Hoje Macau EventosBiografia de Leonard Cohen e segundo volume de “Eliete” nas novidades da editora Tinta-da-China [dropcap]U[/dropcap]ma biografia de Leonard Cohen, ilustrada com fotografias e documentos, uma edição fac-similada da revista “Persona”, dedicada a Fernando Pessoa, e a segunda parte do romance “Eliete”, de Dulce Maria Cardoso, marcam as novidades da editora portuguesa Tinta-da-China para este ano. A editora vai lançar uma caixa de colecção, reunindo edições fac-similadas dos 12 números da mítica revista publicada entre 1977 e 1985, dedicada a Fernando Pessoa, que inclui textos de autores como Eugénio de Andrade, Agustina Bessa Luís, Eduardo Prado Coelho, Ana Hatherly, Eduardo Lourenço, Vasco Graça Moura, Jorge de Sena e Mário Cesariny. Esta edição, que é uma parceria com a Casa Fernando Pessoa, inclui ainda um caderno original, com textos de Arnaldo Saraiva e Jerónimo Pizarro. Outra das novidades da Tinta-da-China é o lançamento de “I’m Your Man: A vida de Leonard Cohen”, por Sylvie Simmons, “a monumental biografia, profusamente ilustrada com fotografias e documentos, do músico e poeta de culto desaparecido em 2016”, segundo a editora. A Tinta-da-China vai ainda publicar “Mapas”, de John Freeman, o primeiro livro de poesia deste norte-americano, que foi editor da Granta em língua inglesa durante vários anos e responsável pela revitalização da revista literária. Na Colecção de Poesia dirigida por Pedro Mexia, os destaques da editora vão para “A Musa Irregular – Edição aumentada”, de Fernando Assis Pacheco, que reúne toda a sua produção poética, “Retratos com Erro”, novo livro de Eucanaã Ferraz, considerado um dos maiores poetas contemporâneos da língua portuguesa, publicado imediatamente após a edição brasileira, e “Câmera Lenta e Outros Poemas”, de Marília Garcia, que lhe valeu o Prémio Oceanos 2018 e que estava apenas publicado no Brasil. Na mesma colecção será ainda lançado “Ideas of Order” (no título original), uma das obras seminais de Wallace Stevens, poeta de língua inglesa, traduzido por Pedro Mexia. No que respeita à ficção, a Tinta-da-China prepara-se para publicar a segunda parte da história de Eliete, de Dulce Maria Cardoso, cujo primeiro volume foi lançado em 2018, e uma antologia de contos de Sérgio Sant’Anna, organizada pelo escritor Gustavo Pacheco, a partir dos vários livros do autor, e nunca antes publicada. Outra novidade na área do romance é o início da publicação da obra de Emmanuel Carrère, que se inicia com a reedição, em nova tradução, de “O adversário”, obra que consagrou o autor, a que se seguirá “o monumental” “O Reino”. Durante este ano será também editado um volume de contos do autor catalão que a Tinta-da-china tem vindo a publicar desde 2007, Jaume Cabré, intitulado “Quando a penumbra vem”. Na Colecção Pessoa, dirigida por Jerónimo Pizarro, será publicada a primeira biografia inglesa de Fernando Pessoa, com o título “Fernando Pessoa, the Poet with Many Faces: a biography and anthology”, de Hubert D. Jenings. “Escrito na década de 1970, o livro deveria ter sido impresso em 1974, mas a Revolução dos Cravos interrompeu os planos editoriais. O datiloscrito, encontrado numa garagem em Joanesburgo, na África do Sul, e colocado à guarda da Universidade de Brown (EUA), é agora enfim publicado, numa edição de Carlos Pittella, que selecionou os poemas que compõem a antologia apensa”, explica a Tinta-da-China. Na Coleção de Literatura de Viagens, dirigida por Carlos Vaz Marques, destacam-se “Cinco travessias do inferno”, de Martha Gellhorn, correspondente de guerra, que partilha as suas cinco “melhores viagens de terror”, e “O Uso do Mundo” (título provisório), obra de Nicolas Bouvier, que relata uma viagem de longos meses entre os Balcãs e o Afeganistão, nos anos 50. Ainda no âmbito da literatura de viagens, a editora publicará “Uma Estranha no Comboio” (título provisório), de Jenny Diski, no qual a escritora britânica, nunca antes publicada em Portugal, parte da sua longa viagem de comboio pelos Estados Unidos para contar todo o tipo de episódios insólitos que viveu e encontros que teve com figuras bizarras. Relativamente a ensaios, a Tinta-da-China vai apostar num livro sobre a história da expansão portuguesa “contada às avessas”: não do ponto de vista da metrópole, mas sim do ponto de vista daqueles que partiram e se instalaram nas margens do império português. Intitulado “Filhos da Terra: Identidades mestiças nos confins da expansão portuguesa” é escrito pelo historiador António Hespanha. O outro ensaio a ser publicado é assinado por Fernando Rosas e, sob o título “Salazar e os Fascismos”, debruça-se sobre os fascismos que têm vindo a recair sobre o mundo, examinando e comparando os vários fascismos que grassaram na Europa ao longo do século passado e as ameaças que se fazem sentir no século XXI.
Hoje Macau China / ÁsiaDesmoronamento em mina de carvão na China causa 21 mortos [dropcap]O[/dropcap] número de vítimas mortais após a derrocada do tecto numa mina de carvão na província de Shaanxi, no noroeste da China, subiu de 19 para 21, informaram autoridades citadas pela agência de notícias Xinhua. As equipas de resgate encontraram os corpos dos dois mineiros que permaneciam presos no subsolo. O acidente aconteceu na tarde de sábado na mina de carvão de Lijiagou, na cidade de Shenmu, explorada pela empresa Baiji Mining Co., Ltd. Naquele momento, 87 pessoas estavam a trabalhar no subsolo. As autoridades indicaram que foi aberta uma investigação para apurar a causa do acidente.
Hoje Macau China / ÁsiaCrescimento do comércio externo chinês recua em período de disputas com EUA [dropcap]O[/dropcap] ritmo de crescimento do comércio externo da China desacelerou, em 2018, coincidindo com outros indicadores negativos da economia chinesa, numa altura de crescentes disputas comerciais com Washington e de queda na procura global. Segundo dados das alfândegas da China hoje divulgados, as exportações subiram 7,1%, depois de terem aumentado 7,9%, em 2017. As importações avançaram 12,9%, após um aumento de 15,9%, no ano anterior. A desaceleração pressiona Pequim a resolver as disputas comerciais com os Estados Unidos, suscitadas pelas ambições do país asiático para o sector tecnológico. O ritmo de crescimento das exportações da China para os EUA não recuaram até ao final de 2018, apesar de o presidente norte-americano, Donald Trump, ter aumentado as taxas alfandegárias sobre cerca de metade das importações oriundas da China. Analistas consideram, no entanto, que as encomendas devem cair drasticamente a partir deste ano.
Hoje Macau China / ÁsiaCompanhia aérea vendeu por erro bilhetes de Portugal para Hong Kong por cerca de mil dólares [dropcap]A[/dropcap] companhia aérea de Hong Kong Cathay Pacific vendeu voos entre Portugal e a região administrativa especial, em primeira classe, por cerca de mil dólares, repetindo um erro de sistema que já tinha acontecido há duas semanas. A escala do voo era em Londres. “Estamos à procura da causa deste incidente tanto interna como externamente com os nossos vendedores”, disse um porta-voz da empresa ao jornal da China. Os clientes que conseguiram esta tarifa – cerca de dez vezes abaixo do normal – são “um número muito pequeno de pessoas”, afirmou a mesma fonte. Na noite de Ano Novo, dezenas de viajantes também compraram bilhetes a preços muito baixos entre o Vietname e a América do Norte. A empresa teve um ano de 2018 difícil, com perdas de 33 milhões de dólares no primeiro semestre, já que enfrenta uma concorrência cada vez maior das empresas chinesas, com preços agressivos. A Cathay também foi vítima de um gigantesco caso de violação de dados, admitindo no final de Outubro que 9,4 milhões de passageiros foram atingidos. Os piratas informáticos acederam a dados pessoais, como datas de nascimento, números de telefone e passaportes.
