Hoje Macau China / ÁsiaAPN | Li Keqiang garante não vai inundar a economia com estímulos [dropcap]O[/dropcap] primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, disse ontem que a China não vai “inundar” a economia com medidas de estímulo, mas que recorrerá antes a medidas “excepcionais” em momentos “especiais”. Na conferência de imprensa que marca o encerramento da sessão plenária da Assembleia Popular Nacional (APN), o órgão máximo legislativo da China, Li Keqiang afirmou ainda que o país vai alcançar “crescimento económico positivo” se conseguir garantir condições de emprego e de vida para os seus cidadãos e proteger os participantes no mercado. Para o chefe do Governo chinês, propor estímulos excessivos apenas incentivaria a especulação. “Sem água não podemos criar peixe, mas se houver muita água, alguém vai aproveitar para pescar num rio agitado. Temos que pensar seriamente sobre de onde vem o dinheiro e qual o seu destino”, apontou. A China não fixou uma meta de crescimento económico para este ano, devido à “grande incerteza” provocada pela pandemia do novo coronavírus na economia e comércio mundiais. Segunda maior economia do mundo, a seguir aos Estados Unidos, a China é um dos principais motores de crescimento da economia mundial, constituindo o principal mercado para vários tipos de matéria prima e produtos manufacturados. Na abertura da sessão plenária da APN, na semana passada, entre as metas do país para 2020, o primeiro-ministro chinês considerou que garantir um desempenho económico estável é de “importância crucial” e pediu continuidade na execução de reformas e na abertura económica, visando estabilizar o emprego e o consumo. “O nosso país enfrentará obstáculos cujo desenvolvimento é difícil de prever, devido à grande incerteza em relação à pandemia da covid-19 e ao ambiente na economia e comércio globais”, admitiu. Li disse então que a China deve priorizar a estabilização do emprego e focar-se na batalha contra a pobreza, para alcançar a construção de “uma sociedade moderadamente próspera em todos os aspectos”, a meta oficial do regime de erradicar a pobreza até 2021, quando o Partido Comunista Chinês celebra cem anos desde a sua fundação. Garantir emprego Li fixou como objectivo criar mais de nove milhões de empregos urbanos e alcançar uma taxa de desemprego de 6%, e apelou a uma prevenção e controlo eficazes dos grandes riscos financeiros e a uma redução adicional no consumo de energia por unidade do Produto Interno Bruto (PIB). O PIB da China caiu 6,8 por cento, no primeiro trimestre do ano, a pior contração económica desde a década de 1970, devido às restritas medidas de prevenção de contágio da Covid-19, que incluiu o encerramento de fábricas, lojas e cidades inteiras. Segundo o orçamento de Estado aprovado pelos quase 3.000 delegados da APN, o deficit no orçamento do Governo central vai aumentar em um bilião de yuan (128 mil milhões de euros), para ajudar a cumprir com as metas de criação de emprego. Pequim concederá ainda aos governos locais dois biliões de yuan (255 mil milhões de euros) para evitar a perda de empregos, garantindo que as necessidades básicas públicas são atendidas e são dados apoios às empresas privadas para que possam sobreviver.
Hoje Macau PolíticaAssociação Poder do Povo quer protecção de trabalhadores locais [dropcap]A[/dropcap] Associação Poder do Povo entregou ontem uma petição ao Chefe do Executivo, com vista a assegurar os direitos dos trabalhadores locais. O presidente da associação, Iam Weng Hong, indicou que o número de trabalhadores não residentes (TNR) é excessivo, e que falta um mecanismo para a sua substituição, sobretudo num momento em que a taxa de desemprego aumentou e a economia de Macau está pior. “Quando os patrões renovam o contrato aos TNR, as autoridades deviam rever a lista de desempregados registados na Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais. Se houver candidatos capazes de assumir as posições, deve-se requerer aos patrões darem prioridade às pessoas na lista da DSAL, só permitindo a renovação de contrato com TNR se não houver mão-de-obra suficiente. E se houver empresas que arranjem licenças sem vencimento para os empregados, têm que informar a DSAL para arranjar imediatamente a substituição de TNR”, sugeriu. Por outro lado, Iam Weng Hong quer o reforço do combate aos trabalhadores ilegais, particularmente no sector de construção e remodelação. O dirigente associativo sugeriu a aplicação de um mecanismo que o deputado Ng Kuok Cheong já mencionou anteriormente – permitir aos empregados locais a denúncia de trabalhadores ilegais às autoridades, por intermédio de deputados ou associações em quem confiam.
Hoje Macau China / ÁsiaHK / Autonomia | Analistas minimizam efeitos da resolução norte-americana [dropcap]E[/dropcap]conomistas, diplomatas e empresários tentam quantificar o efeito da decisão de Washington de considerar Hong Kong “não autónomo” da China e revogar o estatuto especial da região. Ex-funcionários da Casa Branca disseram que o cenário imediato mais provável é que o presidente Donald Trump aprove uma “variedade” de sanções, potencialmente para funcionários chineses e de Hong Kong, em resposta à lei de segurança nacional da China para Hong Kong. No entanto, “outras opções estão certamente sobre a mesa”, disse um ex-alto funcionário do governo Trump. “Se Hong Kong perder o seu actual estatuto, poderá ficar vulnerável a tarifas da guerra comercial, controlo tecnológico de exportação, restrições de vistos e viagens e maior escrutínio do sector financeiro.” “Acho que a importância de Hong Kong está a deteriorar-se e quando me reúno em Shenzhen e Guangzhou e ouço as discussões sobre a Grande Baía, é praticamente como se Hong Kong fosse insignificante”, disse Joerg Wuttke , presidente da Câmara de Comércio da União Europeia para a China em Pequim. “Trump não está interessado em nada além de si mesmo e em comparação com o que fez à Parceria Trans-Pacífico, com o ataque à Organização Mundial de Comércio ou com a retirada da Organização Mundial da Saúde, mudar o estatuto de Hong Kong é um algo pequeno para ele. É outra ferramenta na caixa e ele vai usá-la se for necessário”, comentou Wuttke. “Se soubesse, estava em Guangzhou” Um funcionário consular internacional afirmou que se soubesse o quão perturbador os últimos anos foram para os negócios, teria deixado Hong Kong e aberto uma filial do consulado em Guangzhou. “Nesse sentido, a lei de segurança nacional e a resposta dos EUA serão uma continuação do que vem acontecendo desde o ano passado”, disse. A Câmara de Comércio Americana de Hong Kong disse em comunicado que a lei “pode comprometer as perspectivas futuras de negócios internacionais, principalmente se uma longa lista de detalhes não for especificada e esclarecida”. No entanto, a câmara recusou-se a comentar a resposta dos EUA. “Se o estatuto comercial especial da cidade for revogado, Hong Kong perderá acesso a componentes tecnológicos americanos sensíveis, embora possua pouca produção de alta tecnologia em grande escala, porque a maioria dos produtos enviados através de Hong Kong é fabricada noutro lugar”, disseram vários especialistas em comércio. Como membro independente da OMC, Hong Kong poderá entrar com um processo legal no órgão, com sede em Genebra, se Washington decidir que tarifas diretas adicionais são necessárias. “A relação de Hong Kong com a OMC é decidida pelos membros da OMC colectivamente, e não por um membro como os EUA. Assim, se os EUA revogassem seu estatuto separado e tratarem Hong Kong como parte da China estariam a violar as suas próprias obrigações na OMC e Hong Kong poderia processar os EUA – não que isso ajudasse, é claro ”, afirmou Henry Gao, professor de comércio na Singapore Management University. Comércio directo é pequeno Além disso, o comércio directo de Hong Kong com os EUA é relativamente pequeno, tendo exportado apenas 431 milhões de dólares para os EUA em Março, segundo dados americanos, e importado 2,4 mil milhões. “Noventa e nove por cento das exportações de Hong Kong para os EUA são reexportações de uma terceira economia – principalmente da China – e já são tributadas nos EUA com base na origem, não como mercadorias de Hong Kong”, escreveu o analista do Deutsche Bank Michael Spencer numa nota. “Portanto, as exportações de Hong Kong para os EUA foram tão afectadas pelas taxas dos EUA sobre a China quanto as exportações da China. O aumento das taxas nos últimos 1% das exportações não terá praticamente nenhum impacto na economia de Hong Kong”, concluiu.
