Israel não confirma cessar-fogo anunciado pelo Hamas

[dropcap style=’circle’] O [/dropcap] ministro dos Serviços Secretos de Israel escusou-se ontem a confirmar o cessar-fogo anunciado pelo movimento de resistência islâmica Hamas e prometeu cobrar os disparos contra o território israelita na terça-feira. “Israel não quer que a situação se deteriore, mas quem quer que tenha começado a violência deve pará-la”, assim, “Israel fará [o Hamas] pagar o preço por todos os disparos contra Israel”, disse Yisrael Katz, numa entrevista à rádio estatal, sem confirmar o acordo.

Em contrapartida, os militantes do Hamas garantiram esta manhã ter negociado um cessar-fogo com Israel. “Os mediadores egípcios intervieram assim que a resistência conseguiu pôr fim às agressões”, disse o vice-chefe do Hamas em Gaza, Khalil al-Haya, acrescentando que os “militantes em Gaza se comprometerão com o cessar-fogo enquanto Israel também o fizer”.

Em resposta a estas declarações, o ministro da Educação de Israel, Naftali Bennett, declarou à rádio do exército que “nenhum acordo foi alcançado ainda”.

Na terça-feira, também a Jihad islâmica deu conta da conclusão de um acordo de cessar-fogo entre os movimentos palestinianos e Israel, sob mediação do Egipto, após um dia de confrontos na fronteira da Faixa de Gaza, um mais graves entre Israel e os grupos armados palestinianos desde a guerra de 2014.

Os braços armados dos movimentos islamitas palestinianos Hamas e Jihad Islâmica reivindicaram, num raro comunicado em conjunto, a responsabilidade dos disparos de granadas de morteiro e de foguetes em direcção a Israel a partir da Faixa de Gaza.

Em resposta aos disparos, Israel já declarou ter atingido 60 objectivos militares ligados ao movimento de resistência islâmica Hamas, na Faixa de Gaza.

O Egipto, antiga potência dominante em Gaza e um dos dois únicos países árabes que mantêm relações oficiais com Israel, desempenha tradicionalmente a função de intermediário com os grupos palestinianos.

31 Mai 2018

Acentuam-se medidas de prevenção contra dengue e zika

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap]s Serviços de Saúde anunciaram ontem que vão intensificar as medidas de prevenção e as acções de eliminação de mosquitos, para reduzir o risco de propagação da febre de dengue e do vírus Zika.

As medidas de prevenção vão ser aplicadas “em 122 locais com maiores incidências de queixas de higiene”, de acordo com um comunicado.

Os Serviços de Saúde referiram ainda que até ao momento foram registados “três casos importados de febre de dengue do sudeste da Ásia e as queixas registadas sobre a proliferação de mosquitos, este ano, são maiores do que no período homólogo do ano passado”. Por estas razões, os Serviços de Saúde decidiram implementar medidas de prevenção da proliferação de mosquitos.

As autoridades indicaram ainda terem aumentado a frequência de inspecções e desinfestação química em locais que consideraram ser de elevado risco, como floristas, templos, hotéis e postos fronteiriços.

Por fim, os Serviços de Saúde pediram aos residentes do território que tomem medidas de prevenção, como a eliminação de águas estagnadas nas zonas perto de habitações e do local do trabalho, para que a possibilidade de proliferação de mosquitos seja menor.

Em 2017, foram registados em Macau pelo menos 16 casos de febre de dengue.

31 Mai 2018

Mais de 4,5 milhões de pessoas em hotéis e pensões até Abril

[dropcap style≠‘circle’]M[/dropcap]ais de 4,5 milhões de pessoas alojaram-se nos hotéis e pensões de Macau nos primeiros quatro meses do ano, um acréscimo de 8,8 por cento comparativamente ao período homólogo de 2017, indicam dados oficiais divulgados ontem. Segundo a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), ao todo pernoitaram 4.518.000 hóspedes, numa média de 1,5 noites.

A taxa de ocupação média atingiu 88,9 por cento, mais 4,7 pontos percentuais do que no mesmo período do ano passado.

No final de Abril estavam registados do território de Macau 115 hotéis e pensões, representando, em conjunto, 39 mil quartos, já a oferta nos hotéis de cinco estrelas foi de 24 mil, o mesmo número que no mês anterior, mas mais 7,9 por cento, em termos anuais.

De acordo com a DSEC, só no mês de Abril alojaram-se nos hotéis e pensões da região 1.165.000 hóspedes, uma subida de 7,6 por cento em termos anuais. O número de hóspedes provenientes da China continental (792.000) registou um aumento de 16,8 por cento, em termos anuais, enquanto os de Taiwan (43.000) subiram 4,5 por cento, no mês de Abril.

Em queda está o número de hóspedes de Hong Kong, que diminuiu 19,5 por cento, para 135 mil. Também o número de turistas sul-coreanos registou uma descida de 3,6 por cento.

O território recebeu, entre Janeiro e Dezembro de 2017, mais de 29,5 milhões de visitantes. O visitante refere-se a qualquer pessoa que tenha viajado para Macau por um período inferior a um ano, um termo que se divide em turista (aquele que passa pelo menos uma noite) e excursionista (aquele que não pernoita).

As unidades hoteleiras de Macau receberam mais de 13.155 milhões de hóspedes em 2017.

31 Mai 2018

Residentes de Macau alvo de alegada burla em Zhuhai

[dropcap style≠‘circle’]C[/dropcap]erca de cinco centenas de investidores, incluindo de Macau, foram alegadamente vítimas de burla num negócio de compra de fracções comerciais em Zhuhai. Segundo cartas enviadas na noite de segunda-feira ao HM, assinadas por proprietários das fracções comerciais da Yangming Plaza, em Zhuhai, os espaços, que adquiriram para investimento foram hipotecados.

De acordo com os investidores, o processo de arrendamento das lojas a terceiros foi entregue a uma empresa em Zhuhai. A descoberta de que as fracções comerciais tinham sido hipotecadas por um banco deu-se depois de, este mês, terem deixado de receber as respectivas rendas das fracções compradas no início de 2016.

Os cerca de 500 proprietários, que alegam ter investido 200 milhões de renminbis no referido centro comercial, referem que endereçaram uma missiva ao Governo de Zhuhai, mas que não receberam qualquer resposta até ao momento. Se não for entretanto encontrada uma resolução, os investidores garantem que vão comunicar o alegado caso de burla a instâncias superiores.