Hoje Macau China / ÁsiaHuawei | Despedido funcionário detido na Polónia por espionagem [dropcap]O[/dropcap] gigante de telecomunicações Huawei despediu o seu funcionário chinês detido na Polónia por suspeita espionagem, num comunicado citado pelo Global Times. O grupo explicou que “decidiu rescindir imediatamente o contrato com Wang Weijing” uma vez que “este incidente teve efeitos nefastos sobre a reputação mundial da Huawei” e disse que respeita as leis dos países em que opera. “A Huawei sempre respeitou as leis e regulamentos em vigor no país onde está localizada (…) e exige que todos os funcionários cumpram as leis e regulamentos do país”, afirmou o grupo chinês, no comunicado, em que acrescentou que Wang Weijing foi preso por “motivos pessoais”, sem mais detalhes. Segundo informações prestadas na sexta-feira pelas autoridades polacas, um empresário chinês e um outro polaco, ambos funcionários de “uma grande empresa de electrónica”, foram detidos, na terça-feira, por acusação de espionagem a favor do governo chinês, podendo enfrentar uma pena até dez anos de prisão. Os média polacos e chineses apontaram então os dois empresários como sendo funcionários da Huawei. Uma fonte do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês afirmou a “grande preocupação” com este caso e diz que já pediu ao governo polaco um “tratamento justo, de acordo com a lei, e a protecção efectiva” do empresário.
Hoje Macau China / ÁsiaChina vai facilitar acesso de turistas estrangeiros ao Tibete [dropcap]A[/dropcap] China vai facilitar o acesso dos turistas estrangeiros ao Tibete, visando aumentar em 50% as visitas à Região Autónoma, enquanto o acesso por diplomatas e correspondentes continuará a ser limitado, informou a televisão estatal CCTV. As autoridades pretendem reduzir para metade o tempo que demora a emissão da autorização necessária para turistas estrangeiros entrarem na região, um processo que demora, actualmente, pelo menos 15 dias, revelou o presidente do governo regional, Qi Zhala, citado pela CCTV. Além do visto chinês, os estrangeiros precisam da uma autorização especial para visitar o Tibete, uma exigência que as autoridades justificam com as “tradições únicas da etnia tibetana, o património cultural, a capacidade de receber turistas e as necessidades de protecção ambiental”. No ano passado, o número de turistas que visitou a região registou um crescimento homólogo de 31,5%, para 33,68 milhões de pessoas, mas apenas 270.000 dos visitantes foram estrangeiros, segundo dados oficiais. Com cerca de três milhões de habitantes, o Tibete tem uma área equivalente ao dobro da Península Ibérica, mas é há várias décadas palco de protestos e revoltas contra o domínio chinês, desde a sua ocupação por tropas da República Popular, em 1951. A região é mantida sob rigoroso controlo pelo Governo central e as autoridades locais, enquanto Pequim proíbe diplomatas e jornalistas estrangeiros de entrarem na região, excepto em visitas organizadas pelas autoridades ou pelo departamento de propaganda do Partido Comunista. Os turistas estrangeiros que querem visitar o Tibete, incluindo a capital Lhasa, têm de fazê-lo em grupo e acompanhados de um guia. O plano para facilitar o acesso à região surge depois de, em Dezembro passado, o senado dos Estados Unidos aprovar a Lei de Acesso Recíproco do Tibete (“Reciprocal Access to Tibet Act”). A normativa, que deverá ser aprovada pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, prevê a proibição de entrada nos EUA de funcionários chineses que impeçam funcionários, jornalistas e outros cidadãos norte-americanos de viajarem livremente no Tibete. Segundo a organização com sede em Washington International Campaign for Tibet, mais de 150 tibetanos imolaram-se pelo fogo desde fevereiro de 2009, em protestos contra o que classificam de opressão do Governo Chinês. Pequim considera que a região é desde há séculos parte do território chinês. O líder político e espiritual dos tibetanos, o Dalai Lama, que Pequim acusa de ter “uma postura separatista”, vive exilado na vizinha Índia, na sequência de uma frustrada rebelião contra a administração chinesa em 1959. Seguidores do Dalai Lama, que em 1989 foi galardoado com o Prémio Nobel da Paz, acusam Pequim de tentar destruir a identidade religiosa e cultural do Tibete.
Hoje Macau China / ÁsiaRepatriados mais de mil suspeitos de corrupção na China em 2018 [dropcap]A[/dropcap China conseguiu a repatriação de mais de mil suspeitos de corrupção fugidos além-fronteiras e recuperar 519 milhões de dólares em ganhos ilícitos, no ano passado, parte da mais ampla campanha anti-corrupção da história da República Popular. O órgão máximo anti-corrupção do país informou que entre os 1.335 repatriados, 307 eram membros do Partido Comunista Chinês ou funcionários do Governo, e cinco faziam parte de uma lista entregue por Pequim à Interpol. Entre estes constam Xu Chaofan, ex-gerente de uma sucursal do Banco da China na província de Guangdong, no sul do país, e suspeito de ter desviado 485 milhões de dólares, antes de ter fugido para os Estados Unidos, há 17 anos. Yao Jinqi, um antigo vice-chefe de condado, foi extraditado a partir da Bulgária, sendo o único fugitivo repatriado desde um país da União Europeia. Desde que há quatro anos lançou a operação “Skynet”, visando suspeitos de corrupção evadidos além-fronteiras, a China conseguiu capturar 5.000 fugitivos. Só no ano passado, 621.000 pessoas foram punidas por corrupção no país, incluindo 51 quadros de nível ministerial ou superior, segundo a Comissão Central de Disciplina e Inspecção do PCC.
Hoje Macau EventosFotografia | Roberto Santandreu revisita estaleiros de Lai Chi Vun [dropcap]O[/dropcap]s estaleiros de Lai Chi Vun, o maior grupo de estaleiros navais de Macau, estão em foco numa exposição de fotografia de Roberto Santandreu que é inaugurada a 17 de Janeiro na Casa da América Latina, em Lisboa. Intitulada “O Estaleiro”, a exposição apresenta uma proposta fotográfica com imagens marcadas pelo tempo, nas quais o autor partilha as vivências e sensações que teve ao fotografar os estaleiros abandonados de Lai Chi Vun. Na mesma exposição, que ficará patente até 1 de Março, segundo uma nota da organização, são igualmente exibidas fotografias de frases manuscritas encontradas naquela histórica estrutura naval. Construídos a partir da década de 1950, os Estaleiros Navais de Lai Chi Vun são o maior grupo de estaleiros navais de Macau, e considerados um dos maiores legados de património industrial da construção naval da região do sul da China. Os estaleiros apresentam técnicas e métodos relacionados com a construção naval no final do século XIX, revelando igualmente a organização e o modo de vida da comunidade da vila de Lai Chi Vun e as influências que tiveram do sector da indústria naval. Em 2017, o Instituto Cultural de Macau recebeu um pedido para iniciar o procedimento da classificação dos estaleiros navais, por iniciativa de um grupo local, e o projecto avançou no ano passado para ser preservado como património cultural. Nascido em Milão, em 1948, de nacionalidade chilena, Roberto Santandreu trabalhou em Oslo e em Londres, fixando residência em Lisboa, em 1975.
