Macau tem 19 restaurantes com estrelas Michelin

[dropcap]M[/dropcap]acau tem a partir de hoje 19 restaurantes galardoados com estrelas atribuídas pelo Guia Michelin Hong Kong Macau, que apresentou a 11.ª edição no território. Ao todo, o Guia contempla 82 restaurantes com estrelas Michelin, 63 dos quais em Hong Kong. No ano passado, Macau tinha 18.

“A gastronomia destas regiões são das mais ricas do mundo”, com uma diversidade que vai desde os traços “britânicos, portugueses, indianos, italianos” e cantoneses, disse o director internacional dos Guias Michelin, Gwendal Poullennec, durante a conferência de apresentação do Guia Michelin Hong Kong Macau 2019.

Nesta nova selecção para Macau, os restaurantes Robuchon au Dôme e The Eight, ambos no hotel-casino Grand Lisboa, mantêm as três estrelas Michelin, já o restaurante Jade Dragon, que tinha duas estrelas no ano passado, passa agora a apresentar três.

O novo restaurante Alain Ducasse at Morpheus, do ‘chef’ de renome internacional, com mais de 20 restaurantes espalhados pelo mundo arrecadou, na estreia em Macau, duas estrelas Michelin. Os restaurantes Feng Wei Ju, Golden Flower, Mizumi e The Tasting Room, continuam com duas estrelas.

Como no ano passado, Macau tem ainda 11 restaurantes com uma estrela Michelin: King, Lei Heen, 8 1/2 Otto e Mezzo-Bombana, Pearl Dragon, Shinji by Kanesaka, The Golden Peacock, The Kitchen, Tim’s Kitchen, Wing Lei, Ying e Zi Yat Heen.

Na distinção “Bib Gourmand”, conferida aos restaurantes que oferecem menus de três pratos por menos de 400 patacas, surge um restaurante de comida portuguesa, O Castiço, entre os nove estabelecimentos indicados em Macau.

11 Dez 2018

Brexit | Juncker garante que “não há qualquer espaço para uma renegociação”

[dropcap]O[/dropcap] presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, garantiu hoje no Parlamento Europeu (PE) que o texto do acordo de saída do Reino Unido da União Europeia (UE) não vai ser renegociado.

“Estou espantado, porque chegámos a um acordo com o governo britânico. No entanto, surgiram problemas no caminho. Vou encontrar-me com Theresa May esta noite e tenho de dizer aqui, no PE, que o acordo que alcançámos é o melhor acordo, é o único acordo possível. Não há qualquer espaço para uma renegociação, há sim espaço suficiente para clarificações. Todos precisam de saber que o acordo de saída não vai ser reaberto, isso não vai acontecer”, asseverou.

As declarações do presidente da Comissão Europeia, que intervinha na sessão plenária em Estrasburgo dedicada ao debate sobre a agenda da cimeira dos líderes europeus de 13 e 14 de Dezembro, mereceram aplausos dos eurodeputados.

“O grande problema é o ‘backstop’ da fronteira irlandesa. Estamos determinados a fazer de tudo para nunca ter de usá-lo, mas temos de preparar esse cenário. Isso é necessário pela coerência do que acordámos e pela Irlanda. A Irlanda nunca será abandonada por nós”, realçou.

Após a curta intervenção de Jean-Claude Juncker dedicada ao ‘Brexit’, o presidente do Parlamento Europeu, António Tajani, demonstrou a solidariedade dos euro deputados para com a posição firme da Comissão Europeia, de rejeitar uma renegociação do acordo de saída do Reino Unido da UE, já endossado pelos líderes dos 27 na cimeira extraordinária de 25 de Novembro.

“Podemos falar com a senhora May, mas não podemos mudar a nossa posição”, reiterou Tajani.

Na segunda-feira, perante a ausência de uma maioria no parlamento que lhe permitisse confirmar o pacto negociado com a UE e que recebeu a aprovação dos restantes 27 Estados-membros, May, admitindo que o acordo seria rejeitado na votação agendada para hoje por “larga margem”, anunciou que a votação foi adiada para tentar obter “garantias adicionais” de Bruxelas sobre a Irlanda do Norte.

A chefe do Governo acrescentou que vai dialogar com os líderes europeus antes da cimeira desta semana para tentar esclarecer os termos do mecanismo de salvaguarda previsto para evitar o regresso de uma fronteira na ilha da Irlanda, o tema mais difícil das negociações e que originou as maiores divergências.

O presidente do Conselho Europeu anunciou horas depois que decidiu convocar para quinta-feira uma reunião de chefes de Estado e de Governo da União Europeia sobre o ‘Brexit’, que incluirá uma discussão sobre o cenário de “não-acordo”.

“Decidi convocar um Conselho Europeu sobre o ‘Brexit’ (artigo 50) para quinta-feira. Não vamos renegociar o acordo, incluindo o ‘backstop’, mas estamos prontos a discutir com facilitar a ratificação pelo Reino Unido”, escreveu Donald Tusk na sua conta na rede social Twitter.

11 Dez 2018

Salvador, uma cidade brasileira repleta de traços portugueses

Marta Moreira, da agência Lusa

 

[dropcap]A[/dropcap] cidade brasileira de Salvador, na Bahia, vive nos dias de hoje a marca da presença portuguesa, um exemplo de ligação transatlântica e uma herança que passa pela arquitectura, gastronomia até às romarias religiosas.

Paulo Miguez, vice-reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e especialista em estudos culturais, explicou a força das raízes portuguesas neste Estado do nordeste brasileiro e que são visíveis para nos dois territórios.

“Os primeiros séculos de vida do Brasil tiveram na Bahia o centro mais importante de toda a administração colonial, de toda a economia e de toda a relação entre o Brasil e a metrópole portuguesa. Então, Salvador é uma cidade marcadamente portuguesa”, afirmou Paulo em entrevista à agência Lusa.

As baixas portuense e lisboeta reflectem-se na estrutura de Salvador, que tem em vários recantos da cidade, amostras da edificação típica portuguesa, como é o caso da zona do Pelourinho.

“Essa presença portuguesa pode ser observada na arquitectura, onde temos exemplares magníficos da arquitectura lusitana aqui, entre nós. Passeando pelo pelourinho (de Salvador) é perfeitamente possível lembrarmo-nos da bela Lisboa, da bela cidade do Porto. Ao passar pela baixa da ribeira do Porto certamente vai encontrar muitas semelhanças com o que temos aqui no pelourinho e em outros casarios que a cidade de Salvador ainda abriga”, especificou o vice-reitor da UFBA.

Rica é também a arquitectura religiosa em todo o Estado da Bahia. Dizem as histórias populares que é possível visitar uma igreja diferente a cada dia do ano, o que é verdade, pois são 372 as edificações religiosas que contam a história da capital baiana.

Uma das igrejas mais oponentes de Salvador é Igreja de São Francisco, localizada bem no centro da cidade, símbolo do barroco português.

Mas para Paulo Miguez, que já foi também secretário de políticas culturais do Ministério da Cultura do Brasil, o barroco mais importante na cidade não é o de “pedra e cal”, mas sim o “barroco imaterial”, que está entranhado na personalidade do povo baiano.

