Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Cathay Pacific despede dois pilotos por ligação aos protestos [dropcap]O[/dropcap] website informativo Hong Kong Free Press noticiou hoje o despedimento de dois pilotos por parte da companhia área de bandeira de Hong Kong, a Cathay Pacific, por terem ligações aos recentes protestos que invadiram o aeroporto do território. “A Cathay Pacific deseja tornar claro que não expressa quaisquer posições no tema de qualquer processo em curso. A Cathay Pacific reitera que cumpre as regras e regulamentos de todas as jurisdições às quais estamos sujeitos”, lê-se. Um dos pilotos foi preso e multado por ter participado nos protestos na zona de Sheung Wan, no passado dia 28 de Julho, enquanto que outro foi saqueado pelo uso indevido da informação do voo CX216 na segunda-feira. Nesse mesmo dia, o aeroporto anunciou o cancelamento de todos os voos depois das 18h00.
Hoje Macau China / ÁsiaChina descreve manifestações no aeroporto de Hong Kong como “quase terroristas” [dropcap]O[/dropcap] Governo chinês descreveu hoje as agressões a dois homens no aeroporto de Hong Kong por manifestantes anti-governamentais como actos “quase terroristas”, numa subida de tom de Pequim, que está a reunir soldados na fronteira. “Condenamos veementemente esses actos quase terroristas”, afirmou Xu Luying, porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e de Macau do Governo chinês, em comunicado. Na terça-feira, o quinto dia de uma mobilização sem precedentes no aeroporto de Hong Kong, os manifestantes obstruíram a passagem que leva às áreas de embarque. À noite, um homem suspeito de ser um espião chinês infiltrado, foi amarrado a um carrinho de bagagem, por um grupo de manifestantes e, mais tarde, levado pela ambulância. O Global Times, o jornal oficial do Partido Comunista Chinês, disse ser um dos seus jornalistas. Num outro incidente, um homem denunciado por um grupo de manifestantes como um polícia infiltrado foi atacado. As forças de segurança tiveram que usar gás pimenta para dispersar os manifestantes. O aeroporto de Hong Kong reabriu hoje depois de ter cancelado centenas de voos, na segunda e terça-feira, enquanto Pequim reforçou as suas ameaças de intervenção. Imagens de satélite difundidas hoje mostram veículos do exército e da polícia chinesa reunidos em Shenzhen, cidade que faz fronteira com Hong Kong. Um comunicado da polícia chinesa, difundido pela imprensa, informou que mais de 12 mil policias estão reunidos em Shenzhen, para exercícios anti-motim. “O exercício será realizado para aumentar o moral das tropas, praticar e preparar a segurança das celebrações e manter a segurança política nacional e a estabilidade social”, disse a polícia. Hong Kong vive um clima de contestação social desencadeado pela apresentação de uma proposta de alteração à lei da extradição, que permitiria ao Governo e aos tribunais da região administrativa especial a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental.
Hoje Macau China / Ásia MancheteImagens de satélite mostram polícia e militares chineses próximos de Hong Kong [dropcap]I[/dropcap]magens de satélite hoje difundidas mostram veículos do exército e da polícia chineses reunidos em Shenzhen, cidade que faz fronteira com Hong Kong, palco há dois meses de protestos anti-governamentais. De acordo com as imagens, difundidas pela Maxar Technologies, veículos militares e de segurança estão estacionados no Centro de Desportos da Marinha de Shenzhen, na fronteira com Hong Kong. Um comunicado da polícia chinesa, difundido pela imprensa, informou que mais de 12 mil policias estão reunidos em Shenzhen, para exercícios anti-motim. Os exercícios são parte dos preparativos de segurança para o 70.º aniversário da República Popular da China, em 1 de Outubro. “O exercício será realizado para aumentar o moral das tropas, praticar e preparar a segurança das celebrações e manter a segurança política nacional e a estabilidade social”, disse a polícia. Também a imprensa oficial chinesa advertiu que os manifestantes em Hong Kong caminham para “a autodestruição”, ao mesmo tempo que são divulgados vídeos com veículos militares a aproximarem-se da fronteira da cidade. O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, escreveu na rede social Twitter que foi informado pelos serviços secretos norte-americanos de que tropas chinesas estão a ser transferidas para a fronteira com Hong Kong. Na terça-feira, a chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, disse à imprensa que “actividades ilegais em nome da liberdade” estão a prejudicar o Estado de Direito na região administrativa especial chinesa, e que a recuperação do centro financeiro asiático pode demorar muito tempo. O Governo chinês afirmou esta semana que há “sinais de terrorismo” nos protestos anti-governamentais em Hong Kong, agravando assim o tom sobre as manifestações. Entre a opinião pública chinesa, exposta nos últimos dias a uma intensa campanha mediática sobre os manifestantes em Hong Kong, repetem-se os apelos, através das redes sociais, para uma intervenção das forças armadas chinesas no território. Inicialmente, as autoridades chinesas optaram por censurar qualquer informação sobre os protestos, que decorrem há dez semanas, mas, nos últimos dias, optaram por caracterizá-los como tumultos violentos, perpetuados por mercenários pagos por forças externas. Críticas aos manifestantes e demonstrações de apoio a uma intervenção do exército são hoje quase o único tópico partilhado por utilizadores do Wechat, a principal rede social da China. Facebook, Twitter ou Instagram estão banidos da rede chinesa, a maior do mundo, com cerca de 710 milhões de utilizadores.
Hoje Macau China / ÁsiaChina vai investir 24,8 mil milhões de dólares no Estado brasileiro de São Paulo [dropcap]S[/dropcap]ão Paulo vai receber investimentos de empresas e instituições financeiras chinesas no valor de 24,8 mil milhões de dólares em 10 anos, disse ontem o governador deste estado brasileiro. Os acordos foram formalizados numa missão comercial que o governador de São Paulo, João Dória, fez, juntamente com uma comitiva de empresários brasileiros, à China no início de Agosto, quando este estado também inaugurou um escritório para captação de recursos e novas parcerias na cidade chinesa de Xangai. “Fechámos 24,8 mil milhões de dólares em compromissos de investimentos [da China] nos próximos 10 anos (…). Deste total, 10 mil milhões de dólares (8,9 mil milhões de euros) vem de um compromisso com o China Development Bank e outros 10 mil milhões de dólares com o banco dos Brics [banco de desenvolvimento criado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul]”, explicou Dória numa conferência de imprensa com jornalistas estrangeiros. “Outros 4,8 mil milhões de dólares (4,2 mil milhões de euros) são investimentos programados do sector privado que devem acontecer nos próximos cinco anos. Individualmente, o maior investimento será da Huawei, que investirá 800 mil milhões de dólares numa nova fábrica de tecnologia no interior do Estado de São Paulo”, acrescentou. Questionado sobre a guerra comercial travada entre os Estados Unidos e a China, João Dória disse acreditar que o Brasil manterá uma posição de neutralidade, embora o Presidente do país, Jair Bolsonaro, demonstre publicamente que tem um alinhamento maior com o Governo norte-americano. “Não me preocupa a política [de alinhamento de] Bolsonaro com [Donald] Trump, porque Bolsonaro deve visitar a China em Outubro próximo e se ele tivesse alguma resistência à China, certamente, não faria esta visita”, avaliou. “A meu ver, o melhor para o Brasil é aproveitar a boa oportunidade que a China oferece dadas as medidas restritivas que o Governo Trump impôs aos chineses. É muito claro que a China hoje é um país que procura novos parceiros comerciais no mundo e que a América Latina é prioridade. Na América Latina, a grande prioridade é o Brasil, o maior mercado”, acrescentou. João Dória, que muitos analistas políticos colocam como possível candidato às eleições presidenciais de 2022, governa desde 1 de Janeiro o Estado de São Paulo, o mais industrializado e populoso do Brasil, que é responsável por um terço da riqueza total gerada no país.
