CEM | Electricidade garantida durante a visita presidencial

[dropcap]A[/dropcap] Companhia de Electricidade de Macau (CEM) garantiu que o abastecimento de electricidade durante a visita do Presidente chinês Xi Jinping pelas celebrações do 20º aniversário da RAEM, decorrerá dentro da normalidade.

As informações foram divulgadas, segundo o jornal On Mun, durante Comissão de Ligação CEM-Clientes realizada na passada terça-feira. Segundo a mesma publicação, Luella Wong, gestora da Divisão de Postos de Transformação e Ligação de Fornecimento da Direcção de Transporte e Distribuição da CEM revelou que a energética de Macau entrou já em contacto com a Companhia da Rede Eléctrica do Sul da China e que possui um plano especial de abastecimento para o período das celebrações, de forma a garantir que todas as actividades são realizadas com sucesso.

Para os casos de emergência, a CEM já terá também preparado um plano de contingência que inclui fontes secundárias de energia.

19 Dez 2019

CEM | Electricidade garantida durante a visita presidencial

[dropcap]A[/dropcap] Companhia de Electricidade de Macau (CEM) garantiu que o abastecimento de electricidade durante a visita do Presidente chinês Xi Jinping pelas celebrações do 20º aniversário da RAEM, decorrerá dentro da normalidade.
As informações foram divulgadas, segundo o jornal On Mun, durante Comissão de Ligação CEM-Clientes realizada na passada terça-feira. Segundo a mesma publicação, Luella Wong, gestora da Divisão de Postos de Transformação e Ligação de Fornecimento da Direcção de Transporte e Distribuição da CEM revelou que a energética de Macau entrou já em contacto com a Companhia da Rede Eléctrica do Sul da China e que possui um plano especial de abastecimento para o período das celebrações, de forma a garantir que todas as actividades são realizadas com sucesso.
Para os casos de emergência, a CEM já terá também preparado um plano de contingência que inclui fontes secundárias de energia.

19 Dez 2019

Repórteres de Hong Kong barrados gera silêncio entre imprensa chinesa

[dropcap]O[/dropcap]s jornalistas chineses que estão em Macau para acompanhar a visita do Presidente da China preferiram não comentar os vários casos de repórteres de Hong Kong impedidos de entrar na cidade.

“Isso é uma situação complicada”, disse uma editora do grupo, detido pelo Gabinete de Ligação do Governo Central chinês em Hong Kong, que publica o jornal pró-Pequim, Wen Wei Po. Betty Zuo Feng sublinhou ter entrado em Macau sem quaisquer problemas.

Questionado sobre as razões de a imprensa pró-Pequim de Hong Kong não ter tido problemas na fronteira, um enviado do Ta Kung Pao, que faz parte do mesmo grupo, limitou-se a dizer: “só estou a fazer o meu trabalho”.

Mais de 650 profissionais da comunicação social registaram-se para fazer a cobertura noticiosa da terceira visita do líder chinês a Macau.

Betty Zuo, que trabalha há dois anos em Hong Kong, disse não achar estranha a diferença no clima político das duas regiões administrativas especiais chinesas. “Sítios diferentes têm condições diferentes”, sublinhou a jornalista natural do norte da China.

O clima de tensão parece também ter alastrado aos jornalistas de língua chinesa que se encontram em Macau para fazer a cobertura noticiosa da visita de Xi Jinping. A Lusa tentou repetidamente falar com os enviados da televisão estatal chinesa CCTV (China Central Television), mas todos se escusaram a comentar a visita. Já os enviados do Ta Kung Pao disseram não estar autorizados a dar entrevistas.

Só Betty Zuo Feng aceitou falar, e descreveu o 20.º aniversário da transição de administração como “muito importante e “uma ocasião muito feliz” para Macau.

O jornalista do Ta Kung Pao relacionou o desenvolvimento económico de Macau, desde a transição em 1999, com a “estabilidade e eficiência” do regime político local. “Ao contrário de Portugal, onde é mais fácil mudar o Governo, não é?”, comentou.

19 Dez 2019

Celebrações do aniversário da RAEM não podem ser ensombradas por Hong Kong, diz embaixador em Pequim

O embaixador de Portugal na China disse ontem que o aniversário da transferência da administração de Macau “não merece” ficar na sombra da contestação em Hong Kong, salientando que o território tem uma “génese própria”

 

[dropcap]”A[/dropcap]s celebrações em Macau não merecem ficar na sombra da contestação em Hong Kong, nem na sombra de qualquer outro evento”, disse à agência Lusa José Augusto Duarte. “Se vamos celebrar algo que efectivamente deve orgulhar as equipas negociais de Portugal e da China (…) para depois, na prática, estarmos a falar de Hong Kong, então nem sequer vale a pena”, defendeu.

Augusto Duarte admitiu que “o contexto actual pode efectivamente levar a que alguns do lado da China tentem utilizar [o aniversário] para evocar que o princípio ‘Um País, Dois Sistemas’ continua vivo, independentemente dos problemas que existem em Hong Kong”.

“Para nós portugueses não é o contexto que conta, é a estrutura que conta: podemos ver que os problemas que existem em Hong Kong são sérios e devem ser levados a sério, como toda a gente já percebeu”, realçou.

Em entrevista à agência Lusa, o diplomata pediu que “não se confundam as coisas” e defendeu que só “numa visão muito superficial [Macau e Hong Kong] podem ser comparadas”, apesar da proximidade geográfica, passado comum enquanto possessões coloniais ou reunificação na China, mantendo um elevado grau de autonomia, a nível executivo, legislativo e judiciário.

Diferenças especiais

José Augusto Duarte apontou a antiguidade e reduzida população de Macau, em comparação com Hong Kong, e a dependência face ao jogo, ao contrário da antiga colónia britânica, que tem uma “economia própria, que cria prosperidade e problemas próprios”.

E acrescentou: “Muitas das coisas que se estão a passar em Hong Kong têm a ver não apenas com o presente, mas também com o passado um bocado mais longínquo. A mesma coisa para Macau, só que de forma completamente diferente”.

“Macau é resultado de uma relação que foi sendo montada ao longo do tempo, baseada no diálogo: não houve conflito e foi sempre negociada entre portugueses e os mandarins de Cantão [capital da província vizinha de Guangdong] e mais tarde directamente até com as próprias casas imperiais e as dinastias que se sucederam na cidade proibida, em Pequim”, disse. “Hong Kong não. É uma coisa que aparece repentinamente, no século XIX, em resultado de um conflito militar, ganho por Inglaterra”, explicou.

Sobre a ausência de uma representação de alto nível portuguesa nas celebrações – Marcelo Rebelo de Sousa manifestou interesse em estar presente durante a visita de Estado que fez à China, em Maio passado – o embaixador esclareceu que não houve convite, mas disse compreender a posição de Pequim. “Não há ressentimento ou ofensa por não haver convite”, observou. “A tradição nestas celebrações é de ser sobretudo uma festa da reunificação do território chinês, uma festa interna chinesa, levada a cabo pelas autoridades de Macau e da República Popular da China, de forma conjunta”, disse.

19 Dez 2019

Governo | Pereira Coutinho questiona nomeações

[dropcap]O[/dropcap] deputado José Pereira Coutinho, ligado à Associação de Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), questiona os critérios utilizados pelo Chefe do Executivo, Chui Sai On, para a nomeação dos membros da Comissão de Deliberação das Remunerações dos Trabalhadores da Função Pública. É este o conteúdo da interpelação escrita divulgada ontem pelo deputado.