“Não é apenas na arquitectura civil e na arquitectura religiosa, não é apenas no barroco de pedra e cal, mas é no barroco imaterial também. Salvador é a cidade da festa e a festa é algo bem presente na vida portuguesa”, mencionou o brasileiro, que encontrou nas festividades lisboetas de Stº António, parecenças com as celebrações baianas.

Contudo, nem só da herança lusitana se constitui Salvador, devendo grande parte da sua essência e cultura à componente africana da cidade.

A chegada de africanos a Salvador da Bahia remonta ao século XVI, aquando do comércio de escravos vindos das colónias portuguesas, e que acabaram por transformar Salvador na maior cidade africana fora de África.

É muito frequente encontrar afro-brasileiros a dançar capoeira pelas ruas históricas de Salvador, a desfilar os trajes típicos e a tocar instrumentos tradicionais africanos.

“(A herança africana) vê-se em todos os aspectos desta cidade. Por exemplo, eu hoje estou integralmente vestido de branco, porque hoje é sexta-feira [dia em que foi feita a gravação], dia dedicado à divindade afro-baiana ‘Oxalá’, cuja cor é branca. Então, mesmo aqueles que não são adeptos dessa religião, (…) como é o meu caso, em homenagem a esse dia tão importante para a presença negra na nossa cidade, usam branco”, explicou Paulo Miguez.

Salvador, que foi a primeira capital do Brasil até 1763, é uma cidade que conjuga praias e belezas naturais com tradições e culturas muito próprias.

“Eu não consigo imaginar a Bahia sem um carnaval, sem as procissões religiosas. E de onde nos veio tudo isso?” questionou o investigador brasileiro, respondendo de seguida que “veio do mundo português, e esse mundo lusitano, quando aqui chegou, deixou-se transformar largamente pelo mundo africano”.

“Portanto, nós somos o resultado dessa amalgama maravilhosa, uma cultura genial”, concluiu Paulo Miguez, acrescentando que se sente orgulhoso por falar a língua portuguesa.

Também o secretário da Cultura e Turismo de Salvador, Cláudio de Oliveira, acredita que as experiências que a sua cidade proporciona aos visitantes, são o segredo para que a Bahia seja um dos Estados mais procurados pelos turistas no Brasil.

Porém, o secretário admite que o grande desafio que tem em mãos é a preservação de todo esse património.

“Nós temos um património que vem desde o século XVI, que é hoje um património mundial e nós estamos a trabalhar cada vez mais para o preservar. Nós temos em Salvador a oitava maravilha da arquitectura portuguesa do mundo, que é a igreja de São Francisco, entre tantas outras contribuições, (…) o que faz de Salvador um destino procurado para visitar”, declarou Cláudio de Oliveira à agência Lusa.

Salvador está entre as dez cidades mais visitadas em todo o Brasil, segundo dados do Governo brasileiro.

11 Dez 2018

Escritora Dulce Maria Cardoso regressa com romance sobre a “vida normal” na era digital

[dropcap]E[/dropcap]liete, de Dulce Maria Cardoso, põe “a vida real e não editada” em contraponto com a vida digital, num romance que explora as “máscaras” que encobrem a “vida normal” das pessoas, a mudança e a identidade do país.

“Eliete – A vida normal” centra-se numa mulher de meia idade, caracterizada pela mediania em tudo, casada e mãe de duas filhas, agente imobiliária, que se sente insatisfeita com a vida e com o casamento, e que, na procura de mudança – vontade desencadeada na sequência da hospitalização da avó, com sinais de Alzheimer – vira-se para as conquistas através da internet e das redes sociais, que no romance têm um papel central.

“A grande dificuldade destes tempos é fazer coincidir o eu digital com o eu real e ultrapassar o facto de nós estarmos sempre a ser avalidados”, diz a escritora em entrevista à agência Lusa.

Um ‘like’ a mais ou a menos faz sempre mossa, “porque os ‘likes’ são agora as palmas de antigamente, é uma maneira de dizer ‘gosto de ti’, ‘estás bem’, e pressupõe sempre uma comparação com os outros, quem tem mais gostos e quem tem mais comentários”.

Esta é uma realidade que não pode ser ignorada, porque a “vida editada também é vida” e a grande dificuldade reside em conciliá-la com a vida real.

“Ainda estamos na mudança é tudo muito recente é a primeira vez na história da humanidade que estamos tão juntos”, e, embora os sentimentos básicos permaneçam, as circunstâncias em que esses sentimentos se manifestam são outros e “acabam por se revestir de outras máscaras”.

“O que a Internet veio fazer, e o Facebook, é esta possibilidade de cada um ter a sua voz ampliada até chegar a todos, é iluminar isso, é de alguma maneira nós podermos espreitar as outras vidas e perceber, nessa edição dessas vidas, que há muita solidão”, considera Dulce Maria Cardoso, que foi uma das convidadas do festival literário Rota das Letras.

Este caminho não agrada à autora, não pela Internet em si, mas pelo uso que dela se faz: serve para “eleger presidentes, com resultados terríveis”, mas também serviu para impulsionar a Primavera Árabe.

“A invenção da electricidade tornou-nos outros, passámos a trabalhar à noite, passámos a ser outros, cada vez que a técnica nos dá uma ajuda, passamos a ser outros, porque nos passamos a comportar de maneira diferente, passamos a ter outros limites. Agora a internet ainda nos está a mudar mais, porque é mais poderosa ou aparentemente pode, em termos emocionais, provocar mais mutações”, disse à Lusa.

No romance, Eliete começa a ensaiar traições ao marido através da rede social Tinder, ideia através da qual a autora explora o dilema da traição e do adultério real e virtual.

Dantes o caminho era o vizinho ou o colega de trabalho, agora “acho que não há ninguém que tenha Facebook que não tenha andado num ‘roça-roça’ virtual”, diz Dulce Maria Cardoso, para quem este livro é também “uma radiografia da traição”.

A normalidade em “Eliete”

A par da “mudança” como motor da história, Dulce Maria Cardoso escolheu a normalidade, conceito depreciativo, mas que esconde o “extraordinário” e “irrepetível” que cada vida é.

“Ninguém quer uma vida normal, apesar de ser um conceito muito tentador e ter sido o conceito com que Salazar convenceu os portugueses a aceitar a ditadura, e também por isso [o livro] se chama vida normal, porque Salazar está a enquadrar esta vida normal no livro, mas ninguém quer a vida normal”.

O ponto é que, visto de perto, “todos nós somos extraordinários”, cada um de nós “carrega o seu ponto de vista, que é único e irrepetível, e aí é que está a grande beleza disto tudo: a senhora mais desinteressante que se possa ver na rua tem de certeza uma história que carrega com ela e que é única, que é dela, pertence-lhe e não é repetível”.

Pelo caminho desta normalidade, Dulce Maria Cardoso reflecte sobre a identidade de um país “esquizofrénico” e com comportamentos ainda salazarentos, que esquece o passado recente.

“Há um paralelo político, há um retrato de Portugal no livro, e há a questão de Salazar e da herança de Salazar. Não se pode não responsabilizar a Eliete pelo que ela faz, mas também não se pode não se responsabilizar quem – a família dela – a deixou chegar àquilo. Em termos políticos é a mesma coisa, não se pode desresponsabilizar quem votou no Bolsonaro ou no Trump, mas também não se pode desresponsabilizar quem deixou chegar a isto”, considera.