Hoje Macau China / Ásia MancheteGoverno de Hong Kong diz que lei da segurança nacional só visa “minoria de criminosos” [dropcap]A[/dropcap] chefe do Governo de Hong Kong aplaudiu a aprovação hoje em Pequim da lei de segurança nacional para o território e salientou que esta só visa uma “pequena minoria de criminosos”. “A legislação a ser promulgada pela Região Administrativa Especial de Hong Kong para salvaguardar a segurança nacional visa impedir, coibir e sancionar uma minoria extremamente pequena de criminosos que ameaçam a segurança nacional, salvaguardando a prosperidade e a estabilidade de Hong Kong e mantendo [o princípio de] ‘Um país, dois sistemas’, defendeu Carrie Lam, em comunicado. A chefe do executivo da antiga colónia britânica sustentou ainda que a lei “não vai afectar os direitos e liberdades legítimos usufruídos pelos residentes de Hong Kong”. A reação de Carrie Lam surge pouco depois de a Assembleia Popular Nacional (APN), que é o órgão máximo legislativo da China, ter aprovado hoje, a controversa proposta de lei de segurança nacional de Hong Kong. A lei proíbe “qualquer acto de traição, separação, rebelião, subversão contra o Governo Popular Central, roubo de segredos de estado, a organização de actividades em Hong Kong por parte de organizações políticas estrangeiras e o estabelecimento de laços com organizações políticas estrangeiras por parte de organizações políticas de Hong Kong”. Entre os sete artigos propostos por Pequim, está uma disposição para um mecanismo legal que permite ao Comité Permanente da APN articular legislação que vise prevenir e punir uma série de suposições, incluindo “subversão contra o poder do Estado”. A chefe do Governo de Hong Kong afirmou ainda que as autoridades de Macau vão “cooperar totalmente” com o Comité Permanente da APN para concluir o mais rapidamente possível o trabalho legislativo, assim como na adopção de mecanismos de fiscalização. Na mesma nota, Carrie Lam sublinhou que a aprovação da lei prova a atenção do país para com Hong Kong, “parte inalienável da República Popular da China”. “Proteger a soberania nacional, os interesses de segurança e desenvolvimento é um dever constitucional” de Hong Kong e que “preocupa todos os cidadãos”, acrescentou a governante. Por fim, afirmou que o seu Executivo “vai aprimorar a aplicação da lei e a educação pública em relação à salvaguarda da segurança nacional e reportará regularmente” a Pequim. Japão reage O Governo do Japão pediu hoje que Pequim mantenha um sistema “livre e aberto” em Hong Kong, preocupado com a aprovação pela Assembleia Nacional Popular da China da polémica lei de segurança nacional na região administrativa especial. O Executivo japonês, através de um comunicado, afirma “estar seriamente preocupado” com a decisão do poder legislativo de Pequim e pediu que o “desenvolvimento democrático e estável” de Hong Kong se mantenha sob o princípio de “Um País dois Sistemas”. O Japão vai comunicar a posição ao executivo de Pequim e afirma que vai cooperar com outros países para responder à situação “de forma apropriada”.
Hoje Macau SociedadeCáritas de Macau apoia migrantes e envia dinheiro para Portugal, Itália, Irão e Índia [dropcap]A[/dropcap] Cáritas de Macau está a distribuir comida e cheques pelos trabalhadores migrantes no território e a enviar dinheiro para países como Portugal, Itália, Irão e Índia, disse hoje à Lusa o responsável da instituição. A ajuda extraordinária é justificada por Paul Pun com a vulnerabilidade económica sentida por milhares de trabalhadores migrantes em Macau, bem como com as dificuldades de resposta nas Cáritas que prestam apoio social naqueles países, afectados também pela pandemia da covid-19. Desde o início do surto que a instituição de Macau já prestou ajuda a mais de 1.300 de trabalhadores não residentes “que perderam o emprego, que estão a sentir sérios problemas para pagar a renda, que estão a esgotar ou já gastaram todas as pequenas poupanças”, explicou o secretário-geral. O apoio está a ser garantido com a distribuição de alimentos e, nos casos de maior necessidade, com montantes que variam entre as mil e as 1.500 patacas. Os trabalhadores estrangeiros não residentes de Macau, a maioria filipinos e indonésios, foram dos primeiros a sentir o impacto económico da pandemia. Milhares perderam o emprego, mas continuam sem conseguir voltar aos países de origem devido à falta de voos e às restrições nas fronteiras, tendo igualmente ficado de fora das medidas de apoio do Governo de Macau, direcionadas apenas para os residentes. “A Cáritas não tem recursos para ajudar estas pessoas, mas está a fazer este esforço porque se não fizer, eles não têm mais a quem recorrer”, salientou o secretário-geral da instituição, que presta apoio diário a mais de três mil pessoas que vivem em Macau. O impacto global da pandemia levou a instituição a apoiar algumas das Cáritas a nível internacional. A Cáritas de Macau enviou já cerca de 72 mil euros para Portugal, Itália, Irão e Índia. Deste total, Portugal recebeu em março 24 mil euros. Para a homóloga na Índia foram enviadas 50 mil patacas na quarta-feira. Macau não regista novos casos há 50 dias consecutivos e o Governo, além das medidas de apoio à população e às pequenas e médias empresas, está a apostar no investimento público para revitalizar a economia.
Hoje Macau SociedadeJornal Plataforma Macau aposta em representações em Luanda e São Paulo em 2021 [dropcap]O[/dropcap] director do Plataforma Macau afirmou hoje que a próxima aposta do projecto, que assinala agora seis anos de existência, é estabelecer, depois de Lisboa, uma presença em Luanda e em São Paulo, no próximo ano. “Eu vou fazer uma aposta: no sétimo aniversário, teremos aberto [representações] em Luanda e em São Paulo, como estamos agora a abrir em Lisboa”, embora o modelo e a dimensão possam ser diferentes, disse à Lusa Paulo Rego, no dia do lançamento do novo ‘site’ do Plataforma. “Lisboa tem de estar auto-sustentada e, se estiver, quer dizer que estaremos a abrir em Luanda e São Paulo, o que já está a ser conversado”, salientou. O projecto, que arrancou em Macau com um semanário bilingue (português-chinês), definiu-se pela criação de redes e parcerias com vários órgãos de comunicação social, sobretudo lusófonos e chineses. Actualmente com 15 parceiros em Portugal, Brasil, Angola e China, Paulo Rego quer agora apostar em Cabo Verde e em Moçambique, num “crescimento óbvio em África”. Outro alvo é a área da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, projecto chinês de criação de uma metrópole mundial a partir de Hong Kong e Macau, e nove cidades da província de Guangdong (Dongguan, Foshan, Cantão, Huizhou, Jiangmen, Shenzhen, Zhaoqing, Zhongshan e Zhuhai), numa região com cerca de 70 milhões de habitantes e com um Produto Interno Bruto (PIB) que ronda os 1,3 biliões de dólares norte-americanos. “Precisamos de mais parceiros na China”, admitiu Paulo Rego, acrescentando estarem em curso negociações para parcerias com jornais de Cantão e Shenzhen, bem como Xangai. Depois de ter integrado, a partir de Novembro de 2017, o grupo português Global Media, onde liderou a rede externa, o Plataforma Macau decidiu autonomizar-se, ficando uma redação em Lisboa sob o comando do antigo diretor da rádio TSF Arsénio Reis. “O Plataforma vai continuar a actuar com uma enorme proximidade da Global Media, com parcerias muito mais cerradas, assumidas e contratualizadas”, disse o também administrador não executivo do grupo de ‘media’ português, que inclui entre outros o Jornal de Notícias, o Diário de Notícias e a TSF. Para o responsável, a decisão de se autonomizar permite o crescimento do Plataforma, com modelos e identidade próprios, uma vez que o projecto “não se pode focar apenas num só parceiro, por maior e mais estratégico que seja”. A decisão permite também à Global Media “ter a expectativa que muitas coisas possam acontecer [no grupo] através dos processos que o Plataforma vai desenvolver”, disse, sem pormenorizar, Paulo Rego, cuja entrada para a administração da Global Media se deu como representante do empresário Kevin Ho e da empresa de Macau, KNJ, que investiram 15 milhões de euros no grupo português. Actualmente com 700 mil visitantes únicos por mês e 15 parceiros no Brasil, em Angola, em Portugal e na China, a abertura do novo ‘site’ “é o novo ciclo do Plataforma”, que “vai viver novos processos relacionais e comerciais e novos formatos” e tentar responder a uma maior “apetência pelo digital”. Com um orçamento de um milhão de euros por ano, o Plataforma Macau tem, com base em Portugal e em teletrabalho, seis trabalhadores, incluindo o diretor e uma editora-executiva. “Mas em Lisboa já somos dez: há mais quatro pessoas com quem estamos a começar a desenhar novos formatos, projetos especiais”, adiantou. Já a operação em Macau é maior e conta com mais de 15 pessoas, entre jornalistas, tradutores e outros colaboradores, acrescentou. Quanto ao orçamento, Paulo Rego disse, sem especificar, existirem “meia dúzia” de contratos e acordos já fechados e outros “em curso”, o que resolve “quase metade do risco”, ficando “o drama de metade dessa conta por resolver”. Essa metade vai ser resolvida com a capacidade do projeto ser relevante no mercado, para os parceiros e para os leitores, e “há uma parte que o investidor vai pagar se falhar”, resumiu. “Espero que não me aconteça, mas também não é por isso que o projeto morre”, garantiu. Único investidor, de momento, no projeto, Paulo Rego salientou que o Plataforma está à procura de marcas, instituições, fundações, universidades, decisores políticos e económicos para “encontrar formatos que sirvam a marca, estes ‘stakeholders’ e os clientes”. Disponível em três línguas, português, chinês (simplificado e tradicional) e inglês, a grande aposta do ‘site’ vai ser nos conteúdos noticiosos gratuitos, apesar de estar previsto que também venha a ter conteúdos pagos. “Temos que voltar àquilo que é básico em nós: é bom, é obrigatório dar. Estamos a falar de informação e a nossa aposta primeira é na relevância, nas audiências e na qualidade dos conteúdos que vamos oferecer”, concluiu.