Hoje Macau China / ÁsiaWall Street fecha em alta graças a desanuviamento comercial EUA-China [dropcap]A[/dropcap] bolsa nova-iorquina encerrou ontem em alta acentuada, com os investidores entusiasmados com o adiamento da aplicação de tarifas alfandegárias suplementares pelos EUA a importações oriundas da China. Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice selectivo Dow Jones Industrial Average avançou 1,48%, para os 26.279,91 pontos, depois de ter chegado a valorizar mais de 2% durante o período de transacções. O tecnológico Nasdaq ganhou 1,95%, para as 8.016,36 unidades, e o alargado S&P500 progrediu 1,50%, para as 2.926,32. A praça nova-iorquina tinha começado a sessão no vermelho, devido à preocupação com o agravamento da crise política em Hong Kong e a ameaça de uma intervenção da China. Mas os índices passaram bruscamente para terreno positivo, depois de um comunicado do representante norte-americano para o Comércio Externo, que indicava que as taxas suplementares de 10% anunciadas pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, a aplicar às importações de bens chineses, como telemóveis, computadores portáteis e consolas de jogos, tinham sido adiadas de 1 de Setembro para meados de Dezembro. Outros produtos, como os ligados à saúde ou à segurança, serão totalmente isentos desta taxa. “O adiamento das tarifas é muito positivo. É interpretado como um degelo, uma vez que a situação (entre os EUA e a China) era glacial”, disse Alan Skrainka, da Cornerstone Wealth Management. “Isto mostra a que ponto os investidores estão sensíveis a cada notícia sobre o assunto, quando o comércio mundial está em vias de perder vigor”, continuou Skrainka. A praça nova-iorquina tem evoluído nas últimas semanas em função dos desenvolvimentos na frente comercial sino-norte-americana, alternando entre baixas repentinas e subidas brutais. “Um tuíte (mensagem na rede social Twitter) do Presidente Trump pode fazer os investidores cederem ao pânico ou então provocar um entusiasmo desmedido. Isto indica, na minha perspectiva, uma falta de confiança”, sublinhou Sam Stovall, da CFRA. No mercado obrigacionista, a taxa de juro sobre a dívida norte-americana a 10 anos evoluía em 1,69%, cerca das 21:20 de Lisboa. Manteve-se assim acima da taxa de juro paga pela dívida a dois anos, que estava em 1,67%. A chamada inversão da curva das taxas, quando a primeira fica abaixo da de prazo mais curto, é geralmente considerada como um sinal antecipador de uma recessão.
Hoje Macau China / ÁsiaCaxemira | MNE da Índia reúne com líderes chineses em Pequim [dropcap]O[/dropcap]s representantes máximos diplomáticos da Índia e da China reuniram ontem, em Pequim, depois de Nova Deli ter revogado o estatuto especial da região da Caxemira, parte da qual a China reivindica como sua. A agência noticiosa oficial Xinhua informou ontem que o ministro indiano dos Negócios Estrangeiros, Subrahmanyam Jaishankar, disse que Pequim espera que a Índia “desempenhe um papel construtivo na paz e estabilidade regional”. A Xinhua citou Jaishankar a afirmar que a Índia “respeitará o consenso alcançado com a China sobre a manutenção da paz na fronteira e continuará a trabalhar com a China para resolver adequadamente a questão das fronteiras por meio de consultas”. China e Índia, ambas potências nucleares, partilham uma fronteira com 3.500 quilómetros de extensão, a maioria contestada. Diferendos territoriais levaram a um conflito, em 1962, que causou milhares de mortos. Em 2017, as forças armadas de ambos entraram num impasse de 10 semanas, no estado vizinho do Butão. A China reivindica cerca de 90.000 quilómetros quadrados de território no nordeste da Índia, enquanto Nova Deli acusa a China de ocupar 38.000 quilómetros quadrados do seu território no planalto de Aksai Chin, no oeste dos Himalaias, incluindo a região de Ladakh, que Nova Deli tornou, este mês, num território separado do resto da Caxemira. A visita à China do ministro indiano ocorre pouco depois do homólogo do Paquistão -principal rival da Índia e um aliado próximo da China -, ter também visitado Pequim. O Paquistão procura apoio chinês na abertura de um inquérito das Nações Unidas sobre a revogação pela Índia da autonomia da Caxemira e a sua divisão em dois territórios federais: Jammu e Caxemira e Ladakh. As autoridades indianas argumentam que o estatuto especial da Caxemira cultivou um sentimento separatista, susceptível de ser explorado pelo Paquistão, e que estava a atrasar o desenvolvimento económico da região. A agência noticiosa indiana Press Trust of India informou que Jaishankar disse ao homólogo chinês, Wang Yi, que as medidas legais em relação à Caxemira são questões “internas” da Índia, que não dizem respeito à China. O ministro também reuniu com o vice-presidente chinês, Wang Qishan, um dos principais assessores do Presidente da China, Xi Jinping, para questões económicas e de política externa. Dividir por dois A Caxemira indiana está sob um bloqueio de segurança sem precedentes, para evitar a agitação social, após o anúncio das decisões. A região dos Himalaias é reivindicada na íntegra pelo Paquistão e pela Índia e dividida entre ambas as nações. O Paquistão revelou que está a considerar uma proposta para abrir processo no Tribunal Internacional de Justiça contra a decisão da Índia. Islamabad, que já travou três guerras contra a Índia, duas das quais por causa de Caxemira, considerou ilegal a decisão e, na quarta-feira, expulsou o embaixador indiano e pôs fim ao comércio bilateral. Na quinta-feira, a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, esteve em contacto, via telefone, com os seus homólogos da Índia e do Paquistão, defendendo “uma solução política bilateral”. Caxemira é dividida entre a Índia e o Paquistão, duas potências nucleares que já travaram duas guerras pelo domínio daquele estado. Os dois países disputam a região montanhosa na totalidade, desde a partição subcontinente, em 1947, no final da época colonial britânica. Diferentes grupos separatistas combatem, há várias décadas, a presença de cerca de 500 mil soldados indianos na região, para exigir a independência do território ou a integração no Paquistão. Dezenas de milhares de pessoas, na grande maioria civis, morreram no conflito.
