Hoje Macau SociedadeEconomia | Investimento directo externo caiu 79,9 por cento [dropcap]O[/dropcap] investimento directo do exterior em Macau sofreu uma queda de 79,9 por cento em 2017, atingindo 3,01 mil milhões de patacas. Segundo a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), a descida ficou a dever-se à redução do montante reservado para o reinvestimento, causada pela acentuada distribuição de dividendos por parte das empresas concessionárias do jogo, e ao reembolso de empréstimos junto dos investidores directos do exterior e das sociedades parceiras externas. Em termos de fluxos por actividade económica, os sectores financeiros e da construção registaram em 2017 valores de 5,37 mil milhões e de 1,13 mil milhões de patacas, respectivamente, enquanto o jogo teve um valor negativo (-3,05 mil milhões de patacas). A maior parte do investimento directo do exterior em Macau chegou das Ilhas Virgens Britânicas (6,11 mil milhões), da China (3,56 mil milhões) e de Hong Kong (3,33 mil milhões). O rendimento do investimento directo do exterior cifrou-se em 58,65 mil milhões de patacas, traduzindo uma subida de 20,4 por cento face a 2016.
Hoje Macau PolíticaGrande Baía | Agnes Lam participa em palestra organizada pela Associação de Ciência Política de Hong Kong [dropcap]A[/dropcap]gnes Lam, deputada à Assembleia Legislativa, participa, no próximo dia 3 de Novembro, numa palestra sobre a Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau organizada pela Associação de Ciência Política de Hong Kong. Além de Agnes Lam, participam Jorge Rangel, presidente do Instituto Internacional de Macau (IIM), o jornalista José Carlos Matias e os académicos Sonny Lo e Ming K. Chan. De acordo com o programa do fórum, os quatro participantes vão “delinear as ligações humanas, as vantagens sócio-culturais e as fortes raízes históricas que vão levar à fundação do soft-power que irá facilitar a integração regional na zona do Delta do Rio das Pérolas através de diversos projectos transfronteiriços no contexto da Grande Baía”. Será também estabelecido um quadro comparativo quanto à cooperação entre Macau, China e os países lusófonos e a baía de São Francisco, nos Estados Unidos, tendo em conta o investimento que aqui se fez na área da alta tecnologia. Destaque local A conferência organizada pela Associação de Ciência Política de Hong Kong irá também abordar vários ângulos da política local. Albert Wong, que se apresenta como académico independente, vai falar da temática “Um País, Dois Sistemas na prática de Macau: alguns casos de estudo”. De acordo com o programa, Albert Wong vai referir alguns casos ocorridos após a transição de soberania de Macau que revelam uma mudança de paradigma. “Macau, um território que depende em larga medida dos turistas do continente, vivenciou recentemente reacções inesperadas no que diz respeito às políticas ligadas ao continente”, lê-se no comunicado que apresenta o evento. O autor dá como exemplo, entre outros, a aposta que o Governo quer fazer na implementação da educação patriótica nas escolas. Jean A. Berlie, da Universidade de Educação de Hong Kong, vai falar da questão “Macau e Timor-Leste: Local e Global”, enquanto Bruce Kwong, professor da Universidade de Macau (UM), apresenta um estudo sobre “Legislação bilingue no sistema trilingue da RAEM”. Brian Ho, também professor universitário na UM, vai abordar a “Gestão de crises e melhoria da governação: os casos dos tufões Hato e Mangkhut em Hong Kong e Macau”.
Hoje Macau PolíticaDifamação | Wong Sio Chak sem comentários sobre Au Kam San [dropcap]O[/dropcap] secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, escusou-se no sábado a comentar a possibilidade de ser instaurado um processo por difamação contra o deputado Au Kam San que acusou as autoridades de realizarem escutas ilegais. Wong Sio Chak afirmou não ser adequado falar neste momento, dado que a PJ está a analisar a situação, acreditando que muito em breve serão divulgadas informações relativas ao caso. Na semana passada, Au Kam San afirmou que não vai pedir desculpa pelas declarações que proferiu, tal como exigiu a PJ sob pena de avançar com um processo contra o deputado.
Hoje Macau PolíticaEscutas | Levantamento de sigilo das comunicações em crescendo [dropcap]N/dropcap]o ano judicial 2016/2017, o Juízo de Instrução Criminal (JIC) recebeu 572 processos relativos a escutas ou acesso a outros registos de comunicação protegidos por lei, mais 74 por cento, comparativamente a 2014/2015 noticiou a Rádio Macau. A tendência de aumento não tem, contudo, sido acompanhada por um maior número de investigações, de acordo com a emissora, que cita relatórios do ano judiciário, editados pelo gabinete do presidente do Tribunal de Última Instância.