O romance começa com uma referência a Salazar e termina com uma carta do ditador, que deixa em aberto o desenvolvimento do enredo no próximo volume. A ideia desta personagem inusitada surgiu do questionamento de quem é esta geração pós 25 de Abril e que país é este que ficou da revolução que deitou abaixo a ditadura.

“Infelizmente eu tenho que me declarar herdeira de Salazar, porque é o governante que mais tempo governou em Portugal, com uma máquina de propaganda, foi ele que nos deu esta imagem que carregamos, foi no Estado Novo que nós nos organizámos com esta ideia de povo que temos. Ele não deixou herdeiros, mas deixou estes herdeiros todos que formatou, há muitos comportamentos nossos que ainda são salazarentos”, disse.

Quando começou a pensar sobre identidade, Dulce Maria Cardoso começou a pensar em todas essas questões, e dá como exemplo o futebol.

“Há um capítulo dedicado ao jogo com que Portugal ganhou o campeonato, porque era importantíssimo enquanto identidade do país, como nós nos comportamos, porque temos aparentemente uma baixa auto-estima, mas basta ganharmos qualquer coisa, como uma final, e somos os maiores outra vez e já vamos dominar o mundo outra vez. Somos muito esquizofrénicos”, afirmou.

A avó de Eliete e a sua demência desempenham na história também um papel fundamental, por um lado, por uma questão metafórica, porque ela tem mais ou menos a idade dos anos que advêm da Segunda Guerra Mundial, e simboliza a demência de que padece o “corpo social”, que, esquecido da guerra, rapidamente se deixou arrastar pelo fascismo.

Por outro lado, a situação clínica da avó reflecte uma preocupação da autora com a incapacidade física e financeira das famílias para cuidarem dos idosos e da falta de respostas sociais para as situações de dependência em fim de vida: “Eu começo por não perceber porque nos querem prolongar tanto a vida, se depois não sabem o que fazer connosco”.

Os “amigos imaginários” da escritora

Dulce Maria Cardoso tem várias pessoas na cabeça, “amigos imaginários”, e são estas que a procuram e se afirmam enquanto personagens, como é o caso da Eliete, que é também uma brincadeira consigo mesma.

“Eliete”, romance sobre a “vida normal” na contemporaneidade, que abarca as relações humanas, a mudança imprimida pela Internet e a identidade do país, tem como protagonista uma mulher normal, caracterizada pela mediania, e que o menos normal que tem, aparentemente, é o nome.

“A Eliete nasceu primeiro, porque para mim as personagens nascem sempre primeiro, começa sempre por eu avistar, como se visse uma sombra ao longe, a ideia de uma personagem, depois vou à procura, tal e qual como se conhecesse uma pessoa”, explicou a autora.

“Dito assim parece uma conversa de maluca, mas sou extremamente cerebral em tudo o que faço e tudo o que é publicado é revisto e montado e cortado, tenho controlo absoluto no meu trabalho, só não tenho controlo nas personagens, portanto o único mistério na criação está nessa existência de personagens, que por vezes não se deixam ficar”.

Mas Eliete foi ficando, primeiro teve outro nome, outra família, até que Dulce Maria Cardoso percebeu que era a Eliete, com aquela família – marido e duas filhas – que tinha de ficar.

“É, na verdade, [um processo com] vários amigos imaginários estruturados, habituei-me a ter pessoas na cabeça, tenho sempre, e algumas ficam tempo suficiente para que eu possa trabalhar sobre elas”, disse à Lusa.

A escolha do nome para a personagem tem a ver com o facto de o romance ser sobre a identidade, na medida em que Eliete era um dos nomes possíveis para a autora, antes de nascer.

“Achei que fazia sentido, era uma maneira de recuperar esta outra que toda a vida me acompanhou”, disse, contando a história que a mãe toda a vida lhe contou, de como o pai – que estavam em Angola quando Dulce Maria Cardoso nasceu – estava convencido de que iria ter um filho rapaz, e mandou à mãe uma lista com dois nomes masculinos “normais”, Manuel e Francisco, e dois de rapariga “disparatados”, Eliete e Dulce.

A mãe não gostou de nenhum, mas na altura não lhe passou pela cabeça desobedecer e escolheu o menos mau, tendo passado toda a vida a contar esta história à filha e a dizer “Eliete era bem pior, não achas?”.

“E eu toda a vida sempre vivi com esta dúvida: se eu me chamasse Eliete quem é que eu teria sido?”

Para Dulce Maria Cardoso, escrever é a possibilidade de ter várias vidas, e, nesse sentido, “é muito infantil”: “Posso ser tudo o que me apetecer, e em várias vozes, e em certos comportamentos que em termos fisiológicos não posso ser”.

A pesquisa nas redes sociais

Sobre os métodos de pesquisa para o seu romance, a autora afirma-se muito atenta ao que a rodeia e, para explorar as relações e as formas de comunicação através da Internet, bastou-lhe andar três dias no Facebook para perceber toda a dinâmica, porque a Internet e as redes sociais “são muito intuitivas”.

A pesquisa mais aprofundada que fez foi para a personagem de Salazar, que aparece como uma referência no início do romance, e assina uma carta, no final.

“Li os discursos todos dele. Não procurei os trabalhos de outros sobre Salazar, tive como matéria só a própria produção de Salazar, li os discursos todos, e a própria carta é montada só com palavras dele. Fui pegar nas palavras que ele costumava usar e a carta é feita de forma a que possa surgir com o vocabulário dele e com a maneira dele construir as frases, tive esse cuidado para tornar a carta mais credível”, explicou.

Sobre o seu processo de escrita, diz ser “o mais anormal possível” e conta que chegou lá “por acidente”, mas depois adoptou o método como permanente.

“Reescrevo muito, faço uma versão, depois outra, depois outra até achar que a versão está bem, depois apago tudo e escrevo de memória, é uma coisa horrível que não recomendo a ninguém”, afirmou à Lusa.

Tudo começou no seu segundo romance, “Os meus sentimentos”, quando um vírus apagou todo o romance do computador. Nessa altura, Dulce Maria Cardoso fechou-se e escreveu tudo “numa corrida contra o tempo”, para se esquecer o menos possível.

Quando releu, achou que estava muito melhor do que o romance inicial: “Vou muitas vezes por caminhos desnecessários, quando reescrevo, o cansaço fala mais alto e vou ao essencial”.

Este processo é para a autora “muito difícil” e, em termos físicos, muito exaustivo, porque demora anos na primeira fase, mas breves meses na reescrita de memória, em maratonas de 12 a 14 horas diárias. “Mas é compensado pelo enorme prazer que me dá”, sublinha.

Assume que ao escrever este romance, sentiu a pressão de não desiludir, depois do enorme sucesso de “O retorno”, mas “não foi paralisante”, foi como uma “dívida de gratidão para com os leitores”, de “não querer desiludir quem tanto gostou”.

Sobre o próximo volume, que dá continuação à história de Eliete, adianta que tem mil páginas escritas, ainda por individualizar, e que sabe muita coisa do que acontece à Eliete, mas não tudo.

“No princípio do ano vou começar a trabalhar no segundo volume, mas ainda não sei quantos vão ser. Sei que gosto muito de estar a trabalhar nisto”.