“Nos últimos 20 anos da RAEM tem havido uma sistemática nomeação de indivíduos, sem se perceber do mérito dessas nomeações e a capacidade para o exercício do cargo, mais parecendo o resultado nítido do tráfico de influências”, acusa José Pereira Coutinho. Ainda de acordo com o deputado este tráfico de influências tem sido o “prato do dia” dos últimos 20 anos para quem “pretenda um tacho” nos conselhos e comissões constituídas pelo Governo.

Por isso, Coutinho pergunta ao Governo quando vai “moralizar” os processos de escolha para as comissões e quando coloca efectivamente em prática o sistema de rotatividade lançado em 2013, com o objectivo de “evitar a monopolização dos cargos” de nomeação política. Ainda em relação a estas comissões, José Pereira Coutinho pergunta quando é definida legislação que obrigue as mesmas a apresentar de forma clara as despesas realizadas, nomeadamente através de páginas electrónicas.

19 Dez 2019

Governo | Pereira Coutinho questiona nomeações

[dropcap]O[/dropcap] deputado José Pereira Coutinho, ligado à Associação de Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), questiona os critérios utilizados pelo Chefe do Executivo, Chui Sai On, para a nomeação dos membros da Comissão de Deliberação das Remunerações dos Trabalhadores da Função Pública. É este o conteúdo da interpelação escrita divulgada ontem pelo deputado.
“Nos últimos 20 anos da RAEM tem havido uma sistemática nomeação de indivíduos, sem se perceber do mérito dessas nomeações e a capacidade para o exercício do cargo, mais parecendo o resultado nítido do tráfico de influências”, acusa José Pereira Coutinho. Ainda de acordo com o deputado este tráfico de influências tem sido o “prato do dia” dos últimos 20 anos para quem “pretenda um tacho” nos conselhos e comissões constituídas pelo Governo.
Por isso, Coutinho pergunta ao Governo quando vai “moralizar” os processos de escolha para as comissões e quando coloca efectivamente em prática o sistema de rotatividade lançado em 2013, com o objectivo de “evitar a monopolização dos cargos” de nomeação política. Ainda em relação a estas comissões, José Pereira Coutinho pergunta quando é definida legislação que obrigue as mesmas a apresentar de forma clara as despesas realizadas, nomeadamente através de páginas electrónicas.

19 Dez 2019

Xi Jinping em Macau | Visita do Presidente chinês divide opiniões de amigos portugueses

Diamantino e Miguel, dois amigos que se reencontraram em Macau 20 anos depois, não estão de acordo sobre a vinda do Presidente chinês: para o primeiro é um ditador, para o segundo, é ‘amigo’ de Portugal

 

[dropcap]“É[/dropcap] uma pessoa que não me diz absolutamente nada, acho que é um ditador”, diz à Lusa Diamantino Carvalho, sobre a chegada do Presidente chinês, Xi Jinping, a Macau para as cerimónias de tomada de posse do novo Governo e celebração do 20.º aniversário da transferência de administração do território de Portugal para a China.

Já Miguel Canuto é da opinião que Xi “está a fazer a China levantar a cabeça” e “investiu em Portugal, como nenhum país da União Europeia investiu”.

Sentado numa mesa da esplanada do Caravela, restaurante ‘bastião’ da comunidade portuguesa local, a tomar uma bica, a poucos metros da escola Portuguesa de Macau e do Clube Militar, Diamantino Carvalho não vinha a Macau há quase 20 anos.

Durante a gestão portuguesa, “vim para cá com uma determinada missão, quando ela terminou, regressei”, conta, explicando que agora regressou para visitar amigos. “Acho que lhes devia isso”, afirma o residente em Leiria, de 60 anos, agora reformado, que veio para Macau em 1998 para trabalhar na Polícia Judiciária. “Saí exactamente daqui no dia 21 de Dezembro de 1999”, precisa, acrescentando sorridente: “Ainda cá fiquei um dia sob administração chinesa”.

Foi precisamente no tempo que trabalhou no território, na altura administrado por Portugal, que conheceu o amigo Miguel Canuto, português de 55 anos nascido em Timor-Leste, que veio trabalhar para Macau em 1996 para a direcção de Serviços de Justiça e que por cá ficou até aos dias de hoje. Talvez por isso, os dois, que frequentaram o Colégio Militar em Lisboa, nutram sentimentos antagónicos sobre a vinda de Xi a Macau.

Duas vias

Para o leiriense a vinda passa-lhe “completamente” ao lado, já para Miguel, ‘o cidadão do mundo português’, o sentimento de pertença a Macau e à China é mais evidente: “óbvio que vou comemorar, vou comemorar com amigos e também tenho família chinesa”.

“Vi como foi a transição, o pós transição e o actual momento. A transição foi bem feita e a República Popular da China tratou muito bem Portugal, tratou-nos de igual para igual”, conta Miguel Canuto, admitindo que as coisas mudaram muito em Macau, durante o tempo em que Diamantino esteve ausente.

“As coisas mudaram com a liberalização do jogo, a economia está melhor”, afirma, referindo como o único factor negativo o elevado preço das rendas, numa cidade com pouco mais de 30 quilómetros quadrados e mais de 650 mil habitantes.

Momentos antes, Diamantino já tinha assumido que após 20 anos “as diferenças são abismais”. “Havia 11 casinos, agora já há quase quarenta”, sublinha o leiriense.

A chegada do Presidente da China a Macau está a ser marcada por fortes medidas de segurança, algo que Miguel Canuto compreende e aceita quase de forma plena.

“Um homem poderoso como é o senhor Presidente da China quando visita uma cidade, a segurança é igual como se fosse o senhor Putin, Presidente da Rússia, ou o senhor Trump, Presidente dos Estados Unidos.

Homens poderosos requerem muito mais segurança, portanto é normal o que está a acontecer”, afirmou.
Residente em Macau há mais de 23 anos, admite ainda que deseja ver com os próprios olhos “o senhor Presidente” da China, por quem nutre um grande respeito: “o Presidente da China é uma pessoa extremamente inteligente (…) preparou-se muito bem, não é apenas mais um Presidente da China, é o Presidente da China”, frisa, acentuado o artigo.

No programa da visita de Xi Jinping divulgado pelas autoridades ao início da noite de terça-feira, indica-se que para além da reunião com o actual chefe do Executivo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), Chui Sai On, o líder chinês recebe no dia seguinte os titulares dos principais cargos do Governo e individualidades de vários sectores da sociedade.

Esta é a terceira visita do Presidente chinês a Macau, para a qual estão registados mais de 650 profissionais da comunicação social, marcada por medidas de segurança excepcionais.

19 Dez 2019

Xi Jinping em Macau | Visita do Presidente chinês divide opiniões de amigos portugueses

Diamantino e Miguel, dois amigos que se reencontraram em Macau 20 anos depois, não estão de acordo sobre a vinda do Presidente chinês: para o primeiro é um ditador, para o segundo, é ‘amigo’ de Portugal

 
[dropcap]“É[/dropcap] uma pessoa que não me diz absolutamente nada, acho que é um ditador”, diz à Lusa Diamantino Carvalho, sobre a chegada do Presidente chinês, Xi Jinping, a Macau para as cerimónias de tomada de posse do novo Governo e celebração do 20.º aniversário da transferência de administração do território de Portugal para a China.
Já Miguel Canuto é da opinião que Xi “está a fazer a China levantar a cabeça” e “investiu em Portugal, como nenhum país da União Europeia investiu”.
Sentado numa mesa da esplanada do Caravela, restaurante ‘bastião’ da comunidade portuguesa local, a tomar uma bica, a poucos metros da escola Portuguesa de Macau e do Clube Militar, Diamantino Carvalho não vinha a Macau há quase 20 anos.
Durante a gestão portuguesa, “vim para cá com uma determinada missão, quando ela terminou, regressei”, conta, explicando que agora regressou para visitar amigos. “Acho que lhes devia isso”, afirma o residente em Leiria, de 60 anos, agora reformado, que veio para Macau em 1998 para trabalhar na Polícia Judiciária. “Saí exactamente daqui no dia 21 de Dezembro de 1999”, precisa, acrescentando sorridente: “Ainda cá fiquei um dia sob administração chinesa”.
Foi precisamente no tempo que trabalhou no território, na altura administrado por Portugal, que conheceu o amigo Miguel Canuto, português de 55 anos nascido em Timor-Leste, que veio trabalhar para Macau em 1996 para a direcção de Serviços de Justiça e que por cá ficou até aos dias de hoje. Talvez por isso, os dois, que frequentaram o Colégio Militar em Lisboa, nutram sentimentos antagónicos sobre a vinda de Xi a Macau.

