Hoje Macau h | Artes, Letras e IdeiasComo Zhao Ji Tocou o Gesto do Calígrafo Por Paulo Maia e Carmo Shouyang, a lendária princesa filha do imperador Wu de Liu Song (r. 363-422) teria adormecido num jardim, de súbito despertou quando a brisa leve fez descer e poisar sobre a sua testa uma flor de ameixieira. Um momento que foi sendo transmitido de geração em geração como um bom presságio, o aparecimento de surpresa da beleza, algo que não se espera que é, claro como o súbito anúncio da Primavera, a promessa de melhores dias. Uma variedade de ameixieira, designada em português como flor de cera (Chimonanthus praecox, do grego «flor precoce do Inverno») no original la mei seria escolhida por Zhao Ji (1082-1135) o imperador Huizong, para uma pintura em que reuniu apenas três elementos principais. Além da flor de cera e de um par de tentilhões, que a incluíam na classificação genérica de «Pássaros e flores», a pintura em rolo vertical a tinta e cor sobre seda, 83,3 x 53,3 cm, que está no Museu do Palácio Nacional, em Taipé, contém um poema seu. E respondendo à atitude minuciosa do autor, deverá ser entendida nesses seus detalhes. Observando os pássaros encostados, como que se protegendo do frio, dir-se-ia uma apologia do matrimónio. Porém, a partir de um outro pequeno detalhe, a interpretação da pintura centrou-se num quarto, quase imperceptível elemento: junto ao tronco, batendo as asas, uma pequena abelha. O simbolismo da abelha que constrói as colmeias e faz o mel a partir da beleza das flores, vinha evoluindo desde que Guo Pu, no século IV, observara com apreço essas «incansáveis congregações na brisa/ Esvoaçando como flocos de neve,/ Uma massa indivisível», para se ir salientando o seu caráter de grupo organizado que obedecia a uma abelha rainha (descrita no masculino pengwang) exemplo que convinha à necessidade de ordem no império. Zhao Ji poderia mostrar nessa pintura através do exemplo pessoal, além da vontade de ordem no seu império em paz, o desejo de domínio do tempo. Como está no poema, que especifica o que na pintura pode ser vago: «Tentilhões, pássaros da montanha envaidecidos, garbosos,/ Flores de ameixieira rosadas em que se confundem a macieza e a leveza./ Com esta pintura faço convosco um acordo:/ Passarão mil Outonos até que os cabelos brancos cubram a minha cabeça.» Escrito no seu estilo caligráfico «ouro elegante» shoujin, que se assemelha a filamentos de ouro retorcidos, que recorda o provérbio «por desvios, aceder a segredos», nesta proposta de compromisso com a Natureza através das três preciosidades, poderá estar sugerindo uma quarta arte etérea, que permeia as outras três e que o aparente imediatismo da caligrafia permite entrever antes de se manifestar. De súbito, a possibilidade da caligrafia (shufa) não ser só vestígio do momento em que o pincel tocou o papel mas memória do instante em que o calígrafo acariciou o gesto da mão, embalada no sopro do espírito.
Hoje Macau EventosBrasileiro Eddy Murphy ensina capoeira e português a crianças As aulas de capoeira do brasileiro Eddy Murphy estão a dar medalhas e a formar campeões em Macau, mas também estão a servir para ensinar português a crianças de mais de uma dúzia de países. À tarde, num ginásio num centro comercial na ilha da Taipa, há tradições, línguas e costumes que são convocados à reunião, para tocar, jogar e dançar, bem como cantar, nomear dos pés à cabeça partes do corpo e contar números, sempre em português. “A capoeira é o maior veículo de divulgação da língua portuguesa”, sentencia Eddy Murphy, até porque está presente em centenas de países, salienta, enquanto os mais pequenos praticam ‘capoeiragem’, a expressão brasileira que o mestre quer que em Macau signifique que há mais vida para além da competição que a arte marcial arrasta. Em Macau, são muitos os países que ‘habitam’ as aulas de capoeira do brasileiro e do Grupo Axé Capoeira, do mestre Barrão. Nas ‘t-shirts’ dos alunos está estampada a expansão, escrita a várias cores: Brasil-China-Macau-Hong-Kong. Tarzan, Formigão, Amarela, Tangerina, Amazonas, Eddy Murphy, Pensador, Luz e Açaí são alcunhas de algumas das crianças e jovens que representam também diferentes geografias, da Malásia ao Canadá e Japão, dos Estados Unidos a Singapura, da Tailândia e Indonésia até aos países lusófonos como Brasil e Portugal, e que se cruzam no antigo e multicultural território administrado pelos portugueses, agora região administrativa especial chinesa. Passagem para a EPM Caleb, que por ali, na ‘capoeiragem’ de Macau, é conhecido pela alcunha de Pensador, nasceu em Singapura, filho de pai canadiano e mãe norte-americana. Mais expansivo que a irmã, descreve-se, atirando a idade e nome, bem como a alcunha de Katie (Luz). E explica o peso das aulas de capoeira na segurança e fluência no português que evidencia, orgulhoso: “Também [aprendemos] numa escola portuguesa, também aprendemos ali”. Ao lado, Eddy Murphy, de 53 anos, acrescenta o ‘pormenor’: os mais pequenos chegaram primeiro, depois vieram os pais, e, com a necessidade de os filhos entenderem melhor as aulas de capoeira, acabaram por os fazer entrar na Escola Portuguesa de Macau. Eddy Murphy garante que a arte de ‘cozinhar’ esta fusão é simples de se entender pela integração social e construção de pontes, asseguradas pela arte marcial que vive da dança, da música e da cultura popular.
Hoje Macau SociedadeDSAL | Caso de morte por queda no mar vai seguir para tribunal De acordo com a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), houve três casos de incidentes que provocaram a morte de trabalhadores por terem caído ao mar nas pontes-cais ou embarcações. A informação é avançada pela directora dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água, em resposta a uma interpelação escrita de Ella Lei. Um dos casos vai ser encaminhado para tribunal depois de serem recolhidos documentos comprovativos, no âmbito da reparação de danos por acidentes de trabalho. “A DSAMA tem vindo a reforçar a realização de fiscalizações aleatórias às pontes-cais e barcaças. Quando se verificarem infracções, proceder-se-á à aplicação das respectivas sanções”, respondeu Wong Soi Man. As embarcações que tiverem um registo de segurança “menos satisfatório” podem ter um prazo mais curto de licença aquando da sua renovação. A DSAL fez 33 fiscalizações no ano passado aos locais de alojamento de trabalhadores não residentes, incluindo cinco em barcaças, “de forma a saber se estes reuniam as condições mínimas de higiene e habitabilidade”.