Hoje Macau PolíticaSaúde | Alexis quer lei para combater alcoolismo jovem O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, está a equacionar uma lei para evitar o aumento do consumo de álcool entre os jovens. Segundo Tam, o consumo de bebidas alcoólicas pode ser feito de forma moderada, mas entre os mais novos é necessário mais cautela, uma vez que pode resultar em casos de alcoolismo. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, o secretário abordou igualmente o tabagismo e defendeu que devido à introdução de leis mais restritivas, nos últimos anos, tem vindo a diminuir entre os mais jovens. Contudo, Alexis Tam diz que todo este combate contra o tabagismo não pode ser feito de uma única vez e que vai levar mais tempo.
Hoje Macau China / Ásia MancheteSecretário dos Transportes de Hong Kong desconhece data de abertura da ponte HZM [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] secretário para os Transportes de Hong Kong afirmou desconhecer quando a ponte que liga a cidade a Macau e a Zhuhai vai abrir à circulação, desmentindo que a abertura ocorra no final deste mês. “[Sobre a abertura] da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau no final deste mês, devo dizer que, para mim, isto é uma novidade. Não tenho qualquer ideia de quando a ponte vai abrir” à circulação, declarou Frank Chan Fan, no final de um programa de rádio em que participou no sábado, de acordo com o jornal South China Morning Post. O secretário para os Transportes e Habitação da antiga colónia britânica afirmou que as três cidades continuam à espera que o Governo central dê “luz verde” para a inauguração. Há 15 dias, à margem da cerimónia do 69.º aniversário da implantação da República Popular da China, também o chefe do Executivo de Macau, Chui Sai On, admitiu aos jornalistas desconhecer a data de abertura e indicou que a mesma será divulgada “em tempo oportuno”. As autoridades de Hong Kong, Macau e Zhuhai realizaram, no final do mês passado, três dias de testes na ponte. Os resultados destes testes foram enviados para Pequim e deverão determinar a data de abertura, indicou o diário. Considerada a maior travessia marítima do mundo, a ponte é um marco do projeto de integração regional da Grande Baía, que visa criar uma metrópole mundial a partir dos territórios de Hong Kong, Macau e nove localidades da província chinesa de Guangdong (Cantão, Shenzhen, Zhuhai, Foshan, Huizhou, Dongguan, Zhongshan, Jiangmen e Zhaoqing). A estrutura principal mede 29,6 quilómetros, com uma secção em ponte de 22,9 quilómetros e um túnel subaquático de 6,7 quilómetros, numa extensão total de 55 quilómetros. A construção começou em 2011 e previa-se a abertura para 2016, mas vários problemas, como acidentes de trabalho, uma investigação de corrupção, obstáculos técnicos e derrapagens orçamentais obrigaram a um adiamento da inauguração.
Hoje Macau Manchete PolíticaConferência ministerial do Fórum Macau adiada para 2020 [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] sexta conferência ministerial do Fórum Macau, prevista para o próximo ano, foi adiada para 2020, foi anunciado na sexta-feira em comunicado do Gabinete de Comunicação Social. A decisão foi avançada na reunião de quinta-feira da comissão para o desenvolvimento da plataforma de serviços para a cooperação comercial entre a China e os países de língua portuguesa, presidida pelo chefe do Executivo de Macau, Chui Sai On. Em declarações à Rádio Macau, a secretária-geral do Fórum Macau, Glória Batalha, indicou que a reunião “vai ser adiada para não coincidir com eventos de alto nível, como a próxima eleição para o cargo do chefe do Executivo”. Além da eleição do chefe do Executivo, assinalam-se em 2019 “os 20 anos da transição de Macau para a China”, acrescentou a responsável do Fórum Macau. Glória Batalha adiantou que “a data de 2020 já teve o aval da China”. O Fórum Macau, criado em 2003 por Pequim, reúne-se a nível ministerial a cada três anos, tendo o último encontro decorrido em em outubro de 2016. Em 2017, as trocas comerciais entre a China e a Lusofonia fixaram-se em 117.588 milhões de dólares (cerca de 96 mil milhões de euros), verificando-se um crescimento de 29,4%.
Hoje Macau DesportoMick Schumacher, filho de Michael Schumacher, sagra-se campeão europeu de Fórmula 3 [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] piloto alemão Mick Schumacher, filho do antigo heptacampeão mundial de Fórmula 1 Michael Schumacher, sagrou-se este sábado campeão europeu de Fórmula 3, no circuito de Hockenheim, na Alemanha. Mick Schumacher, de 19 anos, foi segundo classificado na segunda corrida da 10.ª e última ronda da temporada e assegurou o título, igualando o feito do seu pai, que venceu o troféu em 1990. O piloto alemão, que iniciou a sua carreira em 2008 com o nome de Mick Betsch (nome de solteira da mãe), teve um início de época discreto, mas acabou por vencer oito das últimas 15 corridas. Michael Schumacher, sete vezes campeão do mundo de Fórmula 1, encontra-se em estado vegetativo desde dezembro de 2013, devido a um grave acidente de esqui, ocorrido nos Alpes franceses.