Hoje Macau China / ÁsiaChina recusa discutir Hong Kong em reunião do Conselho de Segurança da ONU [dropcap]O[/dropcap]s Estados Unidos pediram uma reunião de urgência do Conselho de Segurança da ONU para discutir a polémica lei de segurança que Pequim pretende impor a Hong Kong, mas a China recusou, disseram diplomatas. Numa declaração, divulgada na quarta-feira, a missão dos EUA nas Nações Unidas considerou que as recentes acções das autoridades chinesas “minam fundamentalmente o elevado grau de autonomia e liberdades garantido para Hong Kong ao abrigo da Declaração Conjunta Sino-Britânica de 1984, que foi registada na ONU como um tratado juridicamente vinculativo”. “Trata-se de um problema mundial urgente com implicações para a paz e a segurança internacionais”, de acordo com a nota, citada pela agência de notícias France-Presse (AFP). A missão norte-americana indicou que os Estados Unidos pediram uma videoconferência do Conselho de Segurança para discutir a questão, que já reacendeu novos protestos em Hong Kong nos últimos dias, mas que a China recusou. Na nota, a missão norte-americana acusa ainda o Partido Comunista Chinês de falta de “transparência e responsabilização internacional pelas suas acções”. A delegação chinesa respondeu quase imediatamente, através da rede social Twitter, defendendo que a reunião proposta não tem qualquer fundamento e que a lei de segurança nacional para Hong Kong é uma questão exclusivamente interna. “Não tem nada a ver com o mandato do Conselho de Segurança”, afirmou a China, que instou os EUA a “pôr imediatamente termo à política de poder e às práticas de assédio”. A missão norte-americana acusou ainda Pequim de tentar explorar a pandemia da covid-19 para “distrair o mundo” das acções em Hong Kong. “Esta acção, associada ao encobrimento flagrante e à má gestão da crise do novo coronavírus por parte da China, às contínuas violações dos compromissos internacionais em matéria de direitos humanos e ao comportamento ilegal no Mar do Sul da China, deverá tornar evidente para todos que Pequim não está a comportar-se como um Estado-membro responsável da ONU”, destacou. A troca de acusações é mais um episódio do conflito entre as duas potências, depois de, na quarta-feira, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, ter declarado que Hong Kong já não pode ser considerada autónoma em relação à China. A notificação ao Congresso norte-americano poderá abrir caminho à retirada pelos Estados Unidos do estatuto comercial e financeiro preferencial de que a antiga colónia britânica beneficiava desde a transferência de soberania para a China, em 1997. Na semana passada, a China anunciou que a Assembleia Popular Nacional (APN), órgão máximo legislativo da China, ia avançar com uma lei de segurança nacional para Hong Kong. O anúncio de Pequim parece estar a reacender a ‘chama’ dos protestos, depois de meses de calma, muito por causa das medidas tomadas para conter a pandemia da covid-19, e num momento em que estão agendadas eleições para o parlamento de Hong Kong em setembro, após a ala pró-Pequim ter perdido as eleições locais em 17 dos 18 distritos. O artigo 23 da Lei Básica, que serve de ‘constituição’ na região administrativa especial chinesa, prevê que Hong Kong seja dotada de uma lei que proíba “qualquer ato de traição, separação, rebelião, subversão contra o Governo Popular Central, roubo de segredos de Estado, a organização de atividades em Hong Kong por parte de organizações políticas estrangeiras e o estabelecimento de laços com organizações políticas estrangeiras por parte de organizações políticas de Hong Kong”. No entanto, o texto nunca foi aplicado, uma vez que a população do território o vê como uma ameaça aos direitos, como o das liberdades de expressão ou de imprensa, desconhecidos na China continental liderada pelo Partido Comunista. A última vez que se tentou aplicar o artigo ocorreu em 2003 e fracassou, na sequência de grandes manifestações nas ruas de Hong Kong. Na sexta-feira, a lei de segurança nacional foi apresentada na APN, em Pequim. No mesmo dia, em comunicado, a chefe do Governo de Hong Kong, Carrie Lam, afirmou estar pronta para “cooperar totalmente” com Pequim para fazer cumprir a lei de segurança nacional.
Hoje Macau China / ÁsiaDeputados pró-democracia expulsos do debate da lei do hino em Hong Kong [dropcap]T[/dropcap]rês deputados pró-democracia foram hoje expulsos do Conselho Legislativo, o parlamento de Hong Kong, no início do segundo dia de debates sobre a proposta de lei do hino chinês. O presidente do Conselho Legislativo (LegCo), Andrew Leung, suspendeu a sessão poucos minutos depois do início, e expulsou o deputado Eddie Chu por ostentar um cartaz, no qual se lia, numa alusão à responsável da comissão parlamentar que enviou o polémico diploma para votação: “Melhor presidente, Starry Lee”. A oposição pró-democracia tinha contestado a eleição de Lee para a comissão, por considerar que era ilegal. Chu foi escoltado por seguranças para fora do parlamento, debaixo dos protestos dos deputados pró-democracia, que tentaram impedir a expulsão. O deputado explicou aos jornalistas que o presidente do LegCo se opusera a um cartaz que dizia que Lee era uma “presidente ilegal”, no debate de quarta-feira, o que o levou a fazer um novo para chamar a Lee, de forma irónica, a “melhor presidente”. “Na verdade, quisemos utilizar qualquer método para impedir que esta lei do hino nacional [chinês] fosse aprovada por esta legislatura, que é basicamente controlada pelo Partido Comunista Chinês”, disse. Este diploma “é apenas mais uma forma de exercer pressão sobre o povo de Hong Kong”, considerou Chu. Depois de a sessão parlamentar ter recomeçado, um segundo deputado pró-democracia, Ray Chan, começou a gritar palavras de protesto, enquanto o presidente da assembleia legislativa justificava a decisão de expulsar Chu do debate. O incidente levou Leung a suspender novamente a sessão e a expulsar Chan. Um terceiro incidente envolveu o deputado Ted Hui, que acabou expulso depois de pontapear uma garrafa de plástico em direção ao estrado do presidente do LegCo. Mais tarde, Hui disse que garrafa continha uma planta podre, para que Leung cheirasse “o apodrecimento da civilização e do Estado de direito de Hong Kong”. O deputado acusou a China de pôr em causa o princípio “um país, dois sistemas”, que garante um elevado grau de autonomia a Hong Kong durante um período de 50 anos, após a transferência de soberania do Reino Unido para a República Popular da China, em 1997. O incidente com Hui deu-se quando os deputados exigiam que o presidente da LegCo explicasse quais as regras que proíbem cartazes sarcásticos, tendo os parlamentares exibido também cartazes com a frase: “Melhor Presidente, Starry Lee”. O debate da chamada “lei do hino nacional”, uma proposta de lei que criminaliza insultos ao hino chinês, entrou no segundo dia. A proposta surge num momento de tensão na cidade semi-autónoma, após a China ter anunciado, na semana passada, a intenção de aprovar também uma lei de segurança nacional, que poderá limitar as liberdades em Hong Kong. O anúncio de Pequim parece estar a reacender a ‘chama’ dos protestos, depois de meses de calma, muito por causa das medidas tomadas para conter a pandemia da covid-19, e num momento em que estão agendadas eleições para o parlamento de Hong Kong em Setembro, após a ala pró-Pequim ter perdido as eleições locais em 17 dos 18 distritos.