31 Mai 2018

Eutanásia: Parlamento português chumba despenalização

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Assembleia da República chumbou ontem os projetos de lei do PAN, BE, PS e PEV para a despenalização da eutanásia.

O projeto do PAN teve 107 votos a favor, 116 contra e 11 abstenções. O diploma do PS recebeu 110 votos a favor, 115 contra e quatro abstenções.

O projeto do BE recebeu 117 votos contra, 104 a favor e oito abstenções. O diploma do PEV recolheu 104 votos favoráveis, 117 contra e oito abstenções.

Seis deputados do PSD votaram hoje a favor da despenalização da eutanásia, mas apenas duas parlamentares – Teresa Leal Coelho e Paula Teixeira da Cruz – o fizeram em relação aos quatro projetos em discussão.

Dos restantes, dois deputados sociais-democratas votaram apenas a favor do projeto do PS – Adão Silva e Margarida Balseiro Lopes -, um outro votou favoravelmente apenas o diploma do PAN, Cristóvão Norte, e outro ainda os projetos de BE e Verdes, Duarte Marques.

Pedro Pinto e Berta Cabral abstiveram-se em todos os projetos e Bruno Vitorino absteve-se no do PAN, votando contra os restantes.

Entre os deputados do PS, somente os deputados Ascenso Simões e Miranda Calha votaram contra todos os projetos.

O deputado Fernando Jesus absteve-se no projeto do PAN, João Paulo Correia absteve-se nos projetos do PAN e do PEV, Joaquim Barreto votou favoravelmente a iniciativa do PS e absteve-se nas restantes, tal como a deputada Lara Martinho e o deputado Pedro Carmo.

Miguel Coelho votou favoravelmente o projeto de lei do PS e votou contra os restantes, enquanto o deputado Renato Sampaio votou a favor do projeto do PS e do PEV e absteve-se nos restantes.

Mal o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, anunciou a votação, os deputados do CDS e grande parte da bancada do PSD aplaudiram o resultado.

Ferro Rodrigues afirmou que o parlamento “está de parabéns pela forma elevada como este debate foi feito”, por mais de duas horas e meia, na Assembleia da República, em Lisboa. A votação nominal prolongou-se por cerca de 30 minutos.

Eutanásia: Negrão destaca “lição de democracia e tolerância” dada pelo presidente do PSD

O líder parlamentar do PSD, Fernando Negrão, salientou “a lição de tolerância e democracia” dada pelo presidente do partido, Rui Rio, que deu liberdade de votos aos deputados quanto à despenalização da eutanásia.

“O presidente do partido deu liberdade de voto porque considerou que esta era uma questão de consciência e isso é que é verdadeiramente importante, cada deputado se ter exprimido livremente”, afirmou Fernando Negrão, no final do debate em que foram rejeitados os quatro projetos-lei que propunham a despenalização da eutanásia.

Questionado se existiu alguma concertação de votos na bancada do PSD – já que alguns deputados votaram a favor do projeto do PS, outros em relação ao do PAN e outro ainda aos do BE e PEV -, Negrão respondeu que “não houve nenhuma estratégia, nenhuma pressão”.

“Não houve pedagoga absolutamente nenhuma, não falei individualmente com ninguém, todos os deputados votaram livremente e em consciência”, salientou.

Sobre se esta posição maioritária da bancada contra a eutanásia, quando Rui Rio é a favor, agrava a clivagem entre deputados e direção, Negrão rejeitou esta interpretação.

“O líder do partido sabia que a que opinião maioritária era no sentido que aconteceu hoje, mesmo assim afirmou a sua posição porque esta é uma matéria de convicções”, referiu.

Fernando Negrão salientou que “a matéria de fundo” a discutir deveria ser, não a eutanásia, mas os cuidados paliativos.

“O PSD trouxe isso hoje ao debate e é essa a proposta que tenho a certeza que estamos todos de acordo”, referiu.

Questionado se, ao defender que esta é uma matéria que pertence à consciência dos portugueses, está a propor que a despenalização da eutanásia seja decidida por referendo, o líder parlamentar do PSD foi cauteloso.

“Não fui tão longe, o que eu disse é que, no mínimo, devia estar inscrito nas propostas dos partidos e ser discutido nas campanhas eleitorais para os portugueses saberem que serão confrontados com matérias desta natureza e desta complexidade”, afirmou, admitindo que o parlamento volte a discutir, no futuro, este assunto.

Assunção Cristas fala em “grande maturidade democrática” do parlamento

A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, manifestou alegria pelo chumbo da despenalização da eutanásia e considerou que a Assembleia da República deu “um sinal de grande maturidade democrática”.

“O CDS alegra-se com a votação esta tarde no parlamento que levou à reprovação da eutanásia em Portugal. Entendemos que este foi um sinal de grande maturidade democrática do parlamento”, defendeu Assunção Cristas, em declarações aos jornalistas.

Falando após a votação, na Assembleia da República, a líder centrista insistiu que, além da oposição “de fundo” do seu partido aos projetos do PAN, PS, BE e PEV, entende que na atual legislatura não existe mandato dos deputados para discutir a matéria, pela ausência generalizada de referências à questão nos programas eleitorais.

“Continuaremos, certamente, a trabalhar para explicar, para promover aquilo que é o cuidar de todos e de cada um, em todos os momentos das nossas vidas, nos momentos finais das nossas vidas, trabalhar para que o Estado português se empenhe nos cuidados paliativos para todas as pessoas, em todo o país”, sustentou.

30 Mai 2018

China | Críticas a bolsas para estrangeiros foram “mal-entendido”

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m porta-voz do Ministério da Educação chinês clarificou ontem um “mal-entendido” sobre o orçamento do país para o ensino, que gerou uma onda de críticas nas redes sociais às bolsas atribuídas a estudantes estrangeiros.

Uma carta aberta publicada no fim-de-semana na rede social Wechat questiona porque é que o dinheiro destinado a estudantes estrangeiros na China é o dobro do orçamento atribuído às escolas primárias e secundárias do país.