11 Dez 2018

China prevê apoiar construção de um novo hospital central em Maputo

[dropcap]O[/dropcap] Governo da China prevê apoiar Moçambique na construção de um novo hospital central em Maputo, em substituição do actual com mais de 100 anos, anunciou a unidade de saúde no seu último boletim informativo.

O investimento foi discutido durante uma visita do embaixador da China em Moçambique, Su Jian, àquela unidade de saúde, no mês de Novembro. “Estamos interessados em apoiar na construção de um novo hospital”, referiu na altura o diplomata, citado pelo boletim, consultado hoje pela Lusa.

Segundo o diplomata, a China já tem prestado apoio ao sector da saúde em Moçambique, através da construção e melhoria de infra-estruturas sanitárias no país. Há um ano, um novo bloco pediátrico, construído e equipado com apoio da China, entrou em funcionamento no Hospital Central da Beira, Moçambique.

Saúde, educação e agricultura são “as áreas prioritárias de cooperação internacional da China com o continente africano para os próximos anos”, realçou. A situação do atendimento na principal unidade de saúde da capital moçambicana “não é boa e gostaríamos de ter um hospital moderno aqui em Moçambique que também tivesse a componente da medicina chinesa”, referiu, na ocasião, Hussen Ice, director nacional de Assistência Médica do Ministério da Saúde.

As partes acordaram em “iniciar imediatamente a preparação das condições necessárias” para que “nos próximos tempos” sejam assinados memorandos de entendimento com vista a materialização do projecto, concluiu.

A China tem sido parceira de Moçambique na construção e financiamento de alguns dos principais empreendimentos públicos mais recentes no país, tais como a ponte sobre a baía de Maputo e respectiva rede de estradas ou o aeroporto internacional de Xai-Xai, em construção. Entidades de Moçambique e da China assinaram em Setembro, em Pequim, oito memorandos de entendimento, nas áreas das infra-estruturas, indústria, telecomunicações, agricultura e serviços financeiros, durante um fórum de negócios que decorreu em paralelo com o terceiro edição do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC).

11 Dez 2018

Directora da Huawei detida no Canadá alega razões de saúde para ser libertada

[dropcap]A[/dropcap] directora financeira da gigante chinesa das telecomunicações, detida no Canadá a pedido dos Estados Unidos, apelou ontem a um tribunal de Vancouver para que fosse libertada sob fiança, alegando razões de saúde.

A audiência acabou por ser suspensa sem que nenhuma decisão fosse anunciada, num momento em que Pequim aumentou a pressão sobre Ottawa e Washington durante o fim de semana para obter a libertação de Meng Wanzhou. A audiência será retomada na terça-feira, disse o juiz.

A filha do fundador do Huawei Group, o segundo maior do mundo em equipamentos para telemóveis e telecomunicações, também afirmou a disponibilidade para se sujeitar a rigorosas medidas de vigilância durante o processo.

Um de seus advogados, David Martin, explicou que, se a sua cliente fosse libertada, esta arcaria com todos os custos da supervisão, a qual seria atribuída a duas empresas de segurança privadas, uma das quais liderada por ex-polícias e militares canadianos.

Meng Wanzhou passaria a residir numa das duas propriedades que possui em Vancouver, entregaria o passaporte e usaria uma pulseira electrónica, para além de estar disposta a pagar uma caução de 15 milhões de dólares canadianos.

Contudo, a representante do promotor público canadiano opôs-se novamente à sua libertação, afirmando acreditar que existe o risco de Meng Wanzhou fugir para a China para escapar a uma possível extradição para os Estados Unidos.

Após a detenção da directora financeira da Huawei, a China convocou no domingo o embaixador dos Estados Unidos em Pequim e pediu a Washington que abandone o pedido de extradição. Pequim já tinha convocado um dia antes o embaixador do Canadá.

A justiça norte-americana pede a extradição da directora financeira, também vice-presidente da administração e filha do fundador da empresa, Ren Zhengfei, por suspeita de ter violado sanções de Washington impostas ao Irão.

Também no domingo, o conselheiro económico da Casa Branca, Larry Kudlow, afirmou que Donald Trump desconhecia a detenção de Meng Wanzhou na altura em que jantava com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, na semana passada.

A directora financeira, de 46 anos, é suspeita pela justiça norte-americana de ter mentido a vários bancos sobre uma subsidiária da Huawei com o objectivo de obter acesso ao mercado iraniano entre 2009 e 2014, violando as sanções dos Estados Unidos.

11 Dez 2018

População de Pequim caiu em 2017 pela primeira vez

[dropcap]O[/dropcap] número de habitantes em Pequim, com mais 20 milhões de pessoas, caiu pela primeira vez em 2017, apesar da flexibilização das políticas de controlo da natalidade, segundo um estudo governamental divulgado hoje pelo órgão oficial Diário do Povo.

O Relatório sobre Desenvolvimento da População em Pequim coloca o número de residentes na capital chinesa em 21,7 milhões, representando um decréscimo de 22 mil pessoas em comparação a 2016, o ano em que a possibilidade legal de ter dois filhos foi introduzida.

O número dos imigrantes residentes em Pequim (geralmente chineses das áreas rurais) sofreu uma redução de 132 mil entre 2016 e 2017, enquanto o dos habitantes registados na cidade caiu 37 mil no mesmo período.

Segundo o mesmo documento, a taxa de nascimento em Pequim em 2017 situou-se em 9,06 por mil, que se considera ser “extremamente baixa”. A taxa tem-se situado abaixo de dez por mil desde 1991.

O demógrafo Ele Yafu, citado pelo Diário do Povo, afirmou que o declínio da população de imigrantes em Pequim deve-se aos planos municipais que se propõem limitar a população da cidade em 23 milhões em 2020. Já a descida do número entre a população local, admitiu, deve-se à baixa taxa de natalidade, justificada “pelo alto custo da educação dos filhos”.

11 Dez 2018

EUA devolvem ‘troféus de guerra’ às Filipinas mais de um século após massacre

[dropcap]O[/dropcap]s Estados Unidos devolveram hoje às Filipinas três sinos de uma igreja levados como ‘troféus de guerra’ pelos norte-americano há quase 120 anos, uma iniciativa destinada a encerrar um capítulo sangrento na história dos dois países.

Há décadas que Manila tem vindo a pedir a devolução dos sinos de Balangiga, o que aconteceu mais de 100 anos depois de uma das piores batalhas do conflito travado entre os dois países (1899-1902).

A devolução também ocorre num momento frágil das relações diplomáticas entre o arquipélago e Washington, já que o Presidente filipino, Rodrigo Duterte, não tem escondido o desejo de se aproximar de Pequim.

Os ‘troféus’ chegaram a Manila a bordo de um avião militar norte-americano, onde oficiais dos EUA e das Filipinas reuniram-se para uma cerimónia oficial. Os sinos foram levados da igreja Balangiga, na cidade homónima da ilha de Samar (centro-oeste do arquipélago), por militares americanos.

Em 28 de Setembro de 1901, rebeldes filipinos mataram 48 soldados norte-americanos num ataque surpresa, onde se diz que os sinos terão dado o sinal para o início da agressão.

Em retaliação, o general norte-americano Jacob Smith ordenou que a ilha de Samar fosse transformada num “deserto ruidoso” e que todos os rapazes ou homens filipinos, com mais de dez anos, fossem executados.