Hoje Macau EventosFilósofo José Gil diz que “Tudo o que resulta das velhas verdades falhou” [dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]om um elogio ao inconsciente na formação do conhecimento, o filósofo e ensaísta José Gil defende que é nesse inconsciente e no caos que ele provoca que podem estar as novas soluções para os antigos problemas atuais. “Tudo o que resulta das velhas verdades falhou”, disse o filósofo, numa sessão na Escola das Artes da Universidade Católica do Porto, onde apresentou o seu livro mais recente, “Caos e Ritmo”. Num final de tarde de meteorologia incerta, o ensaísta e filósofo dissertou sobre o caos como origem das certezas, a partir dos fragmentos de ideias que “possam entrar numa continuidade consistente”. “Se olharmos para a Arte, para a Cultura, para a Ciência, para os princípios morais, encontramos constantemente fragmentos, a que nos referimos como um caos”, explica José Gil, dizendo que é nesse caos fragmentado que devemos procurar as explicações para o que nos rodeia, rejeitando muita da lógica que até agora considerámos válida. “Temos de conseguir unir o que é heterogéneo”, acrescenta o pensador, numa evidente referência às atuais questões da inclusão e dos riscos da manipulação. “As ‘fake news’ são um aspeto não completado do estilhaçamento do real”, diz José Gil. José Gil fala ritmadamente, com argumentos que se percebe terem nascido de reflexões construídas com a avidez de quem gosta de interrogar tudo, pensar tudo. Mas afinal, o que é pensar? A questão é central no livro “Caos e Ritmo”, mas o problema dilui-se rapidamente em mil fragmentos de temas que se acumulam nas 504 páginas recentemente editadas pela Relógio d’Água, num livro em acabamento de capa mole. E essas duras dúvidas foram repetidas de diferentes maneiras, como se esmiuçadas de diferentes perspetivas, na sessão na Escola das Artes, da Universidade Católica do Porto. A conversa decorreu num palco improvisado ao lado de um auditório que se chama Ilídio Pinho, o nome do empresário de Vale de Cambra que fez fortuna com embalagens metálicas, na base de uma Fundação com várias iniciativas de mecenato, uma questão que Gil também questiona, sem o abordar diretamente, mas deixando o tema pairar, quando fala da questão da sustentabilidade do ato de pensar, na era da ‘cultura negócio’. Mas o que move José Gil é mais a compreensão de como o caos pode criar ritmo, e o ritmo, por sua vez, a ordem, onde, no final, tudo se sustenta. José Gil é um ensaísta português, nascido em Moçambique em 1939, com formação matemática antes de transitar para a filosofia, onde tem praticado a sua imensa curiosidade, derramada em diversos livros, que atravessam décadas com reconhecido prestígio. O semanário francês Le Nouvel Observateur colocou-o na lista dos 25 pensadores mais influentes do planeta, no mesmo ano em que recebeu o Prémio P.E.N. Clube Português de Ensaio (2005). José Gil foi também distinguido com o Prémio Vergílio Ferreira (2012), da Universidade de Évora. Nenhuma destas distinções parece afetar no seu discurso, que apenas formalmente se afigura distanciado do mundo real em que assenta o seu conhecimento, mas que, na verdade, constantemente regressa a esse real. Como quando, na sua reflexão, hoje, na Escola das Artes, José Gil remeteu para exemplos da atualidade: da atualidade que nos interpela, mas também da atualidade que nos aliena dessa mesma realidade, por discursos que intermedeiam a nossa compreensão do que se passa à nossa volta. Também por isso a linguagem é tão importante: porque ela corporiza o pensamento e revela o inconsciente. “Porque é necessário que se explique à criança a sua enfermidade e a sua diferença relativamente às crianças normais? Porque só assim ela poderá adquirir uma imagem inconsciente do corpo sã”, escreve José Gil logo nas páginas iniciais de “Caos e Ritmo”. A liberdade da palavra é um dos pilares essenciais do pensamento de José Gil, nesta obra, como na sessão no Porto, onde fala dessa linguagem como arma privilegiada para combater as ameaças totalitárias, fundadas na negação da heterogeneidade, aí considerada uma representação de um caos incompreendido e indesejado. Essa linguagem, por vezes, remete para um nível de compreensão da realidade que colide com a lógica tradicional, o que ajuda a explicar por que na área da psiquiatria são os chamados “feiticeiros” aqueles que mais eficácia podem conseguir na cura, sendo esses “feiticeiros” exatamente os psiquiatras que desafiam o pensamento tradicional sobre o funcionamento da mente humana, explicou José Gil na Escola das Artes da Universidade Católica do Porto. A “magia” dos “feiticeiros” ‘cozinha-se’ ao nível do inconsciente, diz o pensador, remetendo para essa arquitetura de soluções não-lógicas que se desenvolvem inesperadamente nas mais diferentes áreas, seja na Medicina, na Matemática ou na Filosofia. A verdade é que José Gil acredita que tudo tem regras – seja um bailado, um poema, um algoritmo, ou uma posição de ioga – mas essas regras nem sempre são conscientes. E é nessa ordem das coisas que a razão, a razão pura Kantiana (a tese de Mestrado de José Gil foi sobre Kant), procura ocultar aquilo que pode ser uma explicação para o sentido da vida, se existisse um sentido da vida (o tema pairou no debate, mas nunca lá aterrou). Mas não será a ameaça de uma catástrofe planetária a negação dessa ordem? Ou pelo menos, da sua afirmação pela razão ordenada pelo ritmo? “A ameaça está aí…”, foi a única resposta que o pensador deixou, na sessão do Porto, olhando a plateia, como se a interpelasse para mil outras perguntas, fragmentadas.