Hoje Macau SociedadeProfessores de Macau podem candidatar-se para ensinar na China [dropcap]O[/dropcap]s professores de Macau, Hong Kong e Taiwan vão poder fazer exames para se qualificarem para ensinar nas escolas da China. Ao abrigo do programa, anunciado pelo Ministério da Educação chinês na semana passada, os docentes têm, no entanto, de preencher requisitos como “defender voluntariamente a liderança do Partido Comunista Chinês, aderir à direcção da educação socialista e implementar a política educacional do partido”.
Hoje Macau SociedadeConselho de Consumidores | Queixas aumentaram no ano passado [dropcap]O[/dropcap] Conselho de Consumidores recebeu, ao longo do ano passado, um total de 5.043 casos, dos quais 2.290 foram queixas, traduzindo um aumento face a 2017 (1.647). Os restantes foram pedidos de informações. O preço e a qualidade de artigos de ourivesaria e bijutaria motivaram o maior número de reclamações (201), em particular por parte de turistas. Seguiram-se as queixas relativas aos transportes públicos (166), das quais 75 por cento incidiram sobre os táxis, devido à cobrança abusiva de tarifas e à atitude dos taxistas, as quais aumentaram mais de 40 por cento face a 2017, indicou o Conselho de Consumidores, dando conta de que todos os casos foram tratados e encaminhados para as autoridades competentes. Já em terceiro lugar surgem as reclamações relacionadas com o preço e qualidade das comidas e bebidas (163) que aumentaram aproximadamente 60 por cento em termos anuais. No ‘ranking’ das queixas surgem os serviços de restauração, que subiram cerca de 70 por cento, dos quais mais de dez casos tiveram que ver com serviços prestados por plataformas ‘online’ de entrega de comida. O Conselho de Consumidores indicou ainda que foram registadas mais de 20 reclamações associadas à área de serviços de utilidade pública no ano passado, sem facultar pormenores, remetendo detalhes para breve.
Hoje Macau DesportoVaticano cria equipa de atletismo com religiosos e funcionários [dropcap]O[/dropcap] Vaticano apresentou ontem a sua primeira associação desportiva, “Athletica Vaticana”, que terá uma equipa composta por padres, freiras e funcionários do Vaticano, para mostrar que o desporto pode ser uma ferramenta de solidariedade. A associação nasce de um acordo com o Comité Olímpico Italiano (CONI) e será composto por cerca de 70 pessoas com o objectivo de fazer uma “corrida divertida”, disse em conferência de imprensa o subsecretário do Conselho Pontifício para a Cultura e presidente da “Athletica Vaticana”. Através de um acordo com o CONI, a associação poderá participar em competições em Itália e no resto da Europa, e realizará a sua primeira corrida a 20 de Janeiro nas ruas de Roma. A associação tem também dois jovens refugiados como parceiros honorários tendo sido ainda assinado um protocolo com a Federação Italiana de Desportos Paraolímpicos e Experimentais, uma iniciativa que visa demonstrar como o desporto pode promover a inclusão. A apresentação também contou com a presença do presidente do Pontifício Conselho da Cultura, o cardeal Gianfranco Ravasi, que destacou a relação entre o desporto, solidariedade e a fé. O papa Francisco defendeu em várias ocasiões os valores do desporto como um antídoto ao individualismo e como uma ajuda para fomentar uma cultura de encontro.
Hoje Macau DesportoTenista britânico Andy Murray anuncia abandono da carreira este ano [dropcap]O[/dropcap] tenista britânico Andy Murray anunciou que se vai retirar dos campos este ano e admitiu que o Open da Austrália pode até ser seu último torneio por causa da lesão na anca que lhe prejudicou a carreira. Murray, de 31 anos, que chegou a ser número um do mundo no ranking ATP, disse numa conferência de imprensa que tem treinado com o objectivo principal de fazer uma última participação em Wimbledon, onde venceu por duas vezes. O escocês, emocionado, chegou mesmo a abandonar a sala a chorar, mas regressou para afirmar não tinha certeza sobre o tempo que poderia ainda jogar. “Eu vou jogar [na Austrália]. Ainda posso jogar a um nível – não ao nível que eu estou satisfeito. (…) Mas também, não é só isso. A dor é demasiada”, lamentou. O tricampeão de torneios do Grand Slam vai disputar a sua primeira partida no Open da Austrália contra o número 23 do ranking, Roberto Bautista, numa prova em que foi finalista vencido em cinco ocasiões. Murray foi submetido a uma cirurgia à anca em Janeiro de 2018. Depois de duas breves tentativas para regressar, jogou apenas 12 partidas no ano passado. O tenista voltou aos campos em Brisbane na semana passada, onde venceu sua partida de estreia, mas perdeu na segunda ronda para Daniil Medvedev, mostrando óbvias dificuldades para se movimentar. Murray teve uma carreira de sucesso, acabando com prolongados períodos sem vitórias nos Grand Slam para os britânicos, quando venceu o Open dos Estados Unidos em 2012 e Wimbledon no ano seguinte, tornando-se no único jogador a ganhar medalhas de ouro consecutivas nas Olimpíadas. O Britânico fez parte do grupo de quatro tenistas masculinos que dominaram num mesmo período os grandes torneios mundiais, com Roger Federer, Rafael Nadal e Novak Djokovic. Agora, será provavelmente o mais novo deles aposentar-se. Aos 37 anos, Federer está na Austrália para tentar conquistar o título pelo terceiro ano consecutivo e pela sétima vez no geral. Aos 31 anos, Djokovic, no topo do ranking ATP, procura conquistar o sétimo título australiano. Nadal, de 32 anos, número dois do ranking, está confiante em prolongar a sua carreira por mais alguns anos. Murray, que chegou a seis finais em torneios de Grand Slam, contabiliza 663 vitórias e 190 derrotas, que resultaram na conquista de 45 títulos, entre eles os de Wimbledon (2013 e 2016), Open dos Estados Unidos (2012), bem como em duas medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos (2012 e 2016).