Duas vias

Para o leiriense a vinda passa-lhe “completamente” ao lado, já para Miguel, ‘o cidadão do mundo português’, o sentimento de pertença a Macau e à China é mais evidente: “óbvio que vou comemorar, vou comemorar com amigos e também tenho família chinesa”.
“Vi como foi a transição, o pós transição e o actual momento. A transição foi bem feita e a República Popular da China tratou muito bem Portugal, tratou-nos de igual para igual”, conta Miguel Canuto, admitindo que as coisas mudaram muito em Macau, durante o tempo em que Diamantino esteve ausente.
“As coisas mudaram com a liberalização do jogo, a economia está melhor”, afirma, referindo como o único factor negativo o elevado preço das rendas, numa cidade com pouco mais de 30 quilómetros quadrados e mais de 650 mil habitantes.
Momentos antes, Diamantino já tinha assumido que após 20 anos “as diferenças são abismais”. “Havia 11 casinos, agora já há quase quarenta”, sublinha o leiriense.
A chegada do Presidente da China a Macau está a ser marcada por fortes medidas de segurança, algo que Miguel Canuto compreende e aceita quase de forma plena.
“Um homem poderoso como é o senhor Presidente da China quando visita uma cidade, a segurança é igual como se fosse o senhor Putin, Presidente da Rússia, ou o senhor Trump, Presidente dos Estados Unidos.
Homens poderosos requerem muito mais segurança, portanto é normal o que está a acontecer”, afirmou.
Residente em Macau há mais de 23 anos, admite ainda que deseja ver com os próprios olhos “o senhor Presidente” da China, por quem nutre um grande respeito: “o Presidente da China é uma pessoa extremamente inteligente (…) preparou-se muito bem, não é apenas mais um Presidente da China, é o Presidente da China”, frisa, acentuado o artigo.
No programa da visita de Xi Jinping divulgado pelas autoridades ao início da noite de terça-feira, indica-se que para além da reunião com o actual chefe do Executivo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), Chui Sai On, o líder chinês recebe no dia seguinte os titulares dos principais cargos do Governo e individualidades de vários sectores da sociedade.
Esta é a terceira visita do Presidente chinês a Macau, para a qual estão registados mais de 650 profissionais da comunicação social, marcada por medidas de segurança excepcionais.

19 Dez 2019

Xi Jinping em Macau | Marcelo enaltece exemplo de convivência singular em carta enviada ao seu homólogo chinês

[dropcap]O[/dropcap] Presidente da República português referiu-se ontem a Macau como “um exemplo de convivência singular entre culturas e experiências jurídicas diversas”, numa mensagem enviada ao seu homólogo chinês por ocasião do XX aniversário da transferência da administração do território.

A propósito dos 20 anos da transferência, Marcelo Rebelo de Sousa dirigiu uma missiva ao Presidente chinês, Xi Jinping, na qual reafirma “o compromisso assumido pela República Portuguesa, através dos Presidentes Jorge Sampaio e Aníbal Cavaco Silva, da Assembleia da República e dos sucessivos Governos, quanto ao estatuto jurídico e ao desenvolvimento económico, social e cultural de Macau, bem como quanto à valorização da língua portuguesa”.

Na mensagem, o chefe de Estado português reafirma “a relevância da relação de cinco séculos entre Portugal e a China, o caráter único e irrepetível da vivência de Macau, no passado, presente e futuro, e a certeza de que continuará a ser um exemplo de convivência singular entre culturas e experiências jurídicas diversas, com abertura económica e social a outros mundos, em particular o que fala o português”.

Marcelo Rebelo de Sousa saudou a presença de Xi Jinping “na celebração do vigésimo aniversário da transmissão de poderes, bem como o empenho que significa de respeitar os direitos consagrados no estatuto acordado entre os dois Estados e de fomentar o desenvolvimento económico, social e cultural da Região Administrativa Especial de Macau”.

“Macau continuará a ser mais um importante contributo para o alcance da parceria existente entre a República Portuguesa e a República Popular da China”, escreveu Marcelo Rebelo de Sousa, recordando a visita que Xi Jinping efetuou a Portugal no final de 2018 e a que ele próprio fez à China no início deste ano.

19 Dez 2019

Xi Jinping em Macau | Marcelo enaltece exemplo de convivência singular em carta enviada ao seu homólogo chinês

[dropcap]O[/dropcap] Presidente da República português referiu-se ontem a Macau como “um exemplo de convivência singular entre culturas e experiências jurídicas diversas”, numa mensagem enviada ao seu homólogo chinês por ocasião do XX aniversário da transferência da administração do território.
A propósito dos 20 anos da transferência, Marcelo Rebelo de Sousa dirigiu uma missiva ao Presidente chinês, Xi Jinping, na qual reafirma “o compromisso assumido pela República Portuguesa, através dos Presidentes Jorge Sampaio e Aníbal Cavaco Silva, da Assembleia da República e dos sucessivos Governos, quanto ao estatuto jurídico e ao desenvolvimento económico, social e cultural de Macau, bem como quanto à valorização da língua portuguesa”.
Na mensagem, o chefe de Estado português reafirma “a relevância da relação de cinco séculos entre Portugal e a China, o caráter único e irrepetível da vivência de Macau, no passado, presente e futuro, e a certeza de que continuará a ser um exemplo de convivência singular entre culturas e experiências jurídicas diversas, com abertura económica e social a outros mundos, em particular o que fala o português”.
Marcelo Rebelo de Sousa saudou a presença de Xi Jinping “na celebração do vigésimo aniversário da transmissão de poderes, bem como o empenho que significa de respeitar os direitos consagrados no estatuto acordado entre os dois Estados e de fomentar o desenvolvimento económico, social e cultural da Região Administrativa Especial de Macau”.
“Macau continuará a ser mais um importante contributo para o alcance da parceria existente entre a República Portuguesa e a República Popular da China”, escreveu Marcelo Rebelo de Sousa, recordando a visita que Xi Jinping efetuou a Portugal no final de 2018 e a que ele próprio fez à China no início deste ano.

19 Dez 2019

Macau 20 anos | Xi Jinping elogia “implementação séria” do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’

[dropcap]O[/dropcap] Presidente da China elogiou hoje a “implementação séria” em Macau do princípio ‘um país, dois sistemas’, ao chegar à cidade para presidir às cerimónias do 20.º aniversário da região administrativa especial chinesa.

Após aterrar no aeroporto de Macau às 16:00 (08:00 em Lisboa), Xi Jinping destacou “os sucessos e progresso” de Macau desde que a China reassumiu o exercício da soberania em 20 de dezembro de 1999, após mais de 400 anos de administração portuguesa no território.