Hoje Macau EventosFamília de Prince pede a Trump que deixe de usar a música do cantor nos comícios [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] família de Prince pediu ao Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, que deixe de usar a música do cantor, falecido em 2016, durante os seus comícios, como tem ocorrido por várias vezes. “Os herdeiros de Prince nunca deram a sua autorização ao Presidente Trump ou à Casa Branca para utilizar as canções de Prince e pedem que parem imediatamente qualquer utilização”, escreveu na rede social Twitter Omarr Baker, meio-irmão de Prince Rogers Nelson, de seu verdadeiro nome. Solicitado pela France-Press a comentar, a comissão de campanha de Trump não respondeu. Vários meios de comunicação norte-americanos avançaram que a equipa de campanha de Trump teria usado a canção emblemática de Prince ‘Purple Rain’ em vários comícios. Este é o mais recente caso de uma longa lista de artistas cujos herdeiros, ou eles próprios, solicitaram a Trump que não utilize a sua música durante os seus comícios. Rolling Stones, Adele, Neil Young, R.E.M., Aerosmith ou Queen, bem como os herdeiros de George Harrison, denunciaram o uso das suas obras durante as reuniões republicanas.
Hoje Macau Internacional MancheteBrasil/Eleições: Fernando Haddad admite erros passados na gestão de empresas públicas [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] candidato de esquerda às presidenciais do Brasil, Fernando Haddad, admitiu “erros cometidos no passado” na gestão de empresas públicas. Numa visita a um bairro de habitação social nos arredores de São Paulo, o candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) disse que, se for eleito, pretende aplicar um sistema de controlo à gestão de empresas públicas para evitar “erros cometidos no passado”. Fernando Haddad afirmou que, quando era ministro da Educação, entre 2005 e 2012, havia um “serviço de controlo interno muito forte”. “Não tivemos nenhum problema com a corrupção quando houve um dos maiores orçamentos no Governo”, alegou o candidato, ‘contaminado’, no entanto, por numerosos escândalos de corrupção que ocorreram sob o governo do Partido dos Trabalhadores liderado pelo ex-Presidente Lula da Silva. O PT governou o Brasil durante 13 anos, de 2003 a 2016, um período que começou com os dois mandatos de Lula da Silva (2003-2010) e terminou com a demissão de Dilma Rousseff (2011-2016). Desde 2014 a operação “Lava-Jato”, considerada a maior investigação contra a corrupção no Brasil, revelou um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo empresas públicas como a petrolífera Petrobras. O ex-Presidente Lula da Silva é acusado de ter recebido um apartamento à beira-mar de uma construtora em troca de favores na concessão de contratos públicos relacionados com a Petrobras, mas nega qualquer irregularidade. Condenado em 2017 por corrupção e lavagem de dinheiro, cumpre uma pena de 12 anos e um mês de prisão desde Abril. Na primeira volta das eleições presidenciais, que decorreu no passado domingo, Fernando Haddad obteve 29 por cento dos votos, contra 46 por cento do candidato de extrema-direita Jair Bolsonaro, o principal favorito A segunda volta realiza-se em 28 de outubro. Bolsonaro “fomenta a violência, incluindo a cultura de violação” Fernando Haddad, afirmou que o seu oponente de extrema-direita, Jair Bolsonaro, “fomenta a violência, incluindo a cultura de violação”, a duas semanas da segunda volta. Numa entrevista exclusiva à agência France-Presse (AFP), o candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) defendeu que “armar a população não irá resolver nada”, referindo-se às polémicas proposta de Bolsonaro. Bolsonaro tem defendido os valores tradicionais da família cristã, o porte de armas e ‘prega’ que o combate à violência no Brasil, país que atingiu a marca de 63.800 homicídios em 2017, deve ser feito de forma violenta pelas autoridades. Na primeira volta das eleições presidenciais, que decorreu no passado domingo, Fernando Haddad obteve 29 por cento dos votos, contra 46 por cento do candidato de extrema-direita Jair Bolsonaro, o principal favorito. A segunda volta realiza-se em 28 de outubro.