Hoje Macau China / ÁsiaAPN aprova lei de segurança nacional em Hong Kong A lei destina-se a punir “uma pequena minoria de criminosos”, disse Carrie Lam, que garantiu a continuação dos “direitos e liberdades legítimos usufruídos pelos residentes de Hong Kong” [dropcap]A[/dropcap] Assembleia Popular Nacional (APN), órgão máximo legislativo da China, aprovou ontem, por uma maioria de 2.878 votos a favor, um contra e seis abstenções, a proposta de lei de segurança nacional de Hong Kong. O texto fica agora nas mãos de um comité jurídico da APN, que ficará encarregado de escrever uma versão final que deverá ser ratificada pelo Comité Permanente do órgão legislativo. A lei proíbe “qualquer acto de traição, separação, rebelião, subversão contra o Governo Popular Central, roubo de segredos de estado, a organização de actividades em Hong Kong por parte de organizações políticas estrangeiras e o estabelecimento de laços com organizações políticas estrangeiras por parte de organizações políticas de Hong Kong”. Entre os sete artigos propostos por Pequim, está uma disposição para um mecanismo legal que permite ao Comité Permanente da APN articular legislação que vise prevenir e punir uma série de suposições, incluindo “subversão contra o poder do Estado”. Para uma “pequena minoria de criminosos” Entretanto, a chefe do Governo de Hong Kong aplaudiu a aprovação da lei e salientou que esta só visa uma “pequena minoria de criminosos”. “A legislação a ser promulgada pela Região Administrativa Especial de Hong Kong para salvaguardar a segurança nacional visa impedir, coibir e sancionar uma minoria extremamente pequena de criminosos que ameaçam a segurança nacional, salvaguardando a prosperidade e a estabilidade de Hong Kong e mantendo o princípio ‘Um país, dois sistemas’, defendeu Carrie Lam, em comunicado. A Chefe do Executivo sustentou ainda que a lei “não vai afectar os direitos e liberdades legítimos usufruídos pelos residentes de Hong Kong”. Lam afirmou ainda que as autoridades de Hong Kong vão “cooperar totalmente” com o Comité Permanente da APN para concluir o mais rapidamente possível o trabalho legislativo, assim como na adoção de mecanismos de fiscalização. Na mesma nota, Carrie Lam sublinhou que a aprovação da lei prova a atenção do país para com Hong Kong, “parte inalienável da República Popular da China”. “Proteger a soberania nacional, os interesses de segurança e desenvolvimento é um dever constitucional” de Hong Kong e que “preocupa todos os cidadãos”, acrescentou a governante. Por fim, afirmou que o seu Executivo “vai aprimorar a aplicação da lei e a educação pública em relação à salvaguarda da segurança nacional e reportará regularmente” a Pequim. Reacção americana A forma como a lei foi promulgada levou Washington a anunciar que não tratará mais Hong Kong como tendo autonomia face a Pequim, o que poderá levar à retirada do estatuto de parceiro comercial especial e ao levantamento de tarifas e sanções. A diplomacia chinesa em Hong Kong respondeu considerando “bárbara” a decisão dos Estados Unidos. “A decisão é a mais bárbara e a mais irracional”, refere um comunicado difundido ontem pelo Gabinete do representante do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China na Região Administrativa Especial de Hong Kong. O estatuto especial de Hong Kong permite ao território manter relações comerciais distintas com os Estados Unidos. As medidas que se mantêm em Hong Kong desde 1997 implicam uma política de vistos diferente, um regime fixo nas taxas de câmbio de divisas – entre o dólar de Hong Kong e dólar norte-americano – legislação e, sobretudo, um regime fiscal favorável para as empresas. O tratamento de excepção tem permitido a Hong Kong manter-se como centro financeiro internacional, tal como Londres ou Nova Iorque, sendo a quarta praça financeira a nível global. Se Washington optar pela mudança de postura podem ficar ameaçadas as ligações financeiras entre Pequim “e a economia livre”, disse à France Press, Robert Spalding, do Hudson Institute, Estados Unidos. Da mesma forma a Bloomberg News nota que as acções financeiras, as transações e as obrigações podem ser “postas em causa”. Entretanto, o secretário de Estado adjunto para a Ásia Oriental, David Stilwell, disse aos jornalistas que o objectivo da Casa Branca é tentar “uma mudança de comportamento de Pequim” mas reconhece como “improvável” uma alteração de trajectória. Neste quadro, as empresas norte-americanas em Hong Kong podem ser penalizadas pelas medidas dos Estados Unidos. De acordo com os dados do Congresso dos Estados Unidos mais de 300 companhias norte-americanas mantêm uma representação regional em Hong Kong. O território é também um ponto usado pelas empresas da República Popular da China no acesso a divisas estrangeiras, bancos internacionais e contactos com parceiros globais, apesar da ex-colónia britânica já não ser tão “crucial” como antes. Em 2019, 12% das exportações chinesas tiveram como destino Hong Kong. Em 1992, as exportações da República Popular da China para a então colónia britânica chegaram a atingir os 45%. ‘Guerra Fria’ prejudica o mundo Por seu lado, o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, disse ontem que a alegada ‘Guerra Fria’ entre a China e os Estados Unidos “não beneficia nenhuma das partes” e “prejudicará o mundo todo”. Li admitiu que as relações entre os dois países enfrentam “novos problemas e desafios”, mas que Pequim e Washington mantêm “ampla comunicação” em áreas como a economia, o comércio, investimento ou cultura. “A relação superou ventos e chuvas, nas últimas décadas, e são realmente complexas”, admitiu. “Precisamos de ter inteligência suficiente para ampliar os interesses comuns e controlar adequadamente as discrepâncias e os problemas”, apontou o primeiro-ministro chinês, na conferência de imprensa após o encerramento da sessão da APN. Os Estados Unidos passaram nos últimos anos a definir a China como a sua “principal ameaça”, apostando numa estratégia de contenção das ambições chinesas, que se traduziu já numa guerra comercial e tecnológica e várias disputas por influência no leste da Ásia. A marinha norte-americana reforçou ainda as patrulhas no Mar do Sul da China, reclamado quase na totalidade por Pequim, enquanto Washington tem reforçado os laços com Taiwan, que se assume como uma entidade política soberana, contra a vontade de Pequim, que ameaça “usar a força” caso a ilha declare independência.
Hoje Macau China / Ásia MancheteEUA consideram que Hong Kong deixou de ser autónomo da China [dropcap]O[/dropcap] secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, notificou o Congresso de que a administração dirigida por Donald Trump já não considera Hong Kong autónomo da China continental. A notificação abre caminho à retirada pelos Estados Unidos do estatuto comercial e financeiro preferencial de que a antiga colónia britânica beneficiava desde que foi transferida para a China, em 1997. “Nenhuma pessoa razoável pode afirmar hoje que Hong Kong mantém um elevado grau de autonomia em relação à China”, afirmou Pompeo em comunicado. “A decisão desastrosa de Pequim é simplesmente a mais recente de uma série de ações que comprometem fundamentalmente a autonomia e liberdade de Hong Kong e as próprias promessas da China à população de Hong Kong no quadro da Declaração Conjunta Sino-Britânica”, acrescentou o chefe da diplomacia norte-americana. A posição de Mike Pompeo surge depois de, na semana passada, a China ter anunciado que a Assembleia Popular Nacional (APN), órgão máximo legislativo da China, vai avançar com uma lei de segurança nacional para Hong Kong. A lei proíbe “qualquer ato de traição, separação, rebelião, subversão contra o Governo Popular Central, roubo de segredos de Estado, a organização de atividades em Hong Kong por parte de organizações políticas estrangeiras e o estabelecimento de laços com organizações políticas estrangeiras por parte de organizações políticas de Hong Kong”. O artigo 23.º da Lei Básica, a miniconstituição de Hong Kong, estipula que seja o território a avançar com legislação nesse sentido, mas a iniciativa das autoridades enfrentou uma forte vaga de protestos da população, que teme uma redução das suas liberdades. Com a iniciativa legislativa a ser assumida pela China, a lei daria a Pequim o poder para combater os protestos de Hong Kong, que são vistos como um desafio ao Partido Comunista Chinês e ao Presidente Xi Jinping.
