jiankui, da cidade de Shenzhen, disse que alterou os embriões durante os tratamentos de fertilidade de sete casais, tendo resultado numa gravidez até agora.

Jiankui afirmou que o objectivo não é curar ou prevenir uma doença hereditária, mas tentar criar uma capacidade de resistência a uma possível infecção futura de VIH-Sida.

Nos últimos anos, os cientistas descobriram uma maneira relativamente fácil de manipular genes. A ferramenta, chamada de CRISPR-cas9, torna possível alterar o ADN para fornecer um gene necessário ou desactivar um que esteja a causar problemas.

Jiankui estudou nas universidades de Rice e Stanford nos Estados Unidos antes de regressar à terra de origem para abrir um laboratório na Universidade de Ciência e Tecnologia do Sul da China, em Shenzhen, onde também tem duas empresas de genética.

Um cientista norte-americano garantiu ter trabalhado com Jiankui nesse projecto. Trata-se de um professor de física e bioengenharia, Michael Deem, que foi seu conselheiro na Universidade de Rice, em Houston. Deem também detém “uma pequena participação” nas duas empresas de Jiankui, disse.

Todos os homens do projecto tinham VIH, enquanto que todas as mulheres não, mas a manipulação genética não visava evitar o pequeno risco de transmissão, explicou.

29 Nov 2018

G20 | Donald Trump e Xi jinping debatem disputas comerciais

[dropcap]O[/dropcap] Presidente norte-americano, Donald Trump, vai ter esta semana oportunidade de se colocar à prova como negociador, quando reunir com o homólogo chinês, Xi Jinping, para debater uma guerra comercial que ameaça a economia mundial.

Trump, que diz ser um “grande negociador”, vai reunir com Xi, durante a cimeira do G20, que se realiza em Buenos Aires, sexta-feira e sábado.

Caso os dois líderes não estabeleçam tréguas, as disputas comerciais deverão intensificar-se: as taxas alfandegárias que Trump impôs sobre quase metade das importações oriundas da China estão configuradas para aumentarem de 10 por cento para 25 por cento, no início de 2019. Pequim deverá retaliar.

Os analistas duvidam de um acordo final, que termine de vez com a guerra comercial. No entanto, os mais optimistas esperam que os dois lados concordem com uma espécie de “cessar-fogo”, que permita manter o diálogo e adiar o agravar das disputas.

Mas numa entrevista publicada terça-feira pelo jornal norte-americano The Wall Street Journal, Trump disse ser “altamente improvável” que a Casa Branca venha a aceitar o pedido de Pequim, de suspender o agravamento das taxas alfandegárias.

Trump voltou ainda a ameaçar com a possibilidade de alargar as taxas alfandegárias a todos os produtos importados da China.

O Presidente norte-americano mostrou-se confiante: “Estou muito bem preparado. Não é como se precisasse de me sentar e estudar. Eu sei o que estou a fazer. Sei melhor do que qualquer outra pessoa. E a minha intuição sempre esteve certa”.

Wendy Cutler, vice-presidente do Instituto de Estudos Asiáticos e antigo funcionário norte-americano para o Comércio, que negociou com a China, considerou que as “expectativas”, para o encontro no G20, “são muito baixas”.

“Vai ser uma negociação muito difícil. Os assuntos em questão não são de solução fácil”, disse.
Trump impôs já taxas alfandegárias sobre 250 mil milhões de dólares de importações oriundas da China. Pequim retaliou com taxas sobre bens norte-americanos.

Washington justificou a decisão com tácticas “predatórias” por parte de Pequim, na sua ambição em competir em sectores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável ou robótica, visando quebrar com o domínio industrial norte-americano.

A Casa Branca alega que Pequim força a transferência de tecnologia, em troca de acesso ao mercado chinês, ou usurpa segredos comerciais às empresas norte-americanas.

Pequim nega as acusações e afirma que as sanções de Trump visam apenas conter a ascensão do país.
As disputas levaram já a quedas nas praças financeiras em todo o mundo, sobretudo na China, onde a bolsa de Xangai recuou mais de 20 por cento, desde que o início das disputas, este Verão.

