Hoje Macau PolíticaTransição | Paulo Cunha Alves elogia gestão de Macau [dropcap]O[/dropcap] Cônsul-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Paulo Cunha Alves, elogiou os feitos alcançados pelo território após a transferência de soberania. Numa entrevista à Xinhua, o diplomata sublinhou igualmente o papel de Macau como uma plataforma. “Macau sempre funcionou como um elo de ligação entre Portugal e a China e como uma porta de chegada ao Oriente. Neste sentido, Macau assume um papel de catalisador nas relações bilaterais nos mais diversos domínios, desde o político ao comercial, do cultural ao da educação”, disse Paulo Cunha Alves, à agência estatal noticiosa. “As principais vantagens de Macau têm a ver com a concentração de esforços e meios numa plataforma única que é o Fórum Macau”, sublinhou. O Cônsul-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong destacou também que desde a transição, há 20 anos, que o país europeu tem prestado atenção à aplicação do princípio um país, dois sistemas, que está a ser bem concretizado e ao desenvolvimento do território, que segundo a Xinhua, foi elogiado na vertente política, económica e social. A cooperação entre Macau e Portugal no turismo foi outra das áreas mencionadas, e Paulo Cunha Alves afirmou que “não só é essencial treinar os profissionais do sector, como também promover uma maior fluxo de turistas entre Portugal e Macau”.
Hoje Macau PolíticaTransição | Paulo Cunha Alves elogia gestão de Macau [dropcap]O[/dropcap] Cônsul-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Paulo Cunha Alves, elogiou os feitos alcançados pelo território após a transferência de soberania. Numa entrevista à Xinhua, o diplomata sublinhou igualmente o papel de Macau como uma plataforma. “Macau sempre funcionou como um elo de ligação entre Portugal e a China e como uma porta de chegada ao Oriente. Neste sentido, Macau assume um papel de catalisador nas relações bilaterais nos mais diversos domínios, desde o político ao comercial, do cultural ao da educação”, disse Paulo Cunha Alves, à agência estatal noticiosa. “As principais vantagens de Macau têm a ver com a concentração de esforços e meios numa plataforma única que é o Fórum Macau”, sublinhou. O Cônsul-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong destacou também que desde a transição, há 20 anos, que o país europeu tem prestado atenção à aplicação do princípio um país, dois sistemas, que está a ser bem concretizado e ao desenvolvimento do território, que segundo a Xinhua, foi elogiado na vertente política, económica e social. A cooperação entre Macau e Portugal no turismo foi outra das áreas mencionadas, e Paulo Cunha Alves afirmou que “não só é essencial treinar os profissionais do sector, como também promover uma maior fluxo de turistas entre Portugal e Macau”.
Hoje Macau PolíticaLee Chong Cheng regressa à política e entra no Conselho Executivo ao lado de Iau Teng Pio e Frederico Ma [dropcap]O[/dropcap] deputado Iau Teng Pio, nomeado pelo Chefe do Executivo, e o antigo deputado Lee Chong Cheng, ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau, são os dois novos rostos que fazem parte do Conselho Executivo, que alberga 11 membros. A notícia foi avançada ontem pela TDM Rádio Macau, que destaca ainda a escolha de Frederico Ma, actual presidente do Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia, para substituir Alexandre Ma, membro do Conselho Executivo desde 1999. Chan Meng Kam, empresário e ex-deputado à Assembleia Legislativa deixa este organismo que aconselha o Chefe do Executivo na tomada de decisões. A TDM Rádio Macau assegura, no entanto, que a comunidade de Fujian vai continuar a estar representada. Por sua vez, a comunidade macaense mantém-se representada por Leonel Alves, onde desempenha funções desde 2004. Chan Chak Mo e Peter Lam mantêm-se nos cargos. André Cheong, o novo secretário para a Administração e Justiça, também deverá estrear-se neste organismo. Alexis Tam em Lisboa O ainda secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, deixa o Governo, mas vai continuar ligado à Administração, uma vez que irá chefiar a delegação económica e comercial de Macau em Lisboa, noticiou também a TDM Rádio Macau. Alexis Tam tomou posse como secretário em 2014. Sónia Chan, que ainda detém o cargo de secretária para a Administração e Justiça, vai assumir a liderança da futura comissão de fiscalização das empresas públicas, que se espera seja criada a curto prazo. Já Lionel Leong, secretário para a Economia e Finanças, decidiu fazer uma pausa na vida pública e política e deverá ingressar na vida académica, para fazer um doutoramento. Ainda de acordo com a TDM Rádio Macau, Alex Vong, responsável pelos Serviços de Alfândega, deverá regressar a uma casa que conhece bem, o Instituto do Desporto, organismo que já presidiu. O Lam, chefe de gabinete do Chefe do Executivo nos dois mandatos de Chui Sai On, vai assumir a vice-presidência do Instituto para os Assuntos Municipais. Ma Io Kun, responsável pelos Serviços de Polícia Unitários, deverá afastar-se da vida política e aposentar-se.
Hoje Macau PolíticaConselho de Estado | Publicadas nomeações sobre novo Governo [dropcap]F[/dropcap]oram ontem publicadas em Boletim Oficial (BO) as notificações do Conselho de Estado da China relativamente à nomeação dos titulares dos principais cargos do novo Governo e do Procurador da RAEM, que irão compor o V Governo, liderado por Ho Iat Seng. Confirmam-se, assim, os nomes de André Cheong para o cargo de secretário para a Administração e Justiça, Lei Wai Nong, como secretário para a Economia e Finanças, Wong Sio Chak, como secretário para a Segurança, Ao Ieong U, como secretária para os Assuntos Sociais e Cultura e Raimundo Arrais do Rosário, como secretário para os Transportes e Obras Públicas. Seguem-se os nomes de Chan Tsz King, como Comissário contra a Corrupção, Ho Veng On, como Comissário da Auditoria, Leong Man Cheong, como Comandante-geral dos Serviços de Polícia Unitários, Vong Man Chong, como Director-geral dos Serviços de Alfândega e Ip Son Sang, como Procurador do Ministério Público. Foi também publicada a notificação do Conselho de Estado relativa a Ho Iat Seng, Chefe do Executivo eleito a 25 de Agosto, que toma posse no próximo dia 20 de Dezembro.
Hoje Macau PolíticaConselho de Estado | Publicadas nomeações sobre novo Governo [dropcap]F[/dropcap]oram ontem publicadas em Boletim Oficial (BO) as notificações do Conselho de Estado da China relativamente à nomeação dos titulares dos principais cargos do novo Governo e do Procurador da RAEM, que irão compor o V Governo, liderado por Ho Iat Seng. Confirmam-se, assim, os nomes de André Cheong para o cargo de secretário para a Administração e Justiça, Lei Wai Nong, como secretário para a Economia e Finanças, Wong Sio Chak, como secretário para a Segurança, Ao Ieong U, como secretária para os Assuntos Sociais e Cultura e Raimundo Arrais do Rosário, como secretário para os Transportes e Obras Públicas. Seguem-se os nomes de Chan Tsz King, como Comissário contra a Corrupção, Ho Veng On, como Comissário da Auditoria, Leong Man Cheong, como Comandante-geral dos Serviços de Polícia Unitários, Vong Man Chong, como Director-geral dos Serviços de Alfândega e Ip Son Sang, como Procurador do Ministério Público. Foi também publicada a notificação do Conselho de Estado relativa a Ho Iat Seng, Chefe do Executivo eleito a 25 de Agosto, que toma posse no próximo dia 20 de Dezembro.