“Tanto o Governo Central, como os chineses do continente estão também orgulhosos da experiência e implementação séria em Macau da política ‘um país, dois sistemas’”, disse o líder chinês num breve discurso.

A visita de Xi Jinping a Macau está a ser marcada por medidas excecionais de segurança, numa altura em que a vizinha Hong Kong, região administrativa especial também regida pelo princípio ‘um país, dois sistemas’, continua a ser, há seis meses, palco de protestos anti-governamentais.

“Vale a pena sublinhar que o modelo para o futuro desenvolvimento de Macau tem de ser construído de forma conjunta”, defendeu o líder chinês.

Xi Jinping prometeu falar com “pessoas de todas as esferas da sociedade” durante a visita a Macau, para conhecer melhor os problemas da cidade.

A China reassumiu o exercício da soberania sobre Macau em 20 de dezembro de 1999, após mais de 400 anos de administração portuguesa no território.

Com base no princípio “um país, dois sistemas”, a RAEM mantém o sistema capitalista e os direitos, deveres e liberdades dos seus cidadãos até 2049, gozando de elevada autonomia em todas as áreas, à exceção da defesa e da diplomacia.

Com uma economia assente no negócio do jogo, nos últimos dez anos, o investimento na Educação e na Saúde em Macau mais do que duplicou, enquanto na Segurança Social triplicou.

A reduzida taxa de desemprego, a estabilidade das finanças públicas e a diversificação da economia são outras das áreas sublinhadas pelas autoridades de Macau.

A evolução no PIB (Produto Interno Bruto) e no PIB per capita cresceu, respetivamente, 63,3% e 33,1% nos últimos dez anos.

O Presidente da República Popular da China chegou hoje a Macau para presidir às cerimónias do 20.º aniversário da região administrativa especial chinesa e dar posse ao novo Governo.

Mais de 650 profissionais da comunicação social estão registados para fazer a cobertura da visita de Xi Jinping a Macau.

As ligações marítimas de e para Hong Kong foram reduzidas e aumentaram os controlos aos passageiros. E desde terça-feira que as autoridades chinesas estão a proceder a controlos de segurança às viaturas que circulam na ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, numa ilha artificial.

Estas inspeções já resultaram em várias detenções e recusas de entrada no território, incluindo a jornalistas acreditados para a cobertura das cerimónias destes dias, segundo relatos dos próprios meios de comunicação social com quem trabalham.

O Presidente chinês chegou hoje a uma cidade onde foram adoptadas medidas de segurança excecionais nos últimos dias, mas com poucos sinais de estar em festa: o que sobra em decorações natalícias falta em bandeiras, tarjas e outros adereços que sinalizem o 20.º aniversário de Macau e a visita do Presidente chinês, a terceira numa década, com a população aparentemente alheada das comemorações.

18 Dez 2019

Macau 20 anos | Xi Jinping elogia “implementação séria” do princípio 'Um País, Dois Sistemas'

[dropcap]O[/dropcap] Presidente da China elogiou hoje a “implementação séria” em Macau do princípio ‘um país, dois sistemas’, ao chegar à cidade para presidir às cerimónias do 20.º aniversário da região administrativa especial chinesa.
Após aterrar no aeroporto de Macau às 16:00 (08:00 em Lisboa), Xi Jinping destacou “os sucessos e progresso” de Macau desde que a China reassumiu o exercício da soberania em 20 de dezembro de 1999, após mais de 400 anos de administração portuguesa no território.
“Tanto o Governo Central, como os chineses do continente estão também orgulhosos da experiência e implementação séria em Macau da política ‘um país, dois sistemas’”, disse o líder chinês num breve discurso.
A visita de Xi Jinping a Macau está a ser marcada por medidas excecionais de segurança, numa altura em que a vizinha Hong Kong, região administrativa especial também regida pelo princípio ‘um país, dois sistemas’, continua a ser, há seis meses, palco de protestos anti-governamentais.
“Vale a pena sublinhar que o modelo para o futuro desenvolvimento de Macau tem de ser construído de forma conjunta”, defendeu o líder chinês.
Xi Jinping prometeu falar com “pessoas de todas as esferas da sociedade” durante a visita a Macau, para conhecer melhor os problemas da cidade.
A China reassumiu o exercício da soberania sobre Macau em 20 de dezembro de 1999, após mais de 400 anos de administração portuguesa no território.
Com base no princípio “um país, dois sistemas”, a RAEM mantém o sistema capitalista e os direitos, deveres e liberdades dos seus cidadãos até 2049, gozando de elevada autonomia em todas as áreas, à exceção da defesa e da diplomacia.
Com uma economia assente no negócio do jogo, nos últimos dez anos, o investimento na Educação e na Saúde em Macau mais do que duplicou, enquanto na Segurança Social triplicou.
A reduzida taxa de desemprego, a estabilidade das finanças públicas e a diversificação da economia são outras das áreas sublinhadas pelas autoridades de Macau.
A evolução no PIB (Produto Interno Bruto) e no PIB per capita cresceu, respetivamente, 63,3% e 33,1% nos últimos dez anos.
O Presidente da República Popular da China chegou hoje a Macau para presidir às cerimónias do 20.º aniversário da região administrativa especial chinesa e dar posse ao novo Governo.
Mais de 650 profissionais da comunicação social estão registados para fazer a cobertura da visita de Xi Jinping a Macau.
As ligações marítimas de e para Hong Kong foram reduzidas e aumentaram os controlos aos passageiros. E desde terça-feira que as autoridades chinesas estão a proceder a controlos de segurança às viaturas que circulam na ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, numa ilha artificial.
Estas inspeções já resultaram em várias detenções e recusas de entrada no território, incluindo a jornalistas acreditados para a cobertura das cerimónias destes dias, segundo relatos dos próprios meios de comunicação social com quem trabalham.
O Presidente chinês chegou hoje a uma cidade onde foram adoptadas medidas de segurança excecionais nos últimos dias, mas com poucos sinais de estar em festa: o que sobra em decorações natalícias falta em bandeiras, tarjas e outros adereços que sinalizem o 20.º aniversário de Macau e a visita do Presidente chinês, a terceira numa década, com a população aparentemente alheada das comemorações.

18 Dez 2019

Restauração | Macau já tem 20 restaurantes com estrelas Michelin

[dropcap]M[/dropcap]acau tem desde ontem duas dezenas de restaurantes com estrelas Michelin, incluindo três estabelecimentos que mantiveram a classificação máxima, de acordo com a edição de 2020 do Guia para Macau e Hong Kong.

Ao todo, a 12.ª edição do Guia divulgado ontem contempla 90 restaurantes, com a ex-colónia britânica a ascender aos 70 premiados.

“As selecções deste ano são testemunho da posição inabalável de Hong Kong e Macau como cidades de referência no mundo gastronómico, onde a tradição e a modernidade podem coexistir numa mistura dinâmica e deliciosa de autenticidade e inovação”, afirmou o director global do Guia Michelin, Gwendal Poullennec.

Nesta nova selecção para Macau, os restaurantes Robuchon au Dôme e The Eight, ambos no hotel-casino Grand Lisboa, e o restaurante Jade Dragon, no City of Dreams, mantiveram as classificações de 2019, com três estrelas cada um.

Já entre os sete restaurantes galardoados com duas estrelas, há duas novidades: Sichuan Moon, no Wynn Palace, que se estreia no Guia, e o restaurante cantonês Wing Lei, localizado no Wynn Macau, que foi promovido este ano.