Um relatório do ministério, publicado em Abril, reserva 3,3 mil milhões de yuan para os estudantes estrangeiros na China, um acréscimo de 16 por cento, face a 2017. O mesmo documento revela que o orçamento para as escolas primárias e secundárias se fixou em 416,6 milhões de yuan e 1,2 mil milhões de yuan, respectivamente.

A carta aberta, que é assinada por “um cidadão da República Popular da China” e teve mais de 100.000 visualizações, considera aquele orçamento “discriminação racial”, “um insulto para os contribuintes” e um acto de “sabotagem” à igualdade no ensino. E lembra que muitas escolas rurais do país são subfinanciadas.

Um porta-voz do ministério afirma ontem que aquele orçamento abrange apenas escolas primárias e secundárias afiliadas com universidades directamente sob a tutela do ministério da Educação.

Os três países que mais beneficiam das bolsas de estudo chinesas são Coreia do Sul, Tailândia e Paquistão.

30 Mai 2018

Mais de metade das livrarias de Hong Kong controladas pelo Gabinete de Ligação, noticiou a RTHK

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Gabinete de Ligação do Governo Central em Hong Kong detém, indirectamente, a propriedade de um conglomerado editorial que gere mais de metade das livrarias da antiga colónia britânica, revelou ontem a RTHK.

Segundo a investigação jornalística da Rádio e Televisão Pública de Hong Kong, o Gabinete de Ligação controla a Sino United Publishing Holdings Limited que, por seu turno, tem 53 filiais e é dona de mais de trinta editoras na antiga colónia britânica.

O principal accionista do conglomerado editorial é uma empresa local denominada “Xin Wenhua Hong Kong Development Company” que, por sua vez, é detida por uma firma de Guangzhou. E, segundo apurou a RTHK, a empresa de Cantão têm um único accionista: o Gabinete de Ligação do Governo Central em Hong Kong.

De acordo com a emissora, documentos da empresa de Cantão revelam que o seu objecto de negócio envolve “a gestão de notícias e eventos culturais na Região Administrativa Especial”. Reagindo à investigação, transmitida no programa “Hong Kong Connection”, o primeiro presidente do grupo Sino, Lee Cho-jat, afirmou que o conglomerado é um “activo nacional” e que o Gabinete de Ligação é obrigado por Pequim a coordenar “diferentes unidades”, negando, no entanto, qualquer tipo de agenda política.

Diversos responsáveis do Gabinete de Ligação em Hong Kong recusaram reagir à reportagem da RTHK. O Gabinete para os Assuntos Constitucionais e da China de Hong Kong afirmou não ter informação relevante a facultar.

A Chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, reagiu à investigação jornalística, afirmando que a representação de Pequim na Região Administrativa Especial pode ter qualquer negócio que entenda, desde que seja legal. Questionada sobre se o negócio vai contra o princípio “Um país, dois sistemas”, a líder do Governo insistiu que o Gabinete de Ligação pode levar a cabo outros trabalhos relacionados com os seus objectivos operacionais desde que dentro da lei, defendendo ainda que ninguém deve interferir no trabalho do Gabinete de Ligação.

30 Mai 2018

CCM | InspirARTE regressa no Verão com 300 eventos

O InspirARTE está de regresso a Macau com uma série de propostas que visam incutir o gosto pelas artes de palco em miúdos e graúdos

 

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]om o Verão à porta chega mais um InspirARTE, um conjunto de actividades destinadas a incentivar a criatividade de crianças e famílias durante as férias. O programa, que decorre nos meses de Julho e Agosto, inclui 38 oficinas intensivas distribuídas por aproximadamente 300 sessões.

A próxima edição do InspirARTE, iniciativa organizada pelo Centro Cultural, vai contar com a orientação de artistas experientes oriundos de latitudes diversas, como Espanha e Escócia, que vão juntar-se a profissionais de Macau e Hong Kong “na missão de partilhar a sua arte através de jogos e desafios criativos”, indica o Instituto Cultural (IC) em comunicado.

Os workshops para crianças incluem desde sessões acrobáticas, aos segredos dos palhaços, passando pela inspiração musical e pelo mundo dos adereços teatrais, sendo que os mais pequenos terão ainda oportunidade de participar em pequenas apresentações. Já as actividades pensadas para a família vão das abordagens teatrais, às marionetas até à dança, com pais e filhos a terem ainda possibilidade de entrarem numa aventura mais técnica por via do workshop de efeitos sonoros e música guiados pelos profissionais do espectáculo “Beatles para Bebés”.

Para os mais crescidos

Os adolescentes também não ficam de fora do programa que inclui nomeadamente um workshop sobre música no teatro. O público juvenil também é incentivado a explorar expressões artísticas, tais como técnicas de percussão vocal, uma demonstração de beatbox, ou incursões pela expressão corporal, salienta o IC na mesma nota de imprensa.

O InspirARTE apresenta ainda workshops a pensar naqueles que pretendem desenvolver habilidades específicas, os quais cobrem, por exemplo, a iluminação de palco. O programa reserva ainda espaço para o público sénior, com os participantes a serem desafiados a reinventarem-se enquanto exploram as suas capacidades dramáticas ou vocais.

O InspirARTE no Verão é um evento cultural regular que, ao longo dos últimos anos, tem trazido uma perspectiva aprofundada a um número crescente de amantes das artes de palco. Os interessados em participar podem pré-inscrever-se online a partir de hoje e até domingo, sendo que o período de inscrição propriamente dito decorre até ao próximo dia 24 de Junho.

30 Mai 2018

General de Pyongyang prepara rara deslocação aos Estados Unidos

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m destacado general da Coreia do Norte deve fazer uma visita aos Estados Unidos, noticiou ontem a agência de notícias sul-coreana Yonhap, sublinhando que se trata de uma deslocação pouco habitual.

O general Kim Yong chol chegou ontem ao aeroporto de Pequim onde efectua uma escala antes da chegada aos Estados Unidos, que deve acontecer hoje, acrescenta a agência de notícias que cita fontes diplomáticas.

O oficial da Coreia do Norte tem na agenda um encontro com responsáveis da República Popular da China, num contexto de alterações diplomáticas no sentido da aproximação entre Pyongyang e Seul e no quadro da provável cimeira entre o líder norte-coreano Kim Jong-un e o chefe de Estado norte-americano, Donald Trump, prevista para o dia 12 de Junho em Singapura.