Hoje Macau PolíticaAmCham | Activista e deputados criticam recusas de entradas Agnes Lam e Sulu Sou criticaram ontem a decisão de impedir a entrada de responsáveis da Câmara Americana de Comércio, considerando que pode prejudicar a imagem da região e o futuro dos casinos detidos por empresas norte-americanas [dropcap]D[/dropcap]a direcção da Associação Sinergia de Macau, movimento cívico e político, Johnson Ian disse à Lusa acreditar que a decisão está ligada à proibição de navios e aeronaves militares norte-americanas de estacionar em Hong Kong, anunciada pela China a 2 de Dezembro. Na mesma altura, Pequim decidiu ainda punir cinco organizações não-governamentais com sede nos Estados Unidos, incluindo a Human Rights Watch. “Mas a China não barrou a entrada de empresários norte-americanos por isso é difícil vislumbrar que razões terá Macau para o fazer”, disse à Lusa o antigo candidato à Assembleia Legislativa de Macau. Já a deputada de Macau Agnes Lam considerou a decisão “um erro”, enquanto o mais jovem deputado pró-democracia da cidade, Sulu Sou, afirmou que o incidente pode dar a entender que o Governo do território está envolvido na guerra comercial entre a China e os Estados Unidos. No sábado, os líderes da Câmara Americana de Comércio de Hong Kong (AmCham), Tara Joseph e Robert Grieves, foram impedidos de entrar em Macau, onde iriam participar no baile anual promovido pela AmCham Macau. A Lusa tentou contactar o presidente da AmCham Macau, mas a organização indicou que Paul Tse não se encontrava na cidade. Também o consulado-geral dos Estados Unidos em Hong Kong e Macau preferiu não fazer qualquer comentário, ao ser contactado pela Lusa, e indicou que a AmCham de Hong Kong tinha já emitido uma nota sobre o incidente. Divulgado no sábado à noite, o comunicado sublinhou que não foram dadas razões para impedir a entrada em Macau dos dois responsáveis da AmCham. No passado, Tara Joseph e Robert Grieves tornaram pública a oposição à proposta de alteração da lei de extradição, que desencadeou os protestos que há precisamente seis meses afectam Hong Kong. A AmCham de Hong Kong assinalou esperar que o incidente se trate de “apenas uma reacção exagerada aos eventos actuais e que os negócios internacionais possam avançar construtivamente”. Cidade internacional Johnson Ian sublinhou que “a comunidade internacional poderá pensar que Macau é uma cidade fechada, pouco amigável e mais difícil até que a China continental”. Embora a cidade não tenha um papel económico tão importante como a vizinha Hong Kong, “não importa quanto mude o contexto internacional, Macau sempre foi uma janela da China para o mundo e essa janela deve permanecer aberta o mais possível”, acrescentou. Johnson Ian afirmou ainda temer que o caso possa “criar dúvidas” sobre o futuro dos casinos geridos por empresas norte-americanas em Macau. Para Agnes Lam, este incidente mostra que as autoridades já estão em alerta máximo, numa altura em que Macau prepara as comemorações do 20.º aniversário da transferência para a China do território anteriormente administrado por Portugal, em 20 de Dezembro próximo, coincidindo com a posse do novo chefe do Governo, Ho Iat Seng. “Acredito que tenha sido um erro porque havia muita gente norte-americana vinda de Hong Kong, incluindo o cônsul-geral dos Estados Unidos” em Hong Kong, Hanscom Smith, disse à Lusa a professora universitária, que esteve no baile anual promovido pela AmCham em Macau. Por seu lado, Sulu Sou antecipou a presença do Presidente chinês, Xi Jinping, nas comemorações dos 20 anos da transferência de Macau, mas considerou um “exagero inexplicável” começar já a proibir a entrada de pessoas em Macau. Sulu Sou lamentou ainda que seja difícil saber quantas pessoas foram impedidas, nos últimos anos, de entrar em Macau. A falta de informação “torna impossível à Assembleia Legislativa verificar se tem ou não havido abusos”, afirmou o deputado pró-democracia à Lusa. No domingo, o secretário para a Segurança de Macau recusou comentar a decisão das autoridades de fronteira de impedirem a entrada, no sábado, no território, dos dois responsáveis da AmCham. Em comunicado, Wong Sio Chak reiterou que, na aplicação da Lei de Bases da Segurança Interna da Região Administrativa Especial de Macau, “a identidade do indivíduo e a profissão não são objectos de ponderação, os riscos e ameaças à segurança são a única consideração e a aplicação deste regulamento sempre foi analisada caso a caso”.
Hoje Macau PolíticaAmCham | Activista e deputados criticam recusas de entradas Agnes Lam e Sulu Sou criticaram ontem a decisão de impedir a entrada de responsáveis da Câmara Americana de Comércio, considerando que pode prejudicar a imagem da região e o futuro dos casinos detidos por empresas norte-americanas [dropcap]D[/dropcap]a direcção da Associação Sinergia de Macau, movimento cívico e político, Johnson Ian disse à Lusa acreditar que a decisão está ligada à proibição de navios e aeronaves militares norte-americanas de estacionar em Hong Kong, anunciada pela China a 2 de Dezembro. Na mesma altura, Pequim decidiu ainda punir cinco organizações não-governamentais com sede nos Estados Unidos, incluindo a Human Rights Watch. “Mas a China não barrou a entrada de empresários norte-americanos por isso é difícil vislumbrar que razões terá Macau para o fazer”, disse à Lusa o antigo candidato à Assembleia Legislativa de Macau. Já a deputada de Macau Agnes Lam considerou a decisão “um erro”, enquanto o mais jovem deputado pró-democracia da cidade, Sulu Sou, afirmou que o incidente pode dar a entender que o Governo do território está envolvido na guerra comercial entre a China e os Estados Unidos. No sábado, os líderes da Câmara Americana de Comércio de Hong Kong (AmCham), Tara Joseph e Robert Grieves, foram impedidos de entrar em Macau, onde iriam participar no baile anual promovido pela AmCham Macau. A Lusa tentou contactar o presidente da AmCham Macau, mas a organização indicou que Paul Tse não se encontrava na cidade. Também o consulado-geral dos Estados Unidos em Hong Kong e Macau preferiu não fazer qualquer comentário, ao ser contactado pela Lusa, e indicou que a AmCham de Hong Kong tinha já emitido uma nota sobre o incidente. Divulgado no sábado à noite, o comunicado sublinhou que não foram dadas razões para impedir a entrada em Macau dos dois responsáveis da AmCham. No passado, Tara Joseph e Robert Grieves tornaram pública a oposição à proposta de alteração da lei de extradição, que desencadeou os protestos que há precisamente seis meses afectam Hong Kong. A AmCham de Hong Kong assinalou esperar que o incidente se trate de “apenas uma reacção exagerada aos eventos actuais e que os negócios internacionais possam avançar construtivamente”. Cidade internacional Johnson Ian sublinhou que “a comunidade internacional poderá pensar que Macau é uma cidade fechada, pouco amigável e mais difícil até que a China continental”. Embora a cidade não tenha um papel económico tão importante como a vizinha Hong Kong, “não importa quanto mude o contexto internacional, Macau sempre foi uma janela da China para o mundo e essa janela deve permanecer aberta o mais possível”, acrescentou. Johnson Ian afirmou ainda temer que o caso possa “criar dúvidas” sobre o futuro dos casinos geridos por empresas norte-americanas em Macau. Para Agnes Lam, este incidente mostra que as autoridades já estão em alerta máximo, numa altura em que Macau prepara as comemorações do 20.