Hoje Macau ReportagemCrianças dos PALOP com problemas cardíacos acolhidas por instituição portuguesa [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] número 33, no Catujal, concelho de Loures, foi o espaço escolhido para acolher, tratar e acompanhar crianças dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) com problemas cardíacos, cujos tratamentos nos seus países de origem são limitados. Em declarações à agência Lusa, Igor Rodrigues, responsável pela Casa Damião, explicou que a instituição surgiu através de “um colectivo de religiosos – a Congregação dos Sagrados Corações – que fundaram a Casa Damião” para dar “mais dignidade, segurança e conforto no acompanhamento destas crianças”. O responsável pela Casa Damião assistiu ao surgimento, em abril de 2013, da instituição que realiza um acolhimento temporário, pré e pós-hospitalar, para crianças e jovens, com especial atenção para as crianças da Guiné-Bissau. “No âmbito dos protocolos de colaboração na saúde entre o Estado português e os países africanos de língua oficial portuguesa, Guiné-Bissau é o país que apresenta maiores debilidades e fragilidades na saúde, daí o nosso foco ser estas crianças da Guiné-Bissau”, salientou. Durante a visita pela casa, que tem capacidade para receber até sete crianças, Igor Rodrigues referiu que esta instituição acompanha as crianças desde que chegam, até ao regresso do seu país de origem, assegurando alojamento, alimentação, vestuário e educação durante o período em que estão em Portugal. “O que nós fazemos aqui é dar o acompanhamento pré e pós hospitalar, e também damos a continuidade, ou seja, acompanhamos as crianças também em contexto hospitalar”, referiu. A Casa Damião conta com o apoio de uma equipa composta por duas enfermeiras e um médico pediatra que permitem dar continuidade ao tratamento pré e pós hospitalar. Lígia Sousa é enfermeira e divide o seu tempo entre o Centro de Saúde onde trabalha e a instituição e considera que é fundamental que as crianças saiam da Casa Damião com o conhecimento necessário para uma toma correta da medicação. “Após recuperadas [as crianças], fazemos a preparação para o regresso ao país de origem. E, nesta fase é muito importante capacitar a criança para a autogestão das questões de saúde e da terapêutica, para que a continuidade dos cuidados seja feita no seu país”, sublinhou. De forma a garantir que todo o processo seja cumprido, esta instituição tem o apoio de uma organização não-governamental (ONG) espanhola. “Nós temos um parceiro que colabora connosco e está no terreno que é uma ONG, a AIDA [Ajuda Intercâmbio e Desenvolvimento], que garante que todos estes cuidados serão dados no país de origem das crianças. E, isto é uma mais-valia, porque garante que a criança, não só vai cumprir a terapêutica, vai fazer todos os cuidados que são necessários, as consultas de rotina, como também uma participação junto da família para garantir que todos os processos e cuidados são prestados da melhor maneira”, indicou. Ao longo de seis anos de trabalho, a Casa Damião já apoiou 24 crianças, grande parte com patologias cardíacas, e pretende no próximo ano receber mais 12. Um objetivo traçado por Igor Rodrigues, que apela ao apoio de novos investidores sociais para dar continuidade ao projeto. “A Congregação [dos Sagrados Corações] tem financiado a Casa Damião. Neste momento, neste último semestre, foi-nos comunicado que vão sair de Portugal e só temos financiamento até dezembro. E, portanto, estamos à procura para o ano de 2019 de novos investidores sociais, que nos permitam continuar a salvar a vida destas crianças”, alertou. Numa casa onde neste momento estão quatro crianças o trabalho dos voluntários também é valorizado. Camilo Pimental é voluntário desde o primeiro dia em que a Casa Damião surgiu e é com um sorriso que afirma que observar a recuperação das crianças e proporcionar uma perspectiva de vida “tem sido de facto uma coisa muito boa”. Este voluntário recordou a história de um jovem que, apesar do seu estado frágil, “estava sempre bem disposto e conseguia sempre dar a volta às situações”. Também Igor Rodrigues lembrou um episódio de um jovem que chegou à instituição em 2015 “numa fase muito debilitada”. “Ele basicamente chegou cá entre a vida e a morte e conseguimos garantir a recuperação e a reabilitação dele para poder regressar ao seu pais de origem”, referiu. Para a enfermeira Lígia Sousa, o trabalho na instituição “dá imenso estímulo”, pois conseguem “ver a evolução e a diferença” que fazem na vida destas crianças.
Hoje Macau DesportoGolfista português Pedro Figueiredo cai para 22.º no Hainan Open [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] golfista português Pedro Figueiredo para o 22.º lugar do Hainan Open, torneio do ‘Challenge Tour’ que se disputa na China, ao marcar 74 pancadas, duas acima do par, na terceira volta. Depois de concluir a primeira volta no sexto lugar e a segundo no 15.º, com 68 e 71 pancadas, respetivamente, Pedro Figueiredo baixou mais sete posições, ao entregar um cartão com um ‘birdie’ (uma pancada abaixo do par) e três ‘bogeys’ (uma acima). No total, o golfista luso soma 213 pancadas, três abaixo do par, estando igualado com mais nove jogadores. O olímpico português José-Filipe Lima também participou na prova, mas não passou o ‘cut’, ao fechar a segunda volta com 149 pancadas (76+73), cinco acima do par. A prova é liderada pelo finlandês Kalle Samooja, com 202 pancadas, 14 abaixo do par.