Divisões internas

Na semana passada, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) reviu em baixa a previsão do crescimento da economia mundial de 3,7 por cento para 3,5 por cento, citando as disputas comerciais como um dos principais motivos.

Grupos empresariais norte-americanos têm apelado ao Governo para que chegue a um acordo com a China, mas o panorama actual é pouco encorajador.

Na semana passada, o representante do Comércio norte-americano, Robert Lighthizer, afirmou que os esforços da China para usurpar segredos comerciais de firmas norte-americanas “aumentaram em frequência e sofisticação”.

“A China, fundamentalmente, não alterou as suas acções, políticas e práticas, relativas à transferência de tecnologia, propriedade intelectual e inovação, e parece mesmo que adoptou outras medidas irracionais, nos últimos meses”, afirmou, num relatório.

Mas a Casa Branca parece também dividida entre defensores de uma política mais agressiva face à China, como o conselheiro para o comércio Peter Navarro, e defensores do comércio livre, como o conselheiro máximo para a política económica, Larry Kudlow.

No início deste mês, Navarro afirmou num discurso que Trump não se interessa sobre o que Wall Street pensa sobre a sua política de confronto com a China.

Mas quatro dias depois, Kudlow considerou os comentários de Navarro “infundados”. “Não foram autorizados por ninguém”, disse Kudlow. “Penso mesmo que ele fez um mau serviço ao Presidente”, afirmou.

29 Nov 2018

PSP detém 33 pessoas nas zonas do Cotai e NAPE

[dropcap]A[/dropcap] Polícia de Segurança Pública (PSP) deteve um total de 33 pessoas nas zonas do Cotai e NAPE esta semana, entre domingo e segunda-feira, em acções de combate ao crime.

Segundo um comunicado oficial da PSP, houve dois indivíduos detidos por alegadamente estarem envolvidos em actividades ilegais de troca de dinheiro, 12 pessoas pela prática de prostituição e 19 que terão participado em actividades ilegais ligadas ao jogo. As autoridades afirmaram ainda que os casos vão continuar a ser investigados.

29 Nov 2018

‘Croupier’ condenada a um ano e meio de prisão por furto de fichas

[dropcap]U[/dropcap]ma ‘croupier’, de 44 anos, foi condenada recentemente a uma pena de prisão efectiva de um ano e seis meses por peculato, após ter furtado fichas de jogo no valor de 450 mil dólares de Hong Kong, bem como a compensar o casino onde trabalhava.

Segundo noticiou ontem o jornal Ou Mun, em 2014, a ‘croupier’, terá subtraído fichas de jogo avaliadas em 100 mil dólares e, posteriormente, desviado outras no valor de 350 mil dólares de Hong Kong. O crime foi descoberto por um funcionário através do sistema de videovigilância.

29 Nov 2018

Ponte HKZM | Carrie Lam vai discutir com Macau e Zhuhai fluxo de turistas

[dropcap]A[/dropcap] Chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, afirmou ontem que vai tentar falar com os governos de Macau e de Zhuhai face ao crescente descontentamento dos residentes de Tung Chung, Lantau, com o elevado fluxo aos fins-de-semana de turistas da China que chegam através da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau.

Segundo o portal Hong Kong Free Press, Carrie Lam afirmou que a situação melhorou desde a aplicação da nova regra, pela empresa que presta o serviço de ‘shuttle bus’, destinada a excursões, dado que agora os turistas têm de se registar com uma antecedência de 24 horas.

29 Nov 2018

CCAC | Adjuntos reconduzidos por um ano

[dropcap]H[/dropcap]oi Lai Fong e Lam Chi Long foram reconduzidos no cargo de adjuntos do Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) pelo período de um ano.

O despacho do Chefe do Executivo, publicado ontem em Boletim Oficial, produz efeitos a partir de 20 de Dezembro.

29 Nov 2018

Mi Jian nomeado delegado junto da Air Macau

[dropcap]M[/dropcap]i Jian, que tomou posse em Setembro como director dos Serviços de Estudo de Políticas e Desenvolvimento Regional (DSEPDR), foi nomeado delegado do Governo junto da Air Macau, pelo período de um ano.