Hoje Macau China / Ásia ManchetePolícia abandona aeroporto de Hong Kong, voos restabelecidos e manifestantes dispersam João Carreira, enviado da agência Lusa [dropcap]A[/dropcap] polícia anti-motim abandonou as suas posições no exterior do aeroporto de Hong Kong num momento em que os manifestantes começam a dispersar e os primeiros voos a serem restabelecidos. Este é o retrato actual num dos mais movimentados aeroportos do mundo após um protesto que obrigou pelo segundo dia consecutivo a cancelar todos os voos, deixando milhares de passageiros em terra. A calma que se vivia às 01:00 de hoje no aeroporto internacional de Hong Kong contrasta com os momentos de tensão vividos quando um contingente da polícia entrou pelas 22:45 locais no terminal 1. A polícia anti-motim posicionou-se no exterior, onde foi efectuada pelo menos uma detenção e um ferido entre as forças de segurança, que chegaram a usar gás pimenta sobre os manifestantes, constatou a agência Lusa no local. Centenas de jovens rodearam os primeiros agentes no Terminal 1 e tentaram bloquear o acesso à zona onde se efectua o ‘check-in’, recorrendo aos carros de transporte de bagagem do aeroporto e a algumas grades, que limitam habitualmente os balcões das companhias aéreas. À chegada das carrinhas que transportavam os polícias, os manifestantes dirigiram-se aos balcões de ‘check-in’ onde se encontram muitos passageiros retidos, aconselhando-os a deslocarem-se para alguns locais que consideravam serem mais seguros. Cerca de 20 minutos depois da primeira entrada do contingente policial, as forças de segurança, aparentemente bloqueadas por centenas de manifestantes, abandonaram o terminal, para logo depois se posicionar no exterior a polícia anti-motim, onde estacionaram também viaturas de emergência médica. Ontem à tarde, e pelo segundo dia consecutivo, as autoridades aeroportuárias de Hong Kong cancelaram a saída de todos os voos devido a mais um dia de protesto, o quarto consecutivo, que ocupou os terminais do aeroporto internacional e aconselharam o público em geral a não se deslocar para o local.
Hoje Macau China / Ásia MancheteONU diz que há evidências de actuação da polícia de Hong Kong fora das normas [dropcap]O[/dropcap] Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU assegurou ontem que há evidências de que as autoridades de Hong Kong aplicaram medidas anti-distúrbios que vão contra as normas internacionais e pediu uma investigação imparcial às ocorrências. “Por exemplo, foram vistos polícias a lançar gases lacrimogéneos directamente a manifestantes, sobre zonas fechadas, com graves riscos de provocar feridos ou mortos”, disse o porta-voz da ONU, Rupert Colville, numa conferência de imprensa, em Genebra, Suíça. As autoridades de Hong Kong “devem investigar estes incidentes imediatamente e mudar as suas práticas anti-distúrbios quando vão contra as normas internacionais”, sublinhou o porta-voz da alta comissária, Michelle Bachelet. Colville acrescentou que a alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos “está preocupada com a escalada de violência” nos últimos dias, naquele território, cujo aeroporto, um dos mais concorridos do mundo, suspendeu as operações durante dois dias, devido aos protestos no recinto. As declarações do porta-voz da ONU geraram, por seu turno, protestos na diplomacia chinesa, que, num comunicado, classificou de “interferência nos assuntos internos da China, enviando uma mensagem errada dos violentos delinquentes”. “Os protestos em Hong Kong recentemente tomaram uma forma tal que alguns criminosos estão deliberadamente a perpetuar a violência”, indica a nota oficial enviada a partir da missão da China em Genebra. Estas pessoas “usaram bombas de fumo, coquetéis molotov e pistolas de grande calibre”, e “não só perpetraram graves delitos violentos, como mostraram uma tendência para recorrer a acções terroristas”, acrescenta. Para a China, o que se passou em Hong Kong “não é de forma nenhuma uma questão de direitos humanos”. A ex-colónia britânica enfrenta a sua pior crise política desde a transferência de soberania do Reino Unido para a China em 1997. A contestação social começou no início de Junho contra um projecto de lei que pretendia autorizar as extradições para Pequim. A proposta foi, entretanto, suspensa, mas as manifestações generalizaram-se e reivindicam agora medidas para a implementação do sufrágio universal no território, a demissão da actual chefe do Governo, uma investigação independente à violência policial e a libertação dos detidos ao longo dos protestos.
Hoje Macau China / ÁsiaTrump diz que exercito chinês está a posicionar-se na fronteira de Hong Kong [dropcap]O[/dropcap] Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou ontem que o exército chinês está a posicionar-se na “fronteira com Hong Kong”, segundo fontes dos serviços de informações norte-americanos, e apelou à calma entre as partes. Donald Trump divulgou este apelo em mensagens na rede social Twitter, acrescentando que muitas pessoas o acusam, e aos Estados Unidos, de responsabilidades “pelos problemas actuais” na antiga colónia britânica. O Presidente norte-americano avaliou ainda que a situação dos protestos em Hong Kong estava “muito difícil”, mas espera que a crise possa resolver-se de forma “pacífica”, sem mortos. “Espero que se resolva para todas as partes, incluindo para a China. Espero que possa haver uma solução pacífica, e que ninguém fique ferido”, disse também hoje o Presidente norte-americano aos jornalistas. Washington já tinha exortado na segunda-feira a que todas as partes se abstivessem de qualquer violência. Os protestos em Hong Kong duram há mais de dois meses, e, nos últimos dois dias atingiram o aeroporto de Hong Kong, tendo obrigado ao cancelamento de todos os voos, deixando milhares de passageiros em terra. Entretanto, a polícia anti-motim abandonou as suas posições no exterior do aeroporto e os manifestantes começam a dispersar, com os primeiros voos a serem restabelecidos. Este é o retrato actual num dos mais movimentados aeroportos do mundo após um protesto que obrigou pelo segundo dia consecutivo a cancelar todos os voos, deixando milhares de passageiros em terra.