Milhares de filipinos foram mortos, Balangiga foi completamente arrasada e os sinos foram apreendidos como ‘troféus’ de guerra. Colónia espanhola desde o século XVI, as Filipinas passaram para a posse dos Estados Unidos em 1898 após a guerra hispano-americana. O país tornou-se independente em 1946.

11 Dez 2018

UM discute 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos

[dropcap]A[/dropcap] Faculdade de Direito da Universidade de Macau organiza esta quinta-feira um workshop sobre os 70 anos da assinatura da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Participam nesta conferência os docentes da faculdade Paulo Canelas de Castro, Vera Lúcia Raposo, Luís Pessanha e Sten Verhoeven.

A palestra acontece no âmbito da cátedra Jean Monnet da UM, intitulada “A lei da União Europeia no contexto global”.

O aniversário da Declaração da Organização das Nações Unidas (ONU) celebrou-se este domingo, 9 de Dezembro. António Guterres, secretário-geral da ONU, destacou nesse mesmo dia a necessidade de uma assinatura “sem demoras” da Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio pelos países que ainda não o fizeram, um total de 45 Estados. Trata-se do primeiro tratado assinado após a implementação da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

11 Dez 2018

Cancelo foi o segundo jogador mais valorizado segundo Observatório Internacional

[dropcap]O[/dropcap] defesa-direito internacional português João Cancelo, companheiro de Cristiano Ronaldo na Juventus, foi o segundo jogador com maior valorização absoluta no último trimestre, segundo um relatório do Observatório Internacional de Futebol (CIES).

De acordo com o CIES, Cancelo, jogador formado no Benfica e que passou pelo Valência antes de se transferir este ano para a heptacampeã italiana, viu o seu valor passar de 27,8 milhões de euros (ME) para 74,2 ME, tendo sido apenas superado pelo avançado inglês Jadon Sancho, do Borussia Dortmund, líder da liga alemã, que passou de 9,7 ME para os 87,9 ME.

Além de Cancelo, que ainda esteve emprestado uma temporada pelo Valência ao Inter de Milão, o top-20 neste trimestre inclui outro jogador luso, Bernardo Silva, igualmente formado nos ‘encarnados’ e que actua no campeão inglês Manchester City, depois de ter passado pelo Mónaco.

Bernardo Silva, que já se sagrou campeão em França pelos monegascos e também pelos ‘citizens’, ocupa a sexta posição na tabela de valorização absoluta, tendo valorizado de 98,8 ME para 128,6 ME.

Jadon Sancho evidenciou-se no arranque de época pelo Dortmund, na qual disputou já 14 jogos e marcou cinco golos na ‘Bundesliga’, além de ter actuado nos cinco encontros da ‘Champions’ e anotado um tento, tendo visto o valor de mercado ‘disparar’ 806%, que o coloca também na liderança da tabela de valorização relativa.

11 Dez 2018

Cristiano Ronaldo admite decepção por não ter vencido a Bola de Ouro

[dropcap]O[/dropcap] futebolista português Cristiano Ronaldo, avançado da Juventus, admitiu estar decepcionado por não ter conquistado a Bola de Ouro, entregue ao ex-colega no Real Madrid croata Luka Modric, numa entrevista conjunta publicada ontem por três jornais desportivos italianos.

“Acho que a mereço [a Bola de Ouro] cada ano. Trabalho para isso, mas se não ganhar o mundo não acaba. Respeito a decisão. No campo dei tudo para ganhar e os números não mentem”, refere Cristiano Ronaldo, em entrevista publicada pela La Gazzetta dello Sport, Corriere dello Sport e Tuttosport.

O internacional português, que no início da época trocou os espanhóis do Real Madrid pelos italianos da Juventus, felicitou Modric e observou que que “a vida continua” e para o ano prometeu “continuar a dar tudo para voltar a ganhar o troféu” que já ergueu por cinco vezes (2008, 2013, 2014, 2016 e 2017).

Traçado um balanço extremamente positivo da transferência para a Juventus, que considerou ter sido no “momento certo”, Cristiano Ronaldo lançou o desafio ao rival argentino Lionel Messi, do FC Barcelona, para lhe seguir as pisadas e mudar-se para Itália.

“Gostaria que Messi viesse para Itália um dia, podia fazer como eu e aceitar o desafio. Mas se ele está feliz lá [em Espanha], eu respeito. Ele é um jogador fantástico, um bom rapaz”, disse Cristiano Ronaldo, considerando que, tendo em conta a rivalidade histórica entre ambos, talvez o argentino sinta alguma falta dele.

Questionado sobre se gostaria de ver alguns dos seus antigos colegas de equipa na Juventus, Cristiano Ronaldo esquivou-se à resposta, elogiando o coletivo da Juventus, em que todos são de igual forma importantes, embora admita que a porta esteja sempre aberta aos bons jogadores, como Marcelo, por exemplo.

11 Dez 2018

China e EUA discutem calendário de negociações para acabar com guerra comercial

[dropcap]N[/dropcap]egociadores chineses e norte-americanos discutiram por telefone um calendário de negociações para tentar acabar com a disputa comercial entre os dois países, informou hoje o Ministério do Comércio da China.

O vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, conversou com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, e com o representante de Comércio, Robert Lighthizer, sobre as formas de concretizar o “consenso” alcançado pelos líderes dos dois países, após o entendimento alcançado entre os presidentes chinês e norte-americano na cimeira do G20 de 30 de Novembro em Buenos Aires, na Argentina, pode ler-se no mesmo comunicado.

O breve comunicado de Pequim indica que foi discutido “o calendário das próximas consultas económicas e comerciais”, mas não precisa onde ou quando estas terão lugar.

No texto também não consta qualquer informação sobre se Liu He e os seus interlocutores abordaram o caso Huawei, que voltou a colocar tensão nas relações entre os dois países após a detenção da dirigente do gigante de telecomunicações chinês.

Os dois países estabeleceram uma trégua comercial que, na prática, adiou por 90 dias o aumento das taxas alfandegárias norte-americanas impostas sobre importações chinesas, depois de Donald Trump e Xi Jinping chegaram a acordo durante um jantar, no final da cimeira do G20, num momento em que os Estados Unidos registam recordes negativos no défice comercial e a China uma desaceleração da economia.

A administração norte-americana tinha anunciado que as taxas alfandegárias sobre importações chineses no valor de 200 mil milhões de dólares iam crescer de 10% para 25% no início do próximo ano e Trump estava a considerar alargar o número de bens chineses que iriam sofrer esse aumento.

11 Dez 2018

Futebolista do Bahrein detido na Tailândia começa a ser ouvido para evitar extradição

[dropcap]O[/dropcap] futebolista do Bahrein Hakeem al-Araibi, reconhecido como refugiado na Austrália, vai começar a ser ouvido hoje num tribunal tailandês, quando arrisca um processo de extradição para o país de origem, informou a advogada de defesa.

Detido há duas semanas na capital tailandesa, na sequência de um mandado da Interpol, Hakeem al-Araibi “está com medo e preocupado em ser extraditado”, disse Natthasiri Bergman à agência de notícias Efe.

O futebolista diz ter sido preso e torturado no pequeno país do Golfo pérsico durante as revoltas da ‘Primavera Árabe’, em 2012. Embora a Interpol tenha retirado a notificação a 4 de Dezembro, Hakeem al-Araibi ficou desde então detido num centro de imigração em Banguecoque. O Governo australiano, organizações não-governamentais (como a Amnistia Internacional e a Human Rights Watch) e a FIFA já pediram a libertação imediata do jogador.