No domingo, uma equipa de diplomatas dos Estados Unidos chefiada pelo embaixador dos Estados Unidos nas Filipinas encontrou-se com responsáveis norte-coreanos em Panmunjom, na Zona Desmilitarizada (Paralelo 38) que separa as duas Coreias.

Entretanto, o Departamento de Estado norte-americano anunciou que uma outra delegação está prestes a deslocar-se a Singapura tendo como missão os preparativos logísticos da cimeira.

A confirmar-se, a visita do general norte-coreano aos Estados Unidos vai ser a primeira deslocação de um alto oficial militar norte-coreano desde o ano 2000, altura em que o vice-marechal Jo Myong rok se encontrou com o então presidente norte-americano Bill Clinton em Washington. Veterano da Guerra da Coreia (1950-1953) o vice-marechal foi até à morte, em 2010, uma das figuras mais fortes do regime da Coreia do Norte.

O general Kim Yong chol é igualmente apontado como um militar próximo do líder Kim Jong-un e participou nos primeiros contactos diplomáticos que aliviaram a tensão entre o norte e o sul, no passado mês de Janeiro.

O oficial assistiu também aos Jogos Olímpicos de Inverno de Peyongchang, na Coreia do Sul, em que esteve presente Ivanka Trump, filha do chefe de Estado norte-americano e acompanhou o líder norte-coreano nas duas recentes deslocações a Pequim. O general que é considerado homólogo de Mike Pompeo, secretário de Estado norte-americano é também vice-presidente do Comité Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte.

Kim Yong chol é igualmente uma figura controversa na Coreia do Sul devido ao alegado envolvimento na preparação do ataque, negado por Pyongyang, contra a corveta Cheonan, da Coreia do Sul, e que provocou a morte a 46 marinheiros, em 2010.

30 Mai 2018

Malaysia Airlines | Terminaram as buscas pelo avião desaparecido em 2014

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s buscas de uma empresa norte-americana para encontrar o avião da Malaysia Airlines desaparecido em 2014 no Oceano Índico terminaram ontem, depois de analisados mais de 80.000 quilómetros quadrados, sem qualquer vestígio do aparelho.

O Governo afirmou, no entanto, que irá rever as investigações e deixou em aberto a possibilidade de uma terceira busca.

Ao abrigo de um acordo com o ex-Governo da Malásia, a empresa privada Ocean Infinity só seria remunerada se encontrasse o aparelho ou as caixas negras. A empresa iniciou novas buscas em Janeiro – um ano após a suspensão das buscas oficiais das autoridades australianas, malaias e chinesas.

As buscas não permitiram, no entanto, encontrar nada que possa contribuir para explicar o misterioso desaparecimento do voo MH370, a 8 de Março de 2014, quando fazia a ligação entre Kuala Lumpur e Pequim com 239 pessoas a bordo.

O ministro dos transportes, Anthony Loke, precisou que o acordo com a empresa tinha a validade de 90 dias, devendo terminar em Abril, mas foi prolongado um mês a pedido da Ocean Infinity. “Não haverá mais prolongamentos. Não pode continuar para sempre. Vamos esperar até 29 de Maio e depois decidimos como proceder”, declarou o ministro na semana passada.

O acordo previa o pagamento de 70 milhões de dólares (cerca de 59,8 milhões de euros) se a missão tivesse êxito no prazo de três meses. As autoridades afirmaram na altura haver 85 por cento de hipóteses de encontrar destroços numa nova área de buscas de 25.000 quilómetros quadrados definida por peritos.

30 Mai 2018

Economia | Países africanos estudam uso do yuan como divisa de reserva

Países do leste e sul de África, num total de 14 que inclui Angola e Moçambique, reúnem hoje num fórum em Harare, para estudar a possibilidade de usar a moeda chinesa, o yuan, como divisa de reserva

 

[dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]egundo um comunicado do Macroeconomic and Financial Management Institute of Eastern and Southern Africa (MEFMI), citado pela agência oficial chinesa Xinhua, participam no fórum 17 altos quadros dos bancos centrais e Governos dos respectivos países. O tema do fórum é “Tendências na Gestão de Reservas Soberanas”.

“No final de 2017, as reservas da maioria dos países da região do MEFMI fixaram-se no limiar, ou abaixo, da tradicional referência de três meses de importações. A dívida pública denominada em moedas estrangeiras continua a aumentar, assim como as taxas de juros”, refere-se no comunicado.

Na mesma nota acrescenta-se que o grosso das reservas na maioria dos países da região está investido em dólares norte-americanos, o que não acompanha as grandes mudanças na economia mundial. “Isto é particularmente evidente quando a China e a Índia continuam a definir as tendências económicas como principais parceiros comerciais da região”, lê-se.

“A maioria dos países na região do MEFMI receberam empréstimos ou apoios da China e faria sentido económico que fossem pagos em renminbi [a moeda chinesa]”, acrescenta.

A internacionalização do renminbi é uma prioridade para Pequim, que quer contrariar a hegemonia do dólar norte-americano e negociar na sua moeda recursos como petróleo e ferro, dos quais é o maior mercado mundial, e facilitar os investimentos chineses além-fronteiras.

Em 2016, o renminbi aderiu formalmente ao cabaz de moedas do Fundo Monetário Internacional (FMI), um instrumento criado pela instituição com a finalidade de permitir liquidez aos países membros.

As reservas internacionais angolanas voltaram em Abril às quedas, depois de uma ligeira recuperação em Março, renovando mínimos históricos desde 2010 ao chegar aos 12.733 milhões de dólares (10.778 milhões de euros).

Angola vive desde finais de 2014 uma crise financeira, económica e cambial, decorrente da quebra para metade nas receitas com a exportação de petróleo.

Angola figura entre os três maiores receptores de apoio financeiro prestado por Pequim ao exterior, logo atrás da Rússia e Paquistão, segundo a unidade de investigação sediada nos Estados Unidos, a China AidData.

Entre 2000 e 2014, o país africano, que é também um dos principais fornecedores de petróleo da China, recebeu 14,3 mil milhões de dólares em empréstimos e doações de Pequim, detalha a mesma fonte.

30 Mai 2018

Crime | Membros de grupo mafioso condenados a penas até 20 anos por extorsão

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]ois líderes de um grupo mafioso foram condenados na China a 20 anos de prisão e outros 14 membros a penas entre três e 11 anos, por um esquema de extorsão em grande escala.