Hoje Macau SociedadeEstudo | Solteiros correm maior risco de depressão Um estudo sobre o impacto da pandemia em Macau concluiu que os solteiros têm mais probabilidades de sofrer de depressão, de ansiedade e insónia. Os resultados foram anunciados na sexta-feira pelos investigadores em conferência de imprensa. No mesmo estudo, aponta-se um maior risco de sofrer de ansiedade e insónia nas mulheres, um resultado que coincide com estudos anteriores no sudeste asiático sobre a população mais propensa à depressão, devido a factores biológicos e de contexto social, explicaram. Os investigadores da Universidade de Macau “descobriram que os participantes [no estudo] que não estavam preocupados com a informação sobre a epidemia, ou tiveram grandes perdas económicas devido à epidemia, bem como aqueles que eram solteiros ou sentiam que a epidemia tinha um grande impacto na sua vida diária, tinham mais probabilidades de sofrer de sintomas de depressão, ansiedade e/ou insónia”, salientaram. A investigação abrangeu 1.005 residentes de Macau e decorreu entre Agosto e Outubro de 2020. Os resultados indicaram que “70,1 por cento relatou que a epidemia teve um impacto moderado a severo nas suas vidas diárias, e 7,7 por cento sofreu grandes perdas económicas”. Por outro lado, “em termos de saúde mental, 11,5 por cento e 6,3 por cento relatou ter sofrido sintomas moderados a graves de depressão e ansiedade, respectivamente”. Finalmente, “durante a fase final da epidemia, 26,4 por cento referiu ter sofrido fadiga moderada a severa, e 6,4 por cento sofreu sintomas de insónia moderada a severa”, pode ler-se nas conclusões.
Hoje Macau Manchete SociedadeCovid-19 | Residente de 30 anos confirmado como o 48.º caso em Macau [dropcap]O[/dropcap] 48.º caso confirmado de infecção por covid-19 em Macau é um português, que veio de Lisboa no voo que chegou via Tóquio. O anúncio foi feito pelo Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, na sexta-feira à noite, e o paciente está assintomático. Segundo as informações disponibilizadas, o doente tem 30 anos e encontrava-se a fazer quarentena no hotel Grande Coloane, desde 21 de Janeiro. Além disso, a namorada foi igualmente colocada em isolamento por se considerar que é um caso de contacto próximo. “A 3 de Fevereiro de 2021, os resultados do teste de sanguíneo de anticorpos apresentaram anticorpos IgG positivos e anticorpos IgM negativos. Os 3 testes de ácido nucleico nos 14 dias anteriores foram todos negativos e o doente não apresentou os sintomas clínicos”, foi explicado. “No dia 4 de Fevereiro, foi enviado para isolamento no hospital para a observação médica, sem sinal de pneumonia na tomografia torácica . Em 5 de Fevereiro, o teste de zaragatoa nasofaríngea apresentou fracamente positivo, foi diagnosticado como a pneumonia causada pelo novo tipo de coronavírus, sendo o 48.º caso confirmado de pneumonia causada pelo novo tipo de coronavírus (COVID-19) em Macau”, foi acrescentado. Namorada isolada Segundo os dados revelados pelo Governo na segunda-feira passada, dos 47 casos registados em Macau apenas um estava activo, com o paciente a cumprir isolamento no Centro Hospitalar Conde São Januário. A doente, que é residente e tem 43 anos, encontrava-se num estado estável, sem pneumonia. O caso tinha sido identificado no dia 22 de Janeiro, após a realização de dois testes de despistagem. A confirmação de mais um caso faz subir para dois o número de pessoas contagiadas que apanhou o voo para Macau vindo de Tóquio. Além disso, havia oito pessoas consideradas de contacto próximo, que tinham viajado no mesmo voo. Este é um número que agora vai chegar aos nove, uma vez que, segundo o comunicado das autoridades, a namorada do português também foi isolada por precaução. O isolamento vai ser cumprido no Centro Clínico de Saúde Pública do Alto de Coloane.
Hoje Macau EventosLiteratura | António Lobo Antunes nomeado para o Prémio Literário Internacional de Dublin O escritor português António Lobo Antunes é um dos 49 nomeados para o Prémio Literário Internacional de Dublin 2021, com o livro “Até que as pedras se tornem mais leves que a água”, anunciou a organização. O autor português faz parte da lista longa escolhida por bibliotecas de todo o mundo, da qual constam autores oriundos de 30 países. Entre os primeiros finalistas daquele prémio encontram-se os já distinguidos “Rapariga, Mulher, Outra”, de Bernardine Evaristo (Prémio Booker), “Pátria”, de Fernando Aramburo (Prémio Nacional de Narrativa), e “Os Rapazes de Nickel”, de Colson Whitehead (Prémio Pulitzer de ficção). Da lista constam ainda autores como Elif Shafak (“10 Minutos e 38 Segundos Neste Mundo Estranho”), Colum McCann (“Apeirogon”), Heather Morris (“A Coragem de Cilka”), Elizabeth Acevedo (“Clap when you land”), Fernanda Melchor (“Hurricane season”), Carina Sainz Borgo (“Cai a Noite em Caracas”), Ocean Vuong (“Na Terra Somos Brevemente Magníficos”), Brit Bennett (“The vanishing half”) e Daniel Kehlmann (“Tyll. O Rei, O Cozinheiro e O Bobo”). Traduzido para o inglês com o título “Until Stones Become Lighter Than Water”, o livro de António Lobo Antunes foi editado em Portugal em 2017 pela D. Quixote e é um regresso do autor aos fantasmas da guerra de Angola. Numa crónica com o mesmo título publicada em 2016 na revista Visão o autor escreveu: “O meu trabalho é escrever até que as pedras se tornem mais leves que a água. Não são romances o que faço, não conto histórias, não pretendo entreter, nem ser divertido, nem ser interessante: só quero que as pedras se tornem mais leves que a água”. O Prémio Literário de Dublin é organizado pela autarquia da capital da Irlanda e gerido pelas bibliotecas públicas da cidade, com um valor monetário de 100 mil euros, a serem entregues na totalidade ao autor da obra vencedora, se esta for escrita em inglês, ou, no caso de tradução, a dividir entre escritor e tradutor, no valores de 75 mil euros e 25 mil euros, respectivamente. A lista de finalistas do Prémio Literário Internacional de Dublin 2021 será conhecida no dia 25 de março e o vencedor será revelado a 20 de Maio. A escritora irlandesa Anna Burns foi a vencedora da edição de 2020, com o romance “Milkman” (que já antes vencera o Prémio Booker).