º aniversário da transferência para a China do território anteriormente administrado por Portugal, em 20 de Dezembro próximo, coincidindo com a posse do novo chefe do Governo, Ho Iat Seng. “Acredito que tenha sido um erro porque havia muita gente norte-americana vinda de Hong Kong, incluindo o cônsul-geral dos Estados Unidos” em Hong Kong, Hanscom Smith, disse à Lusa a professora universitária, que esteve no baile anual promovido pela AmCham em Macau. Por seu lado, Sulu Sou antecipou a presença do Presidente chinês, Xi Jinping, nas comemorações dos 20 anos da transferência de Macau, mas considerou um “exagero inexplicável” começar já a proibir a entrada de pessoas em Macau. Sulu Sou lamentou ainda que seja difícil saber quantas pessoas foram impedidas, nos últimos anos, de entrar em Macau. A falta de informação “torna impossível à Assembleia Legislativa verificar se tem ou não havido abusos”, afirmou o deputado pró-democracia à Lusa. No domingo, o secretário para a Segurança de Macau recusou comentar a decisão das autoridades de fronteira de impedirem a entrada, no sábado, no território, dos dois responsáveis da AmCham. Em comunicado, Wong Sio Chak reiterou que, na aplicação da Lei de Bases da Segurança Interna da Região Administrativa Especial de Macau, “a identidade do indivíduo e a profissão não são objectos de ponderação, os riscos e ameaças à segurança são a única consideração e a aplicação deste regulamento sempre foi analisada caso a caso”.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Cerca de 800.000 na rua para marcar seis meses de contestação [dropcap]C[/dropcap]erca de 800.000 manifestantes pró-democracia marcharam domingo pelas ruas de Hong Kong, quando se assinalam seis meses desde o início dos protestos contra o regime de Pequim, referem os organizadores. “Tivemos 800.000 participantes”, disse à imprensa Eric Lai, da Frente Civil dos Direitos Humanos (CHRF, na sigla inglesa), organização não-governamental que se tem assumido como a principal organizadora dos protestos. Este é o valor mais elevado desde o início dos protestos, em Junho deste ano. A polícia de Hong Kong, cujas estimativas são por norma mais baixas, ainda não publicou qualquer número. A antiga colónia britânica enfrenta, desde Junho, a sua pior crise desde a transferência para Pequim, em 1997, com acções quase diárias em que os manifestantes exigem reformas democráticas e a investigação do comportamento da polícia. A manifestação ocorreu duas semanas depois do triunfo dos candidatos pró-democracia nas eleições locais de 24 de Novembro, contrariando as afirmações das autoridades que defendiam que a maioria silenciosa se iria opor aos manifestantes. Muitos dos manifestantes, trajados de negro, manifestaram a sua indignação contra a administração de Pequim e contra a líder do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, que continua a recusar-se a cumprir as exigências reforçadas pela larga vitória dos movimentos pró-democracia. “Não importa como expressamos as nossas opiniões, se através de uma marcha pacífica, se através de eleições civilizadas. O Governo não ouvirá”, lamentou um manifestante de 50 anos citado pela France-Presse. “Ele [o Governo central] obedece apenas às ordens do Partido Comunista Chinês”, disse o manifestante, identificado como Wong. Jimmy Sham, funcionário da CHRF, considerou que “esta é a última oportunidade dada pelo povo à senhora Lam”. Grupo detido Algumas horas antes do início da manifestação, as autoridades de Hong Kong detiveram 11 pessoas e apreenderam várias armas, incluindo uma pistola. Esta é a primeira vez que uma arma de fogo é apreendida nos seis meses de protestos na cidade. Além da pistola semiautomática de nove milímetros, a polícia também apreendeu 105 balas, facas, sabres, cassetetes, gás pimenta e petardos. A polícia de Hong Kong detalhou que os detidos são oito homens e três mulheres, entre os 20 e os 63 anos, e que todos fazem parte de um grupo com ligações a um outro procurado pelo lançamento de ‘cocktails molotov’ contra a esquadra policial do distrito de Mong Kok, em 20 de Outubro. Na segunda-feira, assinalaram-se seis meses desde o primeiro protesto em Hong Kong contra o projecto de extradição para a China e outros países. Mais de seis mil detenções em meio ano A polícia de Hong Kong disse ontem que fez 6.022 detenções e disparou cerca de 16 mil granadas de gás lacrimogéneo durante os protestos que se prolongam há seis meses na região. Ontem, 12 pessoas foram também detidas por suspeita de estarem a preparar bombas incendiárias. O mesmo relatório indica que as forças da ordem dispararam 10 mil balas de borracha e que desde o início dos protestos 493 agentes ficaram feridos durante os confrontos com manifestantes.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Cerca de 800.000 na rua para marcar seis meses de contestação [dropcap]C[/dropcap]erca de 800.000 manifestantes pró-democracia marcharam domingo pelas ruas de Hong Kong, quando se assinalam seis meses desde o início dos protestos contra o regime de Pequim, referem os organizadores. “Tivemos 800.000 participantes”, disse à imprensa Eric Lai, da Frente Civil dos Direitos Humanos (CHRF, na sigla inglesa), organização não-governamental que se tem assumido como a principal organizadora dos protestos. Este é o valor mais elevado desde o início dos protestos, em Junho deste ano. A polícia de Hong Kong, cujas estimativas são por norma mais baixas, ainda não publicou qualquer número. A antiga colónia britânica enfrenta, desde Junho, a sua pior crise desde a transferência para Pequim, em 1997, com acções quase diárias em que os manifestantes exigem reformas democráticas e a investigação do comportamento da polícia. A manifestação ocorreu duas semanas depois do triunfo dos candidatos pró-democracia nas eleições locais de 24 de Novembro, contrariando as afirmações das autoridades que defendiam que a maioria silenciosa se iria opor aos manifestantes. Muitos dos manifestantes, trajados de negro, manifestaram a sua indignação contra a administração de Pequim e contra a líder do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, que continua a recusar-se a cumprir as exigências reforçadas pela larga vitória dos movimentos pró-democracia. “Não importa como expressamos as nossas opiniões, se através de uma marcha pacífica, se através de eleições civilizadas. O Governo não ouvirá”, lamentou um manifestante de 50 anos citado pela France-Presse. “Ele [o Governo central] obedece apenas às ordens do Partido Comunista Chinês”, disse o manifestante, identificado como Wong. Jimmy Sham, funcionário da CHRF, considerou que “esta é a última oportunidade dada pelo povo à senhora Lam”. Grupo detido Algumas horas antes do início da manifestação, as autoridades de Hong Kong detiveram 11 pessoas e apreenderam várias armas, incluindo uma pistola. Esta é a primeira vez que uma arma de fogo é apreendida nos seis meses de protestos na cidade. Além da pistola semiautomática de nove milímetros, a polícia também apreendeu 105 balas, facas, sabres, cassetetes, gás pimenta e petardos. A polícia de Hong Kong detalhou que os detidos são oito homens e três mulheres, entre os 20 e os 63 anos, e que todos fazem parte de um grupo com ligações a um outro procurado pelo lançamento de ‘cocktails molotov’ contra a esquadra policial do distrito de Mong Kok, em 20 de Outubro. Na segunda-feira, assinalaram-se seis meses desde o primeiro protesto em Hong Kong contra o projecto de extradição para a China e outros países. Mais de seis mil detenções em meio ano A polícia de Hong Kong disse ontem que fez 6.022 detenções e disparou cerca de 16 mil granadas de gás lacrimogéneo durante os protestos que se prolongam há seis meses na região. Ontem, 12 pessoas foram também detidas por suspeita de estarem a preparar bombas incendiárias. O mesmo relatório indica que as forças da ordem dispararam 10 mil balas de borracha e que desde o início dos protestos 493 agentes ficaram feridos durante os confrontos com manifestantes.