Hoje Macau EventosVice-presidente da Assembleia da República portuguesa defende canal de televisão lusófono [dropcap]O[/dropcap] vice-presidente da Assembleia da República de Portugal, Jorge Lacão, defendeu ontem a criação de um canal lusófono partilhado pelos vários canais de televisão dos países de língua portuguesa, com “uma dimensão à escala planetária”. Jorge Lacão falava à agência Lusa à margem dos trabalhos da VIII Assembleia Parlamentar da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (AP-CPLP), que decorre na capital de Cabo Verde, e na qual está a participar em substituição do presidente da Assembleia da República de Portugal, Eduardo Ferro Rodrigues, ausente por motivos de doença. O deputado, que irá intervir hoje, sexta-feira, durante a sessão plenária desta AP-CPLP, que tem como tema “CPLP – Uma comunidade de pessoas”, irá voltar a esta ideia, a qual já foi aflorada em encontros anteriores. Este canal lusófono, explicou, seria “partilhado pelos vários canais de televisão dos vários países, com uma dimensão à escala planetária”. “Pode parecer uma ideia excessivamente megalómana, mas, se pensarmos bem nas capacidades de emissão já hoje existentes em cada país, uma partilha deste género poderia ser um contributo qualitativo de grande alcance para a aproximação dos nossos povos”, adiantou. Questionado sobre o tema da mobilidade, comum a todas as intervenções da sessão de abertura desta Assembleia Parlamentar, Jorge Lacão recordou que a política oficial portuguesa, conduzida pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, vai no sentido de colocar toda a política de vistos “ao alcance deste objectivo da mobilidade dos cidadãos da CPLP”. Jorge Lacão sublinhou “a forma extraordinariamente empenhada” com que Cabo Verde está a receber as delegações da Assembleia Parlamentar e de como o presidente da Assembleia Nacional cabo-verdiana se está a empenhar neste mandato de dois anos à frente da AP-CPLP, que agora começa. O parlamentar considerou de “extraordinária relevância” o discurso do Presidente da República de Cabo Verde, o qual “revela uma visão cosmopolita, de grande alcance relativamente ao aprofundamento do que gostamos de designar como o estatuto da lusofonia, um estatuto que permita ao conjunto dos cidadãos dos países da CPLP partilhar cada vez mais fatores de mobilidade de todos os níveis”. Durante a sua intervenção, que decorreu na sessão de abertura, Jorge Carlos Fonseca lembrou que ainda este ano vai organizar, em Cabo Verde, “um grande encontro de jovens da CPLP e da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental [CEDEAO] que deverá ser um espaço de reflexão e de proposições relativamente ao devir dos nossos países, na perspectiva dos jovens”. O chefe de Estado cabo-verdiano aproveitou para “solicitar o decisivo apoio dos senhores representantes do Parlamento da CPLP para a realização desse evento”. A este pedido, Jorge Lacão referiu que a iniciativa será apoiada por Portugal “em todo o alcance” e “em todo o sentido”.
Hoje Macau EventosEditora portuguesa Relógio d’Água vai publicar últimos poemas de Leonard Cohen [dropcap]O[/dropcap]s últimos poemas escritos por Leonard Cohen, o romance considerado o melhor Prémio Man Booker de sempre e um livro de crónicas e ensaios de Djaimilia Pereira de Almeida são algumas das novidades da Relógio d’Água para este ano. Dois anos após a morte do músico canadiano Leonard Cohen, a Relógio d’Água publica neste mês “A Chama”, livro que reúne os seus últimos poemas, letras de canções, desenhos e versos dispersos em cadernos de apontamentos e guardanapos de bares, revela o editor Francisco Vale, acrescentando que esta obra foi preparada para publicação pelo próprio Leonard Cohen e está traduzida pela poeta Inês Dias. O mês de Janeiro reserva ainda a publicação de “Léxico Familiar”, de Natalia Ginzburg, um clássico da literatura italiana contemporânea, cuja narrativa acompanha a vida dos Levi, que viveram em Turim no período da ascensão do fascismo, da Segunda Guerra Mundial e do que se lhe seguiu. O livro “No Verão”, de Karl Ove Knausgård, que encerra o quarteto de ensaios com títulos das estações do ano do escritor norueguês, sairá também no mês de Janeiro. Ainda este mês, a Relógio d’Água planeia publicar “Tchékhov na Vida”, a biografia do escritor russo, escrita por Ígor Sukhikh, através das suas cartas, diários, livros e conferências, assim como “Na América, disse Jonathan”, de Gonçalo M. Tavares, no qual o autor viaja pelos EUA na companhia de Kafka, e a nova edição de “O Susto”, de Agustina Bessa-Luís, com prefácio de António M. Feijó. “O doente inglês” na agenda Em Fevereiro, chega “O doente inglês”, de Michael Ondaatje, romance de 1992, lançado em Portugal pela D. Quixote em 1996, e que em 2018 foi premiado com um “Booker Dourado”, uma distinção especial que a organização do Prémio Literário Man Booker decidiu atribuir ao livro que fosse escolhido como o melhor das 51 edições já realizadas. A publicação deste romance pela Relógio d’Água segue-se à de “A luz da guerra”, editado em Dezembro do ano passado, o mais recente romance do escritor canadiano e que esteve na lista dos nomeados para o Prémio Man Booker 2018. Fevereiro é também mês de publicar “História da Sexualidade IV, As Confissões da Carne”, de Michel Foucault, volume que completa os três livros da História da Sexualidade. Outra novidade é a publicação de “Tess dos D’Urbervilles”, um dos principais romances de Thomas Hardy, há muito esgotado em Portugal, que pôs em causa as convenções sociais do seu tempo e chocou os leitores da sua época, quando foi publicado em 1891. “As Novas Rotas da Seda”, de Peter Frankopan, “Todos Nós Temos Medo do Vermelho, Amarelo e Azul”, um livro de contos de Alexandre Andrade sobre a intensa perturbação que é possível sentir perante certas cores nalguns locais, e “O Abismo de Fogo: A Destruição de Lisboa”, do historiador norte-americano Mark Molesky, sobre o terramoto de Lisboa de 1755 são outras das novidades para este mês. Em Março chega mais um livro de Agustina Bessa-Luís – de quem a Relógio d’Água tem estado a publicar a obra -, intitulado “As Pessoas Felizes”, com prefácio de António Barreto, que assina também um livro intitulado “Fotomaton — Retratos de Salazar, Cunhal e Soares”, reunião das biografias desses três políticos, a ser editado no mesmo mês. “Pintado com o Pé”, de Djaimilia Pereira de Almeida, autora de “Luanda, Lisboa, Paraíso” (publicado na Companhia das Letras) é um livro de crónicas e breves ensaios, completado com dois ensaios, “Amadores” e “Inseparabilidade”, que vai chegar às livrarias pela mão da Relógio d’Água. “Bom Entretenimento”, do filósofo germano-coreano Byung-Chul Han, “A Mulher de Trinta Anos” – um dos episódios de A Comédia Humana – do romancista francês do século XIX Honoré de Balzac, “Vento, Areia e Amoras Bravas”, de Agustina Bessa-Luís, e “Sabes Que Queres Isto”, de Kristen Roupenian, livro de contos que inclui “Cat Person”, o conto mais lido, tanto ‘online’ como em papel, da The New Yorker, são os restantes livros anunciados por Francisco Vale. Na colecção de viagens, será editado “Açores — O Canto das Ilhas”, de Carlos Pessoa. No mês de Abril, a editora vai publicar “Movimento das Ideias”, de José Gil, e “Normal People”, de Sally Rooney, romance apontado pelo The Guardian como um futuro clássico, que foi finalista do Prémio Man Booker e venceu o Prémio Costa 2018 na categoria de romance. Outra das apostas da editora é o mais recente romance da canadiana Rachel Cusk, “Kudos”, que encerra a trilogia iniciada com “A contraluz” e continuada com “Trânsito”, ambos editados pela Quetzal. “Correspondências + Minhas Queridas”, de Clarice Lispector, a antologia “Provocações”, de Camille Paglia, conhecida pelo seu feminismo viril e heterodoxo, e “O Estendal e Outros Contos”, de Jaime Rocha, são as outras novidades. Para o mês de Maio, está reservado o livro “Álvaro Siza: Conversas com Estudantes de Arquitectura”, organizado por Manuel Graça Dias, “A Balada do Medo”, de Norberto Morais, “Pensamentos”, de Blaise Pascal, com prefácio de T. S. Eliot, e “Pensar sem Corrimão”, uma antologia de ensaios de Hannah Arendt.