Hoje Macau EventosProduções da Netflix dominam nomeados do sindicato de actores dos Estados Unidos As séries “The Crown” e “Schitt’s Creek”, e os filmes “Ma Rainey: A mãe do blues” e “Minari” são os mais nomeados para os prémios do Sindicato de Actores dos Estados Unidos (SAG), ontem anunciados. De acordo com o sindicato, a plataforma de ‘streaming’ e produtora Netflix é a que soma mais nomeações — trinta –, entre produções de filmes e séries. A série anglo-americana “The Crown”, inspirada na história da família real britânica e exibida na Netflix, e a série canadiana “Schitt’s Creek”, exibida no canal CBC, somam cinco nomeações cada, incluindo o prémio de melhor elenco em série dramática e de comédia, respetivamente. Em cinema, com três nomeações cada, surgem “Ma Rainey: A mãe do blues”, de George C. Wolfe, e “Minari”, produção entre Estados Unidos e Coreia do Sul, realizada por Lee Issac Chung. Os nomeados dos prémios do sindicato dos atores foram anunciados um dia depois de Associação de Imprensa Estrangeira em Hollywood ter revelado os nomeados para os Globos de Ouro, criticados pela imprensa especializada por falta de diversidade e representatividade de atores não-brancos. Pelo conjunto do elenco, na categoria de cinema estão nomeados “Da 5 Bloods: Irmãos de armas”, de Spike Lee, “One night in Miami”, de Regina King, “Ma Rainey: A mãe do blues”, “Minair”, assim como “Os 7 de Chicago”, de Aaron Sorkin. Na categoria de melhor série de comédia estão nomeados os elencos de “Dead to me”, “The flight attendant”, “Dead to me”, “The Great”, “Schitt’s Creek” e “Ted Lasso”, enquanto na de série dramática competem “The Crown”, “Better cal Saul”, Bridgerton”, “Lovecraft country” e “Ozark”. Sobre categorias individuais, de representação principal e secundária, destaque para a dupla nomeação, a título póstumo, do ator Chadwick Boseman, pela prestação em “Da 5 Bloods: Irmãos de armas” e “Ma Rainey: A mãe do blues”. O calendário de prémios da indústria cinematográfica também foi afectado pela pandemia da covid-19, pelo que os galardões deste sindicato dos atores, considerados um dos barómetros para os Óscares, serão entregues a 4 de Abril. A cerimónia dos Óscares também sofreu alterações, com os nomeados a serem conhecidos em março, e o anúncio dos vencedores re-agendado para 25 de Abril. Os vencedores dos Globos de Ouro serão conhecidos a 28 de Fevereiro.
Hoje Macau China / ÁsiaChina financia assistência técnica a agricultura cabo-verdiana com aposta nas algas O Governo chinês assinou esta quinta-feira um acordo com Cabo Verde para o financiamento de quase 1,5 milhão de dólares em assistência técnica, a implementar pela FAO na atividade agrícola e segurança alimentar, apostando na produção de algas no arquipélago. O projeto de assistência técnica a Cabo Verde, a três anos (2021 a 2024), surge no âmbito do Programa de Cooperação Sul-Sul entre a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e a China, e deverá abranger 4.500 agricultores das ilhas de Santo Antão e de Santiago, além de 100 investigadores, estudantes e técnicos, no reforço das capacidades. “Não se trata de um projeto de infra-estruturas, em que cerca de 1,5 milhões de dólares irão ser empregues em equipamentos e infra-estruturas. Não é nada disto. Trata-se essencialmente de partilha de conhecimento e de boas práticas no domínio da agricultura, da pecuária e da produção de algas marinhas como uma novidade no contexto dos projetos técnicos que temos estado a desenvolver aqui em Cabo Verde”, destacou o ministro da Agricultura, Gilberto Silva. O governante cabo-verdiano falava após a assinatura, na Praia, do acordo tripartido para implementar o projecto. Durante três anos, o projecto financiado pela China, com a presença de sete peritos chineses, vai fornecer a Cabo Verde assistência técnica na promoção da horticultura, com apoio à gestão dos solos, água e fertilizantes, e na promoção da proteção das plantas, através da introdução de métodos e da organização de formações de campo para a gestão integrada de pragas do milho e os métodos de controlo biológicos sobre as pragas de solo. Envolve ainda a “promoção do pequeno produtor pecuário”, através da melhoria da produção animal e da melhoria da genética animal, do reforço da vigilância epidemiológica e da valorização dos produtos animais. O projecto prevê ainda um estudo sobre a eco-fisiologia e o potencial do cultivo de algas marinhas e da cadeia de valor em Cabo Verde, bem como o desenvolvimento e implementação de “sítios-piloto para introduzir e promover a cultura de algas marinhas”, explicou a FAO. “Temos um imenso mar e é possível tirar melhor proveito deste imenso mar na produção de algas e introdução de algas como alimentos, mas também, e porque não, utilizar as algas para outros fins, como a cosmética e efeitos farmacêuticos. Temos de começar a tirar melhor proveito dos recursos marinhos”, enfatizou o ministro da Agricultura. O objectivo, explicou Gilberto Silva, é tirar partido da “experiência” da China nesta actividade. “Não tendo nós tradição nem experiência neste domínio, entendemos que é bom começar com estudos e com a partilha de conhecimentos que nos levem a definir melhor o caminho e empregar uma boa franja da nossa população, sobretudo aquela que se vem dedicando à extração de areias nas praias, à produção de algas. Portanto, encontrar um caminho mais sustentável para assegurar o emprego e o rendimento, e acima de tudo proteger o ambiente”, disse ainda o governante. O montante estimado do projeto é de quase 1,5 milhão de dólares, financiados pelo Governo da China, sendo a execução e gestão a cargo da FAO, através do acordo tripartido assinado. De acordo com Ana Touza, representante da FAO em Cabo Verde, o arquipélago será o décimo país a implementar um projeto ao abrigo do Programa de Cooperação Sul-Sul/FAO-China. “Em temos de inovação o destaque vai para a possibilidade de aquacultura em algas marinhas, área ainda não muito estudada e aproveitada em Cabo Verde, um país com 99% de mar e com grande potencial na matéria”, destacou a representante da FAO, sublinhando igualmente a atenção que será dada ao combate às pragas que afetam a produção agrícola no país. O embaixador da China em Cabo Verde, Du Xiaocong, assumiu que este projeto é um dos passos para assinalar, em 2021, os 45 anos das relações diplomáticas entre os dois países, reforçando a cooperação bilateral. “E demonstra que no futuro próximo, a China vai apoiar mais parceiros internacionais e oferecer mais apoio aos países africanos, na agricultura”, destacou o diplomata chinês. “Leva-nos a crer que vamos no caminho certo, no caminho de uma agricultura cada vez mais resiliente e adaptada às mudanças climáticas, mais inteligente e voltada para o reforço da segurança alimentar e nutricional, tendo em conta que é necessário produzir mais alimentos saudáveis e colocar na mesa dos cabo-verdianos”, concluiu o ministro Gilberto Silva.