Hoje Macau ReportagemProtesto no aeroporto de Hong Kong, da caça a polícias chineses infiltrados às fotos de Carrie Lam nos urinóis Reportagem de João Carreira [dropcap]O[/dropcap] protesto de ontem no aeroporto de Hong Kong ficou marcado por momentos de tensão e descompressão entre os manifestantes, ilustrados na ‘caça’ a supostos polícias chineses infiltrados e nas fotografias da chefe do Governo colocadas nos urinóis. Entre as rondas de recolha do lixo que se acumulava no terminal 1 do aeroporto, as explicações aos passageiros – sobre a motivação dos protestos -, e a distribuição de comida e bebida, os jovens manifestantes protagonizaram alguns momentos de tensão. Em duas ocasiões, uma à tarde e outra ao início da noite (hora local), centenas de jovens que participaram no protesto rodearam dois homens, acusando-os de serem polícias do interior da China infiltrados entre os manifestantes, que os manietaram e agrediram, obrigando um deles a receber tratamento hospitalar. Mais tarde, foram divulgadas algumas imagens nas redes sociais de documentos de identificação de pelo menos um destes homens que confirmariam, alegadamente, as suspeitas dos manifestantes. Um dos alvos dos protestos pró-democracia que duram desde o início de Junho em Hong Kong é a chefe do Governo, Carrie Lam, cuja imagem foi colocada em cada um dos urinóis, uma acção que motivou alguns sorrisos entre passageiros e manifestantes, que se deslocaram ao local propositadamente para filmarem ou tirarem fotografias. Ao final da tarde, na área onde se efectua o ‘check-in’, uma jovem manifestante sentava-se junto a uma passageira brasileira que ficara retida no aeroporto, na viagem de regresso a São Paulo, via Joanesburgo. A manifestante, de apelido Ng, que se juntou ao protesto depois de concluir uma jornada de trabalho numa empresa próximo do aeroporto, explicava a razão da manifestação, junto à brasileira que desconhecia a natureza das reivindicações. A jovem de Hong Kong explicou que o Governo não tem ouvido as reivindicações dos manifestantes e que esta nova fase dos protestos procura pressionar as autoridades através de acções com impacto económico. Ng reiterou as acusações de violência policial ao longo dos quase dois meses de protestos, nos quais se começou com a exigência de retirada da lei de extradição, à qual se somaram as reivindicações de um inquérito independente à actuação policial, demissão de Carrie Lam e libertação dos detidos. Lisete Castro, do Estado brasileiro de Goiás, que participou numas olimpíadas de matemática em Taiwan e passou quatro dias em Hong Kong, chegou ao aeroporto para apanhar um voo com destino a Joanesburgo, onde fazia escala para o destino final, São Paulo. Sem saber cantonês, mandarim ou inglês, sem funcionários das companhias de aviação nos balcões de atendimento e sem qualquer informação sobre o voo, a brasileira estava conformada com as horas que adivinhava ter pela frente até conseguir entrar num avião: “O que não tem remédio, remediado está”, disse, com um sorriso cansado. Após o caos que se viveu no aeroporto, sobretudo durante a tarde, a calma reinava ao final da noite em ambos os terminais, muito por culpa de uma acção policial que dispersou os jovens que protagonizaram o protesto pelo quarto dia consecutivo, depois das autoridades terem garantido junto de um tribunal uma providência cautelar na qual se determinava a retirada dos manifestantes da estrutura aeroportuária, segundo a imprensa local. Os protestos em Hong Kong duram há mais de dois meses e têm sido marcados por violentos confrontos entre manifestantes e a polícia, com recentes dados a apontarem para um impacto económico na indústria de viagens na ex-colónia britânica. O clima de contestação social em Hong Kong resulta da apresentação de uma proposta de alteração à lei da extradição, que permitiria ao Governo e aos tribunais a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental. A proposta foi, entretanto, suspensa, mas as manifestações generalizaram-se e denunciam agora uma “erosão das liberdades” na antiga colónia britânica.
Hoje Macau EventosAssédio sexual | Plácido Domingo acusado por nove mulheres Oito cantoras e uma bailarina afirmaram ter sido importunadas sexualmente pelo cantor espanhol. Testemunhos de mais de 30 pessoas ligadas ao meio musical confirmam já ter assistido a comportamentos incorrectos do tenor. O poder de Plácido Domingo e o receio de represálias profissionais terá levado a que apenas a meio soprano Patricia Wulf tenha dado a cara, mantendo-se as outras alegadas vítimas no anonimato [dropcap]O[/dropcap] cantor espanhol Plácido Domingo terá assediado sexualmente várias mulheres e usou a sua posição para as punir quando o recusavam, tendo a agência de notícias Associated Press divulgado ontem relatos de profissionais do meio a confirmar estes comportamentos. Numa extensa investigação por parte da agência norte-americana, oito cantoras e uma bailarina disseram ter sido assediadas sexualmente por Plácido Domingo, numa série de acontecimentos que ocorreram ao longo de três décadas, em espaços que incluíam companhias de ópera onde o cantor ocupava cargos de direcção. Muitas dizem ter sido avisadas por colegas para nunca ficar a sós com Domingo. Seis outras mulheres relataram à AP avanços que lhes causaram desconforto, em particular uma cantora que Plácido Domingo repetidamente convidou para sair, depois de a ter contratado para uma série de concertos na década de 1990. Adicionalmente, quase 30 outras pessoas ligadas à indústria musical, desde cantoras a músicos de orquestra, passando por professores de canto e administradores, confirmaram ter testemunhado comportamentos impróprios de índole sexual por parte do espanhol de 78 anos. Uma das mulheres que acusam Plácido Domingo de assédio sexual contou à AP que o espanhol enfiou a mão dentro da sua saia e três outras acusam-no de as ter beijado à força em camarins, num quarto de hotel e num almoço. “Um almoço não é algo estranho”, disse uma das cantoras. “Alguém a tentar segurar a tua mão durante um almoço de negócios é estranho – ou a colocar a sua mão no teu joelho. Ele estava sempre a tocar-te de alguma maneira e sempre a beijar-te”. Das nove pessoas que acusam o cantor, apenas a meio soprano Patricia Wulf aceitou divulgar o seu nome, tendo as restantes pedido anonimato por temer represálias profissionais e pessoais. Sete das nove mulheres disseram acreditar que as carreiras sofreram por terem rejeitado os avanços sexuais de Plácido Domingo. Uma delas disse que teve relações sexuais com o cantor em duas ocasiões e que, numa delas, quando Plácido Domingo saiu do quarto, deixou uma nota de 10 dólares na cómoda: “Não quero que te sintas como uma prostituta, mas também não quero que tenhas de pagar para estacionar”. Rede de poder Contactado pela AP, Placido Domingo não respondeu às questões específicas sobre as acusações, declarando que “as alegações destas pessoas, cujo nome não é divulgado e que remontam até há 30 anos, são profundamente perturbadoras e – da forma como são apresentadas – imprecisas”. “Ainda assim, é doloroso ouvir que posso ter incomodado alguém ou causado desconforto, não importa há quanto tempo e apesar das minhas melhores intenções. Acreditei que todas as minhas interacções e relações foram sempre bem-vindas e consensuais. Quem me conhece ou trabalhou comigo sabe que não sou alguém que intencionalmente magoasse, ofendesse ou embaraçasse outra pessoa”, acrescentou o cantor, que diz que “as regras e padrões” de hoje são “muito diferentes do que foram no passado”. A influência do cantor no meio – membro do conjunto de Três Tenores, com José Carreras e Luciano Pavarotti, director-geral da Ópera de Los Angeles, presidente da Europa Nostra, presidente da administração da Federação Internacional da Indústria Fonográfica e responsável pelo concurso Operalia, que se realizou em Lisboa no ano passado – é tamanha que só Wulf aceitou dar a cara em declarações à AP. Muitas das pessoas admitiram sentir-se fortalecidas pelo movimento #MeToo e decidiram que a maneira mais eficaz de atacar a má conduta sexual na indústria era denunciar o comportamento da figura mais proeminente da ópera. Lista negra Em Agosto do ano passado, o maestro titular da Orquestra Real do Concertgebouw, na Holanda, Daniele Gatti, foi afastado do cargo, depois de reveladas acusações de que teria atacado duas mulheres no seu camarim. Meses depois, foi contratado para a Ópera de Roma. Outro maestro, Charles Dutoit, foi afastado de várias orquestras com quem colaborava na sequência de denúncias de conduta imprópria ao longo de mais de duas décadas. Passado pouco tempo, tornou-se maestro convidado da Filarmónica de São Petersburgo. Também James Levine foi pela Ópera Metropolitana de Nova Iorque, sem que se conheçam novas ocupações do maestro. Em Dezembro de 2017, as pessoas que denunciaram casos de assédio e abuso sexual, num movimento colectivo denominado #MeToo, surgido nos Estados Unidos, foram nomeadas “Personalidade do Ano” pela revista norte-americana Time. Um dos casos mais mediáticos envolveu o produtor norte-americano Harvey Weinstein, acusado de assédio e abuso sexual por mais de 80 mulheres, entre as quais várias estrelas de Hollywood, como Gwyneth Paltrow, Ashley Judd e Angelina Jolie. Depois destas denúncias, através de investigações pelo jornal The New York Times e a revista The New Yorker, e que levaram Harvey Weinstein a ser despedido da empresa que cofundou e à sua expulsão de várias associações e organizações, nomeadamente da Academia de Hollywood, outros casos foram surgindo. Entre os acusados de assédio e abusos sexuais, mas também de má-conduta sexual, estão atores como Kevin Spacey e Dustin Hoffman, o ex-presidente da Amazon Studios Roy Price, os realizadores Brett Ratner e James Toback, os jornalistas Charlie Rose, Glenn Thrush e Matt Lauer, o fotógrafo Terry Richardson e o comediante norte-americano Louis C.K.