Hoje Macau DesportoDakar 2019 | Paulo Gonçalves sobe mais uma posição nas motas em dia de nova mudança de líder [dropcap]P[/dropcap]aulo Gonçalves (Honda) subiu ontem ao oitavo lugar na classificação das motas no rali Dakar de todo-o-terreno, após o sexto lugar conquistado na quarta etapa, disputada ontem entre Arequipa e Moquegua, no Peru. O piloto português gastou 3:54.06 horas para cumprir os 405 quilómetros cronometrados de um total de 511 quilómetros, terminando a 13.36 minutos do vencedor da tirada, o norte-americano Ricky Brabec, seu companheiro de equipa na Honda. Com a vitória de hoje, Brabec é o novo líder nas motas, aproveitando os 20 minutos de atraso do anterior líder, o chileno Pablo Quintanilha (Husqvarna), que teve de abrir a pista. Para Paulo Gonçalves, cumpriu-se “o objectivo”: “Hoje foi uma especial com 400 quilómetros, em que mudou muito o cenário. Só tivemos os primeiros cenários com dunas, tudo o resto eram pistas. Nos últimos 50 quilómetros, apanhámos um rio com muita pedra, que era muito perigoso. O meu objectivo era chegar a esta primeira parte da etapa maratona sem problemas, para não ter de trabalhar na mecânica e poder recuperar o físico. O piloto de Esposende espera “terminar sem problemas” a quinta etapa, que vai ligar Monquegua a Arequipa, com um total de 776 quilómetros e uma especial cronometrada de 345 quilómetros, “para poder chegar ao dia de descanso e recuperar fisicamente”. O português está na oitava posição, a 20.45 minutos do companheiro de equipa. Mário Patrão (KTM) repetiu o 23.º lugar da véspera, a 28.58 minutos do vencedor da tirada. “Realizei a minha etapa num timbre mais cauteloso, para evitar desgastes que esta sexta-feira podem ser cruciais nos 800 quilómetros que nos esperam”, explicou o piloto de Seia, que perdeu uma posição, caindo para 21.º. Sebastian Bühler (Yamaha) foi o 27.º, com Joaquim Rodrigues Jr. (Hero) em 30.º e António Maio (Yamaha) em 33.º. David Megre (KTM) foi 54.º e Miguel Caetano 87.º. Fausto Mota (Husqvarna) teve uma avaria no chassis da sua mota a meio da especial e perdeu muito tempo para a reparar, terminando na 100.ª posição, já a 3:16.08 horas do vencedor. Na geral, Quim Rodrigues Jr. é 31.º, Bühler 33.º e Maio 34.º. Nos automóveis, a vitória sorriu ao catari Nasser Al-Attiyah (Toyota), que alargou, assim, a vantagem sobre o segundo, o francês Stéphane Peterhansel (MINI) em 1.52 minutos. O piloto gaulês foi também o segundo na etapa de hoje e está já a 8.55 minutos do piloto catari. A 41.ª edição do rali Dakar de todo-o-terreno disputa-se até 17 de Janeiro integralmente em solo peruano.
Hoje Macau China / ÁsiaPresidente de Taiwan nomeia novo primeiro-ministro após renúncia do Governo [dropcap]A[/dropcap] Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, nomeou hoje Su Tseng-chang como o novo primeiro-ministro da ilha, após a renúncia esperada de todos os membros do Governo, motivada pela derrota eleitoral do partido em Novembro. A governante oficializou a nomeação numa conferência de imprensa, na qual estiveram presentes o primeiro-ministro cessante, Lai Ching-te, e o primeiro-ministro eleito, que já havia ocupado o cargo entre 2006 e 2007. Lai Ching-te anunciou a demissão na noite de quinta-feira, após um Conselho de Ministros extraordinário no qual todo o Governo também se demitiu. A decisão era esperada em Taiwan, onde os primeiros-ministros normalmente renunciam após uma derrota eleitoral do seu partido. O Partido Progressista Democrático (PPD) sofreu uma derrota clara nas eleições locais de 24 de Novembro, o que desencadeou disputas internas e críticas de sectores radicais pró-independência face à possível candidatura presidencial de Tsai em 2020. Tsai Ing-Wen, eleita em 2016, tinha apresentado as eleições como um referendo à vontade da sua administração em manter a independência da ilha face a Pequim. O vice-primeiro-ministro deverá ser Chen Chi-mai, candidato derrotado à autarquia da cidade de Kaohsiung, no sul de Taiwan, de acordo com o jornal da ilha Ziyou Shibao.
Hoje Macau China / ÁsiaVendas de automóveis na China recuam em 2018 pela primeira vez desde 1990 [dropcap]A[/dropcap]s vendas de automóveis na China caíram 5,8%, em 2018, para 22,35 milhões de veículos, no primeiro declínio anual desde 1990, segundo dados difundidos ontem pela imprensa estatal, coincidindo com outros indicadores negativos da economia chinesa. Em Dezembro passado, as vendas registaram uma queda homóloga de 19,3%, para 2,22 milhões de unidades, no sétimo mês consecutivo de queda homóloga, segundo o jornal oficial em língua inglesa China Daily. “A situação é mais grave do que imaginávamos”, afirmou o presidente da Associação da China para Automóveis de Passageiros, Cui Dongshu, citado pelo jornal. Cui considerou que a desaceleração do ritmo de crescimento da economia chinesa, o aumento dos preços da habitação e as perdas nas praças financeiras do país “minaram a confiança dos clientes”. Entre as marcas mais afectadas constam a General Motors (queda homóloga de 9,9%) ou do maior fabricante de automóveis da China, o SAIC Motor (um aumento homólogo de 1,75%, depois de ter crescido 6,8%, em 2017). A construtora chinesa Geely aumentou as suas vendas em 20%, face a 2017, ficando 5% aquém da sua meta oficial. Mas Cui Dongshu acredita que o mercado, depois de “bater no fundo”, vai voltar a crescer, este ano, graças à redução das taxas alfandegárias sobre veículos importados dos Estados Unidos e os esforços dos fabricantes chineses para reduzir inventário, a partir do segundo semestre do ano passado. “Haverá um crescimento positivo, de pelo menos 1%, em 2019”, considerou o responsável, afirmando que “o Governo está a estudar oferecer novos incentivos à compra de veículos”. No terceiro trimestre de 2018, a economia chinesa, a segunda maior do mundo, cresceu 6,5%, o ritmo mais baixo dos últimos dez anos. E, no mês passado, a actividade da indústria manufactureira da China contraiu-se pela primeira vez em 19 meses, enquanto em Novembro, os lucros da indústria na China registaram a primeira queda homóloga, de 1,8%, desde dezembro de 2015, e as vendas a retalho, o principal indicador do consumo privado, recuaram para 8,1%, o ritmo mais lento desde maio de 2003.
Hoje Macau China / ÁsiaSeul | Co-fundadora de ‘site’ pornográfico condenada a quatro anos de prisão [dropcap]A[/dropcap] co-fundadora do maior ‘site’ pornográfico da Coreia do Sul foi condenada ontem a quatro anos de prisão, num contexto de indignação sul-coreana contra a “pornografia com câmara espia”. Dezenas de milhares de sul-coreanos participaram nos últimos meses de protestos contra esse fenómeno, chamado de “molka”, cujos vídeos sem autorização mostravam imagens de mulheres na casa de banho, escola, nos transportes e vestiários. O ‘site’ Soranet, fundado em 1999, oferecia dezenas de milhares de vídeos pornográficos, incluindo filmes de “vingança pornográfica” ou mesmo as tais imagens de mulheres em locais públicos. A produção ou distribuição de pornografia é ilegal na Coreia do Sul. O Soranet foi encerrado em 2016 após reclamações de grupos de defesa dos direitos das mulheres. A sua proprietária, de 45 anos, identificada pelo seu nome de família, Song, foi sentenciada a quatro anos de prisão e ao pagamento de uma multa de 1,4 mil milhões de won (um milhão de euros) por ajuda e cumplicidade na distribuição de material obsceno. Song foi condenada por “violar gravemente a dignidade universal dos outros”, de acordo com um comunicado do tribunal, no qual se sublinha que esta obteve um lucro “enorme”. A mulher agora condenada viveu durante anos, em fuga, na Nova Zelândia antes de ser detida em Junho passado, depois de ter sido forçada a regressar quando as autoridades sul-coreanas cancelaram o seu passaporte. O seu marido e outro casal, também co-proprietários do ‘site’, todos cidadãos australianos ou com autorização de residência permanente, encontram-se fora da Coreia do Sul.