Hoje Macau China / ÁsiaReino Unido retira licença de transmissão a canal estatal chinês CGTN O Reino Unido retirou esta quinta-feira a licença de transmissão ao canal de notícias estatal chinês CGTN, após apurar que o titular não tinha controlo editorial sobre a produção, controlada antes pelo Partido Comunista da China. A CGTN (China Global Television Network), que estava disponível na televisão gratuita e paga no Reino Unido, não comentou ainda a decisão. O regulador da imprensa britânico Ofcom começou a investigar o canal depois de várias pessoas terem apresentado queixa, devido à exibição de confissões forçadas, que violam as regras de justiça e objectividade. Uma das confissões envolveu o antigo funcionário do Consulado Britânico em Hong Kong que afirma ter sido detido e torturado pela polícia chinesa à procura de informações sobre os manifestantes na antiga colónia britânica. Outro caso envolveu um investigador corporativo britânico que disse ter sido forçado a confessar durante a sua detenção na China. O regulador disse ainda ter apurado que a entidade que detinha a licença do canal, a Star China Media Limited, não tinha responsabilidade editorial pela produção da CGTN, que é um requisito para obter licenciamento. Um pedido de transferência da licença para a China Global Television Network Corporation (CGTNC) foi rejeitado porque faltavam “informações cruciais”, disse o Ofcom. “Consideramos que o CGTNC seria desqualificado de deter uma licença, já que é controlado por um órgão que é controlado pelo Partido Comunista Chinês”, justificou ainda. O regulador disse que deu à CGTN “tempo significativo” para cumprir com os requisitos. “Após cuidadosa consideração, levando em consideração todos os factos e os direitos da emissora e do público à liberdade de expressão, decidimos que é apropriado revogar a licença da CGTN para transmitir no Reino Unido”, justificou.
Hoje Macau SociedadeDroga | Desmantelada rede operada por cidadãos vietnamitas A Polícia Judiciária (PJ) desmantelou uma rede de tráfico de droga alegadamente operada por cidadãos vietnamitas há cerca de dois meses, noticiou o jornal Ou Mun. Três vietnamitas e um toxicodependente foram detidos, tendo sido encontrados pelas autoridades estupefacientes como ice e MDMA no valor de 160 mil patacas. A PJ recebeu informações na semana passada sobre este caso, mas só na noite desta quarta-feira encontrou droga na posse de Lo, toxicodependente de 27 anos, que estava na zona do NAPE. Lo teria consigo pouca quantidade de droga e apenas para consumo próprio. Nessa mesma noite, a PJ encontrou dois cidadãos vietnamitas, de apelidos Pham e Nguyen, no bairro do Iao Hon, que tinham consigo utensílios para dividir a droga em doses individuais. Além disso, as autoridades encontraram outro indivíduo de nome Troung, que se presume ser o membro principal da associação criminosa, com drogas nas roupas e no apartamento. Todos os suspeitos acusaram positivo no exame toxicológico. As investigações prosseguem relativamente ao número de pessoas envolvidas e à origem dos estupefacientes.
Hoje Macau SociedadeImóveis | Processos sancionatórios contra 18 casos de anúncios ilegais A Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT) e o Conselho de Consumidores (CC) criaram um “mecanismo conjunto de prevenção e controlo para a aquisição de imóveis sitos no Interior da China pelos residentes de Macau” com Zhuhai, Zhongshan e Jiangmen que envolve sensibilização jurídica, troca de informações e cooperação na fiscalização. Entre Janeiro do ano passado e 1 de Fevereiro de 2021, a DSEDT abriu 136 processos de inspecção à publicidade de imóveis. Foram instaurados processos sancionatórios contra 18 casos a envolver anúncios publicitários ilegais de imóveis no Interior da China, indicaram a DSEDT e o CC em comunicado. Os organismos descrevem que o combate aos anúncios ilegais obteve “resultados positivos”. Caso sejam detectados anúncios que violem a lei, a DSEDT aplica multa aos infractores e confisca o suporte publicitário ilícito. Depois de Macau comunicar a ilegalidade, a respectiva entidade municipal participante no mecanismo investiga os anúncios em causa.
Hoje Macau SociedadeIncêndio | Bombeiros criticados no ataque às chamas Em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, alguns pescadores criticaram a actuação das autoridades no combate às chamas que destruíram dois barcos, na quarta-feira, no Porto Interior. Segundo o relato apresentado, as críticas focaram o facto de o Corpo de Bombeiros ter impedido que outros pescadores utilizassem as suas embarcações para ajudar nas operações para apagar as chamas. Porém, houve também quem indicasse que as autoridades demoraram demasiado tempo a chegar ao local e que a pressão das mangueiras utilizadas para apagar o fogo era demasiado fraca. Confrontado com as críticas, Vong Vai Man, adjunto do director dos Serviços de Alfândega, afirmou que o alerta para o sinistro foi recebido às 18h33 e que foram enviadas dez embarcações imediatamente para o local. Por sua vez, Leong Iok Sam, Comandante do Corpo de Bombeiros, explicou as autoridades não quiseram ajuda dos outros pescadores, porque entenderam que as chamas eram muito intensas e que os riscos seriam demasiado elevados. O Comandante destacou que foi uma decisão tomada que teve como prioridade preservar a segurança de todos os envolvidos. A postura dos Bombeiros mereceu a concordância do presidente da direcção da Associação de Auxílio Mútuo de Pescadores de Macau, Chan Meng Kam, que frisou que o mais importante é garantir a segurança dos cidadãos. Quando aos proprietários das embarcações, queixaram-se de prejuízos que calculam ser de milhões de patacas, motivo que levaram que tivessem pedido ajuda ao Governo.
Hoje Macau SociedadeIluminação | LED nas ruas leva Novo Macau à DSPA A instalação de iluminação do tipo LED nas ruas levou a Associação Novo Macau, incluindo o vice-presidente e deputado Sulu Sou, à Direcção de Serviços de Protecção Ambiental. A instituição democrata foi levar as queixas de cidadãos que dizem que o novo tipo de iluminação é demasiado forte para os bairros antigos e fica demasiado perto dos edifícios habitacionais, o que faz com que as pessoas não consigam descansar durante a noite. Segundo a Novo Macau também os taxistas estão preocupados com estas luzes e dizem que desde que foram instaladas que houve um aumento dos acidentes nas áreas, devido aos efeitos nocivos para a visão. Segundo o comunicado da Novo Macau, Raymond Tam, director da DSPA, esteve na reunião e afirmou que as luzes foram escolhidas com base no critério de terem um consumo de energia mais reduzido e também por serem mais eficazes. Tam apontou ainda que desde que foram ouvidas as primeiras queixas que a potência dos candeeiros instalados foi reduzida e que no futuro a DSPA vai acompanhar o desenvolvimento desta tecnologia , de forma a escolher equipamentos com menor impacto na vida dos cidadãos. No entanto, o responsável sublinhou que tem de haver uma uniformidade nos equipamentos instalados, para evitar potenciais perigos para a saúde pública.