O despacho do Chefe do Executivo, publicado ontem em Boletim Oficial, produz efeitos a partir de 1 de Dezembro. Pelo exercício da função de delegado do Governo, Mi Jian vai receber 9.200 patacas por mês.

29 Nov 2018

Liga dos Campeões | Treinador do FC Porto fala das dificuldades no jogo contra Schalke 04

[dropcap]O[/dropcap] treinador do FC Porto, Sérgio Conceição, considerou ontem que o embate de hoje, com o Schalke 04, “será o mais difícil esta fase de grupos” da Liga do Campeões de futebol.

O técnico dos ‘dragões’ elogiou o adversário alemão, lembrando que o Schalke tem vindo a justificar o estatuto de vice-campeão do seu país, e que mesmo não tendo começado bem época “tem vindo melhorar”.

“É uma equipa fortíssima, tem como base um sistema táctico diferente do habitual, que cria dificuldades aos adversários. Arrisco-me a dizer que amanhã [quarta-feira] vamos ter o jogo mais difícil desta fase de grupos”, disse Sérgio Conceição.

O técnico do FC Porto lembrou que o único golo sofrido pela formação germânica em quatro jornadas do Grupo E foi frente aos ‘dragões’, no jogo inaugural, que terminou com empate 1-1, usando esse dado para antecipar as dificuldades que espera neste duelo.

“Ao contrário do que disse um comentador de polémica desportiva, que o Schalke era uma equipa mais fraca do que o Qarabag, considero que este é um adversário muito combativo e forte nos duelos. São rápidos e objectivos, e temos de estar precavidos para isso. Estamos num grupo muito equilibrado”, sublinhou o treinador dos ‘azuis e brancos’.

Mesmo sabendo que um empate será suficiente para o FC Porto garantir a passagem aos oitavos de final, Sérgio Conceição assegurou que o foco da sua equipa está na vitória.

“Encaramos todos jogos com mesmo propósito: ganhar os três pontos e fazer uma boa prestação. Para o jogo de amanhã [quarta-feira] mantemos essa vontade de sermos iguais a nós próprios, sabendo que a vitória nos dará o primeiro lugar”, garantiu o técnico, que soma oito vitórias consecutivas.

Também na antevisão a este duelo com o Schalke 04 esteve o médio espanhol Oliver Torres, antecipando “um jogo difícil, que pode ser decidido pelos detalhes”.

“Vai ser um jogo muito difícil, porque o adversário precisa de pontuar, tal como nós para garantirmos a qualificação. Estes jogos decidem-se em pequenos detalhes e temos de estar muito concentrados”, analisou o médio.

Para Oliver Torres, o segredo do sucesso do FC Porto tem sido o “trabalho, concentração, rigor e ambição”, predicados que diz partilhar para, nos últimos jogos, ter reconquistado uma posição mais relevantes nas escolhas de Sérgio Conceição.

“Tive muitas conversas com o treinador. Ele foi claro no que me estava a faltar para ter lugar. Tento treinar da melhor maneira, aprender e ajudar os companheiros. Para mim, jogue 10, 60, 90 ou zero minutos, vou estar sempre a dar melhor pela equipa”, disse o médio espanhol.

Os ‘dragões’ têm a maior parte das suas opções disponíveis para este desafio, mas não podem contar com o lesionado Aboubakar, e com Soares, que não foi inscrito para esta primeira fase da Liga dos Campeões.

28 Nov 2018

Dakar 2019 terá 17 portugueses e será “um dos mais duros de sempre”

[dropcap]A[/dropcap] edição de 2019 do rali Dakar terá 18 portugueses a participar e será “uma das mais duras de sempre”, revelaram ontem os organizadores, na cerimónia de apresentação da prova, que decorreu em Paris. “Será um Dakar fora do normal. Pela primeira vez decorre num único país, terá dez dias e com uma geografia em que 70% serão areia e dunas”, revelou o director da competição, o francês Etienne Lavigne.

Entre os dias 7 e 17 de Janeiro, a caravana enfrenta cerca de 5.000 quilómetros, dos quais 3.000 cronometrados, mas o responsável da Amaury Sport Organization (ASO) avisa que esta edição, totalmente disputada no Peru, será “uma das mais duras de sempre”.