Hoje Macau China / ÁsiaChina considera abrir novas bases militares no exterior [dropcap]A[/dropcap] China não descarta abrir mais bases militares no exterior, caso exista “necessidade”, afirmou um tenente-general das Forças Armadas chinesas, depois de, em 2017, Pequim ter inaugurado a sua primeira instalação militar além-fronteiras, no Djibuti. Citado pelo jornal oficial China Daily, He Lei, antigo vice-presidente da Academia de Ciências Militares do Exército de Libertação Popular (ELP), afirmou que a abertura de novas bases vai depender de “dois factores”. “Esta questão será determinada pela necessidade em prestar melhor apoio às missões da ONU”, afirmou. “Em segundo lugar, a abertura depende da aprovação do país onde a base está localizada”, acrescentou He Lei, garantindo que, na ocorrência destas condições, “a China pode construir novas bases de apoio no exterior”. O responsável salientou que a principal função destas instalações é fornecer “apoio logístico” às unidades chinesas além-fronteiras, e não criar uma base para as forças militares do país. Inaugurada em 2017, a única base militar da China no exterior fica no corno de África e visa “fornecer apoio logístico” às tropas chinesas envolvidas em missões anti-pirataria, operações de paz da ONU e resgates no Golfo de Áden e na costa da Somália.
Hoje Macau EntrevistaFilha de ex-presidente de Angola diz querer continuar legado do pai [dropcap]A[/dropcap] deputada do MPLA e filha do ex-Presidente angolano, ‘Tchizé’ dos Santos, assumiu hoje o objectivo de continuar o “legado” do pai, apesar da resistência que diz sentir em alguns sectores do partido, desde Setembro liderado por João Lourenço. Em entrevista à Lusa, em Lisboa, Welwitschea ‘Tchizé’ dos Santos, a filha politicamente mais próxima de José Eduardo dos Santos, ex-Presidente da República (1979-2017) e ex-líder do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), reconhece que a sua intervenção activa no partido, tem motivado contestação. “Eu temo que, depois desta entrevista, possa chegar a Luanda e me seja instaurado um processo disciplinar dentro do partido e ser expulsa do Comité Central, por exemplo. E seria muito conveniente porque de acordo com a cultura do MPLA, os únicos que podem ser candidatos à presidência do partido são os membros do Bureau Político e os membros do Comité Central”, afirmou. É que, ressalva a empresária, de 40 anos e desde 2008 no parlamento angolano, “ser do Comité Central [do MPLA] faz muita diferença”. “Algumas pessoas acham, eventualmente, ou imaginam, que eu seja uma pessoa muito interventiva, que gosto muito de emitir opiniões, porque possa eventualmente ter algum tipo de ambição política. Por um lado, tentaram-me desvalorizar durante muito tempo, desacreditar. Tentaram criar, alguns com mãos invisíveis, campanhas de assassínio de carácter, tentando mostrar-me com uma pessoa maluca, emocionalmente instável, desequilibrada”, criticou. FOTO: João Relvas | LUSA O MPLA é liderado desde Setembro último por João Lourenço, precisamente um ano depois de ter assumido o cargo de Presidente da República de Angola, sucedendo em ambos a José Eduardo dos Santos, numa transição que tem sido marcada por clivagens. “Não vou julgar ninguém, não vou apontar o dedo a ninguém, mas posso dizer que José Eduardo dos Santos fez questão de, pelo seu próprio pé, deixar o poder, fazer a transição, foi porque ele quis deixar, como o seu maior legado, a democracia plena e irreversível, o Estado democrático de direito ideal ou pelo menos a caminhar para tal. E como filha, eu sinto que é este o legado a que me tenho que agarrar, a par do da paz, e lutar por ele. Esteja onde estiver”, afirmou. Questionada pela Lusa sobre o seu futuro político, desde logo na hierarquia do MPLA, ‘Tchizé’ dos Santos insiste que pode ser “mais útil no sector privado” ou na sociedade civil. Ainda assim admite: “É como em tudo, as pessoas que em 1961 [início da luta armada contra o poder colonial português] pegaram em catanas… ninguém quer pegar numa catana e correr o risco de ser morto por um canhão. Quando as pessoas não têm mais nada a perder, lançam-se para a frente”. “Eu por acaso não sonho ser Presidente da República, mas se sonhasse, porque é que as pessoas me têm que olhar com um ar de piada? Mas o senhor que foi nomeado agora para governador de Luanda e o ministro Adão de Almeida, que têm a mesma idade do que eu, já são vistos como potenciais candidatos. E porque é que tenho de ser vista como uma piada?” – questionou. “Não estou a dizer que queira ou que vá ser, mas enquanto for a uma realidade que uma mulher seja posta em causa desta maneira eu vou continuar a lutar”, criticou. Sublinhando que não idealizou “uma carreira política”, sublinha que o “maior erro” dos políticos angolanos, sobretudo “das gerações mais velhas, que não tiveram outras oportunidades”, é tornarem-se “políticos profissionais”. “E são estes que têm receio que esta competitividade, esta meritocracia, lhes venha retirar valor e vão manipulando e gerindo as circunstâncias, de acordo com o seu interesse”, disse ainda. Transição não é a esperada ‘Tchizé’ dos Santos disse também que a transição no poder não é a que Angola esperava, defendendo que o Presidente da República deve deixar de ser o “único” que pode “brilhar”. Welwitschea ‘Tchizé’ dos Santos reagiu assim aos primeiros meses de liderança de João Lourenço, que sucedeu ao pai, e que tem vindo a afastar elementos da família de José Eduardo dos Santos de posições do poder. Questionada pela Lusa sobre uma a existência de uma “caça às bruxas” em Angola, a deputada e empresária foi lacónica: “Eu não posso afirmar isso [caça às bruxas], porque se afirmar isso se calhar saio daqui e sou processada pelo Presidente da República por difamação. E eu não quero ser um segundo Rafael Marques”, numa referência ao activista, alvo de vários processos por denúncias sobre a liderança de José Eduardo dos Santos. Tendo presente o recente momento de tensão entre o actual Presidente, João Lourenço, que acusou José Eduardo dos Santos de ter deixado os cofres públicos “vazios”, prontamente refutadas pelo ex-chefe de Estado, a deputada confessa a surpresa. “Eu falo como angolana, não era a transição que nenhum