De acordo com a advogada, o Ministério Público tailandês vai apresentar ao tribunal, ainda hoje, o caso contra Hakeem que, por sua vez, deverá informar os juízes que rejeita regressar ao Bahrein. No entanto, o processo judicial pode levar “entre cinco e seis meses”, período em que o jogador vai permanecer sob custódia, acrescentou.

As autoridades australianas concederam o estatuto de refugiado em 2017 a Hakeem, que havia chegado àquele país em 2014, fugindo do Bahrein após ser condenado à revelia a dez anos de prisão por danos causados numa esquadra de polícia.

O futebolista, detido agora na Tailândia, refuta as acusações das autoridades, já que nos dias do ataque à esquadra encontrava-se fora do país num torneio de futebol, explicando-as como resultado de sua participação nas revoltas da ‘Primavera Árabe’ no Bahrein, em 2012.

A Tailândia não é signatária da Convenção das Nações Unidas sobre Refugiados de 1951 e tem sido criticada por enviar refugiados e requerentes de asilo para países onde podem enfrentar perseguição e tortura.

11 Dez 2018

Passeio marítimo | Shun Tak opera ligação entre Taipa e Coloane

[dropcap]A[/dropcap] Shun Tak China Travel opera desde sexta-feira o passeio marítimo entre o Terminal Marítimo de Passageiros da Taipa e a Ponte-Cais de Coloane. O itinerário começa no Terminal Marítimo de Passageiros da Taipa, passando ao longo do canal de acesso ao Porto Interior e do canal de Shizimen, termina na Ponte-Cais de Coloane; outro percurso começa na Ponte-Cais de Coloane, passando pela mesma rota com destino ao Terminal Marítimo de Passageiros da Taipa.

Segundo a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA), está agendada, no mínimo, uma viagem para cada itinerário por dia. Desde 25 de Setembro, realiza-se outro passeio marítimo, operado, desta feita, pela Agência de Transporte de Passageiros Yuet Tung, que tem como ponto de embarque e desembarque o Terminal Marítimo de Passageiros do Porto Interior, com passagem em frente à Ilha Fronteiriça Artificial da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau pelo canal do Porto Interior e pelo canal de acesso ao Porto Interior.

11 Dez 2018

Jogo | Ambrose So quer 500 mesas no Grand Lisboa Palace

[dropcap]O[/dropcap] director executivo da Sociedade de Jogos de Macau (SJM), Ambrose So, espera que as obras do hotel e casino Grand Lisboa Palace estejam terminadas até 2019. Por outro lado, existe a expectativa que nos primeiros seis meses do próximo ano haja condições para pedir uma licença de funcionamento junto das autoridades.

Segundo o Jornal do Cidadão, o director executivo quer pedir ao Governo entre 300 e 500 mesas de jogo, de acordo com os planos existentes para o Grand Lisboa Palace. Além disso, o responsável adiantou que está actualmente a recrutar trabalhadores e vai organizar parte dos funcionários contratados para o novo projecto.

Questionado sobre a taxa de ocupação dos quartos de hotéis com a chegada do Natal, Ambrose So revelou que é elevada e que acredita que a abertura da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau vai levar ao aumento do número de clientes, assim como a uma maior taxa de ocupação dos hotéis nos feriados. So afirmou ainda que espera que os aumentos da ocupação se reflictam nas receitas de jogo.

Durante a Marcha por Um Milhão, o director executivo da SJM disse ter muita confiança no futuro e que a SJM vai ter a licença renovada. O investimento no Grand Lisboa Palace foi apontado como a principal razão da confiança.

11 Dez 2018

LAG | Chefe do Executivo em Pequim para balanço

[dropcap]O[/dropcap] Chefe do Executivo parte para Pequim, no próximo domingo, para a tradicional visita de balanço. Durante a estadia de quatro dias na capital chinesa, Chui Sai On vai reportar aos dirigentes do Governo Central o ponto de situação dos trabalhos desenvolvidos ao longo do ano, bem como as prioridades governativas para 2019, o seu último ano de mandato.

A comitiva integra a sua chefe de gabinete, O Lam, o director do Gabinete de Comunicação Social, Victor Chan, e a coordenadora do Gabinete de Protocolo Relações Públicas e Assuntos Exteriores, Lei Iut Mui, entre outros, indica um comunicado oficial divulgado ontem.

Durante a ausência de Chui Sai On, entre os próximos dias 15 e 18, a secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, exercerá interinamente as funções de Chefe do Executivo. Antes da deslocação a Pequim, Chui Sai On vai liderar, amanhã e depois de amanhã, uma delegação ao Parque de Cooperação Jiangsu-Macau, devendo reunir-se com os líderes da província para abordar a construção do projecto, bem como debater o aprofundamento da cooperação bilateral em geral.

11 Dez 2018

Deputados votam hoje regime de habitação para troca

[dropcap]A[/dropcap]contece hoje, a partir das 15h00, mais uma sessão plenária que irá servir para a votação, na generalidade, de uma série de diplomas. Um deles é o regime jurídico de habitação para alojamento temporário e de habitação para troca no âmbito da renovação urbana, apresentado pelo Executivo como a solução para o aproveitamento do terreno onde iria nascer o complexo habitacional Pearl Horizon.

A medida do Governo foi apresentada em Maio pela secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, e visa dar resposta não só aos edifícios antigos como aos 1100 lesados que compraram 1800 apartamentos à Polytex em regime de pré-venda.

Os deputados também vão votar as propostas de lei que alteram o Corpo de Polícia de Segurança Pública e a lei eleitoral para o Chefe do Executivo.

A Assembleia Legislativa decide também amanhã se vai ou não debater com o Governo o projecto do metro ligeiro, uma vez que os deputados Au Kam San e Ng Kuok Cheong apresentaram uma proposta de debate no hemiciclo no passado dia 15 de Novembro.

10 Dez 2018

Bolsas europeias em baixa preocupadas com escalada da guerra comercial

[dropcap]A[/dropcap]s principais bolsas europeias estavam hoje em baixa, perante o medo de uma nova recessão, o possível aumento das tensões comerciais entre Pequim e Washington e o ‘Brexit’. Cerca das 09h15 em Lisboa, o EuroStoxx 600 estava a cair 0,93% para 342,23 pontos.

As bolsas de Londres, Paris e Frankfurt desciam 0,33%, 0,67% e 1%, respectivamente, enquanto as de Madrid e Milão recuavam 0,68% e 1,04%. Depois de ter aberto em baixa, a bolsa de Lisboa mantinha a tendência e, cerca das 09h15, o principal índice, o PSI20, recuava 0,85% para 4.795,46 pontos.

Os analistas referem que as bolsas europeias também estão a ser influenciadas pela sessão de Wall Street, que terminou a cair mais de 2%, devido à divulgação de um dado do emprego que ficou abaixo das expectativas e sobretudo devido ao medo do recrudescimento de novas tensões entre a China e os Estados Unidos.

Depois da detenção da directora financeira da Huawei, Meng Wanzhou, a pedido dos Estados Unidos, por fraude para violar as sanções impostas por Washington ao Irão, a China convocou o embaixador dos Estados Unidos.