O grupo “vendia” protecção a embarcações que extraíam ilegalmente areia do fundo do rio Yangtze, próximo da cidade de Wuhan, capital da província de Hubei, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua.

No total, o grupo extorquiu mais de 1,73 milhões de yuan (230.000 euros), desde 2015, a quase 2.400 embarcações, escreve a agência.

30 Mai 2018

Comércio | Pequim aprova 13 novas marcas registadas de Ivanka Trump

A China concedeu na segunda-feira a aprovação final para a 13.ª nova marca registada de Ivanka Trump, filha do Presidente dos Estados Unidos, um número alcançado nos últimos três meses, noticiou a agência Associated Press (AP)

 

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]o mesmo período, Ivanka Trump, que é assessora na Casa Branca, conseguiu ainda do Governo chinês o aval provisório para mais oito marcas registadas.

No total, as marcas registadas permitem-lhe comercializar produtos que vão desde cobertores para bebés a caixões, bem como perfumes, espelhos, maquilhagem, taças, móveis, livros, café, chocolate e mel.

A filha de Donald Trump deixou de gerir a marca e colocou os activos num fundo fiduciário familiar, mas continua a lucrar com os negócios, o que levanta a questão de um conflito de interesses com a Casa Branca.

“A recusa de Ivanka Trump de se alienar dos seus negócios é especialmente problemática, até porque a sua marca continua a expandir-se para outros países estrangeiros”, alertou Noah Bookbinder, director executivo do grupo Cidadãos para a Responsabilidade e Ética em Washington, citado pela AP.

“Isto levanta questões sobre corrupção, já que levanta a possibilidade de estar a beneficiar financeiramente da posição e da presidência do pai, ou que pode o desempenho [de Ivanka] ser influenciado pela forma como os países tratam os seus negócios”, indicou.

Sob influência

Preocupações sobre a influência política sobre Ivanka e Donald Trump têm sido levantadas, de forma mais particular na China.

Responsáveis chineses sublinharam que todas as marcas registadas são analisadas de acordo com a lei, enquanto Abigail Klem, presidente da marca Ivanka Trump, argumentou que “o aumento dos pedidos de registo de marca por terceiros sem relação com ela” levou a empresa a agir rapidamente para garantir seus direitos, sobretudo em regiões onde essa violação é comum.

De acordo com dados oficiais chineses, a última vez que a companhia de Ivanka Trump solicitou a aprovação das marcas registadas foi a 28 de Março de 2017, um dia antes da filha de Donald Trump assumir funções na Casa Branca, como assessora.

Na segunda-feira, os mesmos registos indicavam que pelo menos 25 marcas registadas de Ivanka Trump aguardavam análise, encontrando-se 36 activas e oito já com aprovação provisória.

30 Mai 2018

Economia | Parlamento Europeu quer controlar investimento chinês

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s deputados europeus da comissão do Comércio Internacional aprovaram um texto para reforçar uma proposta da Comissão que pretende criar um “quadro” europeu para controlar o investimento estrangeiro, designadamente chinês, na União Europeia (UE).

Se o texto for validado em plenário, em Junho, o Parlamento Europeu pode começar as negociações, que se preveem complicadas, com o Conselho, que representa os Estados-membros.

A França, a Alemanha e a Itália, inquietas de ver os grupos estrangeiros, nomeadamente chineses, obterem a baixo custo e de forma que consideram desleal um saber e tecnologias modernas, através da compra das suas empresas, reclamam desde há muito uma legislação europeia que permita filtrar certas operações.

Mas, alguns Estados liberais, como os Países Baixos, a Irlanda ou o Luxemburgo, estão muito reticentes a tal mecanismo.

Pressionada pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, a Comissão Europeia apresentou em Setembro uma proposta, limitada na ambição, para criar um quadro europeu favorável à cooperação entre Estados-membros, mas sem os obrigar. Os eurodeputados desejam reforçar esta proposta, propondo, entre outras, que se um terço dos Estados-membros estimar que um investimento estrangeiro num outro Estado membro prejudica os seus interesses, o país em questão deve negociar uma resolução do problema.

Por outro lado, propõem também que se um investimento estrangeiro ameaçar um projecto ou um programa da UE, a Comissão deve divulgar a sua opinião.

A UE deve “proteger os activos europeus essenciais”, afirmou Franck Proust, do partido Popular Europeu, de direita, autor do texto, aprovado por 30 votos contra seis. “Quando ela é pioneira em sectores estratégicos, a Europa deve poder conservá-los”, acrescentou.

30 Mai 2018

PIB subiu 9,2 por cento em termos reais no primeiro trimestre

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 9,2 por cento, em termos reais, no primeiro trimestre do ano, alcançando os 107.409 milhões de patacas. Dados divulgados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) indicam que o aumento – acima do trimestre anterior (8 por cento) – foi impulsionado, principalmente, pelas exportações de serviços, onde entra o desempenho da indústria do jogo, e pelo consumo privado.

A procura externa manteve-se em alta, alavancando o aumento anual de 16 por cento nas exportações de serviços, entre as quais se destacam as de serviços do jogo (mais 16,5 por cento) e as de outros serviços turísticos (mais 19,6 por cento). Já as exportações de bens registaram um crescimento de 12 por cento em termos anuais homólogos.

A procura interna voltou a subir. A despesa de consumo privado cresceu 4,8 por cento, em termos anuais, o que, segundo a DSEC, ficou a dever-se ao aumento da população e dos salários. Já a despesa de consumo final do Governo cresceu 4,8 por cento, com a DSEC a destacar as subidas das remunerações dos funcionários (mais 2,5 por cento) e das aquisições líquidas de bens e serviços (mais 1,6 por cento).

Em sentido inverso, o investimento sofreu uma queda de 1,9 por cento. Se, por um lado, o investimento em activos fixos do sector público registou um aumento significativo de 132,5 por cento, por outro, o do sector privado sofreu uma diminuição anual de 16,4 por cento.

Segundo a DSEC, o aumento do investimento do sector público deveu-se ao crescente investimento na zona de administração de Macau na ilha fronteiriça artificial da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau; enquanto a descida do investimento do sector privado resultou da conclusão das várias obras de grandes empreendimentos turísticos e de entretenimento, bem como de edifícios residenciais.