dos angolanos esperava. Para mim, a transição era uma festa, um momento ímpar e havia ali uma transição extremamente pacífica e sem contradições. Entretanto, pelas declarações do ex-Presidente e do actual Presidente, há uma contradição pública, não é desejável para nenhum partido politico”, no caso o MPLA, afirmou. É precisa pacificação Além deste momento, a transição ficou marcada também pela prisão de um dos filhos de José Eduardo dos Santos, José Filomeno dos Santos, investigado pela gestão do Fundo Soberano de Angola. Embora sem fazer comentários sobre o processo e sobre o irmão, ‘Tchizé’ dos Santos defende uma pacificação, face ao momento actual. “Nós não queremos novos ‘Rafaeis Marques’, não queremos novos heróis, não queremos novos presos políticos e gostava de pedir que todos se abstivessem da tentação de manipular, ou tentar manipular, os órgãos do Estado, usando qualquer tipo de influência”, criticou. Por isso, enfatizou, Angola arrisca-se actualmente a “perder uma grande oportunidade de fazer um ‘restart’ [recomeço]”, na actual liderança de João Lourenço. “Mas ‘restart’ não quer dizer que se vai perdoar incondicionalmente os erros todos que acontecerem para trás e as pessoas que cometeram uma série de erros que afectaram todos”, disse. Nesse sentido, a deputada do MPLA defende que o governo deve “apenas priorizar o que é de facto importante. Há mais angolanos a passar fome do que há um ano atrás, há dois anos atrás, há três anos atrás, vamo-nos focar nestas pessoas”. Recorrendo ao lema “Melhorar o que está bem e corrigir o que está mal”, adoptado pelo MPLA partido no poder e pelo qual é deputada há três mandatos além de membro do Comité Central, desde 2017, ainda com José Eduardo dos Santos, ‘Tchizé’ dos Santos reclamou por uma mudança. “O corrigir o que está mal também passa por deixarmos de vivermos num Estado em que a única que pode ter opinião é o Presidente da República, que a única pessoa que pode aparecer, brilhar e ser aplaudida é o Presidente da República. Numa democracia, num país, há vários actores, em várias áreas”, criticou. “Tem que haver uma nova geração de políticos e alguns mais-velhos, que existem e que são ponderados e que são pela conciliação, que diga ‘desculpem, mas não foi esta a Angola que todos sonhamos’. A Angola que todos sonhamos, que José Eduardo dos Santos, apesar de ser odiado por muitos, mas que é amado por muitos mais, construiu connosco é uma Angola do diálogo, da conciliação, do perdão e da reflexão e da projeção do futuro”, afirmou. Para ‘Tchizé’ dos Santos, ao não ter avançado com a recandidatura a Presidente da República nas eleições de 2017, tendo então avançado João Lourenço, José Eduardo dos Santos fê-lo “justamente para que pudesse ser lembrado como um bom patriota e democrata”. “Não se volta a candidatar, faz uma transição no poder, porque queria em vida ver a consolidação e a consagração dessa democracia que hoje em dia é irrefutável”, apontou a empresária e política angolana, afirmando que o pai “não teve vida própria dos 37 anos de idade até hoje” por causa de Angola. “Está na hora de os angolanos entenderem que os José Eduardo dos Santos fez questão que a democracia angolana fosse irreversível ao dar o passo que deu e todos nós devemos saber honrar, tal como honramos a paz efectiva, o calar das armas, acho que devemos saber honrar esse exemplo, único em África (…) Então, agora vamos aceitar que por conveniência política – porque política é conveniência – por bajulação, por adoração, por incompreensão dos tempos ou incapacidade de leitura da Historia se continuem a cometer os mesmos erros?” – questionou ainda. A deputada, de 40 anos e desde 2008 no parlamento angolano, assume-se filha de um homem que “deixou um legado em Angola”. “Aguentou o país e a primeira coisa que fez foi abolir a pena de morte. Em 1979 [quando sucedeu ao primeiro Presidente angolano, António Agostinho Neto], o Presidente tinha poder discricionário, a primeira coisa que ele fez foi ter querido deixar de ter poder discricionário para mandar matar as pessoas. Aboliu a pena de morte”, recordou.
Hoje Macau EventosNovos livros de Mia Couto e Germano Almeida chegam no final do ano [dropcap]N[/dropcap]ovos livros dos escritores Mia Couto e Germano Almeida vão chegar às livrarias portuguesas no final do ano, revelou a editora Caminho, responsável pela publicação das obras dos dois escritores em Portugal. Ainda sem título, os livros do moçambicano Mia Couto e do cabo-verdiano Germano Almeida, ambos vencedores do Prémio Camões, são duas das apostas para este ano da Caminho. “O fiel defunto” foi o último livro escrito e publicado por Germano Almeida, em Maio de 2018, o mesmo ano em que venceu o Prémio Camões. Dois meses depois da atribuição do galardão, a Caminho reeditou três livros daquele que é um dos escritores mais lidos e traduzidos de Cabo Verde: “O testamento do Sr. Napumoceno da Silva Araújo”, “A ilha Fantástica” e “Dona Pura e Camaradas de Abril”. O mais recente romance de Mia Couto, vencedor do Prémio Camões em 2013, é “O bebedor de horizontes”, terceiro volume da trilogia “As areias do imperador”, editado pela Caminho em 2017, que se sucedeu a “A espada e a azagaia” e a “Mulheres de cinza”. Outra aposta da Caminho, que também só chegará no final do ano, é um novo livro do psiquiatra e escritor Daniel Sampaio, sobre a temática da parentalidade na era digital. Para o mês de Fevereiro, a Caminho prevê reeditar “Os Negros em Portugal”, de José Ramos Tinhorão, e em Março publica um novo livro da colecção “Uma Aventura”, de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, com o título “Uma Aventura no Fundo do Mar”. Durante o primeiro semestre, a editora vai publicar uma nova edição de “A Noite e a Madrugada”, de Fernando Namora, assinalando cem anos do nascimento e 30 anos da morte do médico e escritor português. A Caminho está a preparar também a edição de um novo livro de ficção de Patrícia Portela e um livro de contos de Isabela Figueiredo, ambos sem título ainda. Outras novidades para este período são o lançamento de uma reportagem fotográfica sobre a crise académica de 1969, em Coimbra, ainda sem título, coordenada por José Veloso, e um livro de crónicas de Ana Paula Tavares.