Por outro lado, pela parte dos Estados Unidos, o chefe negociador comercial, Robert Lighthizer, assegurou que não planeia ampliar a trégua de 90 dias na guerra comercial com a China se não houver acordo antes de 1 de Março de 2019.

Na Europa também se mantêm as dúvidas sobre se na terça-feira o Reino Unido irá apoiar o acordo do ‘Brexit’ alcançado com a União Europeia (UE), enquanto os investidores estão muito pendentes das tensões em França devido aos protestos dos ‘coletes amarelos’.

Em Nova Iorque, Wall Street terminou na sexta-feira em forte baixa, com o Dow Jones a descer 2,24% para 24.388,95 pontos, depois de ter subido em 3 de Outubro, para 26.828,39 pontos, actual máximo desde que foi criado em 1896.

Também na sexta-feira, o Nasdaq fechou a recuar 3,05% para 6.969,25 pontos, depois de ter subido até aos 8.109,69 pontos em 29 de agosto, actual máximo de sempre. A nível cambial, o euro abriu em alta no mercado de divisas de Frankfurt, a cotar-se a 1,1427 dólares, contra 1,1390 dólares na sexta-feira.

O barril de petróleo Brent para entrega em Fevereiro abriu hoje em alta, a cotar-se a 61,91 dólares no Intercontinental Exchange Futures (ICE) de Londres, mais 0,24% que na sessão anterior e depois de ter estado acima dos 85 dólares no início de Outubro.

10 Dez 2018

Tribunal Europeu decidiu que Reino Unido pode revogar unilateralmente decisão de saída da UE

[dropcap]O[/dropcap] Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) decidiu hoje que o Reino Unido tem a capacidade de revogar de forma unilateral a decisão de saída da União Europeia.

A decisão do tribunal, com sede no Luxemburgo, foi anunciada um dia antes da data prevista para a votação do acordo com a União Europeia (UE) sobre a retirada do Reino Unido do bloco europeu no Parlamento britânico, no qual a primeira-ministra, Theresa May, não tem garantido o apoio necessário para aprová-lo.

“O Reino Unido é livre para revogar unilateralmente a notificação da sua intenção de se retirar da União Europeia”, de acordo com o TJUE. “Tal revogação, decidida de acordo com suas próprias regras constitucionais, levaria o Reino Unido a permanecer na União em termos inalterados quanto ao seu estatuto de Estado-membro”, acrescenta.

O Tribunal de Justiça seguiu o parecer do Advogado-Geral do Tribunal, emitido a 4 de Dezembro. Segundo o TJUE, o Reino Unido pode renunciar unilateralmente ao ‘Brexit’ “até que um acordo de retirada (…) tenha entrado em vigor ou, na ausência de tal acordo, desde que o período de dois anos a partir da notificação da intenção de se retirar da União Europeia, eventualmente prorrogado, não tenha expirado”, isto é, até 29 de Março de 2019, data prevista de saída dos britânicos.

Esta revogação “deve ser decidida no final de um processo democrático segundo as regras constitucionais” do Reino Unido, acrescentou o Tribunal. Na sua opinião, impedir que Londres renuncie ao ‘Brexit’ “seria contrário ao objectivo dos tratados de criar uma união cada vez mais estreita entre os povos da Europa”.

Esta decisão encoraja os britânicos que ainda esperam que o Reino Unido possa desistir de deixar a UE. A questão da revogação da decisão do ‘Brexit’ foi submetida ao TJUE no contexto de um processo movido por políticos escoceses, que acreditam que o Parlamento do Reino Unido deveria ser capaz de reverter o processo iniciado com a activação do “artigo 50”.

É este artigo do tratado da UE que permite que um Estado-Membro notifique o Conselho Europeu da sua vontade de deixar a União e define as etapas de tal procedimento. Nove meses após o referendo que ditou a saída, e pela primeira vez na história da construção europeia, o artigo foi ativado pelo Reino Unido a 29 de Março de 2017, desencadeando oficialmente um processo de saída a ser concluído em dois anos.

10 Dez 2018

LAG 2019 | Alexis Tam justifica aumento de orçamento de 35 mil milhões

[dropcap]O[/dropcap] secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, justificou na semana passada o aumento de orçamento na sua tutela para o próximo ano, estimado em 35 mil milhões de patacas.

De acordo com um comunicado oficial do seu gabinete, Alexis Tam declarou que “assegura serviços numa área muito vasta que se relacionam com a vida da população, onde se destacam a saúde, a educação e a segurança social”, sendo que o aumento se justifica com a actualização dos montantes da pensão para idosos, da pensão de invalidez e vários subsídios no âmbito da acção social.

Nas áreas da saúde e educação o orçamento será de cerca de 13 mil milhões de patacas. Alexis Tam garantiu que, apesar dos gastos elevados, tem existido uma fiscalização “com muito rigor”, tendo sido garantido o “cumprimento escrupuloso do princípio de transparência por parte dos serviços, com vista a garantir que o erário público é bem aplicado”.

No que diz respeito ao projecto do novo hospital público, no Cotai, Alexis Tam disse que é “muito diferente de um edifício normal devido à sua complexidade e às muitas exigências”, uma vez que cada alteração do projecto exige o diálogo com dez serviços públicos.

10 Dez 2018

A literatura lusófona é afectada pela periferia linguística, diz Ondjaki

[dropcap]A[/dropcap] literatura lusófona está “numa certa periferia linguística” a nível internacional, apesar de o português ser uma das línguas mais faladas do mundo, considera Ondjaki, um dos escritores angolanos mais conhecidos em Portugal.

“Nós, os do mundo da língua portuguesa, lemo-nos”, mas as traduções do português não são suficientes para saírem desse universo, comparadas com a dimensão de outras expressões linguísticas, como inglês ou o francês, reflecte o escritor.

Ondjaki, nascido sob o nome Ndalu de Almeida, deu uma entrevista à agência Lusa, em Nova Iorque, poucos dias depois de ter visitado a Feira do Livro de Guadalajara, que decorreu no México, entre 24 de Novembro e 2 de Dezembro, e que tinha Portugal como convidado de honra.

Apesar do pouco conhecimento que os autores actuais têm fora “do mundo da língua portuguesa”, Ondjaki afirma que é inegável a qualidade que existe e que deve continuar a existir.

Na visão do escritor, “temos de continuar a batalha” explorando as traduções para mercados que têm mais força, como o inglês, francês ou alemão, e “continuar a gerir a nossa literatura com qualidade”, para que a literatura lusófona seja fortalecida a nível internacional.

Em Guadalajara, o ficcionista, poeta e autor de livros infantis, inseridos no Programa Nacional de Leitura, participou numa mesa de debate com Pilar del Rio e Gonçalo M. Tavares, sobre o escritor José Saramago, que dá o nome ao prémio que ganhou em 2013 pelo romance “Os Transparentes”.

Nesse mesmo festival, fez parte de uma performance artística com o artista plástico António Jorge Gonçalves e o pianista Filipe Raposo, dando continuidade a uma vasta lista de apresentações ao vivo que o autor tem realizado em várias partes do mundo.

Ondjaki tem explorado a performance artística e não hesita em participar em actividades de improvisação em frente ao público, sendo estas “oportunidades de estar com outros artistas” e de rever amigos, diz o escritor à Lusa.