“Este ano, enfrentamos terrenos que exigem uma boa preparação física. As dunas e a areia são cenários que exigem muita técnica e conhecimentos de pilotagem. A somar a isso há a navegação, a orientação no labirinto de dunas. É preciso encontrar o caminho certo e passar os pontos obrigatórios do percurso. Isso implica três exigências, um Dakar físico, um Dakar técnico, um Dakar difícil”, explicou Etienne Lavigne.

A partida será dada em 7 de Janeiro, em Lima, aonde a caravana regressa no dia 17. Entre os 534 participantes, divididos pelos 334 veículos inscritos, há 17 portugueses. Paulo Gonçalves (Honda), Joaquim Rodrigues Jr. (Hero), Mário Patrão (KTM), David Megre (KTM), Fausto Mota (Yamaha), António Maio (Yamaha), novo campeão nacional, Sebastian Bühler (Yamaha) e Miguel Caetano (Yamaha), participam na competição das motas.

Nos automóveis participa Pedro Mello Breyner, num Alta Ruta 4×4 Peru, navegado pelo peruano Juan Godoy. O navegador alentejano Filipe Palmeiro estará, desta vez, ao lado do checo Boris Garafulic, num MINI da X-Raid

Na categoria de SxS, que tem este ano o dobro dos participantes (30), estará Miguel Jordão, num Can Am, navegado pelo brasileiro Lourival Roldan. Também o antigo campeão nacional de todo-o-terreno, Ricardo Porém, garantiu vaga pela primeira vez, com um Can Am, navegado por Jorge Monteiro. Também Bruno Martins (Can Am) e Rui Ferreira estarão presentes.

Nos camiões, José Martins volta a ser o condutor do DAF, navegado pelo francês Jean-Jacques Martínez e pelo espanhol Jordi Obiols.

Em 2019 haverá mais nove participantes do que na edição deste ano. São 126 carros, 167 motas e 41 camiões. Tal como em 2018, os carros serão os primeiros a partir na segunda etapa. Na quinta e na nona, a partida será em grupo, enquanto que na oitava, em Ica, serão os dez primeiros classificados da jornada anterior nos carros, os dez primeiros nas motas e os cinco primeiros nos camiões a saírem na frente.

A etapa maratona, em que os pilotos não podem receber assistência externa, será entre o quarto e o quinto dia. Esta 41.ª edição do Dakar terá um recorde de estreantes (135 pilotos, o que corresponde a um terço). É também a edição com mais pilotos femininos (17) desde que a prova passou para a América do Sul, em 2009.

28 Nov 2018

Benfica sofre goleada em Munique e segue para a Liga Europa

[dropcap]O[/dropcap] Benfica ficou ontem fora da luta pelo acesso aos oitavos de final da Liga dos Campeões em futebol, ao ser goleado por 5-1 no reduto do Bayern Munique, que se qualificou, na quinta jornada do Grupo E.

Arjen Robben, aos 13 e 30 minutos, Robert Lewandowski, aos 36 e 51, e Franck Ribéry, aos 76, apontaram os tentos dos bávaros, enquanto Gedson Fernandes, aos 46, facturou para os ‘encarnados’, que seguem para a Liga Europa.

Na classificação, em que falta só determinar quem será o primeiro classificado, os bávaros lideram, com 13 pontos, contra 11 do Ajax, quatro do Benfica e nenhum do AEK Atenas, que visita a Luz na última ronda, em jogo para ‘cumprir calendário’.

28 Nov 2018

Trump vai reunir-se com líderes da Rússia e China na cimeira do G20

[dropcap]O[/dropcap] Presidente dos Estados Unidos da América vai ter reuniões bilaterais com vários líderes na cimeira do G20, que decorre na sexta-feira e no sábado na Argentina, incluindo os seus homólogos da Rússia e da China, foi ontem anunciado.

“O Presidente e a delegação [dos EUA] vão interagir com vários dirigentes, incluindo reuniões bilaterais com o Presidente da Argentina, o Presidente da Rússia, o primeiro-ministro japonês e a chanceler da Alemanha, e um jantar de trabalho com o Presidente chinês”, disse Sarah Sanders, porta-voz do executivo norte-americano.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, também irá reunir-se com os líderes da Turquia, Índia e Coreia do Sul, segundo afirmou John Bolton, conselheiro da Segurança Nacional.