Hoje Macau EventosNovo livro revela que trabalho forçado nas colónias portuguesas estava disseminado até década de 1960 [dropcap]O[/dropcap]s registos históricos não permitem averiguar a escala, mas o trabalho forçado nas colónias portuguesas era uma realidade “bastante disseminada”, pelo menos até à década de 1960, segundo o historiador José Pedro Monteiro, num novo livro sobre o tema. Depois de concluída a tese de doutoramento intitulada “A internacionalização das políticas laborais ‘indígenas’ no império colonial português (1944-1962)”, José Pedro Monteiro apresenta, em Lisboa, o livro daí resultante: “Portugal e a questão do trabalho forçado: Um império sob escrutínio” (Edições 70). O trabalho analisa “o modo como as dinâmicas internacionais e transnacionais se relacionaram com o trajecto histórico do Império Português em matéria de relações laborais ‘indígenas’ (mais precisamente entre 1944 e 1962)”, tendo por base que “qualquer estudo sobre a evolução das políticas e práticas sociais no colonialismo tardio português que omita o impacto destas dinâmicas é forçosamente incompleto e, mais do que isso, marcadamente lacunar/impreciso”. Questionado pela Lusa sobre a dimensão do trabalho forçado nas colónias portuguesas durante o período estudado, José Pedro Monteiro respondeu que o material disponível não permite chegar a números precisos: “É muito difícil conseguir-se ter uma ideia global à escala do império. Primeiro, há realidades geográficas muito distintas. Em Cabo Verde, Timor e, eventualmente, na Guiné a questão do trabalho forçado não se coloca da mesma maneira que se coloca em São Tomé, Angola e Moçambique”. Por isso, “desconfiaria muito de alguém que desse um número redondo para os trabalhadores forçados”, salientou. No livro, com base em documentação da viragem da década de 1950, José Pedro Monteiro constata que “o trabalho obrigatório não se limitava a fins públicos [como previsto no Código de Trabalho dos Indígenas (CTI)]; para fins públicos, era usado como regra e não como dando resposta às excepções previstas no CTI; o recrutamento era feito generalizadamente com intervenção das autoridades administrativas (tanto para fins privados como públicos); os compromissos de repatriamento não eram respeitados; as taxas de mortalidade eram extraordinariamente altas; e, por fim, os castigos corporais estavam longe de estar completamente erradicados, como a lei postulava”. Por exemplo, em 1945, um relatório indicava a existência de trabalhadores presos com “grilhetas” ao pescoço em São Tomé, o que levava o Inspector Superior de Serviços Judiciais a argumentar contra tal imposição, “não por uma razão humanitária, [mas] antes diplomática”, depois de turistas estrangeiros terem fotografado pessoas a serem chicoteadas, o que podia levar a censura internacional. Em 1951, um encarregado de serviços da Inspeção Superior dos Negócios Indígenas desfiava “um rol de iniquidades e abusos”: desde a elevada taxa de mortalidade no transporte de pessoas aos “acidentes de trabalho que eram dados como ocorridos nas horas de descanso, como forma de desresponsabilização”, passando pelos “inválidos que eram obrigados a trabalhar em São Tomé”, então classificados como “verdadeiros farrapos humanos”, ou pelas violações sistemáticas de mulheres de trabalhadores, “enquanto outras grávidas e mulheres com filhos eram ‘monstruosamente espancadas com mais de 50 palmatoadas’ por terem abandonado o trabalho”. Sobre a escala daquela realidade, José Pedro Monteiro esclareceu: “Muitas das vezes, o que para um é trabalho forçado para outro não é. O facto de a própria legislação ser ambígua e dizer que se deve encorajar o indígena a trabalhar, é muito difícil conseguir ter um registo de quais os números exactos. Há situações muito cinzentas. O que posso dizer é que se manteve como realidade bastante disseminada – com diferenças – até 1961/62. Mais não posso dizer porque a minha tese pára em 1962”. O investigador de pós-doutoramento do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra salientou que “há diferenças entre as colónias”, até mesmo dentro das distintas colónias. Apesar de o “reformismo português existir”, este tinha limites que eram, “em grande medida, resultado de uma equação utilitarista”: “Aqueles funcionários que se indignavam com o trabalho forçado e exigiam o cumprimento integral do CTI eram (…) provavelmente aqueles mais comprometidos com uma mudança”. Por outro lado, “nestas mesmas instâncias de inspecção encontram-se relatos bem mais complacentes com práticas de trabalho coercivo”, como é disso exemplo o escrito de um determinado funcionário: “Todo aquele que tem lidado com pretos sabe muito bem que o indígena nunca vai trabalhar para fora da sua terra, por um período superior a cinco ou seis meses, contratado de sua livre vontade. Pode ausentar-se por um período superior como voluntário. Como contratado só obrigado”.
Hoje Macau China / ÁsiaAustrália vai analisar pedido de asilo de jovem saudita sob protecção do ACNUR [dropcap]A[/dropcap]s autoridades australianas confirmaram que receberam o pedido de asilo da jovem saudita que está sob a protecção do ACNUR em Banguecoque, na Tailândia, e que irão analisar o caso. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) enviou, de facto, “o caso para a Austrália para consideração de concessão de asilo como refugiada”, referiu num comunicado o Ministério do Interior australiano. “Se for verificado que é uma refugiada, então nós estudaremos verdadeiramente, realmente a sério, a oportunidade de (concessão de) um visto humanitário”, havia dito anteriormente o ministro da Saúde australiano, Greg Hunt, no canal de televisão ABC. Hunt acrescentou que discutiu o caso com o ministro da Imigração, David Coleman, na terça-feira à noite. A Austrália é conhecida pela sua severa política de imigração. “Vou continuar o meu caminho para chegar a um país onde estarei segura”, disse Rahaf Mohammed Al-Qunun, numa das suas mensagens publicadas em árabe na rede social Twitter. O ACNUR considerou que a jovem saudita Rahaf Mohammed Al-Qunun, que fugiu para a Tailândia, é uma refugiada e pediu à Austrália que lhe concedesse asilo. Rahaf Mohammed Al-Qunun tinha previsto viajar para a Austrália, onde pretendia pedir asilo depois de receber ameaças de morte da sua família por ter rejeitado um casamento arranjado e também a religião islâmica, mas foi detida pelas autoridades tailandesas numa escala em Banguecoque no fim de semana passado. De férias no Kuwait com sua família, Rahaf Mohammed al-Qunun, de 18 anos, fugiu e aterrou no aeroporto de Banguecoque. As autoridades tailandesas queriam deportá-la para a Arábia Saudita na manhã de segunda-feira, mas Rahaf Mohammed al-Qunun barricou-se no seu quarto de hotel do aeroporto, de onde publicou mensagens desesperadas e vídeos na rede social Twitter, afirmando-se ameaçada de morte pela sua família caso regressasse a casa. A adolescente ficou sob a protecção do ACNUR depois de deixar o aeroporto da capital tailandesa. A jovem chegou no sábado ao aeroporto tailandês num voo a partir do Kuwait, onde aproveitou o facto de as mulheres não necessitarem de autorização dos seus “guardiões masculinos” para viajar, como ocorre na Arábia Saudita. As autoridades tailandesas informaram que o pai e um irmão de Rahaf Mohammed Al-Qunun estão em Banguecoque, mas a jovem recusou encontrar-se com ambos.
Hoje Macau China / ÁsiaEmbaixador chinês no Canadá acusa egoísmo ocidental e supremacismo branco [dropcap]O[/dropcap] embaixador da China no Canadá acusou na quarta-feira os dirigentes de Otava e os seus aliados de “egoísmo ocidental e supremacismo branco”, ao exigirem a libertação imediata de dois canadianos detidas por Pequim, acusadas de ameaça à segurança nacional. Em artigo publicado no The Hill Times, o embaixador da China, Lu Shaye, também acusou o Canadá pela detenção em 1 de Dezembro da directora financeira do grupo chinês de telecomunicações Huawei, que considerou “não ter fundamento”. Dois canadianos, o ex-diplomata Michael Kovrig e o consultor Michael Spavor, estão detidos desde há um mês na China, que os acusa de actividades “que ameaçam a segurança nacional”, uma fórmula utilizada frequentemente por Pequim para se referir a alegada espionagem. Pequim garante que estas detenções não estão relacionadas com a da directora financeira da Huawei, Meng Wanzhou, mas numerosos observadores veem aí uma medida de retorsão da China, irritada com a interpelação pelo Canadá da filha do fundador do grupo chinês, a pedido dos EUA. “Compreende-se que os canadianos se preocupem com os seus próprios cidadãos. Mas manifestaram inquietação ou simpatia com Meng [Wanzhou] depois da sua detenção ilegal e a sua privação de liberdade?”, escreveu o embaixador no jornal de Otava. “Parece que para algumas pessoas, apenas os cidadãos canadianos devem ser tratados de maneira humanitária e a sua liberdade considerada preciosa, enquanto os chineses não o merecem”, acrescentou. Para Lu Shaye, “a razão pela qual certas pessoas estão habituadas a dois pesos e duas medidas é devido ao egoísmo ocidental e ao supremacismo branco”. O primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, e o presidente norte-americano, Donald Trump, denunciaram, durante uma chamada telefónica, feita na segunda-feira, “a detenção arbitrária” de Kovrig e Spavor. A Alemanha, a Austrália, a França, o Japão, o Reino Unido e a União Europeia também deram o seu apoio ao Canadá nesta crise diplomática. Meng foi colocada em liberdade condicionada em Vancouver, Canadá, enquanto aguarda por uma decisão sobre a sua extradição para os Estados Unidos da América, que suspeitam do seu envolvimento numa fraude para contornar sanções ao Irão.