Hoje Macau EventosBienal de Veneza 2020 | Candidaturas abertas para Pavilhão de Macau [dropcap]O[/dropcap] Museu de Arte de Macau (MAM) anunciou ontem que estão abertas até 25 de Setembro as candidaturas para apresentação de propostas para o Pavilhão de Macau-China na 17ª Bienal de Arquitectura de Veneza, que se realiza em Maio de 2020. O tema da Bienal é “Como iremos viver juntos?” e conta com a curadoria de Hashim Sarkis, Director da Escola de Arquitectura e Urbanismo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos. A representação de Macau no Pavilhão de Macau-China cabe ao Museu de Arte de Macau, sob a alçada do Instituto Cultural (IC), em colaboração com a Associação dos Arquitectos de Macau e com a equipa que for escolhida através deste concurso público. As equipas concorrentes deverão ser constituídas por dois membros, no mínimo, com um curador e um ou mais expositores, todos maiores de 18 anos e portadores de Bilhete de Identidade de Residente Permanente de Macau. É obrigatório um dos membros da equipa ter formação académica em Arquitectura ou Planeamento Urbano, não havendo restrições quanto à formação dos outros elementos da equipa. O júri será composto por arquitectos locais e estrangeiros, e por representantes do IC. A equipa seleccionada será anunciada no mês de Outubro, podendo receber um valor máximo de 600 mil patacas para cobrir os custos de produção, bem como apoio para o transporte entre Macau e Veneza e alojamento para três pessoas no máximo. A Bienal de Arquitectura de Veneza, que se realiza desde 1980, é um dos eventos de arquitectura mais influentes do mundo.
Hoje Macau SociedadeJogo | Junkets de Macau impedidos de levar clientes VIP para o exterior Os junkets que operam em Macau estão impedidos de levar apostadores chineses para casinos no estrangeiro. A decisão da Direcção de Inspecção de Coordenação de Jogos vem de encontro à postura tomada por Pequim de tentar evitar lavagem de dinheiro e promover o crescimento da indústria do jogo de Macau [dropcap]N[/dropcap]a semana passada, a embaixada chinesa nas Filipinas demonstrou em a preocupação face ao forte investimento de sites e casinos filipinos para atrair apostadores chineses. O foco no mercado chinês, de acordo com a embaixada em Manila, “coloca um severo risco à supervisão e segurança financeira da China, ao ajudar apostadores a escapar ao controlo de fluxo de capitais. O puxão de orelhas foi também para dentro, com a ameaça de penalizações a empresas chinesas, a menos que “parem de imediato as suas actividades ilegais”. Como tal, era uma questão de tempo até o Governo de Macau agir. Assim sendo, junkets que operam na RAEM não podem atrair apostadores VIP para mercados exteriores. De acordo com a agência Bloomberg, a Direcção de Inspecção de Coordenação de Jogos (DICJ) decidiu proibir a “exportação” de clientes do sector VIP para mercados como as Filipinas. A regra imposta pela DICJ ainda não foi tornada pública e só é conhecida devido a testemunho anónimos de fontes ouvidas pela Bloomberg e pelo portal GGRAsia. Lavandaria global Apesar do carácter algo simbólico do comunicado da Embaixada chinesa em Manila, segue uma linha de ataque de Pequim aos esquemas internacionais de lavagem de dinheiro, como as apostas remotas, ou seja, o jogo que permite apostas numa mesa em que o apostador não está. O controlo do Governo Central tem sido contornado por operadores de jogo que estabelecem empresas offshore em países como as Filipinas de forma a continuarem o foco no mercado chinês. Recentemente, os junkets a operar em Macau estiveram debaixo de olho das autoridades do continente devido ao alegado envolvimento na promoção de jogo offshore, através de subsidiárias externas criadas para o efeito. Neste aspecto, o Suncity Group foi um dos visados, inclusive pela DICJ, por suspeitas de promover o jogo online no Interior da China. Esta forma de jogar facilita ao apostar a transferência de largas somas de dinheiro sem ter de revelar a identidade. Os junkets facilitam todo o processo através das ligações a operações no exterior. Aliás, de acordo com uma fonte anónima próxima do Suncity, e citada pelo portal CalvinAyre, desde que o grupo deixou de aceitar apostas remotas, os lucros caíram 10 por cento, uma parcela considerável, tendo em conta que o grupo factura anualmente 230 mil milhões de dólares.
Hoje Macau PolíticaCEM | Lam U Tou quer que o Governo explique adjudicação directa [dropcap]O[/dropcap] presidente da Associação da Sinergia de Macau, Lam U Tou, comentou ontem ao jornal Ou Mun que a atribuição directa do “Contrato de Concessão do Serviço Público de Gestão das Galerias Técnicas” à CEM “é razoável”, por ser um dos principais fornecedores locais e com maior experiência no ramo, mas acrescentou que o Governo vai ter de explicar à população porque dispensou a realização do concurso público. “Se não há nenhum problema com esta decisão, por que não explica tudo ao público?”, questionou o dirigente da associação, para quem a solução das galerias deverá ser também progressivamente implementada nos bairros antigos. Por sua vez, Leong Sin Man, membro do Conselho do Planeamento Urbanístico, apoiou a assinatura do contrato com a companhia eléctrica local, salientando as vantagens da instalação subterrânea de galerias técnicas na resolução do problema da abertura frequente de buracos para reparação de infra-estruturas básicas, reduzindo a pressão do tráfego nas estradas. Além disso, Leong pede a divulgação do planeamento do espaço subterrâneo e a construção de galerias técnicas na zona A dos novos aterros.