Hoje Macau EventosExposição | FRC acolhe “Obras Artísticas das Associadas de Caligrafia e Pintura” Suspensa devido à pandemia da covid-19, a exposição “Obras Artísticas das Associadas de Caligrafia e Pintura” será inaugurada na Fundação Rui Cunha na próxima terça-feira, 2 de Junho. Trata-se de uma mostra que celebra o primeiro aniversário da Associação das Calígrafas, Pintoras e Escultoras de Selos de Macau, que se assinalou a 24 de Março [dropcap]S[/dropcap]ão 34 trabalhos de 33 mulheres, todas elas artistas de Macau, e pretendem transmitir “a imagem activa e apaixonada das mulheres de Macau para a cultura tradicional chinesa”. Na próxima terça-feira, 2 de Junho, pelas 18h, será inaugurada na Fundação Rui Cunha (FRC) a mostra “Obras Artísticas das Associadas de Caligrafia e Pintura”, que visa celebrar o primeiro aniversário da Associação das Calígrafas, Pintoras e Escultoras de Selos de Macau, presidida por Hong San San. O público poderá visitar, de forma gratuita, esta exposição até ao dia 14 de Junho. O aniversário da associação celebrou-se no passado dia 24 de Março, mas devido à pandemia da covid-19 os festejos tiveram de ser adiados. As obras que estarão expostas na FRC “evidenciam a realidade que se vive hoje a nível global”, aponta um comunicado. Hong San San espera que, com esta exposição, se possa transmitir “a imagem activa e apaixonada das mulheres de Macau para com a cultura tradicional chinesa, como também ficar bem patente e expressa a ideia de que a resiliência e o espírito positivo são as qualidades determinantes em tempos de crise e de adversidade”. Um ano de vida Fundada em Março do ano passado, a associação tem como objectivos “o estabelecimento de uma plataforma de intercâmbio para artistas e a criação de um meio para aprendizagem e investigação conjunta, teórica e prática”. Além disso, o projecto cultural “pretende ainda, através da constante consolidação de técnicas artísticas e da organização de eventos periódicos diversos, impulsionar a divulgação e contribuir para o desenvolvimento sustentável da cultura tradicional chinesa, com vista à sua preservação e difusão junto das gerações vindouras”. Mesmo com a pandemia, a associação realizou, a 25 de Fevereiro, uma exposição online com o nome de “Ode aos Heróis do Combate à Pandemia”, que “prestou homenagem aos homens e mulheres que têm estado na linha da frente em defesa da saúde e da segurança da população no território”. Hong San San descreve ainda que a associação “tem servido como uma plataforma propícia ao intercâmbio, aprendizagem e inovação das suas associadas”, uma vez que, desde a sua criação, têm sido realizadas diversas exposições que espelham “diferentes realidades artísticas baseadas na multiculturalidade de Macau”. A associação participou em mais de dez actividades culturais interactivas e diversas, as quais foram “merecedoras do reconhecimento público por parte da população de Macau”.
Hoje Macau Manchete SociedadeVigília | TUI tem até segunda-feira para decidir recurso Advogados esclareceram ao HM que o TUI ainda está dentro do prazo legalmente estabelecido para decidir sobre o recurso que contesta a proibição da vigília do 4 de Junho. Contas feitas, a resposta tem de chegar, no máximo, até à próxima segunda-feira [dropcap]O[/dropcap] Tribunal de Última Instância (TUI) tem até à próxima segunda-feira, dia 1 de Junho, para deliberar acerca do recurso assinado por Au Kam San, que contesta a decisão do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) de proibir a vigília que assinala o dia do massacre de Tiananmen. Isto se todos os ditames previstos na lei forem seguidos dentro dos prazos expectáveis. O deputado que assina o recurso havia declarado na terça-feira o fim do prazo legal para o colectivo decidir. “Hoje é o quinto dia, até agora não recebemos decisão da Última Instância, apesar do fim do prazo. Esperemos por amanhã.” De acordo com o advogado Pedro Leal, com o recurso a dar entrada a 21 de Maio, e assim que o TUI tiver notificado a CPSP, é definido um prazo de 48 horas para o organismo responder. A partir daí, o TUI tem de proferir a sua decisão dentro de um prazo de cinco dias. “Se o recurso deu entrada a 21, o TUI manda notificar a polícia a 22 para responder em 48 horas, ou seja, a 25 ou 26 de Maio. Depois disso, têm cinco dias para responder e, como seria no domingo, passa para segunda-feira. Por isso, o último dia é segunda-feira, dia 1 de Junho”, esclarece o advogado. Também António Katchi é da opinião que o TUI “ainda se encontra dentro do prazo legalmente estabelecido para decidir”, mas não se compromete com nenhum dia. O jurista baseia-se também no artigo 12.º da lei que regula o direito de reunião e manifestação e refere que, após a resposta das autoridades policiais no prazo de 48 horas depois de ter sido citadas a responder, o TUI deverá proferir a sua decisão dentro de um prazo de cinco dias a contar “a partir do dia seguinte àquele em que o TUI tiver recebido a resposta da PSP”. Em caso de ausência de resposta por parte da CPSP, esclarece Katchi, “o prazo contar-se-á a partir do dia seguinte ao fim do prazo de que ela dispunha para responder, ou seja, a partir do dia seguinte ao fim das 48 horas”. Questionado sobre o que pode acontecer caso a deliberação seja divulgada fora do prazo, Pedro Leal aponta que “não acontece nada”, pois os prazos que são dados aos juízes nestes casos “são indicativos”. “Neste caso, o prazo não é peremptório e não há nenhuma penalização para a sua falta de cumprimento. Mas normalmente os juízes cumprem estes prazos, que são curtos”, explicou Pedro Leal. À espera do dia Contactado pelo HM, o TUI não adiantou o desenrolar dos trabalhos acerca do recurso, apontando apenas que a data para o anúncio da deliberação ainda está dentro do prazo legal. Recorde-se que o recurso apresentado ao TUI pela União para o Desenvolvimento da Democracia (UDD) contesta a justificação apresentada pelas autoridades para não autorizar a vigília por violar a Lei de prevenção, controlo e tratamento de doenças transmissíveis. A associação que organiza anualmente a vigília em memória das vítimas do massacre de Tiananmen explica ainda no recurso, que entregou um aviso prévio, mas que não houve reunião entre as partes antes da decisão de cancelamento. No recurso para o TUI, também é dada a nota que participam na vigília ao ar livre duas a três centenas de pessoas, pelo que o evento é mais seguro “do que as escolas (…) restaurantes ou supermercados”. Recorde-se também que anteriormente foi retirada autorização pela habitual exposição de fotografias sobre Tiananmen, pelo Instituto para os Assuntos Municipais (IAM).
Hoje Macau PolíticaIPIM | Oficializada nomeação de Lau Wai Meng como presidente O Executivo nomeou Lau Wai Meng como novo presidente do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau, pelo período de um ano. A cerimónia da tomada de posse decorreu ontem, enquanto se aguarda a próxima sessão de julgamento do seu antecessor [dropcap]“É[/dropcap] nomeado, em comissão eventual de serviço, Lau Wai Meng para exercer o cargo de presidente do Conselho de Administração do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), pelo período de um ano, com efeitos a partir de 27 de Maio de 2020”, indicou o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, em Boletim Oficial. Lau Wai Meng era, até ontem, subdirector dos Serviços de Economia do território. Durante a cerimónia da tomada de posse, o secretário disse esperar que a experiência e capacidade profissional nas áreas económica e financeira de Lau Wai Meng sejam trunfos para que sirva a RAEM “com todo o coração, valorizando, paralelamente, o espírito de equipa, mantendo a integridade, a eficiência”. No currículo, o novo presidente do IPIM conta com um mestrado em Administração Pública pela Universidade de Sun Yat-Sen, em Guangzhou, licenciatura em Gestão de Empresas pela Universidade da Ásia Oriental de Macau. No fim do percurso académico assumiu o cargo do subdirector da Direcção dos Serviços de Economia de 2016 a Maio de 2020, e foi presidente da comissão de apreciação do Plano de Apoio a Pequenas e Médias Empresas e do Plano de Apoio a Jovens Empreendedores. Lau foi também subdirector da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais O processo Lau Wai Meng chega à liderança do organismo depois de o ex-presidente do (IPIM) Jackson Chang ter sido acusado de envolvimento num esquema ilegal para obtenção de residência. O processo que está na fase de julgamento teve na origem a apreciação dos pedidos de “imigração por investimentos relevantes” e de “imigração por fixação de residência dos técnicos especializados”. O IPIM tem como objectivo dar apoio ao Chefe do Executivo na promoção do comércio externo, captação de investimentos, ao desenvolvimento de convenções e exposições, à cooperação económica e comercial entre a China e os países de língua portuguesa, entre outros projectos de cooperação externa.