Questionado se estava previsto um encontro entre Donald Trump e o príncipe saudita Mohammed bin Salman na cimeira do G20, John Bolton respondeu negativamente, explicando que o programa de reuniões bilaterais “já está completo”.

Apesar das declarações de Bolton, Sarah Sanders não descartou a hipótese de uma reunião informal com os sauditas. A reunião do grupo das 20 principais economias do mundo realiza-se em Buenos Aires.

28 Nov 2018

Pelo menos 22 mortos em explosão junto a fábrica de produtos químicos na China

[dropcap]P[/dropcap]elo menos 22 pessoas morreram e outras 22 ficaram feridas numa explosão perto de uma fábrica de produtos químicos na cidade chinesa de Zhangjiakou, no norte da província de Hebei, segundo as autoridades locais.

Fontes do governo local citadas pela agência de notícias estatal Xinhua informaram que a explosão ocorreu às 00h41 de hoje e que os feridos foram transportados para o hospital.

O fogo que resultou da explosão que ocorreu perto da Hebei Shenghua Chemical Industry de Zhangjiakou alastrou para 38 camiões e 12 outros veículos. A televisão pública CGTN noticiou na sua conta na rede social Twitter que o fogo foi controlado.

Fotografias publicadas no Twitter pelo jornal oficial Diário do Povo mostram veículos carbonizados e uma espessa nuvem de fumo preto num recinto vedado. As autoridades estão a investigar as causas que motivaram a explosão.

28 Nov 2018

Brasil e China assinam memorandos de entendimento sobre pescado e fruta

[dropcap]D[/dropcap]ois memorandos de entendimento foram ontem assinados entre os governos da China e do Brasil, na área do pescado e da fruta, informou o Governo brasileiro em comunicado. Um dos memorandos abrange a área de pescado, para avançar a partir do próximo ano, e o outro foi assinado com o objectivo de finalizar um protocolo relativo à comercialização de fruta.

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento brasileiro, Blairo Maggi, e o ministro da Administração Geral da Alfândega Chinesa, Ni Yuefeng, que é responsável pela autorização da entrada no país de animais e vegetais, assinaram os documentos numa audiência realizada em São Paulo, no Brasil.

O governante brasileiro informou ainda que está em curso uma missão chinesa no Brasil, no âmbito da carne de aves e bovina. “Caso haja aprovação, haverá um novo e grande impulso nas exportações de produtos de origem animal para aquele país. O Brasil já é o maior exportador de carne bovina para a China”, afirmou Blairo Maggi.

Os memorandos de entendimento surgem depois da polémica entre a República Popular da China e o recém-eleito Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, quando este último criticou o país asiático durante toda a sua campanha eleitoral.

Através da publicação de um editorial no principal jornal estatal chinês, o China Daily, a China avisou Jair Bolsonaro de que se seguir a linha do Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, e romper acordos com Pequim, quem sofrerá será a economia brasileira.

Antes, em Fevereiro, o político da extrema-direita visitou ainda a região de Taiwan, o que também não agradou a Pequim. No entanto, Jair Bolsonaro negou no passado dia 10 ter problemas com a China e afirmou querer estabelecer comércio com vários países sem “viés ideológico”.

“Alguma imprensa fala que vamos ter problemas com a China. Não temos problemas nenhuns com a China. Recebi na semana passada o embaixador da China e conversámos bastante. Já recebi também o embaixador dos Estados Unidos da América. (…) Alguns países estão muito felizes com a nossa eleição porque deixarão de fazer comércio com o Brasil com o viés ideológico”, afirmou Jair Bolsonaro, na sua conta da rede social Facebook.

28 Nov 2018

Presidente tanzaniano critica Ocidente que ameaça retirar apoios e elogia China

[dropcap]O[/dropcap] Presidente da Tanzânia, John Magufuli, criticou ontem a posição de vários países e organizações ocidentais, que ameaçam retirar apoios financeiros, e elogiou a presença chinesa no país, que diz “oferecer ajuda sem condições”.