Hoje Macau China / ÁsiaChris Patten diz que intervenção musculada de Pequim em Hong Kong seria “uma catástrofe” [dropcap]U[/dropcap]ma intervenção musculada por parte da China para acabar com as manifestações pró-democracia em Hong Kong seria “uma catástrofe”, afirmou hoje Chris Patten, o último governador britânico daquele território. “É muito, muito contraproducente para o Governo chinês dar a impressão de que terá de considerar outros métodos caso esta situação não se resolva rapidamente”, disse Patten, que foi o 28.º governador britânico de Hong Kong, em declarações à rádio pública britânica BBC. “Nós sabemos quais têm sido esses outros métodos na história da China”, referiu o político, numa referência à repressão exercida pelas forças chinesas na praça de Tiananmen em Pequim em Junho de 1989. Para Chris Patten, uma intervenção desse tipo seria “uma catástrofe para a China, e é claro também para Hong Kong”. Nesse sentido, o político, que foi governador de Hong Kong entre Julho de 1992 até ao fim da administração britânica a 30 Junho de 1997, lançou um apelo para um “processo de reconciliação”. A antiga colónia britânica está a atravessar a sua pior crise política desde a sua transferência para as autoridades chinesas em 1997. Nos últimos dois meses, o território tem sido palco de manifestações quase diárias que muitas vezes têm degenerado em confrontos entre as forças policiais e activistas mais radicais. Em várias ocasiões, a polícia tem recorrido a gás lacrimogéneo e a balas de borracha para dispersar os manifestantes. Iniciada em Junho contra um projecto-lei de alteração, entretanto suspenso, à lei da extradição (que visava permitir extradições para Pequim), a contestação nas ruas generalizou-se e ampliou as suas reivindicações, denunciando agora o que os manifestantes afirmam ser uma “erosão das liberdades” e uma ingerência da China nos assuntos internos daquele território. A demissão da chefe do Governo de Hong Kong, Carrie Lam, que conta com o apoio da China, é uma das exigências dos manifestantes pró-democracia. Perante os confrontos registados ao longo das últimas semanas, Pequim tem vindo a agravar o seu discurso contra os manifestantes, denunciando “sinais de terrorismo”. Dois órgãos de comunicação social chineses públicos, dirigidos directamente pelo Partido Comunista (no poder), têm divulgado vídeos que alegadamente mostram veículos militares blindados a dirigirem-se para Shenzhen, cidade localizada nos arredores de Hong Kong. “Hong Kong está à beira do abismo, mas isso está a acontecer em parte porque o Governo (…) se recusa a abandonar explicitamente o projecto-lei e a estabelecer uma comissão de inquérito” sobre a violência policial exercida contra os activistas e denunciada por estes, referiu Chris Patten. O último governador britânico de Hong Kong ainda pediu ao primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, para assumir uma posição mais firme em relação a Pequim. Desde a passada sexta-feira, os manifestantes pró-democracia têm estado concentrados junto do aeroporto internacional de Hong Kong. As autoridades aeroportuárias locais anunciaram hoje, e pelo segundo dia, a suspensão e o cancelamento de centenas de ligações aéreas. Na semana passada, a chefe do Governo de Hong Kong alertou para os riscos económicos associados aos protestos. Segundo Carrie Lam, o impacto económico dos protestos anti-governamentais poderá ser pior ao do surto da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, na sigla em inglês), ocorrido em 2003.
Hoje Macau China / Ásia ManchetePassageiros retidos em Hong Kong defendem manifestantes e criticam cancelamento de voos Reportagem de João Carreira, enviado da agência Lusa [dropcap]A[/dropcap]s férias podem estar comprometidas, os dois dias de espera fazem ‘mossa’, mas vários passageiros retidos no aeroporto de Hong Kong defenderam hoje os manifestantes e afirmaram que o protesto “pacífico e ordeiro” não justifica o cancelamento de voos. No meio de algum caos pouco habitual num dos mais movimentados aeroportos do mundo, debruçados nos balcões das companhias aéreas, os passageiros tentam perceber quando poderão viajar. Henry Chan, que tentou partir na segunda-feira para Melbourne, onde vive, voltou a ficar em terra devido aos protestos pró-democracia que, depois de dois meses a paralisarem o centro da cidade, ‘acamparam’ no aeroporto internacional. Há horas no aeroporto, há demasiado tempo no balcão da companhia, Chan desiste e, com o dedo em riste apontado às funcionárias, desabafa, num discurso acalorado captado pelos telemóveis dos manifestantes, com direito a palmas no final: “Isto é um protesto pacífico e ordeiro, não há razão nenhuma para os voos serem cancelados, isto é uma vergonha e a culpa é das autoridades”. Natural de Hong Kong e a viver em Melbourne, Austrália, o seu apoio vai para os protagonistas dos protestos que se queixam da erosão da democracia no território administrado pela China, que se queixam da violência policial, e querem a retirada integral da lei da extradição e a demissão da chefe do Governo, Carrie Lam. “Ontem [segunda-feira] estavam mais do que hoje. Isto não faz sentido nenhum. O que está por detrás desta de cancelar os aviões?”, questionou o jovem, em declarações à agência Lusa. A uma vintena de metros, uma passageira com cerca de 50 anos, rodeada de bagagens, agarrada a meia garrafa de vinho já consumida, dá um inusitado ‘sermão’ a um grupo de jovens manifestantes que se sentaram a descansar momentaneamente num dos cantos do aeroporto. “Vocês são jovens. Não podem estar cansadas. Vão lá para o meio gritar. Não têm 50 e 60 anos. Não fiquem aí sentadas no chão”, disse a mulher que devia viajar hoje à noite para Xangai, oriunda do Reino Unido, para se encontrar com o noivo, a poucos dias do casamento. “Lembrem-se do dia de hoje. Lutem hoje e as vossas vidas podem melhorar um pouco mais dentro de alguns anos”, foi repetindo a passageira às jovens, de preto, de máscaras e munidas de cartazes, até estas se retirarem, aparentemente para o coração do protesto. Outra passageira, Wendy Liang, deveria ter partido na segunda-feira de férias para a Austrália, mas sem sucesso. A sua revolta combina a frustração de ficar em terra nos primeiros dois dias de férias com a certeza de que o número de manifestantes, mas sobretudo a natureza pacífica do protesto de hoje não justifica o cancelamento do seu voo pelo segundo dia consecutivo. “São jovens e completamente pacíficos. Por que estão a decidir cancelar [os voos]? Não entendo”, disse, corada do calor e da indignação. As autoridades aeroportuárias de Hong Kong cancelaram a saída de todos os voos devido a mais um dia de protesto, o quarto consecutivo, que ocupou os terminais do aeroporto internacional e aconselharam ao público em geral a não se deslocar para o local. A contestação social foi desencadeada pela apresentação de uma proposta de alteração à lei da extradição, que permitiria ao Governo e aos tribunais da região administrativa especial a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental. A proposta foi, entretanto, suspensa, mas as manifestações generalizaram-se e reivindicam agora medidas para a implementação do sufrágio universal no território, a demissão da actual chefe do Governo, uma investigação independente à violência policial e a libertação dos detidos ao longo dos protestos.
Hoje Macau China / Ásia MancheteAutoridades aeroportuárias cancelam partidas do aeroporto internacional de Hong Kong [dropcap]A[/dropcap]s autoridades aeroportuárias de Hong Kong cancelaram todos os voos de partida ainda programados para hoje, devido a mais um dia de manifestações que ocuparam os terminais do aeroporto internacional. As autoridades anunciaram no final da tarde (hora local) de hoje que os serviços de ‘check-in’ para voos que partem do aeroporto internacional de Hong Kong foram suspensos às 16:30. Os outros voos que já tinham concluído o seu processo continuaram a operar. As autoridades informaram que os voos que estão a chegar ao aeroporto de Hong Kong não devem ser afectados, mas dezenas destes já foram cancelados. Também aconselharam ao público em geral a não se deslocar para o aeroporto. Alguns voos puderam descolar e aterrar hoje daquele aeroporto internacional, um dia depois de mais de 200 voos terem sido cancelados. O encerramento segunda-feira do oitavo aeroporto internacional mais frequentado do mundo (74 milhões de passageiros em 2018), numa medida raramente aplicada, foi decidido na segunda-feira e no momento em que o Governo central chinês afirmava ver “sinais de terrorismo” na contestação que agita a região administrativa especial chinesa, desde o início de Junho. As salas de embarque e desembarque do aeroporto foram tomadas hoje de novo por milhares de manifestantes que ali se juntaram pelo quinto dia consecutivo. A contestação social foi desencadeada pela apresentação de uma proposta de alteração à lei da extradição, que permitiria a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental. A proposta foi, entretanto, suspensa, mas as manifestações generalizaram-se e reivindicam agora medidas para a implementação do sufrágio universal no território, a demissão da actual chefe do Governo, uma investigação independente à violência policial e a libertação dos detidos ao longo dos protestos.