Hoje Macau Grande Plano MancheteMacau sem cirurgias ao coração e pulmões Quem precise de uma operação urgente ao coração ou aos pulmões corre risco de vida porque não existem em Macau cirurgiões especialistas nestes procedimentos. Normalmente, vinham de Hong Kong todas as semanas. Agora não podem devido à pandemia Os Serviços de Saúde de Macau (SSM) não conseguem proporcionar as operações de cirurgia cardíaca e cirurgia torácica, colocando em risco, em contexto de pandemia, vidas humanas. Habitualmente, antes do coronavírus, era prática a vinda de médicos de Hong Kong para executar estas operações. Contudo, as restrições fronteiriças impedem a deslocação dos cirurgiões da ex-colónia britânica. As operações em causa consistem numa intervenção profunda que exige especial perícia e experiência da questão. Trata-se do que popularmente se designa por “peito aberto”, sendo o termo oposto aplicado a cirurgias aos pulmões, que se efectuam pelas costas. Ora tanto os médicos especialistas, filhos de Macau como estrangeiros, têm demonstrado alguma relutância em permanecer na RAEM. Os SSM optaram então por mandar vir gente de Hong Kong para suprir as necessidades, com uma regularidade semanal ou bi-semanal. Ao que Hoje Macau apurou os SSM, serviço público que contactámos, mas do qual não obtivemos respostas, enviam casos urgentes para um hospital de Cantão, o que se pode revelar fatal em caso de excessiva demora. Outro dos problemas que se levanta com este procedimento é a restrição de entrada de estrangeiros na China, no quadro das medidas securitárias implementadas por causa do covid-19. Assim, um residente chinês de Macau, cuja passagem na fronteira não encontra restrições, terá acesso mais rápido, talvez não suficientemente rápido, ao hospital de Cantão. Já um estrangeiro, ainda que residente, encontrará mais dificuldades e, certamente, demorará mais tempo a estabelecer os procedimentos necessários para permitir a transferência para a província de Guangdong, que exigirá um visto especial, que nem sempre é emitido com a brevidade que a situação, eventualmente exige. Este facto pode, obviamente, colocar a vida em risco de quem necessite de uma operação urgente. Infelizmente, é o caso das doenças que exigem este tipo de operação. Na vertente cardíaca, tem sido vulgar efectuar-se em Macau uma operação simples, através do pulso ou da virilha, com o objectivo de desobstruir artérias ou veias junto ao coração. Já a operação “a peito aberto”, aplicada a casos mais bicudos, é sistematicamente atribuída a médicos pontualmente contratados ao exterior, até à pandemia, habitualmente de Hong Kong. “Macau não dá” Perante a inexistência de médicos capazes de operarem nas áreas da cirurgia cardíaca e torácica, não deixa de ser notável o facto de num passado recente terem abandonado a RAEM dois cirurgiões contratados para esse efeito. Segundo soube o Hoje Macau, ambos se ressentiram do tratamento prestado pela direcção dos Serviços de Saúde e da curta duração dos contratos, renovados ano a ano. Por vezes, os SSM propuseram extensões de três e seis meses a esses médicos. A atitude dos SSM terá despertado alguma ira entre os especialistas, cuja saída da RAEM foi acompanhada de um “justificado ressentimento”, foi explicado ao Hoje Macau. Para Pequim, por exemplo, já foi levada para os meios médicos da capital a ideia segundo a qual “Macau não dá”, o que tem dificultado a contratação de novos clínicos. Na verdade, ao que sabemos, é pior o modo como são recebidos os médicos do continente, percepcionados como o “futuro”, do que o que é dispensado aos médicos portugueses, entendidos como uma “sobrevivência breve do passado” e tratados com complacência. O Hospital Kiang Wu, que geralmente supre as fragilidades do hospital público, também não conta nos seus quadros com cirurgiões formados nas referidas especialidades. Daí que não exista neste momento em Macau capacidade para as efectuar, o que pode colocar em risco a vida de quem as necessite com urgência. O que muitos se perguntam é como é que a RAEM, que dispõe de um fabuloso rendimento per capita, não dispõe de um serviço de saúde pública de excelência, que responda com qualidade às necessidades dos cidadãos, nomeadamente dos menos beneficiados pela fortuna. O Hospital das Ilhas, dez anos depois de lançada a primeira pedra, tarda em ser concluído, e o Centro Hospitalar Conde São Januário não viu, em 20 anos de RAEM, reforçada a sua capacidade, a ponto de ser capaz de responder, em qualidade e quantidade, a uma cada vez maior procura. O tempo de espera para consultas é demasiado longo há muito tempo e os SSM não encontram solução. Por exemplo, o Hoje Macau sabe que uma consulta de cardiologia pode demorar quatro ou mais meses, entre a marcação e a sua realização. Quem arrisca? O nosso jornal falou com dois deputados ligados à causa médica: Wong Kit Cheng e Chan Iek Lap. Segundo a deputada, “o hospital público não tem este tratamento (de cirurgia cardiovascular), por isso encaminham os doentes para outras zonas, através do mecanismo de serviços médicos no exterior, para resolver os problemas dos residentes locais. Se consultar os hospitais privados, de acordo com o que eu sei, o hospital Kiang Wu tem especialistas que fazem operações de cirurgia cardíaca e torácicas. Caso a cirurgia envolva um transplante cardíaco ou esteja relacionada com o sistema de circulação e os médicos não tiverem experiência, estes médicos não vão arriscar.” O Hoje Macau sabe que existem, neste preciso momento, doentes a precisar de uma intervenção e, de facto, em Macau ninguém arrisca. A deputada tem conhecimento da falta de médicos nos serviços públicos de Saúde, mas pensa que estes existem no Kiang Wu. Mas a verdade factual é que, se existissem não se compreenderia porque razão arriscam vidas, sujeitando-as a uma viagem de mais de 330 quilómetros. Já Chan Iek Lap parece ter uma noção mais precisa do assunto: “Actualmente, algumas operações raras são difíceis de se realizar em Macau, temporariamente. Porque no passado os doentes podiam ser encaminhados para as zonas vizinhas. Devido à pandemia, a entrada e saída [de utentes] sobretudo para Hong Kong não é possível, porque há quarentena. Estas situações podem ser resolvidas através de negociação com as autoridades das zonas vizinhas, para que os doentes com necessidade possam ter um corredor de passagem ou tratamento específicos. Temos de admitir que uma parte do nosso nível médico é diferente das zonas vizinhas. O Governo pode melhorar o nível médico através de incentivos, políticas de apoio e trabalhos relevantes.” Na opinião de Wong, contudo, “o governo pode formar e recrutar mais especialistas, mas a formação em Macau é difícil porque tem menos casos de doença. Os médicos de cirurgia cardiovascular