Hoje Macau PolíticaAposentação | Lei Chan U preocupado com fundo de pensões [dropcap]O[/dropcap] deputado Lei Chan U está preocupado com a solvência futura do fundo de pensões de Macau. Numa interpelação escrita divulgada ontem, Lei Chan U aponta que o regime de aposentação e sobrevivência “não tem novos rendimentos das contribuições” e que, desde 2015, o fundo de pensões não tem verbas suficientes “para cobrir as despesas”. De acordo com um relatório sobre o estado das finanças do regime de aposentação e sobrevivência, Lei Chan U refere que deixarão de existir reservas a partir do fim de 2032 e que, no final de 2042, existirá um passivo superior a 22 milhões de patacas. “A 31 de Dezembro de 2032, os activos do fundo de pensões ficarão totalmente extintos e as responsabilidades por conta dos benefícios de aposentação totalizarão 213,75 mil milhões de patacas. A 31 de Dezembro de 2042, o passivo a cargo dos benefícios de aposentação será superior a 22.550 milhões de patacas. A futura solvabilidade do fundo de pensões é motivo de preocupação social”, aponta Lei Chan U por escrito. Como forma de garantir que o fundo de pensões tem as verbas necessárias, o deputado ligado aos operários considera que o financiamento pode vir das reservas financeiras e apela ao Governo que reforce a carteira de investimentos internacionais, de forma a “partilhar a pressão financeira do fundo de pensões” e “proporcionar receitas estáveis”.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul regista 40 novos casos de covid-19 e autoridades atrasam regresso a escolas A Coreia do Sul registou hoje 40 novos casos de coronavírus, o maior número diário em quase 50 dias, provocando preocupação entre as autoridades e adiando o retorno às aulas em centenas de escolas. O principal especialista em doenças infeciosas da Coreia do Sul disse que o país poderá ter que repor as restrições de distanciamento social que diminuiu em abril, com as transmissões do novo coronavírus a subir na área metropolitana de Seul e em outros lugares nas últimas semanas. Jeong Eun-kyeong, diretor do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da Coreia do Sul, disse hoje durante uma reunião sobre o vírus que está a ficar cada vez mais difícil para os profissionais de saúde rastrear a disseminação da covid-19, o que coincidiu com o aumento da atividade pública em meio ao clima mais quente e o relaxamento no distanciamento social. “Faremos o possível para rastrear contactos e implementar medidas preventivas, mas há um limite para esses esforços”, disse Jeong. “É necessário maximizar o distanciamento social nas áreas em que o vírus está a circular e forçar as pessoas a evitar instalações públicas e outros espaços lotados”, declarou ainda. O rastreamento e a realização de testes ativos haviam estabilizado o surto do país desde o pico de março, o que permitiu às autoridades flexibilizar as diretrizes de distanciamento social. Entretanto, um aumento constante de casos na área de capital, nas últimas semanas, levantou preocupações, à medida que as autoridades prosseguem com a reabertura gradual das escolas. Os alunos de parte do ensino médio voltaram às escolas na semana passada. Estava previsto para hoje o retorno de mais de dois milhões de alunos ensino básico, pré-escolar, creches e parte do secundário. O Ministério da Educação disse que a volta dos alunos foram adiadas em 561 escolas em todo o país devido a preocupações com vírus, incluindo 111 escolas em Seul. A Coreia do Sul confirmou um total de 11.265 casos de coronavírus, incluindo 269 mortes. Todos os novos casos, com exceção de quatro, estão na área metropolitana de Seul, densamente povoada, onde as autoridades têm lutado para conter as transmissões ligadas a casas noturnas, bares de karaoke e um armazém de comércio eletrónico. Três casos foram relacionados a chegadas internacionais. As autoridades de saúde disseram que estão a testar 3.600 funcionários da gigante local de comércio eletrónico Coupang, depois de descobrirem dezenas de infeções do novo coronavírus vinculadas a trabalhadores no armazém da empresa perto de Seul. A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 350 mil mortos e infetou mais de 5,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios. Cerca de 2,2 milhões de doentes foram considerados curados.
Hoje Macau China / ÁsiaPolícia de Hong Kong detém manifestantes e lança gás lacrimogéneo [dropcap]P[/dropcap]elo menos 15 pessoas foram hoje detidas pela polícia de Hong Kong, que lançou gás lacrimogéneo para dispersar manifestantes, um dia antes do debate da polémica proposta de lei do hino. De acordo com jornalistas da agência de notícias France-Presse (AFP) no local, o incidente deu-se em Central, quando a polícia tentava dispersar uma centena de manifestantes. Dois adolescentes foram detidos na posse de bombas incendiárias de fabrico caseiro, noticiou a imprensa local. O Governo de Hong Kong indicou em comunicado que os manifestantes bloquearam algumas ruas, “com a intenção de paralisar o trânsito”, enquanto na internet se multiplicaram os apelos de ativistas pró-democracia para continuar os protestos frente ao Conselho Legislativo. O debate sobre a chamada “lei do hino nacional”, uma proposta de lei que criminaliza insultos ao hino chinês, surge num momento de tensão na cidade semiautónoma, após a China ter anunciado, na semana passada, a intenção de aprovar também uma lei de defesa da segurança nacional, que poderá limitar as liberdades em Hong Kong. Esta lei de segurança, que visa proibir a “traição, secessão, sedição (e) subversão”, é um dos destaques da sessão anual da Assembleia Popular Nacional (APN), o parlamento chinês, a decorrer em Pequim. O documento agora apresentado surgiu após repetidas advertências do poder comunista chinês contra a dissidência em Hong Kong, abalado em 2019 por sete meses de manifestações em defesa de reformas democráticas e quase sempre marcadas por confrontos com a polícia. O artigo 23 da Lei Básica prevê que Hong Kong seja dotada de uma lei que proíba a “traição, secessão, sedição e subversão”. No entanto, o texto, na prática, nunca foi aplicado, uma vez que a população do território o vê como uma ameaça aos direitos, como o das liberdades de expressão ou de imprensa, desconhecidos na China continental liderada pelo Partido Comunista. A última vez que se tentou aplicar o artigo ocorreu em 2003 e fracassou, na sequência de grandes manifestações nas ruas de Hong Kong. Na sexta-feira, a lei de segurança nacional foi apresentada na APN, em Pequim. No mesmo dia, em comunicado, a chefe do Governo de Hong Kong, Carrie Lam, afirmou estar pronta para “cooperar totalmente” com Pequim para fazer cumprir a lei de segurança nacional.
Hoje Macau SociedadeÓbito/Stanley Ho | Empresário Mário Assis Ferreira evoca carácter humanista e visionário [dropcap]O[/dropcap] presidente não executivo da Estoril Sol, Mário Assis Ferreira, lamentou ontem a morte do empresário macaense Stanley Ho, com quem trabalhou durante 30 anos, elogiando o carácter humanista e visionário daquele que considerava “um mestre”. “É uma perda. Deixa em todos nós, aqui em Portugal, China, em Hong Kong e Macau a perfeita noção de sua excecional personalidade. O carácter ímpar do seu espírito visionário e a dimensão do seu vulto empresarial”, disse à Lusa Mário Assis Ferreira. O empresário português assinalou também a “afabilidade e o sentimento humanista” do magnata do jogo macaense, que morreu esta terça-feira aos 98 anos em Hong Kong. “Trabalhei com ele durante 30 anos e aprendi a conhecer mais do que um líder, alguém que foi um mestre para mim, mas sobretudo alguém que foi como que um pai que me ensinou a dar os principais passos na minha vida empresarial à frente da Estoril Sol”, afirmou. Mário Assis Ferreira lamentou ainda o facto de, devido às restrições impostas pela pandemia de covid-19, não poder marcar presença nas cerimónias fúnebres de Stanley Ho. “Tenho de compensar, neste momento, uma promessa que tinha feito a mim próprio […] que era que, quer eu estivesse quer não estivesse na Estoril Sol, no próprio dia em que ele partisse, estaria a meter-me num avião para estar ao seu lado em Hong-Kong a prestar-lhe uma última homenagem”, adiantou. “Quis o destino que esta situação de confinamento, a quarentena em Hong Kong e Macau e as circunstâncias desta pandemia me tenham impedido de estar fisicamente nessa homenagem. Mas é uma homenagem que lhe presto em espírito”, acrescentou. A sociedade Estoril Sol detém o Casino Estoril, no município de Cascais, o Casino Lisboa, no Parque das Nações, e o Casino da Póvoa, na Póvoa de Varzim.