Hoje Macau China / ÁsiaPyongyang considera Donald Trump um “velho desatento e errático” [dropcap]A[/dropcap] Coreia do Norte respondeu ontem ao Presidente norte-americano considerando-o um “velho desatento e errático”, depois de Donald Trump ter avisado que Kim Jong-un arrisca-se a “perder tudo” se adoptar uma postura de hostilidade em relação aos EUA. Em comunicado, Kim Yong Chol, um alto responsável norte-coreano e ex-negociador do dossier nuclear, indicou que a Coreia do Norte não cederia à pressão dos Estados Unidos, porque não tem nada a perder e acusou o governo de Trump de tentar ganhar tempo no prazo, até ao final do ano, estabelecido pelo líder norte-coreano, Kim Jong-un, para Washington salvar as negociações sobre o nuclear. “Kim Jong-un é muito inteligente e tem muito a perder, tudo na verdade, se agir de forma hostil. Assinou um forte acordo de desnuclearização comigo em Singapura. Não quer comprometer o seu relacionamento especial com o Presidente dos Estados Unidos ou interferir nas eleições presidenciais dos EUA em Novembro”, escreveu no domingo Donald Trump na sua conta da rede social Twitter. “A Coreia do Norte, sob a liderança de Kim Jong-un, tem um enorme potencial económico, mas deve desnuclearizar conforme prometido”, acrescentou Trump. O alto responsável Kim Yong Chol disse que os ‘tweets’ de Trump mostram claramente que é um velho irritado “desprovido de paciência”. “Como (Trump) é um velho tão desatento e errático, pode chegar o momento em que não podemos deixar de chamá-lo ‘dotard’ [uma pessoa idosa] novamente”, salientou Kim Yong Chol. “Há muitas coisas que Trump não conhece (sobre a Coreia do Norte). Não temos mais nada a perder. Embora, os EUA possam tirar algo mais de nós, nunca podem tirar o forte senso de respeito próprio, poder e ressentimento contra os EUA de nós”, acrescentou. As declarações de Trump surgiram depois de a Coreia do Norte ter confirmado a realização de um “teste muito importante” na tarde de sábado, no Campo de Lançamento do Satélite Sohae. Os resultados dos testes terão “um efeito importante na mudança da posição estratégica (…), mais uma vez num futuro próximo”, sublinhou a Agência Central de Notícias da Coreia. Pressões e provocações O teste ocorreu numa altura em que a Coreia do Norte tem aumentado a pressão sobre os EUA para fazer concessões no âmbito das negociações nucleares que não têm conhecido qualquer desenvolvimento após a cimeira falhada entre o líder norte-coreano e o Presidente dos Estados Unidos, em Hanói. A ONU proibiu a Coreia do Norte de lançar satélites porque tal é considerado um teste da tecnologia de mísseis de longo alcance. Nas Nações Unidas, numa declaração divulgada pelo embaixador da Coreia do Norte na ONU, sublinhou-se que a desnuclearização “já havia saído da mesa de negociações”, sendo que foi dado um prazo até ao final do ano, estabelecido pelo líder Kim Jong-un, para concessões substanciais dos EUA ao nível da diplomacia nuclear. O Presidente dos EUA foi acusado de perseguir persistentemente uma “política hostil” pelo embaixador norte-coreano, que frisou ainda que as declarações de Washington são motivadas apenas pela “sua agenda política doméstica”. A declaração de Kim Song foi uma resposta à condenação de seis países europeus, na quarta-feira, dos 13 lançamentos de mísseis balísticos da Coreia do Norte realizados desde Maio. O representante norte-coreano na ONU acusou os europeus – França, Alemanha, Grã-Bretanha, Bélgica, Polónia e Estónia – de desempenharem “o papel de cão de estimação dos Estados Unidos nos últimos meses”, considerando a posição destas nações como “mais uma provocação séria”.
Hoje Macau China / ÁsiaPyongyang considera Donald Trump um "velho desatento e errático" [dropcap]A[/dropcap] Coreia do Norte respondeu ontem ao Presidente norte-americano considerando-o um “velho desatento e errático”, depois de Donald Trump ter avisado que Kim Jong-un arrisca-se a “perder tudo” se adoptar uma postura de hostilidade em relação aos EUA. Em comunicado, Kim Yong Chol, um alto responsável norte-coreano e ex-negociador do dossier nuclear, indicou que a Coreia do Norte não cederia à pressão dos Estados Unidos, porque não tem nada a perder e acusou o governo de Trump de tentar ganhar tempo no prazo, até ao final do ano, estabelecido pelo líder norte-coreano, Kim Jong-un, para Washington salvar as negociações sobre o nuclear. “Kim Jong-un é muito inteligente e tem muito a perder, tudo na verdade, se agir de forma hostil. Assinou um forte acordo de desnuclearização comigo em Singapura. Não quer comprometer o seu relacionamento especial com o Presidente dos Estados Unidos ou interferir nas eleições presidenciais dos EUA em Novembro”, escreveu no domingo Donald Trump na sua conta da rede social Twitter. “A Coreia do Norte, sob a liderança de Kim Jong-un, tem um enorme potencial económico, mas deve desnuclearizar conforme prometido”, acrescentou Trump. O alto responsável Kim Yong Chol disse que os ‘tweets’ de Trump mostram claramente que é um velho irritado “desprovido de paciência”. “Como (Trump) é um velho tão desatento e errático, pode chegar o momento em que não podemos deixar de chamá-lo ‘dotard’ [uma pessoa idosa] novamente”, salientou Kim Yong Chol. “Há muitas coisas que Trump não conhece (sobre a Coreia do Norte). Não temos mais nada a perder. Embora, os EUA possam tirar algo mais de nós, nunca podem tirar o forte senso de respeito próprio, poder e ressentimento contra os EUA de nós”, acrescentou. As declarações de Trump surgiram depois de a Coreia do Norte ter confirmado a realização de um “teste muito importante” na tarde de sábado, no Campo de Lançamento do Satélite Sohae. Os resultados dos testes terão “um efeito importante na mudança da posição estratégica (…), mais uma vez num futuro próximo”, sublinhou a Agência Central de Notícias da Coreia. Pressões e provocações O teste ocorreu numa altura em que a Coreia do Norte tem aumentado a pressão sobre os EUA para fazer concessões no âmbito das negociações nucleares que não têm conhecido qualquer desenvolvimento após a cimeira falhada entre o líder norte-coreano e o Presidente dos Estados Unidos, em Hanói. A ONU proibiu a Coreia do Norte de lançar satélites porque tal é considerado um teste da tecnologia de mísseis de longo alcance. Nas Nações Unidas, numa declaração divulgada pelo embaixador da Coreia do Norte na ONU, sublinhou-se que a desnuclearização “já havia saído da mesa de negociações”, sendo que foi dado um prazo até ao final do ano, estabelecido pelo líder Kim Jong-un, para concessões substanciais dos EUA ao nível da diplomacia nuclear. O Presidente dos EUA foi acusado de perseguir persistentemente uma “política hostil” pelo embaixador norte-coreano, que frisou ainda que as declarações de Washington são motivadas apenas pela “sua agenda política doméstica”. A declaração de Kim Song foi uma resposta à condenação de seis países europeus, na quarta-feira, dos 13 lançamentos de mísseis balísticos da Coreia do Norte realizados desde Maio. O representante norte-coreano na ONU acusou os europeus – França, Alemanha, Grã-Bretanha, Bélgica, Polónia e Estónia – de desempenharem “o papel de cão de estimação dos Estados Unidos nos últimos meses”, considerando a posição destas nações como “mais uma provocação séria”.
Hoje Macau EventosParada | Ruas de Macau aqueceram com o Desfile Internacional Cerca de 1.800 artistas coloriram as ruas de Macau durante o Desfile Internacional, que decorreu no sábado. Pelo menos oito grupos de matriz portuguesa estiveram presentes no evento, que teve como tema a iniciativa “Uma Faixa, uma Rota” [dropcap]A[/dropcap]s ruas de Macau encheram-se sábado para o Desfile Internacional que contou com a participação de cerca de 1.800 artistas de vários cantos do mundo. O objectivo da parada foi celebrar o 20.º aniversário da transferência de soberania de Macau para a China. Música, dança, roupas e trajes alegóricos e típicos, de 80 grupos artísticos, cobriram as ruas estreitas e apertadas do centro de Macau, que contou com a participação de pelo menos oito grupos de matriz portuguesa, um de Angola e dois brasileiros, disse à Lusa a organização. Ucrânia, Polónia, Itália, Bielorrússia, Quénia, Chile, Rússia, Chipre, Hungria, Nova Zelândia, Mianmar, Tailândia, grupos do Interior da China e de Hong Kong, assim como dezenas de associações locais de Macau, estiveram representados naquela que foi a nona edição do Desfile Internacional de Macau. “Uma experiência magnífica, diferente de tudo aquilo que temos em Portugal”, disse Laura Guerreiro, uma das 27 artistas que compunha o grupo português Artfusion, em declarações à Lusa. As ruas apertadas, a calçada portuguesa e alguns pontos do caminho, como as Ruínas de São Paulo, o Largo do Senado, a Igreja de São Domingos e o Largo da Sé, fizeram-na “lembrar Portugal, mas com muito mais gente na rua”. Aos jornalistas, a presidente do Instituto Cultural, Mok Ian Ian, mostrou-se “bastante satisfeita por notar que este ano as ruas de Macau estavam com muito mais gente”. Celebrar a Faixa O tema do desfile, este ano, para além de celebrar os 20 anos da transferência da administração da administração de Macau de Portugal para a China, foi a celebração da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, que pretende reforçar as ligações e dinamizar o comércio entre várias economias da Ásia, do Médio Oriente, da Europa e de África. Por essa razão, associados da Casa de Portugal em Macau ‘vestiram-se’ de azul e empunharam caravelas, a fazer lembrar a época dos descobrimentos, que teve um papel importante na interligação de vários povos e culturas diferentes, contou à Lusa Sérgio Feiteira, um dos 46 membros da equipa que desfilou na Parada. De Angola, chegou o Grupo Tradicional Música e Bailado Angolano Jovens de Hungo, com mais de 15 artistas que “vieram mostrar como dançam os angolanos” e que “também é através da dança que se celebram os anos de vida, de uma pessoa, ou de uma cidade”, disse à Lusa, sorridente, António Sousa, enquanto tocava num djembe “para fazer os chineses abanar as ancas”. A Casa do Brasil em Macau, decidiu trazer uma mistura “de samba com dança africana”, com o tema Brasil e Angola, já que Macau “é a plataforma entre a China e os países de língua portuguesa”, explicou a presidente da associação, Jade Martins, à Lusa. “Este é um ano especial para Macau, então resolvemos caprichar nos fatos e na fantasia”, contou. Sobreviver ao tempo Menos festivo, Paulo Costa, residente há quarenta anos em Macau, desfilou com mais cerca de uma dúzia de pessoas para representar a “ortodoxia do folclore português”. “Mascaramo-nos de portugueses”, que “faz bastante falta em Macau, está à vista, não?”, questionou, apontando para as plateias que estavam repletas de pessoas, a esmagadora maioria chinesas. Após esta resposta, Paulo Costa, recusou qualquer tipo de melancolia e afirmou: “já sobrevivemos 20 anos, agora faltam 30 e depois disso vamos ver, vamos ver…”, numa alusão, primeiro aos 20 anos desde a passagem da administração do território para China, e depois aos 30 anos que faltam até 2049, ano em que terminam os 50 anos de transição.