O território apresenta ainda, nesta edição, 10 restaurantes com uma estrela Michelin: The Kitchen, The Golden Peacock, King, Shinji by Kanesaka, Pearl Dragon, 8 1/2 Otto e Mezzo-Bombana, Lai Heen, Zi Yat Heen e Tim’s Kitchen.

Na distinção “Bib Gourmand”, conferida aos restaurantes que oferecem menus de três pratos por menos de 400 patacas, mantêm-se um restaurante de comida portuguesa, O Castiço, entre os sete indicados em Macau.

18 Dez 2019

Restauração | Macau já tem 20 restaurantes com estrelas Michelin

[dropcap]M[/dropcap]acau tem desde ontem duas dezenas de restaurantes com estrelas Michelin, incluindo três estabelecimentos que mantiveram a classificação máxima, de acordo com a edição de 2020 do Guia para Macau e Hong Kong.
Ao todo, a 12.ª edição do Guia divulgado ontem contempla 90 restaurantes, com a ex-colónia britânica a ascender aos 70 premiados.
“As selecções deste ano são testemunho da posição inabalável de Hong Kong e Macau como cidades de referência no mundo gastronómico, onde a tradição e a modernidade podem coexistir numa mistura dinâmica e deliciosa de autenticidade e inovação”, afirmou o director global do Guia Michelin, Gwendal Poullennec.
Nesta nova selecção para Macau, os restaurantes Robuchon au Dôme e The Eight, ambos no hotel-casino Grand Lisboa, e o restaurante Jade Dragon, no City of Dreams, mantiveram as classificações de 2019, com três estrelas cada um.
Já entre os sete restaurantes galardoados com duas estrelas, há duas novidades: Sichuan Moon, no Wynn Palace, que se estreia no Guia, e o restaurante cantonês Wing Lei, localizado no Wynn Macau, que foi promovido este ano.
O território apresenta ainda, nesta edição, 10 restaurantes com uma estrela Michelin: The Kitchen, The Golden Peacock, King, Shinji by Kanesaka, Pearl Dragon, 8 1/2 Otto e Mezzo-Bombana, Lai Heen, Zi Yat Heen e Tim’s Kitchen.
Na distinção “Bib Gourmand”, conferida aos restaurantes que oferecem menus de três pratos por menos de 400 patacas, mantêm-se um restaurante de comida portuguesa, O Castiço, entre os sete indicados em Macau.

18 Dez 2019

Hong Kong vive ano “mais sombrio e complexo” desde transferência de soberania, diz Xi Jinping

[dropcap]O[/dropcap] Presidente chinês reiterou ontem o seu apoio à Chefe do Executivo de Hong Kong, apesar de assumir que a região semiautónoma enfrenta o ano “mais sombrio e complexo” desde a transferência da soberania para a China.

Xi Jinping elogiou Carrie Lam por respeitar a fórmula “Um País, Dois Sistemas” e pela sua “coragem e compromisso” durante um “período excepcional” para Hong Kong.

Lam reuniu em Pequim com Xi Jinping e o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, na sua primeira visita à capital chinesa desde que os candidatos pró-democracia venceram as eleições para os conselhos distritais em Hong Kong, no mês passado, reflectindo o descontentamento popular com a sua governação e o amplo apoio aos protestos que há seis meses abalam o território.

Hong Kong foi “assombrada pela agitação social”, disse Lam, após os encontros, em conferência de imprensa, acrescentando que os líderes chineses consideraram que a situação actual “não tem precedentes”.

“Dada a gravidade da situação e as dificuldades que enfrentamos, posso dizer que os líderes apreciam plenamente os esforços necessários”, disse. “Mas sabemos que o nosso trabalho para impedir a violência não terminou. Ainda não estamos fora da crise”, assumiu.

Fúrias e rejeições

A região é desde Junho palco de manifestações, iniciadas por um projecto de lei que permitiria extraditar criminosos para países sem acordos prévios, como é o caso da China continental, e, entretanto, retirado, mas que se transformou num movimento que exige reformas democráticas e se opõe à crescente interferência de Pequim no território.

Os protestos têm assumido contornos cada vez mais violentos, com actos de vandalismo e confrontos com as forças de segurança.

Na noite de domingo, manifestantes atiraram tijolos contra a polícia, que respondeu com disparos de gás lacrimogéneo. Segundo as autoridades, os manifestantes incendiaram barricadas, bloquearam estradas e partiram semáforos com martelos.

A violência e os confrontos em vários centros comerciais da região, no domingo, onde a polícia usou ainda gás pimenta e fez várias detenções, terminaram uma pausa de duas semanas nos confrontos entre polícia e manifestantes.

Os manifestantes acusam a polícia de brutalidade policial e exigem um inquérito independente à sua atuação.
Lam voltou ontem a rejeitar aquela exigência fundamental do movimento. Um conselho de supervisão sob a actuação da polícia que está a investigar a actuação das forças de segurança deve ter “espaço e tempo” para concluir o seu relatório no início do próximo ano, defendeu.

Um grupo de especialistas internacionais abandonou o conselho, na semana passada, devido às preocupações de que o órgão carece de capacidade e independência. O conselho não tem poderes para solicitar documentos ou convocar testemunhas.

18 Dez 2019

Pequim e Moscovo pedem à ONU redução de sanções contra Pyongyang

[dropcap]A[/dropcap] China pediu ontem ao Conselho de Segurança da ONU para apoiar uma proposta sino-russa de reduzir as sanções contra a Coreia do Norte, desde que este país aceite um plano de desnuclearização.

Nas últimas semanas, o Governo norte-coreano tem vindo a pedir aos EUA que levante as sanções impostas e fez mesmo um ultimato, ameaçando com um “presente de Natal”, se Washington não fizer cedências na sua posição.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, já respondeu ao ultimato da Coreia do Norte, dizendo que ficaria “decepcionado se estivesse alguma coisa a ser preparada”, referindo-se à possibilidade de qualquer retaliação militar por parte de Pyongyang.

A proposta agora apresentada por Pequim e Moscovo junto da ONU procura ser uma solução para o impasse, sugerindo que os EUA ajustem as suas sanções contra a Coreia do Norte “de acordo com os passos dados por este país em direção à desnuclearização”.

A proposta sino-russa chega num momento de tensão entre Washington e Pyongyang, com as negociações travadas desde o fracasso da cimeira entre Donald Trump e o Presidente da Coreia do Norte, Kim Jong-un, em Fevereiro passado.

“A península coreana atravessa um período importante e sensível. A urgência de um acordo político aumentou ainda mais”, disse ontem Geng Shuang, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China.

A comunidade internacional deve “impedir que a península volte à tensão e ao confronto”, argumentou o porta-voz chinês, numa conferência de Imprensa em que justificou a proposta apresentada à ONU.

Voltar à mesa

Sem explicitar o que Pyongyang terá de fazer para obter uma redução nas sanções, o projeto sino-russo pede a interrupção de várias sanções económicas, impostas desde 2016, para melhorar a vida dos norte-coreanos.

Entre outras medidas, o documento enviado à ONU sugere a suspensão da proibição de importação de carvão, ferro, minério de ferro e têxteis oriundos da Coreia do Norte. China e Rússia pedem ainda o fim de uma medida que exige que os países recusem trabalhadores norte-coreanos que procurem emigrar.

“Esperamos que o Conselho de Segurança dê o seu apoio unânime à solução política do problema da península coreana”, disse Geng Shuang, apelando à Coreia do Norte e aos EUA para retomarem as negociações e sugerindo a intermediação de países como a China, a Rússia e o Japão, para além da Coreia do Sul.