“As coisas grátis são na verdade caras, essencialmente quando são dadas por alguns países”, disse o chefe de Estado, aludindo à posição tomada por alguns países doadores, que ameaçaram retirar fundos de ajuda fundamentais para o país.

As declarações surgem depois de alguns dos países e organizações doadoras terem ameaçado retirar fundos necessários ao país, justificando as medidas com a deterioração das condições humanitárias na Tanzânia.

A Dinamarca está a reter as 65 milhões de coroas (cerca de 8,7 milhões de euros) em ajuda externa ao país, depois de o comissário regional de Dar Es Salam ter feito “comentários homofóbicos inaceitáveis” que também levaram a União Europeia a rever o seu apoio financeiro.

O Banco Mundial suspendeu um empréstimo de 300 milhões de dólares destinado à educação, depois da proibição criada pelo Estado em readmitir alunas que tenham estado grávidas.

“As únicas coisas realmente grátis são as fornecidas pela China”, afirmou Magufuli, durante a abertura da biblioteca da Universidade de Dar Es Salam, capital do país, uma infraestrutura de 90 mil milhões de xelins (cerca de 34.630 milhões de euros) construída com um fundo chinês.

“A China é uma verdadeira amiga que oferece ajuda sem condições”, acrescentou o chefe de Estado da Tunísia, citado pela Bloomberg. Vários grupos de defesa dos direitos humanos avisaram que a economia tanzaniana está a ser prejudicada.

As autoridades da Tanzânia são acusadas de deter membros da oposição e defensores da liberdade de imprensa, assim como de recusar serviços médicos e tratamento para o VIH a membros da comunidade Lésbica, Gay, Bissexual, Transsexual e Intersexo (LGBTI).

28 Nov 2018

ONG pede à Índia que abandone buscas por norte-americano morto por indígenas

[dropcap]U[/dropcap]m grupo de defesa dos direitos humanos pediu às autoridades indianas que abandonem os esforços para recuperar o corpo de um norte-americano que terá sido morto por indígenas numa ilha onde apenas é permitida a presença a locais.

A organização não-governamental (ONG) Survival International, que trabalha para proteger os povos indígenas, alertou em comunicado na segunda-feira que os habitantes locais podem ser expostos a doenças mortais se os elementos das equipas de resgate pisarem na ilha Sentinela do Norte, onde John Allen Chau foi morto no início deste mês.

As notas que Chau deixou para trás revelaram que o missionário queria levar o cristianismo aos indígenas.
Equipas das autoridades indianas viajaram por várias vezes nos últimos dias perto daquela ilha remota, mas ainda não procederam a qualquer desembarque.

Os estudiosos acreditam que os indígenas são descendentes de africanos que migraram para aquela área há cerca de 50 mil anos.

Os indígenas terão matado o turista norte-americano que se arriscou a chegar a uma ilha indiana remota no arquipélago de Andamão e Nicobar, no Oceano Índico, cujo acesso é proibido para proteger o povo que a habita, disse fonte policial.

“O turista é cidadão norte-americano e foi visto pela última vez no passado dia 16 de Novembro pelos pescadores que o acompanharam até à ilha Sentinela do Norte”, explicou Jatin Narwal, porta-voz da Polícia de Andamã, na baía de Bengala.

As autoridades desconhecem até agora de que forma o turista morreu, ainda que segundo a imprensa local a vítima tenha morrido pelo impacto de flechas, pouco depois de ter posto os pés na ilha.

Ao longe

Frequentemente descrita como a tribo mais isolada do planeta, os habitantes da ilha Sentinela do Norte vivem num regime de autossuficiência. O Governo indiano proíbe a aproximação a menos de cinco quilómetros da ilha.

Segundo a Survival International, os indígenas que habitam a ilha há 55.000 anos mataram em 2006 dois pescadores que se aproximavam da costa.

A população indígena das ilhas Andamã conta com 28.077 indivíduos, segundo dados da Comissão Nacional Para as Tribos (NCST).

As ilhas Andamão e Nicobar, situadas a cerca de mil quilómetros do território da Índia, eram pouco visitadas até à época colonial, permitindo que as tribos mantivessem intacta a sua forma de vida.

28 Nov 2018