Hoje Macau EventosVencedor do Prémio LeYa de Literatura é conhecido na próxima semana com júri renovado [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] vencedor do Prémio LeYa de Literatura, o maior galardão para uma obra inédita escrita em língua portuguesa, no valor monetário de 100 mil euros, com a edição pelo grupo editorial, é anunciado no próxima quarta-feira. O júri da edição deste ano do prémio, a 10.ª, revela alterações, com as saídas do escritor angolano Pepetela e dos professores e críticos brasileiros José Castelo e Rita Chaves, que são rendidos pela escritora angolana Ana Paula Tavares, a jornalista e crítica literária portuguesa Isabel Lucas e o editor, jornalista e tradutor brasileiro Paulo Werneck, segundo comunicado do grupo LeYa, enviado à agência Lusa. “No seu décimo aniversário, o Prémio LeYa apresenta este ano novidades no seu júri. Perante a saída do escritor angolano Pepetela e dos professores e críticos brasileiros José Castelo e Rita Chaves – os quais, desde já, homenageamos pela excelente colaboração de muitos anos com o prémio -, passam este ano a fazer parte do júri do Prémio LeYa a escritora e poeta angolana Ana Paula Tavares, a jornalista e crítica literária portuguesa Isabel Lucas e o editor, jornalista e tradutor brasileiro Paulo Werneck”. O escritor Manuel Alegre mantém a presidência do júri, do qual continuam a fazer parte Lourenço do Rosário, professor de Letras e ex-reitor da Universidade Politécnica de Maputo, José Carlos Seabra Pereira, professor de Literatura Portuguesa na Universidade de Coimbra, e o escritor e poeta Nuno Júdice. Segundo a mesma fonte, o júri “vai reunir-se na sede da LeYa, em Alfragide, no concelho da Amadora, nos arredores de Lisboa, nas próximas terça e quarta-feira, “estando o anúncio da decisão quanto ao romance vencedor agendado para as 12:00 da próxima quarta-feira, no mesmo local”. Ao galardão candidataram-se este ano, 348 originais provenientes de 13 países, segundo a mesma fonte, adiantando que a maioria provém de Portugal e Brasil, porém realçou que chegaram “obras de países tão diversos como Espanha, França, Inglaterra, Alemanha, Estados Unidos, China ou até mesmo da Islândia”. No ano passado, o vencedor foi o romance “Os Loucos da Rua Mazur”, de João Pinto Coelho. O galardão foi atribuído pela primeira vez em 2008, ao brasileiro Murilo Carvalho, pelo romance “O Rastro do Jaguar”, e por duas vezes não foi atribuído – em 2010 e em 2016 -, dada a qualidade dos originais a concurso, segundo justificou então o júri. “O Olho de Hertzog”, de João Paulo Borges Coelho, venceu o prémio em 2009, “O Teu Rosto Será o Ultimo”, de João Ricardo Pedro, em 2011, “Debaixo de Algum Céu”, de Nuno Camarneiro, foi o vencedor em 2012, ao qual se sucedeu “Uma Outra Voz”, de Gabriela Ruivo Trindade, em 2013. Em 2014 venceu o romance “O Meu Irmão”, de Afonso Reis Cabral, e, em 2015, “O Coro dos Defuntos”, de António Tavares.