Além de leituras ao público, o autor participa em projeções de textos escritos ao vivo, com improvisação musical ou improvisação imagética (pintura) por outros artistas – uma “oportunidade de experimentar outras sensações, para depois voltar à escrita”, resume.

Com uma vasta obra editada em vários países, Ondjaki diz que “a performance é uma reescrita, uma oportunidade para escrever de outra maneira”, mas também “tem um grau de risco, porque não tem tempo para editar, não tem tempo para rever”. “Um momento que vive e morre aqui”, assegura o autor à Lusa.

Sobre os temas literários com que se costuma relacionar, Ondjaki diz que “qualquer tipo de literatura, incluindo aquela que às vezes pensamos ser para crianças, deve abordar qualquer tipo de temática social, (…), mas, sobretudo, se isso se acasalar com o objectivo literário do escritor”.

Ondjaki defende também que todos os leitores devem ser habituados à reflexão sobre os grandes problemas da actualidade, de forma “urgente”.

Homossexualidade, desigualdade, exclusão social ou ecologia são alguns dos temas que o autor e sociólogo defende que devem ser introduzidos na educação das crianças, em tenra idade, para que sejam discutidos e debatidos.

“Para que a criança não tenha de lidar com o racismo quando esse racismo já está profundamente incorporado na pessoa”, exemplifica Ondjaki.

“Quando se trata do meu universo infantil”, diz o escritor, “tento descobrir que parte do labirinto da infância se pode tornar labirinto da literatura. Porque a literatura também é um labirinto. E a nossa vida também. E os nossos sonhos também”.

10 Dez 2018

Embaixada de Portugal em Díli clarifica dúvidas sobre pedidos de nacionalidade

[dropcap]A[/dropcap] Embaixada de Portugal em Díli divulgou um folheto para clarificar alguns aspectos relacionados com o processo de obtenção de nacionalidade, procurando responder a dúvidas que têm provocado protestos regulares à frente da missão diplomática.

O folheto inclui respostas ao que a missão diplomática considera serem as onze perguntas mais frequentes relativamente aos pedidos de nacionalidade, centradas em particular na fase já depois da apresentação dos documentos.

Em média, a embaixada recebe entre 30 e 60 pedidos de nacionalidade por dia, com um volume significativo de processos que continuam sem uma decisão de Lisboa.

A demora na resolução nos casos – que se pode arrastar dois ou três anos – tem suscitado manifestações regulares em frente à embaixada, com timorenses a impedirem, em várias ocasiões, entradas e saídas naquele posto diplomático.

Apesar de posturas agressivas, incluindo pancadas aos vidros da embaixada, o bloqueio da estrada – com alguns jovens a sentarem-se no chão – e da pressão sobre funcionários do edifício, a polícia demora várias horas a aparecer.

Os protestos são convocados por mensagens partilhadas nas plataformas Facebook e WhatsApp, muitas com informação falsa que dava conta de que estariam concluídos processos para ser levantados.

Neste folheto a embaixada explica que cada processo é tratado individualmente, obriga uma comprovação dos documentos nas paróquias respetivas ou no Registo Civil e pode suscitar ainda esclarecimentos adicionais.

Isso implica que um pedido que tenha entrado em 2017 “seja decidido antes de outro que tenha sido feito em 2015” ou que dois pedidos entrados no mesmo dia, “e ainda que digam respeito a dois irmãos, possam ter datas de desfecho diferentes”.

A lista clarifica que a análise sobre os pedidos não é feita pela embaixada – que se limita a receber, legalizar e enviar os documentos para Portugal – para a Conservatória dos Registos Centrais em Lisboa, que tem competência exclusiva para conceder a nacionalidade.

A embaixada também aplica em Timor-Leste, desde 2015, um conjunto de procedimentos para tentar “controlar a fraude documental”, incluindo a obrigatoriedade de verificar as certidões de batismo junto das paróquias ou os assentos de nascimento no Registo Civil.

“Na prática trata-se de confirmar, no livro dos assentos, os dados que constam da certidão apresentada”, refere a nota, sublinhando que o procedimento é o mesmo quer os pedidos sejam feitos na embaixada, diretamente na Conservatória dos Registos Centrais em Lisboa ou através de procurador.

Um processo que estica ao máximo os recursos humanos da embaixada, que tem que visitar cada uma das mais de 50 paróquias do país – os registos da Igreja são, em muitos casos, os únicos que sobreviveram à destruição depois do referendo de 1999.

Há ainda casos em que pedidos chegam já depois de uma visita à paróquia – por outros processos – ou em que não foi possível encontrar o registo, por erro na identificação da certidão ou porque o registo original se tenha perdido ou sido destruído.

“Tudo será devidamente explicado à Conservatória dos Registos Centrais e continuaremos a tentar encontrar uma solução”, explica o documento. Em caso de divergências nos dados, a embaixada pode pedir clarificações ou documentos adicionais ao requerente.

A embaixada recorda que quem pretende saber dados sobre o seu processo deve contactar a missão diplomática, admitindo que “podem passar muitos meses” sem avanços no caso que continuará “em análise” até “uma decisão final”.

Cada um dos requerentes será notificado “individualmente por email ou telefone, de cada vez que há um avanço no processo”, pelo que “não vale a pena deslocar-se à embaixada se não tiver sido convocado”.

Por fim, o texto clarifica que as listas de nomes que começaram agora a ser afixadas na porta da embaixada respondem a protestos de alguns utentes.

Trata-se apenas de “listas de atendimento” agendadas para o dia com nome de utentes que tenham sido convocados para esclarecimento ou para iniciar o processo, sendo que “ninguém nas listas adquiriu ainda a nacionalidade portuguesa”.

A nacionalidade portuguesa é acessível a qualquer timorense nascido até 19 de Maio de 2002, véspera da data em que Timor-Leste restaurou a sua independência e deixou, formalmente, de ser um “território não autogovernado sob administração portuguesa”.

10 Dez 2018

Ministério Público japonês acusa ex-presidente da Nissan de ocultar rendimentos

[dropcap]O[/dropcap] Ministério Público japonês acusou oficialmente o antigo presidente da Nissan, Carlos Ghosn, de ocultar rendimentos da empresa durante um período de cinco anos, informou hoje a agência oficial Kyodo.

De acordo com a agência nipónica e o canal público NHK, o Ministério Público responsabiliza também a Nissan, uma vez que foi a empresa a apresentar os relatórios às autoridades.

Ghosn, detido em Tóquio há três semanas, foi entretanto demitido como presidente da Nissan e também das mesmas funções na empresa japonesa Mitsubishi. Além de Ghosn foi também detido o seu principal colaborador, o norte-americano Greg Kelly.

10 Dez 2018

Air Macau reduz taxas de combustíveis em Janeiro

[dropcap]A[/dropcap] Air Macau anunciou hoje que vai reduzir as taxas de combustíveis a partir do próximo dia 1 de Janeiro. De acordo com um comunicado, as taxas baixam dos actuais 32 dólares por voo para 28 dólares.

Com esta medida, a Air Macau decidiu voltar atrás no aumento que tinha sido decretado em Novembro último.

A actualização vai ser aplicada em todos os bilhetes de avião emitidos para o dia 1 de Janeiro ou depois dessa data para viagens de Macau com destino à China, Taiwan, Tailândia, Japão, Coreia e Vietname.

10 Dez 2018