actualmente no território adquiriram alguma experiência na China Continental ou no exterior e regressaram para servir Macau.” O pior é que os que regressaram voltaram a ir-se embora por não lhes terem sido dadas condições condignas. Como antigamente se dizia, a saúde em Macau parece estar doente. Estatísticas mais recentes não revelam número de operações de cardiologia As Estatísticas da Saúde de 2019 não discriminam quantas operações foram feitas da especialidade de cardiologia. Dos 19.537 serviços operatórios realizados, cerca de 3,43 por cento são apresentados como pertencendo a “outras” especialidades. Em 2019, os hospitais de Macau disponibilizavam um total de 1.628 camas de internamento, o correspondente a 2,4 por cada mil habitantes. De entre os doentes internados, 4,9 por cento eram da especialidade de cardiologia e 6,1 por cento em pneumologia. Nesse ano registaram-se 3.047 doentes internados em cardiologia, incluindo na unidade de cuidados intensivos da especialidade. É preciso recuar às Estatísticas de Saúde de 2012 para se encontrar dados discriminados sobre serviços operatórios na área da cardiologia, registando-se 160 operações programadas. No ano anterior, aconteceram 222 operações de cardiologia, sete das quais de urgência. Já em 2010, os dados revelam a realização de 285 serviços operatórios de cardiologia (16 urgentes) e 60 cirurgias torácicas (13 de urgência). Recurso ao exterior De acordo com informações divulgadas em 2019 pelo então secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, a Junta de Serviços Médicos para o Exterior recebia uma média de 200 pedidos semanais para tratamentos fora da RAEM. Em 2016, os Serviços de Saúde (SS) esclareceram num comunicado que o rácio de pacientes enviados para serviços médicos em Hong Kong era de 1,6 pessoas por cada mil. Os SSM argumentaram que “a percentagem do envio de pacientes pelo Governo é muito baixa quando relacionada com os serviços gerais” e que tais situações “são apenas um complemento aos serviços médicos locais”. Na nota, os SSM disseram ser preciso “tomar em consideração as situações práticas e a continuidade da aplicação” das técnicas médicas desenvolvidas, numa população com apenas 650 mil residentes. Além disso, comentavam que é preciso “um número substancial” de casos para manter o nível técnico dos profissionais de saúde. Mas a economia também era um factor de ponderação. “Assim, o regime de envio de doentes para serviços médicos no exterior atende às necessidades dos residentes de Macau e foi tido em conta o benefício económico desta medida”, defenderam.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Equipa da OMS em Wuhan diz que lado chinês está a cooperar Um dos investigadores da Organização Mundial da Saúde (OMS) em busca de pistas sobre a origem do novo coronavírus na cidade de Wuhan, centro da China, disse hoje que o lado chinês ofereceu um alto nível de cooperação. Numa mensagem difundida via Twitter, o zoólogo Peter Daszak elogiou as reuniões de quarta-feira com a equipa do importante Instituto de Virologia de Wuhan, incluindo o vice-diretor Shi Zhengli, um virologista que trabalhou com Daszak para rastrear as origens da Síndrome Respiratória Aguda Grave, ou SARS, que teve origem na China, em 2003. “Reunião extremamente importante hoje, incluindo com o Dr. Shi Zhengli. Uma discussão franca e aberta. As principais perguntas que fizemos tiveram resposta”, escreveu Daszak. A equipa permaneceu no hotel e parecia não ter visitas programadas para hoje. Anteriormente, Daszak difundiu imagens dos jornalistas à porta do instituto. “Agradecemos à imprensa pela sua paciência e interesse em divulgar estas notícias para o mundo. O trabalho está a avançar e esperamos poder conversar sobre os resultados o mais rápido possível”, apontou. O Instituto de Virologia de Wuhan juntou muitas amostras de vírus, levando a alegações não comprovadas de que pode ter causado o surto original, através de um acidente. A China negou veementemente essa possibilidade e promoveu teorias não comprovadas de que o vírus pode ter tido origem em outro lugar. A equipa da OMS, que inclui especialistas de 10 países, visitou ainda hospitais, institutos de pesquisa e um mercado de frutos do mar ligado ao surto original. É provável que sejam precisos anos para confirmar a origem do vírus por causa da pesquisa exaustiva, incluindo amostras de animais, análises genéticas e estudos epidemiológicos. Uma possibilidade é que um caçador de animais selvagens possa ter passado o vírus para comerciantes que o carregaram para Wuhan, mas isso ainda não foi provado. Os primeiros pacientes da covid-19 foram detetados em Wuhan, no final de 2019, levando o governo a colocar a cidade de 11 milhões de habitantes sob um bloqueio de 76 dias. Desde então, a China relatou mais de 89.000 casos e 4.600 mortes.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Coreia do Norte vai receber 1,9 milhões de vacinas no primeiro semestre A Coreia do Norte vai receber 1.992.000 unidades de vacinas desenvolvidas pela AstraZeneca e Universidade de Oxford contra a covid-19 no primeiro semestre do ano através do projeto COVAX, segundo um relatório provisório divulgado na quarta-feira. O relatório divulgado pela COVAX [consórcio que pretende garantir aos países de baixo e médio rendimento acesso às vacinas contra a covid-19] avança que a Coreia do Norte vai receber vacinas desenvolvidas pela AstraZeneca e pela Universidade de Oxford e fabricadas pelo Serum Institute of India (SII). De acordo com o documento, a previsão é que entre 35 e 40% do total seja entregue no primeiro trimestre e 60-65% no segundo. O mecanismo global de fornecimento de vacinas explicou que começará a distribuir um total de 337 milhões de doses para países de baixo e médio rendimento no final de fevereiro. Os meios de propaganda norte-coreana não noticiaram hoje o anúncio da COVAX. El Rodong, principal jornal de um regime, divulgou hoje os últimos números de infeções a nível global, com reportagens separadas para os números da Europa ou da Ásia. A Coreia do Norte continua a não relatar nenhum caso de covid-19 à Organização Mundial de Saúde (OMS), de acordo com o último relatório regional da organização com sede em Genebra. De acordo com Pyongyang, nenhuma das mais de 13.200 pessoas que fizeram o teste teve resultado positivo. No entanto, e apesar de o país ter fechado as suas fronteiras, a total ausência de infeções é uma afirmação que muitos especialistas duvidam ser verdadeira. Em agosto passado, o regime publicou um decreto no qual reconhecia que muitos norte-coreanos continuaram a entrar e sair ilegalmente da China durante o início da pandemia e que dava ordens para atirar para matar qualquer um que se aproximasse das áreas de