Hoje Macau EventosParada | Ruas de Macau aqueceram com o Desfile Internacional Cerca de 1.800 artistas coloriram as ruas de Macau durante o Desfile Internacional, que decorreu no sábado. Pelo menos oito grupos de matriz portuguesa estiveram presentes no evento, que teve como tema a iniciativa “Uma Faixa, uma Rota” [dropcap]A[/dropcap]s ruas de Macau encheram-se sábado para o Desfile Internacional que contou com a participação de cerca de 1.800 artistas de vários cantos do mundo. O objectivo da parada foi celebrar o 20.º aniversário da transferência de soberania de Macau para a China. Música, dança, roupas e trajes alegóricos e típicos, de 80 grupos artísticos, cobriram as ruas estreitas e apertadas do centro de Macau, que contou com a participação de pelo menos oito grupos de matriz portuguesa, um de Angola e dois brasileiros, disse à Lusa a organização. Ucrânia, Polónia, Itália, Bielorrússia, Quénia, Chile, Rússia, Chipre, Hungria, Nova Zelândia, Mianmar, Tailândia, grupos do Interior da China e de Hong Kong, assim como dezenas de associações locais de Macau, estiveram representados naquela que foi a nona edição do Desfile Internacional de Macau. “Uma experiência magnífica, diferente de tudo aquilo que temos em Portugal”, disse Laura Guerreiro, uma das 27 artistas que compunha o grupo português Artfusion, em declarações à Lusa. As ruas apertadas, a calçada portuguesa e alguns pontos do caminho, como as Ruínas de São Paulo, o Largo do Senado, a Igreja de São Domingos e o Largo da Sé, fizeram-na “lembrar Portugal, mas com muito mais gente na rua”. Aos jornalistas, a presidente do Instituto Cultural, Mok Ian Ian, mostrou-se “bastante satisfeita por notar que este ano as ruas de Macau estavam com muito mais gente”. Celebrar a Faixa O tema do desfile, este ano, para além de celebrar os 20 anos da transferência da administração da administração de Macau de Portugal para a China, foi a celebração da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, que pretende reforçar as ligações e dinamizar o comércio entre várias economias da Ásia, do Médio Oriente, da Europa e de África. Por essa razão, associados da Casa de Portugal em Macau ‘vestiram-se’ de azul e empunharam caravelas, a fazer lembrar a época dos descobrimentos, que teve um papel importante na interligação de vários povos e culturas diferentes, contou à Lusa Sérgio Feiteira, um dos 46 membros da equipa que desfilou na Parada. De Angola, chegou o Grupo Tradicional Música e Bailado Angolano Jovens de Hungo, com mais de 15 artistas que “vieram mostrar como dançam os angolanos” e que “também é através da dança que se celebram os anos de vida, de uma pessoa, ou de uma cidade”, disse à Lusa, sorridente, António Sousa, enquanto tocava num djembe “para fazer os chineses abanar as ancas”. A Casa do Brasil em Macau, decidiu trazer uma mistura “de samba com dança africana”, com o tema Brasil e Angola, já que Macau “é a plataforma entre a China e os países de língua portuguesa”, explicou a presidente da associação, Jade Martins, à Lusa. “Este é um ano especial para Macau, então resolvemos caprichar nos fatos e na fantasia”, contou. Sobreviver ao tempo Menos festivo, Paulo Costa, residente há quarenta anos em Macau, desfilou com mais cerca de uma dúzia de pessoas para representar a “ortodoxia do folclore português”. “Mascaramo-nos de portugueses”, que “faz bastante falta em Macau, está à vista, não?”, questionou, apontando para as plateias que estavam repletas de pessoas, a esmagadora maioria chinesas. Após esta resposta, Paulo Costa, recusou qualquer tipo de melancolia e afirmou: “já sobrevivemos 20 anos, agora faltam 30 e depois disso vamos ver, vamos ver…”, numa alusão, primeiro aos 20 anos desde a passagem da administração do território para China, e depois aos 30 anos que faltam até 2049, ano em que terminam os 50 anos de transição.
Hoje Macau China / ÁsiaNova Rota da Seda é “iniciativa diferente” que se baseia “em colaborações” [dropcap]A[/dropcap] presidente da Associação Amigos da Nova Rota da Seda (ANRS), Fernanda Ilhéu, defende que o projecto da Nova Rota da Seda no continente africano é “uma iniciativa diferente” que pretende basear-se na cooperação. “Esta iniciativa é diferente, baseia-se numa colaboração bilateral ou multilateral que tem como objectivo desbloquear certas lacunas que impedem que esses países consigam estabelecer um desenvolvimento sustentado que os leve ao maior bem-estar”, disse Fernanda Ilhéu à Lusa. Fernanda Ilhéu, professora universitária no Instituto Superior de Economia e Gestão, considerou que a relação entre China e o continente africano é “uma relação que vem de há muitos anos” A professora defendeu que “há uma preocupação muito grande para que a ajuda seja feita sob a forma de cooperação”, sublinhando que “não é uma dádiva”. A iniciativa, referiu Fernanda Ilhéu, “está aberta a quem colaborar com a China nesse sentido”, sendo para isso necessário que “os países envolvidos tenham uma grande relação com a China”. A professora universitária referiu que a Nova Rota da Seda “não é um Plano Marshall”. “Os países deverão, eles próprios, ter a iniciativa de propor à China os projectos que consideram ser fundamentais”, acrescentando que tem de haver uma avaliação para que estes projectos “depois não se venham a mostrar ruinosos”. Todos juntos Fernanda Ilhéu defende que o interesse da China em investir nestes países passa pelo “novo modelo de globalização” e pelo “crescimento da economia global”. “Ou crescemos todos, ou dificilmente a China também crescerá. Precisamos do crescimento dos países menos desenvolvidos para nos equilibrarmos todos”. Para a presidente da ANRS, os projectos de desenvolvimento conjunto são uma forma de ultrapassar o desemprego no continente africano. Fernanda Ilhéu falou à Lusa dias antes da apresentação do livro “The New Silk Road and the Portuguese Speaking Countries in the New World Context”, que redigiu em pareceria com Francisco Leandro, professor da Universidade de São José e Paulo Duarte, professor do Departamento em Relações Internacionais e Administração Pública da Universidade do Minho.