Hoje Macau EventosExposição | Armazém do Boi organiza retrospectiva com artistas do Delta [dropcap]C[/dropcap]hama-se “Fluxos Ardentes – Retrospectiva de Artes do Delta do Rio das Pérolas em Macau” e é a nova exposição que estará patente no Armazém do Boi a partir do dia 23 deste mês até ao dia 13 de Outubro. Esta mostra parte de uma parceria com a Academia de Belas-Artes do Museu de Arte de Guangzhou e conta com curadoria de Hu Bin, director do museu, e Noah Ng, presidente do Armazém do Boi. De acordo com um comunicado, o principal objectivo desta mostra é “olhar para o meteórico progresso do Delta do Rio das Pérolas em termos de urbanização e fenómeno cultural com um dualismo considerável”. Neste contexto, a exposição nasce de parcerias já antes estabelecidas, onde é feito um escrutínio daquilo que tem vindo a ser realizado nas cidades que compõem esta zona “nas mais diversas comunidades criativas, colectividades e instituições”. Ao longo dos tempos “tem vindo a ser estabelecida uma forte ligação na esperança de estimular uma ecologia não ortodoxa e práticas artísticas”. Em 2016 foi feita uma exposição semelhante onde se revelaram trabalhos de nove artistas. Três anos depois da segunda edição da exposição, a “Hot Flows” volta a mostrar nove artistas que prometem mostrar a sua “trajectória de integração num modelo orientado para a comunidade no contexto do Delta do Rio das Pérolas”, onde a questão ambiental desempenha um importante papel. A exposição conta com artistas como Fong Fo, Xi San Chorus, Luwei HD e Jin Society, entre outros, incluindo os grupos Macau Comuna de Pedra e Soda City Experimental Workshop. A mostra vai estar patente na Rua do Volong, 15 e conta com os apoios do Instituto Cultural e Fundação Macau.
Hoje Macau SociedadeColina Ilha Verde | Proprietário tem um mês para apresentar plano de conservação [dropcap]O[/dropcap] Instituto Cultural (IC) anunciou ontem, através de um comunicado, que concluiu o “procedimento de audiência e análise dos documentos apresentados pelo proprietário da zona da Colina da Ilha Verde”. A decisão do IC passa pela exigência da “realização de trabalhos de recuperação na parte da Colina pela qual o proprietário é responsável, incluindo a apresentação de um plano de conservação e manutenção do convento que ali se encontra dentro dos próximos 30 dias”. O mesmo comunicado dá ainda conta de que, “caso o proprietário não realize as obras relevantes dentro do prazo indicado, o IC irá promover a sua execução coerciva nos termos da Lei de Salvaguarda do Património Cultural e cobrar as respectivas despesas ao referido proprietário”. Entretanto, o IC reuniu com os representantes do proprietário do antigo convento jesuíta com o objectivo de “indicar claramente quais as suas obrigações e responsabilidades legais”, cuja audiência foi pedida há um mês. O proprietário respondeu posteriormente, sendo que o IC considera a existência de “improcedência por parte do proprietário pelo facto de ainda não ter implementado as obras da manutenção”.
Hoje Macau SociedadeLas Vegas Sands | Parceiro de Macau aumenta pedido de compensação O antigo parceiro em Macau da Las Vegas Sands aumentou o pedido de compensação para 96,54 mil milhões de patacas, num processo judicial milionário. A primeira sessão de audiência está marcada para 11 de Setembro no Tribunal Judicial de Base [dropcap]A[/dropcap] parada subiu. De acordo com um relatório da Sands China Ltd, o antigo parceiro da operadora Asian American Entertainment Corp (AAEC), liderada pelo empresário de Taiwan Marshall Hao, aumentou o pedido de compensação para 96,54 mil milhões de patacas num processo movido contra a operadora sediada nos Estados Unidos. O início das hostilidades judiciais está marcado para 11 de Setembro, com a primeira audiência de julgamento no Tribunal Judicial de Base de Macau. A disputa começou quando a Las Vegas Sands e a AAEC submeteram o pedido para uma licença de jogo em 2001: a Las Vegas Sands decidiu mudar de parceiro a meio do processo para se aliar à Galaxy Entertainment, o que permitiu a licença. A AAEC acusa a operadora fundada por Sheldon Adelson de ter feito este pedido com base em segredos que teriam servido para fazer o anterior. A empresa de Marshall Hao está a processar também a Venetian Macau Ltd, LVS (Nevada) International Holdings Inc, Las Vegas Sands LLC e a Venetian Casino Resort LLC, três subsidiárias da operadora de Adelson sediadas no Nevada. Pedido progressivo No processo, a AAEC reclama lucros entre 2004 e 2018, a que se juntam os lucros até ao final da concessão da Las Vegas Sands em 2022. Em declarações ao portal GGRAsia, o advogado da autora, Jorge Menezes, confirmou que “em 15 de Julho foi pedido o aumento da compensação para aproximadamente 96,54 mil milhões de patacas, para o período que terminou em 2018, além de cerca de 70 por cento dos lucros apurados pela Las Vegas Sands de 2019 até ao fim da concessão”. O advogado explicou ao portal dedicado ao sector do jogo que o aumento do valor está em linha com o que foi pedido pela AAEC em 2012 e baseou-se nos dados divulgados pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos. “A alteração foi feita recentemente, uma vez que o julgamento foi marcado para Setembro e queremos dar ao tribunal dados mais actualizados”, explicou ao GGRAsia. Importa recordar que recentemente a operadora esteve envolvida noutro litígio nos tribunais. O caso em questão colocou em confronto Richard Suen e a Las Vegas Sands Corp, e terminou em Março passado, depois de 15 anos de batalha judicial, com as partes a chegar a acordo, sem revelar, no entanto, o valor da compensação. No início da disputa, o empresário de Hong Kong pedia 2,8 mil milhões de patacas, enquanto a equipa legal da Sands argumentava que deveria receber até pouco mais de 30 milhões de patacas.