fronteira. A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.253.813 mortos resultantes de mais de 103,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Hoje Macau China / ÁsiaTóquio 2020 | Presidente da organização desculpa-se por comentários ofensivos sobre mulheres O presidente do comité organizador dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, Yoshiro Mori, pediu hoje desculpas públicas pelos comentários ofensivos sobre mulheres, um dia depois de o incidente ter gerado críticas e apelos à sua demissão. “Reconheço que os comentários durante a reunião com o Comité Olímpico do Japão foram contrários ao espírito olímpico. Lamento”, disse hoje Mori, de 83 anos, durante uma conferência de imprensa. Na quarta-feira, Yoshiro Mori defendeu que as mulheres têm dificuldade em ser concisas, observando que os membros femininos do órgão a que preside “sabem colocar-se no seu lugar”. As declarações do responsável máximo do comité organizador da próxima edição dos Jogos Olímpicos (JO), adiada para 2021 devido à pandemia de covid-19, foram feitas durante uma reunião com o Comité Olímpico do Japão, aberta à comunicação social e reproduzidas pelo diário Asahi Shimbun. “As reuniões dos conselhos de administração com a presença de muitas mulheres demoram demasiado tempo. Se for aumentado o número de membros femininos e o tempo de intervenção não for limitado, será mais difícil concluí-las, o que é irritante”, sustentou Mori. “As mulheres têm espírito competitivo. Se uma levanta a mão [para poder intervir], as outras sentem-se na obrigação de se exprimirem também. É por isso que todos acabaram por falar”, acrescentou. O antigo primeiro-ministro japonês (2000-2001) notou que “o comité organizador [dos Jogos Olímpicos Tóquio2020] tem sete mulheres, mas elas sabem colocar-se no seu lugar”, um comentário que motivou sorrisos entre vários responsáveis presentes na reunião. As declarações levaram a uma chuva de críticas na rede social Twitter, com apelos à demissão de Mori, acusando-o de discriminar as mulheres. Questionado sobre se tencionava abandonar o cargo, por causa da polémica, Mori recusou à partida essa possibilidade, mas acrescentou: “Se todos me disserem que estou a incomodar, então deverei pensar nisso”. O responsável máximo do comité que prepara os próximos JO na capital japonesa reiterou as desculpas perante os ofendidos com as declarações e as pessoas que fazem parte da organização, considerando que “estão a fazer tudo o que é possível” para o sucesso da competição. O Japão ocupa o 121.º lugar no mais recente relatório do Fórum Económico Mundial sobre a igualdade de género, entre 153 países, e o 131.º na proporção de mulheres em lugares de topo em empresas, política e administração pública.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Farmacêutica Sinovac solicita autorização na China para comercializar vacina A farmacêutica chinesa Sinovac solicitou à Administração Nacional de Produtos Médicos da China “autorização comercial condicional” para a sua vacina contra a covid-19, designada CoronaVac, informou hoje a empresa em comunicado. Segundo a nota, o antígeno já foi fornecido a “dezenas de milhares de pessoas na China” como parte de um programa de uso de emergência, lançado em julho passado, e que visou grupos específicos com alto risco de infeção. “Catorze dias após a vacinação das duas doses, a taxa de eficácia está de acordo com os padrões da Organização Mundial da Saúde (OMS) e as diretrizes para avaliação clínica de vacinas preventivas para a covid-19 emitidas pela Administração Nacional de Produtos Médicos”, assegurou a Sinovac. “A vacina candidata foi testada em ensaios clínicos da fase 3, realizados fora da China. Os resultados preliminares desses testes mostraram um bom perfil de segurança para a vacina”, acrescentou a empresa. Os ensaios revelaram diferentes taxas de eficácia para a vacina da Sinovac: na Turquia, os testes revelaram uma eficácia de 91,25%, na Indonésia, de 65,3%, e no Brasil de 50,4%. No mês passado, as autoridades chinesas autorizaram, pela primeira vez, o uso comercial de uma vacina contra a covid-19, desenvolvida pela farmacêutica Sinopharm e pela sua subsidiária, o Instituto de Produtos Biológicos de Pequim. A China está a executar uma campanha de vacinação que visa imunizar 50 milhões de nacionais, antes da chegada do Ano Novo lunar, em 12 de fevereiro. Desde o início da pandemia, 89.649 pessoas ficaram infectadas na China, tendo morrido 4.636 doentes. A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.253.813 mortos resultantes de mais de 103,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Hoje Macau EventosFotografia | Dois portugueses distinguidos em Tóquio Dois fotógrafos portugueses residentes de Macau foram distinguidos no Prémio Internacional de Fotografia de Tóquio. João Miguel Barros recebeu dois prémios (prata), foi ontem divulgado. O português garantiu, além de duas menções honrosas com o projecto “Jamestown”, dois prémios ‘silver’ (prata) com o trabalho “Akuapem”, em outras tantas categorias: Editorial/Desporto e Editorial/Ensaio Fotográfico. “O meu trabalho voltou a ser distinguido este ano”, salientou João Miguel Barros, cujo trabalho “Akuapem” retrata “o Festival tradicional de Odwira (…) celebrado em Akuapem, Gana, integrando múltiplas atividades culturais, religiosas e tradicionais (…) entre elas, o boxe”, com o trabalho a incluir “dois conjuntos de imagens de vários combates que decorrem nessa ocasião numa praça pública cheia de gente”. Outro português, Gonçalo Lobo Pinheiro, obteve também duas menções honrosas pela reportagem fotográfica sobre lares de idosos em Macau durante a pandemia de covid-19.
Hoje Macau EventosAir Macau | Orquestra local dá música a bordo Um total de 11 obras de música clássica interpretadas pela Orquestra de Macau (OM) e pela Orquestra Chinesa de Macau vão passar a estar disponíveis para audição por parte dos passageiros dos voos da Air Macau. Trata-se do resultado de uma parceria com o Instituto Cultural, sendo que os passageiros podem aceder à música das orquestras através do programa “Cultura de Macau” na plataforma “Entretenimento Wi-Fi a bordo da Air Macau”. Estão incluídas interpretações de obras como o Concerto para Piano “O Rio Amarelo” e o álbum “O Charme de Macau”. O Concerto para Piano “O Rio Amarelo” é uma adaptação, realizada por vários compositores entre 1968 e 1969, da “Cantata do Rio Amarelo” de Xian Xinghai e descreve a magnífica paisagem do Rio Amarelo. Este concerto foi estreado em 1970 e continua a ser uma obra sinfónica muito conhecida na China. A versão seleccionada é tocada pela pianista Ju Jin. O álbum “O Charme de Macau” apresenta música interpretada pela Orquestra Chinesa de Macau, composta pelo compositor português Rão Kyao, com arranjos de Kuan Nai Chung.