Já o comércio externo de mercadorias manteve “um comportamento satisfatório” no primeiro trimestre do ano, com a DSEC a assinalar os aumentos homólogos de 12,8 por cento nas exportações e de 7 por cento nas importações.

O deflactor implícito do PIB – que mede a variação global de preços – registou um crescimento anual de 3,4 por cento, segundo a DSEC.

Em 2017, a economia de Macau cresceu 9,1 por cento em termos reais, pondo termo a três anos de contracção.

30 Mai 2018

Crime | Polícia Judiciária deteve mãe que abandonou bebé

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Polícia Judiciária deteve na segunda-feira a alegada mãe do bebé de 10 meses que foi abandonado, num Centro Comercial da Avenida Tamagnini Barbosa. De acordo com as informações relatadas pelo canal chinês da Rádio Macau, a mulher tem 27 anos, é casada, e é natural de Hong Kong.

Já o pai é um residente de 60 anos, com quem a mulher de Hong Kong tinha uma relação extraconjungal há vários anos. Na origem do abandono esteve um disputa entre o pai e a mãe em relação à pensão de alimentos da criança. A mulher exigia ao homem 240 mil patacas, que o sujeito não quis pagar.

Por essa razão, a mulher foi à casa da irmã em Macau, onde estava o bebé e decidiu abandoná-lo. Foi já quando se preparava para abandonar o território com destino a Hong Kong que foi detida pelas autoridades. A mulher incorre na prática de um crime de abandono, que é punido com uma pena que pode ir de 1 ano a 5 anos de prisão.

30 Mai 2018

Nam Van | IFT de saída, novo café ainda aguarda por licença

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] café escola que tem operado no espaço Anim’Arte Nam Van sob a égide do Instituto de Formação Turística (IFT) desde 2016 fechou portas para dar lugar a um outro espaço semelhante operado por uma empresa privada.

A informação consta de um comunicado ontem divulgado. “A loja onde o Café IFT estava localizado vai fechar para dar lugar ao novo concessionário a 1 de Junho de 2018, para a operacionalização de um café de lazer, enquanto que as outras lojas vão transformar-se num restaurante que oferece hambúrgueres, pizas e outros pratos similares”, pode ler-se.

Contudo, “os proprietários destes dois restaurantes necessitam de pedir a licença antes da sua abertura”, pelo que não há ainda uma data precisa para que o novo espaço de restauração abra portas.

A segunda fase do concurso público decorreu entre Outubro do ano passado e Fevereiro deste ano, tendo sido destinado para a operação do espaço do Café IFT e de outras cinco lojas. As três lojas que restam vão estar incluídas numa terceira ronda do concurso público que “possivelmente vai começar no próximo mês”. O projecto Anim’Arte Nam Van arrancou a 3 de Junho de 2016, sendo que a primeira fase do concurso público começou apenas em Março do ano passado.

30 Mai 2018

Meteorologia | Calor mantém-se nos próximos dois dias

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m comunicado emitido ontem pelos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) avisa que o calor deverá manter-se por mais dois dias, “com sol e temperaturas elevadas durante o dia”. Contudo, “a nebulosidade aumentará ligeiramente no fim desta semana, prevendo-se aguaceiros ocasionais”.

“Devido à influência contínua de uma crista de alta pressão em meados de Maio, a Estação Meteorológica da Taipa Grande tem registado temperaturas elevadas que rondaram os 33 graus celsius durante seis dias consecutivos entre os dias 19 e 24, o recorde mais longo, durante o mês de Maio e também a temperatura mais alta da mesma estação desde 1991.”

Ontem, a temperatura foi especialmente quente por volta das 13 horas, tendo sido registados 35,8 graus celsius na Estação Meteorológica da Taipa Grande. Esta foi “a mais alta temperatura registada, nesta estação, este ano e foi também a mais elevada em Maio desde 1952”, aponta o mesmo comunicado. Os SMG “aconselham a população a evitar a exposição directa e prolongada ao sol e a beber uma quantidade de água adequada”.

30 Mai 2018

Tiago Apolónia e Shao Jieni seguem em frente na qualificação do Open da China

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s portugueses Tiago Apolónia e Shao Jieni seguiram hoje em frente na fase de qualificação para o Open da China de ténis de mesa, que está a ser disputado em Shenzen.

Na primeira ronda das fases preliminares do quadro masculino, Tiago Apolónia, 41.º do ‘ranking’ mundial, afastou o indonésio Donny Aji, 436.º, por 4-0 (11-6, 11-1, 11-6, 11-5), defrontando na próxima eliminatória o belga Florent Lambiet, 86.º.

Já João Monteiro, 63.º mundial, foi eliminado pelo sul-coreano Hwang Minha, por 4-2 (9-11, 11-8, 6-11, 11-9, 11-9, 11-6).

No quadro feminino, Shao Jieni, 153.º do ‘ranking’, venceu Lin Chia-Hsuan, de Taiwan, 98.ª, por 4-1 (12-10, 11-6, 6-11, 11-8, 11-4, e vai defrontar no próximo encontro a sul-coreana Jeon Jihee, 28.ª.

29 Mai 2018

Obra completa de Maria Judite de Carvalho publicada nos 20 anos da sua morte

[dropcap style≠’circle’]V[/dropcap]inte anos após a sua morte, Maria Judite de Carvalho, a escritora do silêncio e da solidão, dona de uma escrita “acutilante e atenta ao pormenor quotidiano”, vai ter a sua obra completa, e quase desconhecida, publicada na íntegra.

O primeiro volume, que inclui as suas primeiras coletâneas de contos – “Tanta Gente, Mariana” (1959) e “As Palavras Poupadas” (1961), esta última vencedora do Prémio Camilo Castelo Branco -, chegou hoje às livrarias.

A aposta na obra desta autora é da Almedina, que, através da chancela Minotauro, se prepara para lançar, até ao final do próximo ano, seis volumes que incluem a obra completa de Maria Judite de Carvalho (1921-1998), considerada pela crítica uma das escritoras mais proeminentes da literatura nacional do século XX, não obstante ser pouco conhecida do público em geral.

Apelidada por Agustina Bessa-Luís como “flor discreta da nossa literatura”, Maria Judite de Carvalho, também jornalista, dedicou trinta anos da sua vida à carreira literária, durante a qual publicou 13 livros, privilegiando as novelas, as crónicas e os contos, e escreveu sobre a solidão, histórias sombrias da vida quotidiana que observava.