Hoje Macau SociedadeCarlos Marreiros sugere criação de Museu Sun Yat Sen [dropcap]O[/dropcap] professor universitário e arquitecto Carlos Marreiros defendeu ontem a criação em Macau de um museu dedicado a Sun Yat Sen, no qual se deviam destacar figuras como Camões. A aposta em marcar a diferença permitiria a Macau “impor-se na Grande Baía”, através de novos equipamentos culturais, um dos quais “focado numa figura de respeito internacional” e que “é transversal à China continental, Macau, Hong Kong e Taiwan”, defendeu o macaense que foi condecorado pelo Presidente da República português, por dois governadores de Macau e pelo Chefe do Executivo da RAEM. O museu deveria ser criado nos novos aterros de Macau, sustentou à margem do Fórum em que é um dos oradores convidados e no qual participam especialistas nacionais e estrangeiros, para debater a missão cultural da Grande Baía. O arquitecto sublinhou que a concepção do museu deveria ser marcada pela diferença, para se destacar numa região que tem uma capacidade e dinâmica que o antigo território português não possui, referindo-se ao espaço de influência da Grande Baía. Barões assinalados Nesse sentido, “o museu poderia apresentar outras figuras de grande prestígio internacional” como Camões, uma das grandes figuras da literatura portuguesa, cuja presença no oriente e em Macau é destacada na história da sua vida, defendeu. Já Sun Yat Sem, nasceu na aldeia de Kui Heng, a pouco mais de 30 quilómetros de Macau, e concluiu o curso de medicina em Hong Kong. Macau tem a Casa Memorial Sun Yat Sen, que alberga um conjunto de documentos que homenageiam a passagem pelo território daquele que foi o mentor e impulsionador da revolução republicana chinesa que, em 1911, derrubou o regime da dinastia Qing. Esta casa visa testemunhar a sua curta – mas considerada significativa -, estadia em Macau no início do século XX onde, fugindo ao poder dos mandarins imperiais, recebeu apoio de amigos, à época ilustres e influentes figuras da vida social e política macaenses, para garantir um novo regime na China.
Hoje Macau China / Ásia MancheteAeroporto de Hong Kong retoma hoje ligações aéreas [dropcap]O[/dropcap] aeroporto de Hong Kong anunciou que retoma hoje às 06h00 as ligações aéreas, suspensas ontem depois de milhares de manifestantes terem ocupado o principal terminal desta infraestrutura. Ontem à tarde todos os voos que não tinham concluído os procedimentos de ‘check-in’ foram cancelados, assim como voos com destino a Hong Kong que ainda não tivessem descolado, o que provocou o caos naquele que é um dos aeroportos mais movimentados do mundo. Funcionários aeroportuários aconselharam os passageiros afectados a abandonar o local para sua própria segurança, mas estes depararam-se com o trânsito praticamente estancado e transportes públicos sobreocupados, tendo muitas pessoas optado por abandonar o local a pé. A suspensão de voos foi decidida depois de milhares de manifestantes pró-democracia terem invadido o principal terminal do aeroporto do território administrado pela China. A manifestação marcou o quarto dia consecutivo de protestos no centro da ilha de Lantau, após mais um fim de semana de confrontos entre a polícia e manifestantes em vários pontos da cidade, que resultaram em feridos e em pelo menos 16 detenções, que ultrapassam as 600 desde o início de Junho. Este foi também o nono fim-de-semana de protestos consecutivo, marcado pela posição assumida pelo Governo chinês ao declarar que vê “sinais de terrorismo” na oposição protagonizada pelos manifestantes, jovens na sua esmagadora maioria. A contestação social começou em Junho, desencadeada pela apresentação de uma proposta de alteração à lei da extradição, que permitiria ao Governo e aos tribunais da região administrativa especial a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental. A proposta foi, entretanto, suspensa, mas as manifestações generalizaram-se e denunciam agora aquilo que os manifestantes afirmam ser uma “erosão das liberdades” na antiga colónia britânica, reivindicando também medidas para a implementação do sufrágio universal. Desde meados de Junho que os manifestantes exigem a demissão da actual chefe do Governo, um inquérito independente à violência policial e a libertação dos detidos ao longo dos protestos.
Hoje Macau InternacionalSalah Abdeslam acusado no dossier dos atentados de Bruxelas em 2016 [dropcap]O[/dropcap] único membro vivo do comando dos atentados de Novembro de 2015 em França, Salah Abdeslam, foi formalmente acusado na Bélgica pelos ataques de 22 de Março de 2016 em Bruxelas, indicou hoje a procuradoria federal. Abdeslam, 29 anos, foi acusado de “participação nas actividades de um grupo terrorista”, precisou a procuradoria federal belga, confirmando uma informação que circulava na imprensa belga há alguns dias. Os atentados suicidas, reivindicados pelo grupo Estado Islâmico, causaram 32 mortos e mais de 340 feridos no aeroporto internacional de Bruxelas-Zaventem e numa estação de metro da capital europeia. Foram patrocinados a partir da Síria e organizados por uma célula franco-belga também na origem dos atentados de 13 de Novembro de 2015 em Paris (130 mortos). Antes deste anúncio já tinham sido acusadas 12 pessoas no dossier sobre os atentados de 22 de Março em Bruxelas. O julgamento dos atentados ‘jihadistas’ de Bruxelas iniciar-se-á no próximo ano e decorrerá nas antigas instalações da NATO na capital belga. Deverá durar entre seis e oito meses e tem como principais suspeitos Mohamed Abrini e Osama Krayem, detidos em abril de 2016. O julgamento dos atentados de Paris deve realizar-se no mínimo em 2021. Um total de 14 pessoas, 11 das quais estão em prisão preventiva, foram indiciadas. Identificado anteriormente como pequeno delinquente, radicalizado no bairro Molenbeek de Bruxelas, Salah Abdeslam, está detido em França. Foi condenado à revelia a 20 anos de prisão, em Bruxelas em Abril de 2018, por tentativa de homicídio de carácter terrorista, devido à sua participação num tiroteio contra a polícia em Bruxelas a 15 de Março de 2016, três dias antes de ser detido em Molenbeek.
Hoje Macau China / ÁsiaGoverno chinês aponta “indícios de terrorismo” em Hong Kong [dropcap]O[/dropcap] Governo chinês afirmou hoje que há “sinais de terrorismo” nos protestos anti-governamentais em Hong Kong, agravando assim o tom sobre as manifestações que há mais de dois meses abalam aquela região. “Os manifestantes radicais em Hong Kong usaram repetidamente objectos extremamente perigosos para atacar a polícia, o que é já um crime grave e revela os primeiros indícios de terrorismo”, disse o porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado chinês, Yang Guang. Yang, que na semana passada avisou que “aqueles que brincam com fogo queimam-se”, denunciou “uma pequena minoria”, que constitui “um sério desafio à prosperidade e estabilidade de Hong Kong”. O porta-voz afirmou que foram lançadas bombas incendiárias de fabrico artesanal contra a polícia. As declarações de Yang surgem quando se cumpre o décimo fim de semana consecutivo de manifestações na antiga colónia britânica, com milhares de manifestantes a desafiarem a polícia, que tem respondido com gás lacrimogéneo e deteve já centenas de pessoas. Hong Kong vive um clima de contestação social desencadeado pela apresentação de uma proposta de alteração à lei da extradição, que permitiria ao Governo e aos tribunais da região administrativa especial a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental. A proposta foi, entretanto, suspensa, mas as manifestações generalizaram-se e denunciam agora aquilo que os manifestantes afirmam ser uma “erosão das liberdades” na antiga colónia britânica e a demissão de Carrie Lam, a chefe do governo local, pró-Pequim, enquanto apelam à eleição de um sucessor por sufrágio universal directo, e não nomeado pelo Governo central.