Hoje Macau PolíticaDeputado Si Ka Lon acredita que Hengqin pode vir a ter acesso ao Facebook Em declarações ao jornal Exmoo, o deputado Si Ka Lon disse acreditar que o projecto de reforço da cooperação entre a província de Guangdong e Macau seja lançado em breve, tendo em conta que o relatório de trabalho do Governo de Zhuhai inclui que as iniciativas da zona de cooperação se concretizem de forma acelerada. O deputado indicou que Zhuhai está a lutar activamente para conseguir autorização do Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional (APN) e apoios da Província de Guangdong. Si Ka Lon crê também que no futuro haja medidas flexíveis e convenientes para a circulação de mercadorias e dinheiro entre Macau e Hengqin, bem como informações abertas, com possibilidade de população aceder ao Facebook na Ilha da Montanha. Por outro lado, como Zhuhai está agora a organizar o plano regional da Ilha da Montanha, o legislador entende que a zona de reforço da cooperação pode passar a incluir as Ilhas de Ladrones, Hongwan e uma zona tarifária. Si Ka Lon considera que estas zonas podem ajudar à diversificação económica de Macau e deu o exemplo das Ilhas de Ladrones, indicando que podem servir para turismo marítimo e como porto para Macau. Tendo em conta que Macau está a construir uma bolsa de valores denominada em renminbi, o deputado de Fujian defende uma cooperação activa com Zhuhai para pedir ao instituto de investigação da moeda digital do Banco Popular da China o lançamento de um projecto-piloto de renminbis digitais transfronteiriço.
Hoje Macau PolíticaAno novo chinês | Wong Kit Cheng pede medidas de incentivo à economia Em interpelação escrita, a deputada Wong Kit Cheng perguntou ao Governo se pode estudar medidas para convencer a população a ficar em Macau durante o ano novo chinês e incentivar o consumo interno nas comunidades, na sequência do apelo das autoridades da China continental para as pessoas evitarem deslocações. A deputada da Associação Geral das Mulheres quer que seja estudada a possibilidade de os cupões de consumo destinados aos turistas serem também distribuídos aos cidadãos em Macau. O objectivo é elevar a vontade de consumo dos residentes e trabalhadores não residentes, bem como aliviar o impacto do reduzido número de visitantes junto das pequenas e médias empresas. Por outro lado, de forma a equilibrar as medidas de prevenção da pandemia e a atmosfera festiva do ano novo chinês, a deputada pediu para as actividades serem distribuídas por estabelecimentos comerciais das diferentes comunidades. Wong Kit Cheng recordou que apesar da recuperação demonstrada pelo regresso do volume de turistas para 21 mil visitantes por dia, a pandemia voltou a propagar-se. Assim, quer saber como serão ajustadas as medidas para revitalizar o sector do turismo.
Hoje Macau China / ÁsiaMyanmar | China rejeita ter dado consentimento tácito ao golpe A China rejeitou hoje ter apoiado ou dado consentimento tácito ao golpe de Estado em Myanmar (antiga Birmânia) e reiterou que espera que todas as partes resolvam as suas diferenças e promovam a estabilidade. “Essas teorias não são verdadeiras. Desejamos que todas as partes em Myanmar possam resolver as suas diferenças e defender a estabilidade política e social”, disse Wang Wenbin, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, questionado sobre o alegado apoio de Pequim. Wang observou que a comunidade internacional “deve criar um bom ambiente externo” para que o país do sudeste asiático possa “resolver os seus conflitos de maneira apropriada”. “A China está perplexa e chocada com a fuga de um documento interno que está a ser debatido no Conselho de Segurança das Nações Unidas”, disse o porta-voz, referindo-se à publicação por órgãos de imprensa do projeto de resolução que não foi aprovado na terça-feira pelo órgão máximo da ONU, devido ao bloqueio da China e da Rússia. O projeto, promovido pelo Reino Unido, condenava o golpe e instava os militares a respeitar a lei e os Direitos Humanos e a libertar os detidos imediatamente. O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, visitou em janeiro Myanmar, onde se encontrou com o chefe militar, Min Aung Hlaing, que executou o golpe, e também com a líder de fato do Executivo, Aung San Suu Kyi, que foi presa após os militares assumirem o poder. A China reiterou desde a última segunda-feira que confia que todas as partes no Myanmar “vão resolver corretamente as suas diferenças, de acordo com a Constituição e a lei”. “Qualquer decisão da comunidade internacional deve ajudar a estabilidade política e social em Myanmar, promover uma solução pacífica e evitar mais conflitos”, enfatizou o porta-voz.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Equipa da OMS visita laboratório em Wuhan alvo de especulação Investigadores da Organização Mundial da Saúde (OMS) visitaram hoje o laboratório na cidade chinesa de Wuhan que tem sido objecto de especulação sobre a origem do novo coronavírus, sustentada pela anterior administração dos Estados Unidos. A visita da equipa da OMS ao Instituto de Virologia de Wuhan faz parte da missão para reunir dados e pistas sobre a origem e a disseminação do vírus. Jornalistas estrangeiros acompanharam a equipa até à instalação de alta segurança, mas tal como em visitas anteriores, não houve acesso direto aos investigadores, que deram poucos detalhes sobre a pesquisa em Wuhan, até à data. Guardas de segurança em uniforme e à paisana ficaram de vigia, mas não havia sinal dos trajes de proteção que os membros da equipa usaram na terça-feira, durante uma visita a um centro de pesquisa de doenças animais. O instituto, que é um dos principais laboratórios de pesquisa de vírus da China, construiu um arquivo de informações genéticas sobre coronavírus em morcegos, após o surto da Síndrome Respiratória Aguda Grave, em 2003. Isto levou a alegações de que a covid-19 pode ter vazado daquelas instalações, teoria promovida pelo anterior presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Os primeiros casos de covid-19 foram diagnosticados em Wuhan, no final de 2019. A China negou veementemente essa possibilidade. O Governo chinês promoveu teorias de que o surto pode ter começado com a importação de frutos do mar congelados contaminados com o vírus, uma ideia totalmente rejeitada por cientistas e agências internacionais. O vice-director do instituto é Shi Zhengli, um virologista que trabalhou com Peter Daszak, zoólogo na equipa da OMS, para rastrear as origens da SARS, que teve origem na China e levou ao surto de 2003. Shi publicou estudos em revistas académicas e trabalhou para refutar as teorias defendidas por Trump de que o vírus é uma arma biológica que vazou do laboratório do instituto. Depois de duas semanas em quarentena, a equipa da OMS, que inclui especialistas de 10 países, visitou hospitais, institutos de pesquisa e um mercado de frutos do mar ligado a muitos dos primeiros casos. Determinar a origem de um surto requer uma grande quantidade de pesquisas, incluindo amostras de animais, análises genéticas e estudos epidemiológicos. Uma possibilidade é que um caçador de animais selvagens tenha passado o vírus para comerciantes, que o levaram para Wuhan. A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.237.990 mortos resultantes de mais de 103,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.