O documento pede ainda a Pyongyang que inicie um processo de desnuclearização, o que Kim Jong-un tem recusado, alegando que as armas nucleares são a única forma de garantir a segurança nacional contra ataques externos.

Para que esta proposta seja aprovada na ONU, Moscovo e Pequim devem garantir nove votos favoráveis, dos 15 do Conselho de Segurança, evitando ainda o veto de outros membros permanentes (Estados Unidos, França e Reino Unido).

18 Dez 2019

UE| Cimeiras com China em 2020 em preparação

[dropcap]A[/dropcap] União Europeia (UE) e a China preparam duas cimeiras, em 2020, para desenvolver uma nova parceria estratégia, embora reconheçam divergências políticas, disseram ontem líderes europeus.

O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, foi ontem recebido em Bruxelas pelo novo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, com a definição de novos acordos comerciais em agenda.

Na segunda-feira, Wang Yi já reunira com o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, com quem planeou duas cimeiras UE-China, em 2020, incluindo uma cimeira especial durante a presidência rotativa da comunidade pela Alemanha, que deverá realizar-se na cidade alemã de Leipzig.

Charles Michel insistiu na “necessidade de promover o livre comércio e o investimento que respeitem condições equitativas e reciprocidade” entre as duas potências, numa terminologia que recorda as divergências que têm separado a China dos EUA numa guerra comercial que dura há quase dois anos.

O presidente do Conselho Europeu também introduziu também as questões climáticas na conversa, chamando a atenção para a importância de medidas que contenham a crise e que sejam encaradas de forma global.

Os europeus não escondem as preocupações com “os desafios” impostos pela “crescente influência da China e das políticas internacionais”, disseram diplomatas ouvidos em Bruxelas.

Sem tabus

De resto, os responsáveis da UE enfatizaram isso mesmo na declaração conjunta adoptada pelos líderes dos países membros da NATO no início da cimeira que comemorou os 70 anos da Aliança, em Londres, no início de Dezembro.

“Nós falámos sobre tudo, mesmo sobre as questões delicadas como a situação em Hong Kong e Xinjiang”, disse Josep Borrell, que admitiu que, na Europa, a China é considerada “um adversário”, “rival” e “parceiro”, num momento em que os europeus estão divididos entre o medo e o interesse em oportunidades de negócios.

“Os nossos negócios excedem em muito mil milhões de euros por dia, em média”, lembra Josep Borrell, referindo-se ao volume de negócios entre as duas potências económicas.

O principal tema de tensão na relação é o desenvolvimento da rede de telecomunicações 5G na Europa, que atrai grande interesse por parte dos chineses.

O gigante tecnológico Huawei tem estado particularmente activo neste sector, mas as suas ambições têm sido frustradas por Washington, que excluiu a empresa do fornecimento de equipamentos a partir dos Estados Unidos e tem feito pressão para que seja banida pela UE, invocando riscos de espionagem a favor de Pequim.

Sob pressão dos Estados Unidos, a NATO insistiu na “determinação dos aliados em garantir a segurança das suas comunicações, incluindo a rede 5G, ciente da necessidade de usar sistemas seguros e resilientes”, excluindo parcerias com a China.

A decisão incomoda a diplomacia chinesa e, recentemente, o embaixador chinês em Berlim, Ken Wu, disse que “se a Alemanha tomar uma decisão que leve à exclusão da Huawei do mercado alemão, haverá consequências”.

18 Dez 2019

UE| Cimeiras com China em 2020 em preparação

[dropcap]A[/dropcap] União Europeia (UE) e a China preparam duas cimeiras, em 2020, para desenvolver uma nova parceria estratégia, embora reconheçam divergências políticas, disseram ontem líderes europeus.
O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, foi ontem recebido em Bruxelas pelo novo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, com a definição de novos acordos comerciais em agenda.
Na segunda-feira, Wang Yi já reunira com o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, com quem planeou duas cimeiras UE-China, em 2020, incluindo uma cimeira especial durante a presidência rotativa da comunidade pela Alemanha, que deverá realizar-se na cidade alemã de Leipzig.
Charles Michel insistiu na “necessidade de promover o livre comércio e o investimento que respeitem condições equitativas e reciprocidade” entre as duas potências, numa terminologia que recorda as divergências que têm separado a China dos EUA numa guerra comercial que dura há quase dois anos.
O presidente do Conselho Europeu também introduziu também as questões climáticas na conversa, chamando a atenção para a importância de medidas que contenham a crise e que sejam encaradas de forma global.
Os europeus não escondem as preocupações com “os desafios” impostos pela “crescente influência da China e das políticas internacionais”, disseram diplomatas ouvidos em Bruxelas.

Sem tabus

De resto, os responsáveis da UE enfatizaram isso mesmo na declaração conjunta adoptada pelos líderes dos países membros da NATO no início da cimeira que comemorou os 70 anos da Aliança, em Londres, no início de Dezembro.
“Nós falámos sobre tudo, mesmo sobre as questões delicadas como a situação em Hong Kong e Xinjiang”, disse Josep Borrell, que admitiu que, na Europa, a China é considerada “um adversário”, “rival” e “parceiro”, num momento em que os europeus estão divididos entre o medo e o interesse em oportunidades de negócios.
“Os nossos negócios excedem em muito mil milhões de euros por dia, em média”, lembra Josep Borrell, referindo-se ao volume de negócios entre as duas potências económicas.
O principal tema de tensão na relação é o desenvolvimento da rede de telecomunicações 5G na Europa, que atrai grande interesse por parte dos chineses.
O gigante tecnológico Huawei tem estado particularmente activo neste sector, mas as suas ambições têm sido frustradas por Washington, que excluiu a empresa do fornecimento de equipamentos a partir dos Estados Unidos e tem feito pressão para que seja banida pela UE, invocando riscos de espionagem a favor de Pequim.
Sob pressão dos Estados Unidos, a NATO insistiu na “determinação dos aliados em garantir a segurança das suas comunicações, incluindo a rede 5G, ciente da necessidade de usar sistemas seguros e resilientes”, excluindo parcerias com a China.
A decisão incomoda a diplomacia chinesa e, recentemente, o embaixador chinês em Berlim, Ken Wu, disse que “se a Alemanha tomar uma decisão que leve à exclusão da Huawei do mercado alemão, haverá consequências”.

18 Dez 2019

RAEM 20 Anos | Território ganhou 10 Km2 e vai continuar

[dropcap]M[/dropcap]acau conquistou, em 20 anos de administração chinesa, dez quilómetros quadrados ao mar e aumentou a população residente em 200 mil habitantes, uma expansão que vai continuar nos próximos anos.

O “plano urbanístico de novos aterros”, aprovado por Macau em 2008 e ratificado por Pequim em 2009, ainda em desenvolvimento, previa cinco novos terrenos para a região, num total de 350 hectares (ou 3,5 quilómetros quadrados).

Dados oficiais indicam que, actualmente, Macau soma 32,9 quilómetros quadrados e perto de 667.500 habitantes, quando em 1999, ano da transição da administração do território de Portugal para a China, a cidade tinha 23 quilómetros quadrados e cerca de 430 mil residentes.

De fora dos novos aterros ficam os casinos, de que depende a economia local e que fazem da cidade o maior centro de jogo do mundo. Os casinos ocuparam outros terrenos anteriormente conquistados ao mar, como o Cotai, uma linha nova de terra que uniu as ilhas da Taipa e Coloane.

“Prosseguindo as linhas fundamentais da política de diversificação económica, nos planos dos novos aterros serão reservados terrenos em quantidade adequada ao desenvolvimento de actividades propícias à diversificação económica, estando, desde logo, excluída a do jogo”, afirmou em 2010 o chefe do executivo de Macau, Fernando Chui Sai On, que cessa funções esta semana.