Hoje Macau SociedadeAs reacções à morte de Stanley Ho Manuel Neves, ex-director da DICJ: “Um grande contador de histórias” [dropcap]“É[/dropcap] uma notícia triste, mas infelizmente ninguém é eterno. Foi uma das principais figuras da história recente de Macau e teve uma contribuição enorme para o desenvolvimento, principalmente antes da transferência. Na altura da liberalização, aceitou com naturalidade, apesar de ter tido um monopólio de 40 anos. […] O Stanley, tal como o Sheldon Adelson e o Steve Wynn, era uma pessoa com uma personalidade muito forte, o que era normal num meio de concorrentes. Mas nunca lhes faltou urbanidade. Nunca houve problemas. Como regulador sempre tive uma óptima relação com ele, era uma pessoa muito cordial no trato. Quando não estávamos em ocasiões formais e principalmente nos almoços e jantares era uma pessoa muito amável, um grande contador de histórias que eram muito divertidas. Eram assim histórias das mais antigas.” Albano Martins, economista: “Macau perdeu um grande líder “Foi um grande empreendedor, onde se meteu realizou e deixou marcas profundas. Grande parte dos projectos que marcaram Macau estão ligados ao Stanley. […] O Stanley era uma pessoa afável, de bom trato. Falava-se bem com ele, era cuidadoso connosco. Em reuniões que eram apenas em chinês, e nós não falávamos nada da língua, ele tinha o cuidado de traduzir. Nunca me lembro de o ter visto irritado e estive em centenas de reuniões com ele. Também tinha a capacidade de fazer com nessas reuniões as coisas avançassem sempre muito depressa […] Macau perdeu um grande líder. Claro que a vida destas pessoas que começaram do zero e cresceram não é uma vida totalmente transparente. Mas isso faz parte da história desta região. Ele faz parte de uma geração mais velha em que as coisas foram crescendo a pulso. E neste crescimento há coisas mais certinhas e outra menos certinhas. Havia uma relação de interesse entre o Stanley e a Administração Portuguesa. Ele era na altura a única imagem com força no meio chinês. Essa força adivinha do facto de ser empreendedor.” Rui Cunha, presidente da Fundação Rui Cunha: “Grande saudade mas, sobretudo, eterna gratidão” “O Dr. Rui Cunha, manifesta o seu mais profundo pesar pelo falecimento do Dr. Stanley Ho, conhecido empresário e figura incontornável da história de Macau, do século XX. […] Num dia, especialmente, triste para todos os que com Stanley Ho conviveram, pessoal e profissionalmente […] presta eterna homenagem ao homem com quem trabalhou ao longo de mais trinta anos, e cujos ensinamentos, apoios e ajudas foram a pedra angular da construção do caminho trilhado até aqui. O seu vastíssimo conhecimento, a lucidez viva do seu espírito e o permanente interesse pela cidade que o acolheu, são legados perpétuos que jamais esquecerá. A vida não é mais que a arte do encontro, na qual criamos uma teia de sentimentos onde processamos todos os relacionamentos e onde alimentamos a coesão dos acontecimentos. No dia em que Macau perde uma figura da sua história, o Presidente da Fundação Rui Cunha, perde um grande amigo pessoal, apresentando a toda a família a expressão da sua já grande saudade, mas, sobretudo, de eterna gratidão.” Carlos Monjardino, presidente da Fundação Oriente: “Não esquecia as coisas boas que lhe faziam” “Stanley Ho era uma pessoa que não esquecia as coisas boas que lhe faziam. Era reconhecido (…). Não pensei que uma pessoa que viesse daquele meio fosse tão reconhecida, nomeadamente a Portugal pela oportunidade que lhe tinha dado de ficar com a concessão do jogo de Macau. No final do contrato de jogo [assinado] ele veio ter comigo e disse-me: ‘vocês não querem mais nada’? Eu respondi que não. Mas ele perguntou: não querem um fundo?’ Era um homem muito afável, mas um bocadinho reservado quando não conhecia as pessoas e que levava muito a sério o reconhecimento a Portugal.” José Luís Sales Marques, director do Instituto de Estudos Europeus: “O turismo moderno chegou com ele a Macau” “Stanley Ho não era ‘um’, mas ‘o’ grande empreendedor de Macau, essa ideia é aquela que melhor consegue materializar, descrever com sucesso a figura do multimilionário. Foi fundamental para transformar a economia de Macau numa verdadeira indústria. É o industrial do jogo e dos serviços, aquele que transformou a indústria de Macau, muito ligada à manufactura. O Casino Lisboa ficou como o grande ícone do impulso inicial para a internacionalização do jogo em Macau, mas a forma como Ho encarou esta indústria num modelo de integração vertical, onde as agências de viagens, a introdução dos barcos rápidos de ligação entre Hong Kong e Macau, bem como a participação na constituição da companhia aérea Air Macau são a prova de como foi pioneiro nesta área. A forma como reduziu, com a introdução dos barcos rápidos, de três horas para menos de 90 minutos o tempo de ligação entre Macau e Hong Kong, por exemplo, foi uma autêntica revolução, o turismo moderno chegou a Macau com Stanley Ho”. Neto Valente, presidente da Associação de Advogados: “Era um homem superior” “É uma notícia muito triste para mim e para todos os amigos que deixa, para a sua família, porque estamos a falar de um homem superior, um homem inteligente, culto, que fez muito por Macau desde os anos 60, responsável por muita da transformação, e que se soube adaptar ao longo da sua longa vida […] A verdade é que foi muito mais do que o homem dos casinos: político, financeiro, comercial, pioneiro em muitas vertentes, sobretudo em Macau, de onde foi muitas vezes ponte entre a administração portuguesa e a China […] Eu era muito jovem, ele já mais maduro. Sempre me estimou. Sempre me tratou bem, era de resto uma pessoa de uma memória prodigiosa, que se recordava das relações com as pessoas, e cruzámo-nos muitas vezes em fundações e sociedades, para além de ter sido seu advogado, de ter tratado de algumas coisas a nível pessoal” Amélia António, presidente da Casa de Portugal: “Teve sempre uma preocupação com a comunidade portuguesa” “O Dr. Stanley Ho teve sempre uma preocupação com a comunidade portuguesa e com Portugal. Foi um homem que marcou uma época, um símbolo. Ele encarna um determinado tempo da vida de Macau, pela força da sua intervenção na comunidade através dos negócios. Além do jogo, interessou-se por muitas outras áreas de negócio e teve um papel importante na sua época, contribuiu para uma certa modernização e diversificação económica de Macau. […] Com a liberalização do jogo passou a ser um entre vários, mas durante muitos anos a sua actividade teve muita repercussão em Macau. […] Merece com toda a justiça que se afirme que teve um interesse em Portugal e uma grande abertura à situação de Portugal e dos Portugueses.” Paulo Cunha Alves, cônsul-geral: “Sempre demonstrou um apreço especial por Portugal” “O Cônsul-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong gostaria de expressar as suas sentidas condolências à família do Senhor Stanley Ho Hung-sun pela morte do seu patriarca. Ao longo da sua longa e proeminente carreira enquanto empresário e homem de negócios, Stanley Ho sempre demonstrou um apreço especial por Portugal, através de importantes investimentos em Macau e em Portugal continental. Era também um amigo da Comunidade portuguesa em Macau e Hong Kong e dos macaenses, que sempre apoiou enquanto filantropo. Que a sua alma descanse em paz para sempre.” Edmund Ho, ex-Chefe do Executivo: “Profundamente triste” “Edmund Ho, vice-presidente do Conselho Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, ficou profundamente triste com a morte do Dr. Stanley Ho. Na carta de condolências [enviada à família] Edmund Ho elogiou a vida de Stanley Ho e pediu aos familiares para que se cuidem.” Carrie Lam, Chefe do Executivo de Hong Kong: “O Dr. Ho amou a pátria e fez investimentos no Interior” “O Dr. Ho foi um empreendedor de sucesso. O seu império empresarial, que se estende a múltiplos ramos de negócios, e ele próprio desempenharam um papel fundamental em Hong Kong e Macau. O Dr. Ho amou a pátria e fez investimentos no Interior desde os anos 1970 para apoiar a reforma, a abertura do país e o seu desenvolvimento. Serviu como membro do Comité Permanente do Conferência Consultiva Política do Povo Chinês e contribuiu também, nessa qualidade, para o avanço do país. O Dr. Ho foi também membro do Comité Consultivo da Lei Básica de Hong Kong e testemunhou o regresso da cidade à mãe pátria. Teve um papel activo no desenvolvimento de Hong Kong, serviu a comunidade empenhando-se fortemente no apoio a actividades filantrópicas e doou generosamente para várias organizações de caridade locais, assim como instituições de ensino. Também apoiou o estabelecimento de várias infra-estruturas de cultura e lazer, assim como programas de sensibilização contra a toxicodependência, entre outros contributos para a comunidade. Foi reconhecido em 2010 com a Grand Bauhinia Medal. Estou triste com a morte do Dr. Ho. Em nome do Governo da RAEHK, gostaria de estender as minhas mais profundas condolências à sua família”. Chan Chak Mo, deputado: “Contributo sem paralelo” “Trabalhei para Stanley Ho e tenho de dizer que foi um patrão muito bom e bondoso para os empregados. […] Ele não levantava a voz aos empregados e era uma pessoa que ouvia as opiniões de quem trabalhava com ele. Não era que ele fosse adoptar as ideias, mas sabia ouvir as sugestões e discutia as ideias. Também nunca o ouvi dizer que se devia ou queria discutir este ou aquele empregado. E trabalhei com ele mais de 20 anos. Era um patrão muito compreensível, de um certo tipo que não se encontra nas empresas mais modernas. […] Fiquei muito feliz por ter tido a oportunidade de trabalhar e aprender com ele […] Foi responsável por um contributo sem paralelo para a economia do território, principalmente antes da liberalização do mercado do jogo, e esta foi uma vertente que acompanhou pela dedicação à causa humanitária.”
Hoje Macau PolíticaCultura | Sulu Sou pede mais apoios para revitalizar sector [dropcap]A[/dropcap]través de interpelação escrita, Sulu Sou pediu que o Governo introduza mais medidas destinadas ao sector cultural, como a promoção da formação subsidiada e a atribuição de apoios directos. Afirmando que durante a pandemia foram inúmeras as actividades culturais suspensas que causaram impacto no sector, o deputado quer que o investimento público contemple verbas destinadas à realização de actividades artísticas. Por escrito, Sulu Sou pergunta ainda se o Executivo está disposto a expandir activamente o número de espaços destinados a actividades culturais, já que a agenda prevista para a segunda metade do ano está cheia e o Governo demonstrou vontade realizar mais eventos. Sulu Sou pergunta ainda se o Governo vai reduzir as restrições relativas ao “Programa de Lançamento de Espaços Artísticos e Culturais”, que prevê a disponibilização ao público de algumas instalações culturais.