A editora apercebeu-se de que a escritora “já estava na sombra há demasiado tempo”, e aproveitou o facto de alguns contos terem surgido nos manuais do ensino secundário, embora a maioria continue fora do mercado e das livrarias há muito tempo.

“Decidimos que seria a altura ideal, 20 anos após a sua morte, para fazer renascer a sua obra, e para apresentá-la a esta nova geração de leitores, que começa a ler Maria Judite de Carvalho na escola e que nas livrarias não iria ter acesso a toda a sua escrita em vida, portanto estamos a querer juntar toda a sua obra em seis volumes”, disse à Lusa Sara Lutas, editora da Almedina.

A editora entrou em contacto com Isabel Fraga, filha de Maria Judite de Carvalho e do também escritor Urbano Tavares Rodrigues, que lhe apresentou toda a obra da mãe.

Dona de uma personalidade “recatada” e “zelosa da sua privacidade”, Maria Judite de Carvalho nunca gostou de se expor, e “a obra dela sempre falou por si mesma”, explica Sara Lutas, que decidiu, por isso, respeitar essa vontade e não dar grande destaque à figura da escritora, que é apresentada na badana dos livros “de forma discreta e bastante lírica”.

A obra vai ser publicada cronologicamente, e a autora vai “envelhecendo” nas fotografias escolhidas e nos retratos que ilustram as capas e os separadores dos livros, revelando outra faceta da escritora: o desenho e a pintura.

“As capas, em vez de ter em grande plano a autora, são quadros dela, que também pintava, e decidimos dar uma roupagem diferente às obras dela através de uma Maria de Judite de Carvalho pintora”, explica Sara Lutas.

O próprio marido de Maria Judite de Carvalho conhecia o seu jeito para o desenho, antes de descobrir o seu talento para a escrita, o que aconteceu quando ela lhe leu “Tanta Gente Mariana”.

Inês Fraga, neta da autora, recorda que Urbano Tavares Rodrigues “era um leitor extremamente generoso, hiperbólico no elogio e que amava profundamente a literatura”, e que foi graças à leitura dele que Maria Judite de Carvalho publicou, porque “ele disse ‘este livro é maravilhoso, tu tens que publicar isto, isto é genial’”.

Este episódio reflete aquilo que foi a personalidade da própria Maria Judite de Carvalho, “uma pessoa e autora quase etérea”.

“Era fácil, numa era em que cada vez mais a escrita está ligada à promoção da imagem do indivíduo – para além do que escreve, do indivíduo que escreve -, que com uma personagem tão etérea, a própria obra se começasse a desmaterializar, e creio que foi por isso, embora tenha sido profundamente reconhecida no seu tempo, que não chegou ao grande publico”, afirma.

A projeção de Urbano Tavares Rodrigues e o recato a que se remetia Maria Judite de Carvalho têm levado a que se julgue que a autora teria sido sempre colocada na sombra do marido, o que a família nega.

Não só foi sempre o seu primeiro leitor – a filha era a segunda –, como foi “o grande promotor da obra dela”, e embora possa ter ficado conhecida como “a mulher do Urbano”, isso “não influiu na projeção que teria ou não”, porque a verdade é que Maria Judite de Carvalho “foi educada para a discrição”, conta a neta.

Maria Judite de Carvalho foi educada por três tias, numa “atmosfera escura e sombria”, como descreveu certa vez Urbano Tavares Rodrigues.

Essas tias eram “mulheres muito sensatas e antiquadas”, e quando Maria Judite de Carvalho ponderou ir para Belas Artes, a ideia foi afastada, porque “uma mulher séria não ia para Belas Artes, ia para Letras”, afirma Inês Fraga, explicando que o gosto e a prática do desenho e da pintura ficaram sempre, mas como um prazer e um passatempo, já que sempre os desvalorizou em termos de qualidade.

No entanto, estes desenhos que fazia, em circunstâncias tão banais como a conversar ou a falar ao telefone, refletiam o seu universo interior que era o mesmo que projetou na escrita, o universo feminino, povoado por mulheres “muito diferentes e muito iguais nessa diferença”.

“As mulheres nos quadros são uma outra abordagem às personagens femininas e à sua imobilidade. Portanto, na literatura, as mulheres da minha avó, da Maria Judite de Carvalho, surgem fechadas naqueles retângulos que são as janelas que as protegem do exterior, nas suas casas, nessas redomas, nos seus pequenos castelos, que são as suas casas, e aqui aparecem também pautadas pela imobilidade, estáticas, dentro daqueles retângulos que são as molduras dos quadros ou até a própria folha de papel”.

A editora Sara Lutas especifica, por sua vez, que as temáticas tratadas, “a forma como as suas personagens pensam e agem na vida teriam sempre esta postura de reclusão e de silêncio”.

A escrita é “acutilante”, “muito atenta à sua realidade, que permanece”, e “convoca imenso o leitor, porque só nos diz até um determinado ponto, o outro tem de ser o leitor a desvendar”, descreve Inês Fraga.

Outras singularidades da escrita de Maria Judite de Carvalho são a atenção ao pormenor do quotidiano e “as personagens, para as quais se calhar não olharíamos duas vezes, não só personagens femininas, mas personagens urbanas, as mais diversas, desde o homem que trabalha na loja, ao que abre a porta de um hotel”.

29 Mai 2018

Estatística | Taxa de desemprego manteve-se estável

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]ntre Fevereiro e Abril de 2018, a taxa de desemprego (1,9 por cento) e a taxa de desemprego dos residentes (2,6 por cento), manteve-se estável. Já a taxa de subemprego (0,5 por cento) desceu 0,1 pontos percentuais, de acordo com dados dos Serviços de Estatística e Censos.

No período em análise, a população activa totalizou 388.900 indivíduos e a taxa de actividade foi de 70,5 por cento. A população desempregada era composta por 7.400 indivíduos, menos 100 pessoas, face ao período transacto. O número de desempregados à procura do primeiro emprego representou 5,1 por cento do total da população desempregada, tendo descido 1,7 pontos percentuais.

Em comparação com o período de Fevereiro a Abril de 2017, a taxa de actividade e a taxa de desemprego caíram 0,6 e 0,1 pontos percentuais, respectivamente, enquanto que a taxa de subemprego se manteve no mesmo nível.