Na ocasião, Chui Sai On garantiu que “parte dos terrenos” será para construção de habitação pública, com rendas acessíveis, assim como para equipamentos culturais, sociais, de educação zonas verdes e de lazer.

Segundo as autoridades, os cinco novos aterros vão receber cerca de 162 mil pessoas. Para o maior deles (“Zona A”), uma ilha artificial de 138 hectares ligada ao terminal da ponte que liga Macau, o interior da China e Hong Kong desde o ano passado, foram já lançados concursos para construção de 3.000 fogos de habitação.

O maior desafio, disse o arquitecto Rui Leão, é transformar estes novos territórios em espaços integrados na cidade, evitando o que aconteceu com outros aterros, como o NAPE que “durante mais de dez anos não chegava bem a ser cidade”.

“As pessoas usavam porque viviam lá ou tinham lá o trabalho e eram obrigadas a ir. Era bastante desagradável, era uma cidade estranha”, realçou o presidente do Conselho Internacional dos Arquitetos de Língua Portuguesa (CIALP), explicando que só após a consolidação do jardim central do aterro e a progressiva ocupação dos espaços comerciais “o NAPE acabou por fazer parte da cidade, o que nem sempre é garantido”.

Sinal mais

Em termos de urbanismo, e perante “transformações tão grandes”, as “questões difíceis” são precisamente conseguir mobilizar uma população para os novos espaços “com um modelo de cidade que apesar de tudo seja possível, humano, vivenciável”, defendeu.

Para o arquitecto, há alguns sinais positivos em relação ao que está previsto para os novos aterros, em termos, por exemplo, de “mais valias de acessibilidade”, um aspecto vital quando existe “a intenção de aumentar a população para os 750 mil habitantes num prazo de cinco a dez anos”.

“Como estas coisas em Macau são muito rápidas”, com aumentos de população na ordem das dezenas de milhares em poucos anos, como se fosse “uma metralhadora”, têm “de ser pensadas de uma maneira diferente”, de forma a que não surjam “sítios que não foram feitos para as pessoas”.

Também vogal do Conselho do Planeamento Urbanístico de Macau, Rui Leão considerou que a população local acompanhou, apesar de tudo, “extraordinariamente bem” a expansão da cidade nos últimos 20 anos e destacou os “vários mecanismos de diálogo” que existem na cidade, que têm permitido, por exemplo, ajustar e modificar “planos drásticos” quando são pensados.

18 Dez 2019

RAEM 20 Anos | Território ganhou 10 Km2 e vai continuar

[dropcap]M[/dropcap]acau conquistou, em 20 anos de administração chinesa, dez quilómetros quadrados ao mar e aumentou a população residente em 200 mil habitantes, uma expansão que vai continuar nos próximos anos.
O “plano urbanístico de novos aterros”, aprovado por Macau em 2008 e ratificado por Pequim em 2009, ainda em desenvolvimento, previa cinco novos terrenos para a região, num total de 350 hectares (ou 3,5 quilómetros quadrados).
Dados oficiais indicam que, actualmente, Macau soma 32,9 quilómetros quadrados e perto de 667.500 habitantes, quando em 1999, ano da transição da administração do território de Portugal para a China, a cidade tinha 23 quilómetros quadrados e cerca de 430 mil residentes.
De fora dos novos aterros ficam os casinos, de que depende a economia local e que fazem da cidade o maior centro de jogo do mundo. Os casinos ocuparam outros terrenos anteriormente conquistados ao mar, como o Cotai, uma linha nova de terra que uniu as ilhas da Taipa e Coloane.
“Prosseguindo as linhas fundamentais da política de diversificação económica, nos planos dos novos aterros serão reservados terrenos em quantidade adequada ao desenvolvimento de actividades propícias à diversificação económica, estando, desde logo, excluída a do jogo”, afirmou em 2010 o chefe do executivo de Macau, Fernando Chui Sai On, que cessa funções esta semana.
Na ocasião, Chui Sai On garantiu que “parte dos terrenos” será para construção de habitação pública, com rendas acessíveis, assim como para equipamentos culturais, sociais, de educação zonas verdes e de lazer.
Segundo as autoridades, os cinco novos aterros vão receber cerca de 162 mil pessoas. Para o maior deles (“Zona A”), uma ilha artificial de 138 hectares ligada ao terminal da ponte que liga Macau, o interior da China e Hong Kong desde o ano passado, foram já lançados concursos para construção de 3.000 fogos de habitação.
O maior desafio, disse o arquitecto Rui Leão, é transformar estes novos territórios em espaços integrados na cidade, evitando o que aconteceu com outros aterros, como o NAPE que “durante mais de dez anos não chegava bem a ser cidade”.
“As pessoas usavam porque viviam lá ou tinham lá o trabalho e eram obrigadas a ir. Era bastante desagradável, era uma cidade estranha”, realçou o presidente do Conselho Internacional dos Arquitetos de Língua Portuguesa (CIALP), explicando que só após a consolidação do jardim central do aterro e a progressiva ocupação dos espaços comerciais “o NAPE acabou por fazer parte da cidade, o que nem sempre é garantido”.

Sinal mais

Em termos de urbanismo, e perante “transformações tão grandes”, as “questões difíceis” são precisamente conseguir mobilizar uma população para os novos espaços “com um modelo de cidade que apesar de tudo seja possível, humano, vivenciável”, defendeu.
Para o arquitecto, há alguns sinais positivos em relação ao que está previsto para os novos aterros, em termos, por exemplo, de “mais valias de acessibilidade”, um aspecto vital quando existe “a intenção de aumentar a população para os 750 mil habitantes num prazo de cinco a dez anos”.
“Como estas coisas em Macau são muito rápidas”, com aumentos de população na ordem das dezenas de milhares em poucos anos, como se fosse “uma metralhadora”, têm “de ser pensadas de uma maneira diferente”, de forma a que não surjam “sítios que não foram feitos para as pessoas”.
Também vogal do Conselho do Planeamento Urbanístico de Macau, Rui Leão considerou que a população local acompanhou, apesar de tudo, “extraordinariamente bem” a expansão da cidade nos últimos 20 anos e destacou os “vários mecanismos de diálogo” que existem na cidade, que têm permitido, por exemplo, ajustar e modificar “planos drásticos” quando são pensados.

18 Dez 2019

Combustíveis | Governo acompanha variação de preços

[dropcap]A[/dropcap]pós os avisos para as dificuldades no abastecimento durante a visita do Presidente Xi Jinping, o Grupo de Trabalho Interdepartamental para a Fiscalização dos Combustíveis está a acompanhar os preços praticados no sector, para evitar uma subida anormal. A informação foi divulgada ontem numa nota emitida à imprensa durante a tarde. “O Grupo de Trabalho Interdepartamental para a Fiscalização dos Combustíveis tem acompanhado a evolução do mercado dos produtos petrolíferos, mantendo uma estreita comunicação com o sector local e monitorizando a situação do abastecimento e a variação dos preços dos produtos do petróleo”, é garantido.

Por outro lado, o Governo voltou a insistir que foram tomadas medidas para garantir que o abastecimento não é posto em causa. “O Grupo de Trabalho reforçou o contacto com o respectivo sector, e vai proceder activamente à coordenação para modificar os percursos de transporte, a fim de garantir a normalidade de abastecimento de combustíveis, minimizando o impacto aos residentes e sectores industriais e comerciais na utilização de combustíveis e esforçando-se por estabilizar o serviço de abastecimento no mercado”, foi explicado.