Hoje Macau China / ÁsiaNova Rota da Seda é "iniciativa diferente" que se baseia "em colaborações" [dropcap]A[/dropcap] presidente da Associação Amigos da Nova Rota da Seda (ANRS), Fernanda Ilhéu, defende que o projecto da Nova Rota da Seda no continente africano é “uma iniciativa diferente” que pretende basear-se na cooperação. “Esta iniciativa é diferente, baseia-se numa colaboração bilateral ou multilateral que tem como objectivo desbloquear certas lacunas que impedem que esses países consigam estabelecer um desenvolvimento sustentado que os leve ao maior bem-estar”, disse Fernanda Ilhéu à Lusa. Fernanda Ilhéu, professora universitária no Instituto Superior de Economia e Gestão, considerou que a relação entre China e o continente africano é “uma relação que vem de há muitos anos” A professora defendeu que “há uma preocupação muito grande para que a ajuda seja feita sob a forma de cooperação”, sublinhando que “não é uma dádiva”. A iniciativa, referiu Fernanda Ilhéu, “está aberta a quem colaborar com a China nesse sentido”, sendo para isso necessário que “os países envolvidos tenham uma grande relação com a China”. A professora universitária referiu que a Nova Rota da Seda “não é um Plano Marshall”. “Os países deverão, eles próprios, ter a iniciativa de propor à China os projectos que consideram ser fundamentais”, acrescentando que tem de haver uma avaliação para que estes projectos “depois não se venham a mostrar ruinosos”. Todos juntos Fernanda Ilhéu defende que o interesse da China em investir nestes países passa pelo “novo modelo de globalização” e pelo “crescimento da economia global”. “Ou crescemos todos, ou dificilmente a China também crescerá. Precisamos do crescimento dos países menos desenvolvidos para nos equilibrarmos todos”. Para a presidente da ANRS, os projectos de desenvolvimento conjunto são uma forma de ultrapassar o desemprego no continente africano. Fernanda Ilhéu falou à Lusa dias antes da apresentação do livro “The New Silk Road and the Portuguese Speaking Countries in the New World Context”, que redigiu em pareceria com Francisco Leandro, professor da Universidade de São José e Paulo Duarte, professor do Departamento em Relações Internacionais e Administração Pública da Universidade do Minho.
Hoje Macau EventosPortugal | Réplica das Ruínas de São Paulo tornou-se ex-libris da cidade de Loures Uma réplica das Ruínas de São Paulo foi um dos pontos de destaque do Pavilhão de Macau na Expo 98. Passados seis anos da exposição mundial, a estrutura foi transferida para o Parque Adão Barata, em Loures. Primeiro muito contestada, devido ao despropósito e elevados custos que acarreta, a réplica é hoje um ponto incontornável do parque da cidade [dropcap]Q[/dropcap]uem passeia pelo Parque Adão Barata, mais conhecido como Parque da Cidade de Loures, já se habitou à presença de uma enorme fachada, que simboliza um monumento que se encontra a milhares de quilómetros daquela cidade do distrito de Lisboa. Trata-se de uma réplica da fachada das Ruínas de São Paulo, um dos monumentos mais emblemáticos de Macau, que está montada neste parque de Loures desde 2004. Anos antes, tinha sido uma das atracções da Expo 98, que se realizou na zona do Parque das Nações, em Lisboa. Em declarações à Agência Lusa, o vice-presidente da Câmara Municipal de Loures, Paulo Piteira (CDU) explicou que a decisão de adquirir o Pavilhão de Macau e a fachada nada teve a ver com algum tipo de ligação especial ao território. “Não há nenhuma relação particular entre o município de Loures e Macau, a não ser aquela que existe entre Portugal e o antigo território de Macau. O que acontece é que surgiu uma oportunidade que o antigo Executivo achou que seria comercialmente interessante”, justificou. O autarca refere que a ausência de uma ligação a Macau e os “elevados custos” que envolveram na ocasião a transferência da infra-estrutura para Loures e ainda exigem nos dias de hoje para a manutenção e conservação fazem com que a sua presença não tenha sido sempre politicamente consensual. “A contestação que houve no passado teve muito que ver com aquilo que foi inicialmente apresentado, como sendo uma operação muito mais barata, mas, depois, foi subindo de custos”, aponta. Paulo Piteira estima que, no total, a autarquia tenha investido até ao dia de hoje mais de meio milhão de euros na estrutura, a maior fatia com intervenções de manutenção e conservação. “Esta estrutura foi concebida para durar seis meses, que era o tempo que se esperava que a exposição [Expo98] durasse. Além disso, é uma infra-estrutura que está sujeita à intempérie, pois está ao ar livre. Naturalmente que há sempre processos de degradação que se tendem a acentuar”, justifica. Conquistar corações Apesar dos “elevados” custos de manutenção, Paulo Piteira reconhece que a fachada já ganhou uma importância muito grande para a cidade e também o carinho dos habitantes de Loures. “Hoje faz parte da imagem que as pessoas têm da cidade e, em particular, aqui do parque, que é um sítio muito frequentado. Eu diria que é até uma peça que acaba por não destoar no seu conjunto”, atesta. E, apesar de o município de Loures não ter uma ligação especial com Macau, o autarca de Loures reconhece que a estrutura acaba por simbolizar a multiculturalidade existente no concelho. “Esta fachada representa o Colégio de São Paulo, que foi assumidamente a grande construção dos jesuítas no oriente. A primeira grande universidade de modelo ocidental. Naturalmente, é algo que tem a ver com a nossa história e com aquilo que queremos para o nosso concelho. Portanto, é uma peça que se encaixa na visão e a vida deste concelho”, sublinha. Alguns visitantes do parque corroboram a ideia de que a fachada do pavilhão já faz parte do património da cidade e que a “embelezam ainda mais”. “Sei que esta fachada pertencia ao Pavilhão de Macau que esteve na Expo e que depois foi adquirida pela autarquia. Acho que foi uma boa aquisição porque tornou o parque ainda mais bonito”, disse à Lusa Maria José, moradora há 50 anos na cidade de Loures. Também Amadeu conhece a origem desta fachada e reconhece a importância que a réplica foi ganhando ao longo dos anos. “Já é um símbolo de Loures e do Parque da Cidade. Sim, agrada-me”, respondeu, sem hesitar. Já Cristino Miguel considera que a fachada “embeleza o parque” e que devido à sua importância histórica deve ser preservada. “Acho que é uma coisa histórica e é preciso lembrar os nossos antepassados”, defendeu. Contudo, e ainda que essa seja a vontade das centenas de pessoas que frequentam diariamente o Parque Adão Barata, a manutenção deste ex-libris estará sempre ameaçada, segundo alerta Paulo Piteira. “Tem esta característica que é efémera e não vai durar para sempre. Infelizmente, creio que no futuro não será muito fácil continuarmos a fazer este trabalho de conservação e manutenção”, alertou.