Hoje Macau SociedadeGoverno de Macau expressa pesar pela morte de Stanley Ho e elogia dedicação à causa social [dropcap]O[/dropcap] Governo de Macau expressou hoje pesar pela morte do magnata do jogo Stanley Ho e enviou uma carta de condolências à família, elogiando a sua dedicação à causa social, informaram as autoridades. “O chefe do Executivo, Ho Iat Seng, enviou hoje (…) uma carta de condolências à família, expressando o seu profundo pesar pelo falecimento”, pode ler-se numa nota curta, de dois parágrafos, horas depois de ser conhecida a sua morte, aos 98 anos. Ho Iat Seng elogiou Ho “pela dedicação à causa social e à filantropia, pelo seu valioso contributo à prosperidade e à estabilidade de Macau”. O líder do Governo e ex-presidente da Assembleia Legislativa “lamenta a morte (…) e apresenta à família enlutada os mais sentidos pêsames”. O magnata do jogo de Macau Stanley Ho morreu hoje aos 98 anos, em Hong Kong. Figura incontornável no antigo território administrado por Portugal, e um dos homens mais ricos da Ásia há décadas, a fortuna pessoal de Ho foi estimada em 6,4 mil milhões de dólares, quando se reformou em 2018, apenas alguns meses antes do 97.º aniversário, referiu o jornal South China Morning Post, de Hong Kong, cidade onde vivia. Exemplo acabado de um ‘self-made man’, Stanley Ho fica para a história como o magnata dos casinos de Macau, terra que abraçou como sua e cujo desenvolvimento surge ligado ao império do jogo que construiu. Nascido a 25 de Novembro de 1921 em Hong Kong, Stanley Ho fugiu à ocupação japonesa para se radicar na então portuguesa Macau, onde fez fortuna ao lado da mulher macaense, oriunda de uma das mais influentes famílias da altura. Nos anos de 1960, conquista com a Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM), o monopólio de exploração do jogo, que manteve por mais 40 anos, até à liberalização, que trouxe a concorrência dos norte-americanos. Stanley Ho marcou a transformação e modernização do território, com a dragagem dos canais de navegação – imposta pelo contrato de concessão de jogos –, à construção do Centro Cultural de Macau, do Aeroporto Internacional ou à constituição da companhia aérea Air Macau.
Hoje Macau Manchete SociedadeStanley Ho morreu hoje aos 98 anos em Hong Kong [dropcap]O[/dropcap] magnata do jogo de Macau Stanley Ho morreu hoje aos 98 anos, em Hong Kong, noticiou a imprensa local. Figura incontornável no antigo território administrado por Portugal, e um dos homens mais ricos da Ásia há décadas, a fortuna pessoal de Ho foi estimada em 6,4 mil milhões de dólares, quando se reformou em 2018, apenas alguns meses antes do 97.º aniversário, referiu o jornal South China Morning Post, de Hong Kong, cidade onde vivia. Exemplo acabado de um ‘self-made man’, Stanley Ho fica para a história como o magnata dos casinos de Macau, terra que abraçou como sua e cujo desenvolvimento surge indissociavelmente ligado ao seu império do jogo. Nascido a 25 de Novembro de 1921 em Hong Kong, Stanley Ho fugiu à ocupação japonesa para se radicar na então portuguesa Macau, onde fez fortuna ao lado da mulher macaense, oriunda de uma das mais influentes famílias da altura. Na década de 1960, conquista com a Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM), o monopólio de exploração do jogo, que manteve por mais 40 anos, até à liberalização, que trouxe a concorrência dos norte-americanos, ainda assim longe de lhe roubar a hegemonia. Stanley Ho viria a deixar o seu ‘cunho’ na transformação do território – desde a dragagem dos canais de navegação – uma das imposições do próprio contrato de concessão de jogos – à construção do Centro Cultural de Macau, do Aeroporto Internacional ou à constituição da companhia aérea Air Macau.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Japão decide levantar alerta sanitário em todo o país [dropcap]O[/dropcap] Governo do Japão decidiu hoje levantar o estado de alerta sanitário em Tóquio e quatro regiões do país, as últimas em que se mantinham as medidas instauradas para combater a pandemia da covid-19. O levantamento do estado de alerta, aconselhado por um grupo de especialistas que presta apoio ao Governo, deverá ser formalmente aprovado pelo Executivo nipónico ainda hoje, informou o ministro da Revitalização Económica japonês, Yasutoshi Nishimura, também responsável pelo grupo de trabalho que coordena a luta contra o novo coronavírus. Decretado há cerca de um mês, o alerta sanitário permanecia em vigor apenas em Tóquio, nas três províncias vizinhas (Chiba, Kanagawa e Saitama) e na de Hokkaido, a norte. Desde o início da epidemia, o Japão registou mais de 820 mortes e cerca de 16.550 casos de infecção, de acordo com dados divulgados pela Universidade norte-americana Johns Hopkins. A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 343 mil mortos e infetou mais de 5,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios. Mais de dois milhões de doentes foram considerados curados.
Hoje Macau China / ÁsiaChina planeia lançar sonda para Marte em Julho [dropcap]A[/dropcap] China planeia lançar uma sonda e um pequeno robô de controlo remoto para Marte, em Julho, na sua primeira missão ao planeta vermelho, anunciou hoje a agência responsável pelo projecto. “O nosso objectivo era enviar a sonda para Marte em 2020. Este grande projeto está a progredir conforme o planeado e estamos a apontar para um lançamento em julho”, anunciou em comunicado a China Aerospace Science and Technology Corporation (CASC). O país está a investir o equivalente a milhares de milhões de dólares no seu programa espacial, incluindo na construção de uma estação espacial e no envio de homens para a Lua. A viagem entre a Terra e Marte demora sete meses, pelo que a sonda chinesa não chegará ao seu destino antes de 2021. A distância está constantemente a mudar, à medida que os planetas giram à volta do Sol, mas é de pelo menos 55 milhões de quilómetros. Chamada Tianwen, a missão chinesa tem três objetivos: colocar uma sonda na órbita de Marte, aterrar no planeta vermelho e pôr um robô na superfície para realizar análises. A China já realizou uma operação semelhante na Lua, onde depositou em 2013 um pequeno “rover” de controlo remoto com rodas (batizado de “coelho Jade”) e o seu sucessor, em janeiro de 2019, no lado da Lua não visível a partir da Terra. Os Estados Unidos, que já enviaram quatro veículos exploratórios para Marte, devem lançar entre junho e agosto o quinto, chamado “Perseverança”, que deve chegar por volta de fevereiro de 2021. Os Emirados Árabes Unidos vão lançar a primeira sonda árabe para o planeta vermelho em 15 de julho, no Japão. A missão russo-europeia ExoMars, vítima de dificuldades técnicas agravadas pela epidemia de Covid-19, esperava lançar este verão um robô para Marte, mas foi adiada para 2022.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Polícia detém 180 manifestantes e elogia lei da segurança nacional [dropcap]A[/dropcap] polícia de Hong Kong elogiou hoje a lei da segurança nacional chinesa, horas depois de ter detido pelo menos 180 manifestantes que protestaram no domingo contra a legislação anunciada por Pequim. O comissário da polícia disse que a decisão ajudará a combater as forças independentistas e a restaurar a ordem social, de acordo com um comunicado. “A polícia apoia por completo e cumprirá as obrigações para manter a segurança nacional e garantir a segurança e a estabilidade de Hong Kong”, afirmou Tang Ping-keung, indicou a mesma nota. As autoridades de segurança salientaram que desde o início dos protestos em Junho do ano passado – contra as emendas legislativas da lei de extradição que permitiria o envio de suspeitos de crimes para a China – registaram-se 14 casos associados ao uso e posse de explosivos e cinco de apreensão de armas de fogo e munições. “Os explosivos apreendidos foram habitualmente usados em ataques terroristas no exterior. Os criminosos até detonaram bombas na casa de banho de um hospital e num transporte público lotado”, referiu a polícia. Ou seja, “ao enfrentar os tumultos e as forças radicais ‘independentistas de Hong Kong’ (…), a polícia percebeu profundamente que Hong Kong está num ponto de risco da segurança nacional e é necessário tomar medidas eficazes para evitar que a situação se deteriore”, defenderam as forças de segurança. No domingo, os protestos voltaram à rua e 180 pessoas foram detidas até às 21:30 “por participarem numa manifestação ilegal e por conduta desordeira num local público”, informaram as autoridades ao final da noite.