29 Mai 2018

Itália | Presidente convida Cottarelli a formar Governo de transição

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap[ Presidente italiano, Sergio Mattarella, encarregou ontem Carlo Cottarelli, um antigo responsável do Fundo Monetário Internacional (FMI) de formar um Governo tecnocrata, anunciou a presidência. “O Presidente Mattarella recebeu o doutor Cottarelli e pediu-lhe que formasse um Governo”, anunciou aos jornalistas o secretário-geral da presidência, Ugo Zampetti, à saída de um encontro entre os dois homens.

A decisão de Mattarella se reunir com Carlo Cottarelli acontece um dia depois de o Presidente italiano ter recusado assinar a lista de ministros do Governo de coligação entre a Liga Norte e o Movimento 5 Estrelas. Da coligação faz parte Paolo Savona, 81 anos, eurocético e crítico da moeda única, que tinha sido proposto para o cargo de ministro da Economia.

Carlo Cotarelli é actualmente director do Observatório das Contas Públicas da Universidade Católica de Milão e foi director do Departamento de Assuntos Fiscais do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Em 2013, o então chefe do Governo, Enrico Letta, nomeou Cotarelli comissário para a implementação de um plano de redução dos gastos públicos, cargo que manteve até à tomada de posse de Matteo Renzi como primeiro-ministro.

Cottarelli é um dos economistas mais críticos das propostas económicas do programa de Governo acordado entre a Liga Norte e o Movimento 5 Estrelas.

Entretanto, a secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias, disse hoje em Bruxelas esperar que o novo Governo italiano seja “pró-europeu e estável”.

“Todos esperamos que o Presidente [Sergio] Matarella consiga pôr de pé um Governo que seja pró-europeu e estável”, disse Zacarias aos jornalistas, no final de um Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros da UE.

“A Itália é um país importantíssimo no contexto europeu”, salientou, adiantando esperar que o país “consiga fazer o seu caminho e encontrar soluções” que “permitam a todos fazer um caminho comum, o que não é fácil dentro do quadro europeu perante os desafios que temos pela frente”.

O chefe de Estado Sergio Mattarella encarregou hoje Carlo Cottarelli, um antigo responsável do Fundo Monetário Internacional (FMI) de formar um Governo tecnocrata, anunciou a presidência, em Roma.

“O Presidente Mattarella recebeu o doutor Cottarelli e pediu-lhe que formasse um Governo”, anunciou aos jornalistas o secretário-geral da presidência, Ugo Zampetti, à saída de um encontro entre os dois homens.

29 Mai 2018

Seul confirma encontro entre EUA e Coreia do Norte

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Ministério dos Negócios Estrangeiros sul-coreano afirmou ontem estarem a decorrer conversações entre representantes dos Estados Unidos e da Coreia do Norte, em Panmunjom, na fronteira entre as duas Coreias. A reunião tem o objectivo de preparar a cimeira entre o Presidente norte-americano, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un.

Para além da localização, o Ministério sul-coreano não forneceu mais detalhes sobre as conversações, de acordo com a nota enviada à imprensa.

No domingo, o Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, disse que Washington e Pyongyang iam começar em breve conversações ao mais alto nível para acertar agendas e outros preparativos para a cimeira, prevista a 12 de Junho, em Singapura. Na passada quinta-feira, Trump tinha anunciado não estarem reunidas as condições para a concretização da histórica cimeira, mas em menos de 24 horas admitiu a realização do encontro. Também este domingo, Donald Trump informou que uma equipa dos norte-americana estava na Coreia do Norte a negociar com representantes norte-coreanos a cimeira entre os dois líderes.

Através da rede social Twitter, Trump sublinhou que a Coreia do Norte “tem um brilhante potencial e que será um dia uma nação de grande pujança económica e financeira”.

O Departamento de Estado norte-americano já informara, no início de domingo, que uma equipa negocial se encontrava em Panmunjom, localidade na zona desmilitarizada e fronteira entre as duas Coreias. No entanto, a confirmação veio do próprio Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que corroborou que uma delegação norte-americana foi a Pyongyang para preparar a cimeira histórica com o líder norte-coreano, Kim Jong-un.

Trump afirmou no Twitter que “a delegação norte-americana chegou à Coreia do Norte para os preparativos da cimeira” de 12 de Junho, em Singapura, cancelada pelo chefe de Estado norte-americano na quinta-feira.

“Kim Jong-un estará de acordo comigo. Isso vai acontecer”, escreveu Donald Trump, que, no sábado, tinha afirmado que as negociações sobre a cimeira com o líder norte-coreano estão “a correr bem”. “Há muita gente a trabalhar nisso e está a avançar. Estamos a apontar para 12 de Junho em Singapura e isso não mudou”, afirmou Donald Trump aos jornalistas presentes na recepção ao preso norte-americano libertado pela Venezuela, Joshua Holt.

29 Mai 2018

Hong Kong | Português que furtou táxi sai em liberdade

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m português acusado de cumplicidade no furto de um táxi em Hong Kong, em 17 de Março, foi condenado ontem a 60 dias de prisão e saiu em liberdade por ter cumprido a pena em regime de detenção preventiva.

Fonte ligada ao processo revelou que o cidadão português, natural da Póvoa de Varzim, foi igualmente sentenciado ao pagamento de 1.000 dólares de Hong Kong (109 euros). A sentença foi ditada pelo tribunal de pequena criminalidade da região administrativa especial da China e o consulado de Portugal em Macau prestou apoio consular ao português, desde a detenção.

O português, de 28 anos, e o sul-africano, de 26, foram detidos pela polícia de Hong Kong nas primeiras horas da madrugada de 17 de Março, depois de o táxi onde seguiam, que furtaram em Sheung Wan, ter embatido contra outra viatura de aluguer.

A polícia deteve os dois homens em Connaught Road West e o teste de alcoolemia realizado ao sul-africano foi positivo, com um nível de álcool no sangue acima do limite.

O sul-africano foi acusado de condução em estado de embriaguez, apropriação ilegítima de veículo, falta de pagamento e não paragem após o acidente de viação com outro táxi. O português foi indiciado de cumplicidade no furto de veículo, ausência de pagamento do frete e fuga do local do acidente com outra viatura.

29 Mai 2018