Hoje Macau EventosPortugal | Réplica das Ruínas de São Paulo tornou-se ex-libris da cidade de Loures Uma réplica das Ruínas de São Paulo foi um dos pontos de destaque do Pavilhão de Macau na Expo 98. Passados seis anos da exposição mundial, a estrutura foi transferida para o Parque Adão Barata, em Loures. Primeiro muito contestada, devido ao despropósito e elevados custos que acarreta, a réplica é hoje um ponto incontornável do parque da cidade [dropcap]Q[/dropcap]uem passeia pelo Parque Adão Barata, mais conhecido como Parque da Cidade de Loures, já se habitou à presença de uma enorme fachada, que simboliza um monumento que se encontra a milhares de quilómetros daquela cidade do distrito de Lisboa. Trata-se de uma réplica da fachada das Ruínas de São Paulo, um dos monumentos mais emblemáticos de Macau, que está montada neste parque de Loures desde 2004. Anos antes, tinha sido uma das atracções da Expo 98, que se realizou na zona do Parque das Nações, em Lisboa. Em declarações à Agência Lusa, o vice-presidente da Câmara Municipal de Loures, Paulo Piteira (CDU) explicou que a decisão de adquirir o Pavilhão de Macau e a fachada nada teve a ver com algum tipo de ligação especial ao território. “Não há nenhuma relação particular entre o município de Loures e Macau, a não ser aquela que existe entre Portugal e o antigo território de Macau. O que acontece é que surgiu uma oportunidade que o antigo Executivo achou que seria comercialmente interessante”, justificou. O autarca refere que a ausência de uma ligação a Macau e os “elevados custos” que envolveram na ocasião a transferência da infra-estrutura para Loures e ainda exigem nos dias de hoje para a manutenção e conservação fazem com que a sua presença não tenha sido sempre politicamente consensual. “A contestação que houve no passado teve muito que ver com aquilo que foi inicialmente apresentado, como sendo uma operação muito mais barata, mas, depois, foi subindo de custos”, aponta. Paulo Piteira estima que, no total, a autarquia tenha investido até ao dia de hoje mais de meio milhão de euros na estrutura, a maior fatia com intervenções de manutenção e conservação. “Esta estrutura foi concebida para durar seis meses, que era o tempo que se esperava que a exposição [Expo98] durasse. Além disso, é uma infra-estrutura que está sujeita à intempérie, pois está ao ar livre. Naturalmente que há sempre processos de degradação que se tendem a acentuar”, justifica. Conquistar corações Apesar dos “elevados” custos de manutenção, Paulo Piteira reconhece que a fachada já ganhou uma importância muito grande para a cidade e também o carinho dos habitantes de Loures. “Hoje faz parte da imagem que as pessoas têm da cidade e, em particular, aqui do parque, que é um sítio muito frequentado. Eu diria que é até uma peça que acaba por não destoar no seu conjunto”, atesta. E, apesar de o município de Loures não ter uma ligação especial com Macau, o autarca de Loures reconhece que a estrutura acaba por simbolizar a multiculturalidade existente no concelho. “Esta fachada representa o Colégio de São Paulo, que foi assumidamente a grande construção dos jesuítas no oriente. A primeira grande universidade de modelo ocidental. Naturalmente, é algo que tem a ver com a nossa história e com aquilo que queremos para o nosso concelho. Portanto, é uma peça que se encaixa na visão e a vida deste concelho”, sublinha. Alguns visitantes do parque corroboram a ideia de que a fachada do pavilhão já faz parte do património da cidade e que a “embelezam ainda mais”. “Sei que esta fachada pertencia ao Pavilhão de Macau que esteve na Expo e que depois foi adquirida pela autarquia. Acho que foi uma boa aquisição porque tornou o parque ainda mais bonito”, disse à Lusa Maria José, moradora há 50 anos na cidade de Loures. Também Amadeu conhece a origem desta fachada e reconhece a importância que a réplica foi ganhando ao longo dos anos. “Já é um símbolo de Loures e do Parque da Cidade. Sim, agrada-me”, respondeu, sem hesitar. Já Cristino Miguel considera que a fachada “embeleza o parque” e que devido à sua importância histórica deve ser preservada. “Acho que é uma coisa histórica e é preciso lembrar os nossos antepassados”, defendeu. Contudo, e ainda que essa seja a vontade das centenas de pessoas que frequentam diariamente o Parque Adão Barata, a manutenção deste ex-libris estará sempre ameaçada, segundo alerta Paulo Piteira. “Tem esta característica que é efémera e não vai durar para sempre. Infelizmente, creio que no futuro não será muito fácil continuarmos a fazer este trabalho de conservação e manutenção”, alertou.
Hoje Macau SociedadeCasinos | Condenado a cinco anos de prisão por roubar 9 milhões [dropcap]U[/dropcap]m homem de 55 anos de idade foi ontem condenado em Hong Kong a uma pena de prisão de cinco anos pela prática de quatro crimes de furto, envolvendo mais de 9,14 milhões de dólares de Hong Kong. De acordo com a imprensa chinesa, a vítima do crime é uma empresa que emprestava dinheiro aos jogadores dos casinos de Macau, recebendo comissões por cada empréstimo. O arguido foi contratado em Fevereiro de 2018, com um salário de 18 mil dólares de Hong Kong, e tinha como funções realizar viagens entre Hong Kong e Macau para fazer levantamentos de dinheiro das agências de câmbio relacionados com as dívidas dos clientes. Em Agosto, depois do arguido ter levantado mais de 9,14 milhões de dólares de Hong Kong, deixou de estar contactável, tendo sido detido pelas autoridades do território vizinho. A empresa já conseguiu recuperar 17 mil dólares de Hong Kong em dinheiro e jóias. O arguido afirmou que parte do dinheiro roubado já tinha sido utilizado para fazer cobertura a dívidas de jogadores, não sendo possível a sua devolução.
Hoje Macau SociedadeCasinos | Condenado a cinco anos de prisão por roubar 9 milhões [dropcap]U[/dropcap]m homem de 55 anos de idade foi ontem condenado em Hong Kong a uma pena de prisão de cinco anos pela prática de quatro crimes de furto, envolvendo mais de 9,14 milhões de dólares de Hong Kong. De acordo com a imprensa chinesa, a vítima do crime é uma empresa que emprestava dinheiro aos jogadores dos casinos de Macau, recebendo comissões por cada empréstimo. O arguido foi contratado em Fevereiro de 2018, com um salário de 18 mil dólares de Hong Kong, e tinha como funções realizar viagens entre Hong Kong e Macau para fazer levantamentos de dinheiro das agências de câmbio relacionados com as dívidas dos clientes. Em Agosto, depois do arguido ter levantado mais de 9,14 milhões de dólares de Hong Kong, deixou de estar contactável, tendo sido detido pelas autoridades do território vizinho. A empresa já conseguiu recuperar 17 mil dólares de Hong Kong em dinheiro e jóias. O arguido afirmou que parte do dinheiro roubado já tinha sido utilizado para fazer cobertura a dívidas de jogadores, não sendo possível a sua devolução.
Hoje Macau EntrevistaEmbaixador Santana Carlos recorda as dificuldades para manter o português A questão “mais sensível” na conclusão das negociações entre Portugal e a China sobre a transferência da administração de Macau foi a regulamentação oficial das duas línguas, segundo o embaixador António Santana Carlos, que liderou o processo. O diplomata jubilado destaca ainda a forma como a contestação em Hong Kong fortalece a posição de Taiwan [dropcap]O[/dropcap]s chineses sabem muito bem o que querem e para alterarem uma decisão é extremamente complicado, porque há vários centros de decisão: no partido, no Governo, e muitas vezes na Presidência”, afirmou. Em entrevista à Lusa, em Lisboa, o diplomata jubilado recordou as 39 viagens que fez para Macau durante os três anos e meio em que chefiou o Grupo de Ligação Conjunto (GLC) em representação de Portugal, a partir de 1996. “Tenho um razoável conhecimento da maneira de ser dos nossos amigos chineses, não só porque vivi intensamente o final do processo de transição, como depois estive quatro anos em Pequim”, referiu. Actualmente conselheiro diplomático na Câmara Municipal de Lisboa, Santana Carlos considerou que, apesar das dificuldades, os objectivos foram cumpridos, no processo de transição. “Como é habitual, aqueles assuntos mais complicados ficam, normalmente para o fim”, reconheceu, referindo-se à insistência da parte portuguesa para que o português e o mandarim ficassem ambos consagrados como línguas oficiais, por forma a assim vigorarem na Assembleia Legislativa, na administração e nos tribunais. A medida, defendeu, foi “muito importante para a defesa da língua portuguesa”, uma premissa “fundamental”. Este foi o assunto “mais sensível” que teve em mãos, dada a oposição da China: “Foi um processo difícil”. Preferindo valorizar o resultado final, o embaixador admitiu que foi necessária “alguma combatividade” e que a discordância entre as partes levou à suspensão de uma reunião plenária do GLC, devido à falta de acordo quanto à agenda. “A China opunha-se à regulamentação oficial das duas línguas. Nós queríamos incluir esse ponto na agenda para começar a ser debatido e a China não tinha instruções e, portanto, dizia que não ou, pura e simplesmente – que é uma boa maneira que os chineses têm de manifestar uma opinião negativa – não respondia e o assunto ficava pendurado”, lembrou. “Não foi fácil de conseguir, foi preciso insistirmos muito e mantermos uma coerência ao longo