O grupo de trabalho fez ainda um ponto de situação afirmando que o depósito de todos os tipos de produtos petrolíferos era “abundante”, incluindo a gasolina, diesel e o gás. Quanto aos preços diz que se mantêm “num nível normal”.

18 Dez 2019

Combustíveis | Governo acompanha variação de preços

[dropcap]A[/dropcap]pós os avisos para as dificuldades no abastecimento durante a visita do Presidente Xi Jinping, o Grupo de Trabalho Interdepartamental para a Fiscalização dos Combustíveis está a acompanhar os preços praticados no sector, para evitar uma subida anormal. A informação foi divulgada ontem numa nota emitida à imprensa durante a tarde. “O Grupo de Trabalho Interdepartamental para a Fiscalização dos Combustíveis tem acompanhado a evolução do mercado dos produtos petrolíferos, mantendo uma estreita comunicação com o sector local e monitorizando a situação do abastecimento e a variação dos preços dos produtos do petróleo”, é garantido.
Por outro lado, o Governo voltou a insistir que foram tomadas medidas para garantir que o abastecimento não é posto em causa. “O Grupo de Trabalho reforçou o contacto com o respectivo sector, e vai proceder activamente à coordenação para modificar os percursos de transporte, a fim de garantir a normalidade de abastecimento de combustíveis, minimizando o impacto aos residentes e sectores industriais e comerciais na utilização de combustíveis e esforçando-se por estabilizar o serviço de abastecimento no mercado”, foi explicado.
O grupo de trabalho fez ainda um ponto de situação afirmando que o depósito de todos os tipos de produtos petrolíferos era “abundante”, incluindo a gasolina, diesel e o gás. Quanto aos preços diz que se mantêm “num nível normal”.

18 Dez 2019

Casinos | Centro financeiro pode aumentar dependência do jogo

O analista da Economist Intelligence Unit (EIU) que segue a economia de Macau considera que a ideia de Pequim transformar o território num centro financeiro arrisca aprofundar a dependência económica do sector do jogo

 

[dropcap]A[/dropcap] ideia de lançar uma bolsa de valores de Macau, encorajando os grandes casinos a dispersarem capital em bolsa, “poderia, ironicamente, aprofundar a dependência do território do sector do jogo, já que o desempenho do mercado ficaria ligado ao crescimento das receitas dos casinos”, disse Nick Marro, em declarações à Lusa.

O analista da EIU reagia assim à proposta que Pequim deverá avançar nos próximos dias sobre o aprofundamento da vertente financeira de Macau, criando uma bolsa de valores imobiliários, garantindo terras para Macau se desenvolver na China continental e conferindo-lhe políticas favoráveis ao sector financeiro em pé de igualdade com Hong Kong.

“Já temos visto alguns passos discretos para aprofundar o desenvolvimento do sector financeiro em Macau no último ano, incluindo através da emissão de títulos de dívida no Verão, e isto alinha-se com a política antiga de diversificação da economia face à enorme dependência actual do jogo e do turismo”, salientou Nick Marro.

No entanto, alertou, “os sectores financeiros não nascem da noite para o dia, e qualquer progresso nesta área iria necessitar de uma estratégia empenhada e de longo prazo”, já que Macau “iria competir com Hong Kong e Shenzhen, que já têm centros financeiros bem estabelecidos”.

Pouco talento

Nas declarações à Lusa, o perito da unidade de análise económica da revista britânica The Economist afirmou que “tentar mitigar esta concorrência através do foco em empresas portuguesas ou em ‘start-ups’ teria um efeito negativo, já que funcionaria contra os mercados de capitais, já que iria estar a limitar o foco do território numa parte incrivelmente pequena do mercado”.

Outra das dificuldades que fazem este analista estar reticente quanto à eficácia da criação de um novo centro financeiro tem a ver com a qualificação da mão de obra local nesta área.

“Não vemos que o talento da cidade seja suficientemente qualificado para sustentar o desenvolvimento de um mercado de capitais ambicioso”, disse o analista, considerando possível que um dos requisitos para a atribuição de novas licenças de jogo possa ser a listagem em bolsa. Isso, concluiu, “iria aprofundar a dependência de Macau face ao jogo e turismo”, o que seria negativo tendo em conta os objectivos do Governo.

“A ideia está a ser vista pelas autoridades em Macau como uma recompensa por terem evitado os protestos anti-governamentais que tem assolado o vizinho Hong Kong nos últimos seis meses, e incluem o estabelecimento de uma bolsa em moeda chinesa e um centro de pagamentos em renmimbis já em preparação, bem como a alocação de terras para Macau se desenvolver na região vizinha da China continental”, segundo informação veiculada pela Reuters.

18 Dez 2019

Casinos | Centro financeiro pode aumentar dependência do jogo

O analista da Economist Intelligence Unit (EIU) que segue a economia de Macau considera que a ideia de Pequim transformar o território num centro financeiro arrisca aprofundar a dependência económica do sector do jogo

 
[dropcap]A[/dropcap] ideia de lançar uma bolsa de valores de Macau, encorajando os grandes casinos a dispersarem capital em bolsa, “poderia, ironicamente, aprofundar a dependência do território do sector do jogo, já que o desempenho do mercado ficaria ligado ao crescimento das receitas dos casinos”, disse Nick Marro, em declarações à Lusa.
O analista da EIU reagia assim à proposta que Pequim deverá avançar nos próximos dias sobre o aprofundamento da vertente financeira de Macau, criando uma bolsa de valores imobiliários, garantindo terras para Macau se desenvolver na China continental e conferindo-lhe políticas favoráveis ao sector financeiro em pé de igualdade com Hong Kong.
“Já temos visto alguns passos discretos para aprofundar o desenvolvimento do sector financeiro em Macau no último ano, incluindo através da emissão de títulos de dívida no Verão, e isto alinha-se com a política antiga de diversificação da economia face à enorme dependência actual do jogo e do turismo”, salientou Nick Marro.
No entanto, alertou, “os sectores financeiros não nascem da noite para o dia, e qualquer progresso nesta área iria necessitar de uma estratégia empenhada e de longo prazo”, já que Macau “iria competir com Hong Kong e Shenzhen, que já têm centros financeiros bem estabelecidos”.

Pouco talento

Nas declarações à Lusa, o perito da unidade de análise económica da revista britânica The Economist afirmou que “tentar mitigar esta concorrência através do foco em empresas portuguesas ou em ‘start-ups’ teria um efeito negativo, já que funcionaria contra os mercados de capitais, já que iria estar a limitar o foco do território numa parte incrivelmente pequena do mercado”.
Outra das dificuldades que fazem este analista estar reticente quanto à eficácia da criação de um novo centro financeiro tem a ver com a qualificação da mão de obra local nesta área.
“Não vemos que o talento da cidade seja suficientemente qualificado para sustentar o desenvolvimento de um mercado de capitais ambicioso”, disse o analista, considerando possível que um dos requisitos para a atribuição de novas licenças de jogo possa ser a listagem em bolsa. Isso, concluiu, “iria aprofundar a dependência de Macau face ao jogo e turismo”, o que seria negativo tendo em conta os objectivos do Governo.
“A ideia está a ser vista pelas autoridades em Macau como uma recompensa por terem evitado os protestos anti-governamentais que tem assolado o vizinho Hong Kong nos últimos seis meses, e incluem o estabelecimento de uma bolsa em moeda chinesa e um centro de pagamentos em renmimbis já em preparação, bem como a alocação de terras para Macau se desenvolver na região vizinha da China continental”, segundo informação veiculada pela Reuters.

18 Dez 2019