Hoje Macau InternacionalBrasil/Eleições | Bolsonaro diz que limitará privatizações na energia e ações da Eletrobras caem [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] candidato às presidenciais brasileiras Jair Bolsonaro disse, na noite de terça-feira, que não irá privatizar os ativos na área da energia elétrica, declarações que causaram uma queda acentuada nas ações da empresa Eletrobras. Jair Bolsonaro disse que “de jeito nenhum” era capaz de vender os ativos de produção de energia elétrica, uma posição contrária aos planos do governo atual de Michel Temer, com a emissão de ações e diminuição da participação na Eletrobras – empresa dona de subsidiárias do setor como a Furnas e a Chesf. Como consequência das declarações do candidato, as ações da Eletrobras recuaram cerca de 14%, enquanto que as da empresa petrolifera Petrobras caíram 3,7%. Segundo o candidato da extrema-direita, é possível “conversar” sobre privatização do setor de distribuição de eletricidade, mas não dos de geração. No caso das distribuidoras de energia elétrica, o atual governo já privatizou quase todas as companhias da Eletrobras, à exceção da unidade no Amazonas, cujo leilão está previsto para 25 de outubro, e a de Alagoas, uma operação suspensa provisoriamente por decisão do Supremo Tribunal Federal. Em entrevista à TV Bandeirantes, Bolsonaro mostrou-se ainda preocupado com a venda de ativos de energia elétrica para empresas chinesas, que têm realizado aquisições de diversas companhias privadas, como a CPFL Energia, hoje controlada pela State Grid, uma empresa estatal chinesa de eletricidade. “Quando se vai privatizar, privatiza-se para qualquer capital do mundo? A China não está a comprar no Brasil, ela está a comprar o Brasil. Vamos deixar o Brasil nas mãos dos chineses?” – questionou Bolsonaro. “Suponha que você tem um galinheiro no fundo da sua casa e vive dele. Quando privatiza, você não tem a garantia de comer um ovo cozido” comparou Bolsonaro. “Nós vamos deixar a energia nas mãos de terceiros?” – questionou ainda, segundo o jornal Folha de São Paulo. Bolsonaro afirmou que o Brasil tem cerca de 150 empresas estatais, e prometeu que, caso seja, eleito, as que “dão prejuízo” serão vendidas imediatamente, ou até extintas. “Para mim, na energia elétrica não vamos mexer”, disse o candidato do Partido Social Liberal (PSL) à segunda volta das presidenciais. No caso da petrolífera estatal, a Petrobras, Bolsonaro afirmou que o “miolo tem que ser conservado”, mas lembrou que a companhia não tem recursos para explorar o “pré-sal”, uma área de reservas petrolíferas a grande profundidade, que fica debaixo de uma profunda camada de sal. “Rebentaram com a Petrobras. E daqui, 20, 25, 30 anos, a energia será outra. Nós temos tecnologia, mas não temos recursos para explorar”, afirmou Jair Bolsonaro. O candidato do PSL disse ainda ser favorável à redução de impostos de combustível: “O país não pode ter uma política predadora no preço do combustível para salvar a Petrobras e matar a economia brasileira”. Haddad diz-se disposto até a ir a uma enfermaria para debater com Bolsonaro O candidato presidencial do Partido dos Trabalhadores (PT, esquerda), Fernando Haddad, disse que está disposto a ir até a uma enfermaria para debater com o seu opositor, Jair Bolsonaro, que tem evitado ações públicas por indicação dos médicos. “Nós temos que passar a limpo muita coisa” e, para isso, “vou à enfermaria de sua escolha, não tem problema, os brasileiros precisam saber a verdade, se houver informações falsas, vamos cuidar disso como adultos e não fazendo criancices na internet contando com a boa-fé das pessoas que são crédulas””, afirmou Haddad, numa conferência de imprensa com a imprensa internacional. “Muita gente acredita no que recebe no WhatsApp. Você não tem o contraditório, no debate você tem. Vou em qualquer ambiente que ele quiser, no mais cómodo, eu prometo inclusive moderar o tom, não vou stressar [com] ele, vou falar da forma mais calma possível, docemente”, disse Fernando Haddad, reagindo à notícia de hoje que indica que o Bolsonaro não irá participar no debate agendado para quinta-feira. Bolsonaro foi vítima de um atentado em setembro durante um comício na cidade brasileira de Juiz de Fora e, desde então, permanece afastado de compromissos públicos seguindo recomendações médicas. Uma equipa médica avaliou o estado de saúde do candidato e recomendou que falte ao primeiro debate da segunda volta das presidenciais, marcado para a próxima quinta-feira. Em resposta, Haddad disse estar disponível para qualquer solução que permita a discussão das propostas políticas para o país. “Faço o que ele quiser para ele falar o que pensa e debater pelo país”, acrescentou. Sobre a polarização que divide Brasil, palco de confrontos entre apoiantes de esquerda e direita nas redes sociais e em ações de rua, Haddad admitiu que o país enfrenta um problema. “Estamos enfrentando um enorme desafio, porque todo ‘establishment’ brasileiro [empresários, agentes do mercado e forças conservadores] apoiam a candidatura da extrema-direita”, disse. Contudo, “se conseguirmos unir os partidos progressistas, enviaremos uma mensagem importante para o país, que enfrenta muitos riscos hoje, e não podemos perder a oportunidade de dizer um ‘basta’ para a escalada da violência”, acrescentou. Na entrevista, o candidato de esquerda também falou sobre a crise na Venezuela, defendendo uma maior liderança diplomática do Brasil para mediar a resolução dos conflitos naquele país.