de todo esse processo”, sublinhou, considerando positivo o resultado, já que mais tarde viria a ser criado o Fórum Macau, uma plataforma que acabou por ligar a China aos países de expressão portuguesa. Entre poderes António Santana Carlos deparou-se com a diferença de culturas e de regimes. “Nós, ocidentais, por vezes temos consultas duplas Governo – Presidência, mas não com essa linha tradicional que é o partido”. Na China, prosseguiu, o partido “pronuncia-se sobre tudo. Sobre tudo o que é importante. E é preciso conciliar esses três centros de decisão no processo. Portanto, houve alguns assuntos que demoraram um pouco mais de tempo a resolver”. Para Portugal, era importante “preservar a identidade e a singularidade” de Macau para que não fosse “absorvido de uma forma total e rápida” pela China. “Era fácil! Macau não é um território muito grande. Esses assuntos foram, talvez os de mais difícil resolução”, constatou. Apesar de já não ter acompanhado o processo, o diplomata destacou também a construção do aeroporto de Macau como um passo importante para “dar uma maior autonomia” ao território administrado por Portugal até Dezembro de 1999. “Esse foi um dossier importante, já estava resolvido quando cheguei a Macau”, declarou. Questionado sobre o cumprimento das bases que ditaram o acordo entre Portugal e a China fez um balanço positivo, com uma ressalva: “É claro que Macau não tem uma lei da greve, mas com a administração portuguesa essa lei também não existia”. Portugal conseguiu também que não vigorasse a pena de morte em Macau e que as forças militares chinesas não entrassem no território logo à meia-noite do dia 20 de Dezembro de 1999, mas no dia seguinte. “Entraram oito horas depois, mas a transição foi completamente civil. Como não existiam forças militares em Macau, esse foi o nosso argumento para não ser uma coisa simultânea, com o final do processo de transição”, relatou. Questão de opinião As manifestações em Hong Kong estão a “dar força a Taipé”, segundo António Santana Carlos que considera que a China tem “efectivamente um problema” com a situação na antiga colónia britânica, algo que não se estende a Macau. “Para já o território é muito diferente de Macau, a região tem outra dimensão, outra economia. Tem um peso muito importante, os grandes trunfos da área financeira de Pequim são Xangai e Hong Kong”, afirmou. Questionado sobre as diferenças verificadas ao nível da consciência política nos dois territórios, Santana Carlos respondeu: “Hong Kong tem uma massa crítica que às vezes cria problemas à China, como agora está a acontecer, porque tem uma opinião pública – até por ser maior – que não tem a atitude da opinião pública de Macau”. “Não quero dizer que há interferências, mas eles criaram uma situação complicada para a República Popular da China em Hong Kong”, acrescentou. O problema, está a “reflectir-se nas relações entre Pequim e Washington”, porque “quer o Senado, quer a Câmara dos Representantes norte-americana aprovaram decisões apoiando o lado de manifestações em Hong Kong e criticando a China”, observou. “E essa posição foi posteriormente utilizada pelo Presidente Donald Trump, o que criou dificuldades à China”, acrescentou. Na análise do diplomata, a China não só pensa na estabilidade de Hong Kong e Macau, como essa estabilidade é “muito importante para aplicar o objectivo de ‘Um País, Dois Sistemas’ a Taiwan”. “Essas manifestações, no fundo, acabam por dar força a Taipé, porque é fácil perceber, não é? A República Popular da China tem, efectivamente, um problema com a situação que decorre neste momento em Hong Kong”, declarou. Festas inclusivas Já em Macau, “a opinião pública é muito mais pequena, a massa crítica é menos activa”, disse o ex-responsável pelo Grupo de Ligação, frisando que Portugal conseguiu manter uma “relação de amizade e cooperação” com as autoridades chinesas diferente. “Tanto no processo de Macau, como no de Hong Kong, houve primeiro uma festa portuguesa antes da meia-noite, depois da cerimónia de transição, com as duas partes presentes ao mais alto nível e depois, finalmente, uma festa chinesa”, recordou. Em Hong Kong, contou, “nem nenhum representante da China foi à despedida britânica, nem nenhum representante do Reino Unido foi à festa chinesa, depois da transição”. Em Macau, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês foi à despedida portuguesa e o homólogo português, Jaime Gama, também esteve presente na celebração dos chineses. “Conseguiu-se um entendimento que julgo que é mais do que simbólico”, considerou Santana Carlos, para quem a postura das duas partes “valorizou e continua a valorizar o relacionamento Portugal – China”.
Hoje Macau SociedadeSulu Sou pede medidas de combate ao mercado negro [dropcap]O[/dropcap] deputado Sulu Sou questionou o Governo sobre as medidas para combater o mercado negro no Istmo de Ferreira Amaral e no bairro Vai Tai, perto das Portas de Cerco, uma vez que os residentes da zona Norte se sentem cada vez mais incomodados com o comércio paralelo e a ocupação das vias com caixas que depois são abandonadas. Na interpelação, o deputado defende que muitas lojas na zona praticam comércio paralelo e ocupam o espaço público para colocar os bens exportados por contrabandistas, afectando a vida quotidiana dos residentes e causam problemas sociais e de saúde no bairro. O legislador, ligada à Novo Macau, questiona as razões pelas quais a situação está cada mais grave ao mesmo tempo que parece não haver uma reacção dos Serviços de Alfândega. Por outro lado, pergunta se as autoridades têm o conhecimento do envolvimento de uma associação criminosa a operar na zona com várias lojas dedicadas ao comércio paralelo.
Hoje Macau PolíticaMNE | Shen Beili defende que não há segundo sistema na segurança [dropcap]A[/dropcap] responsável do Comissariado do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Shen Beili, defendeu que é imperativo manter as forças externas fora de Macau para que o território possa continuar a construir todos os dias a sua harmonia e estabilidade social. As declarações foram proferidas na sexta-feira, durante uma palestra para comemorar o 20.º aniversário da transferência de soberania, e foram citadas pelo Jornal do Cidadão. Segundo a publicação, Shen Beili elogiou o Chefe do Executivo por cumprir as responsabilidades constitucionais e opor-se à interferência externa. “O Governo da RAEM não só conseguiu a legislação do artigo nº 23 da Lei Básica, como também entende que a nível da segurança nacional há apenas um país e não há dois sistemas”, frisou Shen Beili. A comissária considera ainda que a diplomacia de Macau está numa fase nova e que o Governo da RAEM precisa de encontrar o caminho certo e aproveitar as oportunidades importantes perante as circunstâncias complexas internacionais.
Hoje Macau PolíticaMNE | Shen Beili defende que não há segundo sistema na segurança [dropcap]A[/dropcap] responsável do Comissariado do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Shen Beili, defendeu que é imperativo manter as forças externas fora de Macau para que o território possa continuar a construir todos os dias a sua harmonia e estabilidade social. As declarações foram proferidas na sexta-feira, durante uma palestra para comemorar o 20.º aniversário da transferência de soberania, e foram citadas pelo Jornal do Cidadão. Segundo a publicação, Shen Beili elogiou o Chefe do Executivo por cumprir as responsabilidades constitucionais e opor-se à interferência externa. “O Governo da RAEM não só conseguiu a legislação do artigo nº 23 da Lei Básica, como também entende que a nível da segurança nacional há apenas um país e não há dois sistemas”, frisou Shen Beili. A comissária considera ainda que a diplomacia de Macau está numa fase nova e que o Governo da RAEM precisa de encontrar o caminho certo e aproveitar as oportunidades importantes perante as circunstâncias complexas internacionais.
Hoje Macau PolíticaTurismo | Mak Soi Kun insiste em WC’s para “selfies” [dropcap]O[/dropcap] deputado Mak Soi Kun exige ao Governo que instale mais casas-de-banho públicas nos percursos turísticos do território e quer que estas se tornem num ponto de referência para os turistas. De acordo com a interpretação escrita do legislador as casas-de-banho públicas devem ter um aspecto visual decorado com elementos culturais criativos, como desenhos animados, para facilitar sua identificação, mas também para que se tornem numa atracção turística e lugar quase obrigatório para as fotografias dos visitantes. Já no que diz respeito aos materiais para as obras, Mak Soi Kun defende que devem ter um impacto reduzido no ambiente, assim como o design das mesmas, utilizando fontes de energia renováveis. Segundo o deputado, este último aspecto é muito importante porque serviria para demonstrar a reputação de Macau como um centro mundial de turismo e lazer e uma cidade com condições ideais de viver. Mas esta não é a única medida, depois de concluídas as obras destes espaços, Mak diz que têm de ser inseridas das aplicações móveis para os visitantes como a “Experience Macao” e “Step Out, Macao”, também para facilitar a circulação no território. Finalmente, o deputado escreve ao Executivo que a aposta nas casas-de-banho para turistas e a concretização de tal projecto seria um exemplo de “governação científica”.