Hoje Macau China / ÁsiaCapital Airlines quer voos directos entre Xi’an e Lisboa [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] companhia aérea chinesa Capital Airlines pediu autorização às autoridades chinesas para iniciar um voo directo entre Xi’an, noroeste da China, e Lisboa, depois de ter suspendido, este mês, a ligação a partir de Pequim. Segundo um comunicado da Administração da Aviação Civil da China, a que a agência Lusa teve acesso, a empresa quer arrancar com o novo voo em Dezembro deste ano. A informação detalha que o voo terá duas frequências por semana e ficará a cargo dos aviões Airbus A330, com capacidade máxima para 440 passageiros. Com cerca de 12 milhões de habitantes, Xi’an é a capital da província de Shaanxi, a cerca de mil quilómetros de Pequim. Trata-se de uma das mais importantes cidades da China Antiga, servindo de capital ao longo de dez dinastias, incluindo os Qin (255 a 206 a.C.), Han (206 a.C. a 220 d.C.) e Tang (618 d.C. a 907 d.C.), e acolhe o ‘Exército de Terracota’, uma das principais atracções turísticas do país. O pedido da Capital Airlines surge no mesmo mês em que suspendeu o voo direto, entre Hangzhou, na costa leste da China, e Lisboa, com paragem em Pequim, lançado a 26 de julho de 2017, com três frequências por semana. Contactada pela Lusa na altura em que anunciou a suspensão do voo, a empresa recusou detalhar os motivos, referindo apenas “razões operacionais”. No primeiro ano que voou para Portugal, a Capital Airlines transportou mais de 80 mil passageiros, segundo dados divulgados por altura do aniversário. A taxa média de ocupação do voo fixou-se nos 80%, nos meses mais fracos, enquanto na época alta superou os 95%. Em dívida A Capital Airlines é uma das subsidiárias do grupo chinês HNA, que enfrenta uma grave crise de liquidez, depois de ter fechado o ano passado com uma dívida de 598 mil milhões de yuan, de acordo com os dados divulgados na apresentação dos resultados anuais da empresa. A escalada nos custos de financiamento desencadeou uma onda de venda de activos do grupo, que tem sido um dos principais visados das advertências das autoridades chinesas sobre “investimentos irracionais” no estrangeiro, que podem “acarretar riscos” para o sistema financeiro chinês. No lançamento da ligação aérea, o primeiro-ministro português, António Costa, disse esperar que os voos directos Lisboa-Pequim fossem um reforço de Portugal como “grande ‘hub’ intercontinental” (centro de operações). A afirmação de António Costa foi feita a 11 de julho de 2017 durante a cerimónia de inauguração dos voos directos Lisboa-Pequim, com a presença do presidente do parlamento da China, Zhang Dejiang, em visita a Portugal. Para António Costa, a abertura da rota Lisboa-Pequim tem um “enorme simbolismo” e “é a nova rota da seda do século XXI”.
Hoje Macau China / Ásia MancheteEconomia | Pequim pede ao Canadá que proteja livre comércio [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China pediu ontem ao Canadá que proteja o comércio livre e rejeite medidas proteccionistas, numa aparente referência ao novo acordo comercial com Washington, que permite aos EUA travarem um acordo comercial entre Otava e Pequim. O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, pediu a Otava que trabalhe em conjunto com a China para avançar com o acordo de livre comércio China-Canadá, durante uma conversa por telefone com a homóloga canadiana, Chrystia Freeland. O apelo de Pequim surgiu dias após a conclusão das negociações para o acordo EUA-México-Canadá [USMCA, na sigla em inglês], que dá a Washington o direito de vetar um acordo entre os países vizinhos e uma “economia que não seja de mercado”, numa referência à China. “A China espera que o Canadá adopte medidas concretas para proteger o comércio livre com a China, e que avance com a zona de comércio livre China-Canadá”, afirmou Wang Yi, segundo um comunicado difundido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. “[Pequim] opõe-se a qualquer tipo de proteccionismo e comportamento que revele critérios duplos”, acrescentou. “Nenhuma tentativa que vise travar a modernização da China será bem sucedida”, sublinhou. De acordo com o comunicado do Ministério chinês, Chrystia Freeland afirmou que o USMCA “não deve prejudicar os interesses legítimos” de outros países, e que o Canadá vai continuar a negociar acordos de livre comércio. Esta semana, o secretário do Comércio norte-americano, Wilbur Ross, afirmou que Washington vai tentar incluir a mesma cláusula em outros acordos, nomeadamente com a UE, o Japão e o Reino Unido. Criticas e protestos A embaixada chinesa em Otava condenou já o artigo 32.10 do USMCA, afirmando que “fabrica noções do que é, ou não, uma economia de mercado fora do quadro da Organização Mundial do Comércio (OMC)” e serve de “desculpa para alguns países fugirem às suas obrigações e recusarem cumprir os seus compromissos internacionais”. Na mesma nota, a embaixada chinesa protestou contra a “atitude hegemónica” dos EUA e disse “sentir pena” pelo Canadá, por ter renunciado à soberania económica. A postura norte-americana ilustra a crescente bipolarização em torno das disputas comerciais entre Pequim e Washington, à medida que os EUA tentam isolar a China, visando contrariar as ambições chinesas no sector tecnológico. O Presidente norte-americano, Donald Trump, impôs já taxas alfandegárias sobre 250 mil milhões de dólares de importações oriundas do país asiático. “O risco de a China e os EUA entrarem numa nova guerra fria está a aumentar”, admitiu recentemente Tu Xinquan, professor na Universidade de Economia e Negócios Internacionais de Pequim. Os EUA, a UE e o Japão recusam reconhecer a China como “economia de mercado”, por considerarem que a intervenção do Estado chinês a nível económico continua a ser forte.