Hoje Macau EventosCOD | “House of Dancing Water” regressa em Maio com aposta na inovação É oficial: depois de um longo interregno, o espectáculo “House of Dancing Water” volta a realizar-se no City of Dreams, desta vez com uma nova roupagem e aposta na tecnologia. Os bilhetes começam a vender-se na próxima segunda-feira O espectáculo “House of Dancing Water”, que durante anos se realizou em Macau, está de volta para novas sessões em Maio, no City of Dreams (COD) naquele que promete ser um “espectáculo aquático único” e “uma experiência artística de cortar a respiração”. Os bilhetes estarão à venda a partir de segunda-feira. Segundo um comunicado do COD, o novo espectáculo tem como premissa “onde a água dança, as lendas ganham vida”, apresentando “excelentes acrobatas no ar, uma história cativante e tecnologia de ponta”, bem como “um novo cenário deslumbrante, pronto a incendiar a imaginação do público”. A nova versão do espectáculo foi concebida e dirigida por Giuliano Peparini, director artístico dos Peparini Studios, sendo produzida pela “Our Legacy Creations”. Com Giuliano Peparini, o espectáculo “mantém a sua essência ao mesmo tempo que é re-imaginada com uma forma narrativa que se alinha com os contextos artísticos contemporâneos”. Esta nova versão apresenta “um cenário rico e efeitos de palco de vanguarda”, tendo “um maior impacto visual e imersão, proporcionando ao público uma experiência extraordinária”. A ideia é que, com o novo “House of Dancing Water”, o elenco de bailarinos e acrobatas “interaja com o público a partir da zona dos assentos antes do início do espectáculo, criando-se uma experiência personalizada”. Assim, “o público ficará emocionado com uma mistura perfeita de dinâmicas coreografias de dança e acrobacias aquáticas ousadas feitas por uma equipa de quase 300 talentosos membros do elenco”, oriundos de mais de 30 países. Altas expectativas Citado por uma nota do COD, Lawrence Ho, presidente e director-executivo da Melco Resorts and Entertainment, disse que a ideia da concessionária é disponibilizar ao público “projectos de entretenimento distintos que contribuem para o desenvolvimento de um turismo novo e de alta qualidade em Macau”. No caso do regresso do “House of Dancing Water”, é algo “emocionante” e uma “experiência de entretenimento única e extraordinária”. O “House of Dancing Water” é uma produção que já conta com mais de quatro mil apresentações desde que estreou, em Setembro de 2010, “atraindo um número incontável de público de todo o mundo e recebendo críticas entusiasmantes”. Este espectáculo promete trazer “inovação teatral pioneira”, com “efeitos visuais deslumbrantes”, com uma história que gira “em torno de um enredo romântico e evocando emoções profundas”. No tocante à tecnologia, o público local pode esperar “sistemas de água avançados, elevadores hidráulicos, iluminação de precisão e lasers, juntamente com tecnologia de projeção sofisticada para garantir uma experiência visual sem paralelo”. O “House of Dancing Water” esteve suspenso durante cerca de cinco anos devido à pandemia, pelo que este regresso se faz com grande expectativa. Ainda no que diz respeito aos detalhes, o novo espectáculo decorre em uma piscina com 19 milhões de litros de água que teve um custo aproximado de 250 milhões de dólares americanos, sendo que o anfiteatro do COD tem capacidade para dois mil lugares.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA | Pequim avisa que “nenhuma guerra pode ser ganha” A China advertiu ontem que “nenhuma guerra pode ser ganha”, em resposta às declarações do secretário da Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, sobre a preparação militar norte-americana para um eventual conflito com a nação asiática. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Lin Jian, acusou Washington de “incitar deliberadamente ao confronto ideológico” e de exagerar a alegada “ameaça chinesa”. “Exortamos os Estados Unidos a deixarem de impor a sua lógica hegemónica à China, a abandonarem a sua mentalidade obsoleta da Guerra Fria e a absterem-se de utilizar a ‘competição estratégica’ como pretexto para conter e reprimir a China”, afirmou Lin, em conferência de imprensa. As declarações surgem um dia depois de Hegseth ter afirmado, numa entrevista televisiva, que os EUA não querem uma guerra com a China, mas que “aqueles que querem a paz devem preparar-se para a guerra”, justificando assim o reforço militar ordenado pelo Presidente Donald Trump. O responsável norte-americano reagiu assim à embaixada chinesa nos Estados Unidos, que avisou na quarta-feira que se os EUA “quiserem uma guerra, seja ela tarifária, comercial ou outra”, a China está “pronta para lutar até ao fim”. Pequim tem repetidamente rejeitado os argumentos de Washington de que precisa de reforçar as suas Forças Armadas para fazer face a uma possível ameaça militar chinesa. A troca de declarações surge numa altura de tensões crescentes entre as duas potências, marcadas por disputas comerciais e acusações mútuas sobre questões de segurança e geopolíticas.
Hoje Macau China / ÁsiaAlibaba | Acções sobem 7% após anunciar novo modelo de IA As acções da tecnológica chinesa Alibaba subiram ontem quase 7 por cento, depois de ter revelado um novo modelo de inteligência artificial, com desempenho semelhante ao R1 da DeepSeek, mas muito mais eficaz em termos de dados utilizados. As acções da empresa na Bolsa de Valores de Hong Kong subiram 6,93 por cento durante a sessão de ontem de manhã, fixando a valorização até agora este ano em mais de 70 por cento, graças ao impulso da IA, um segmento em que a Alibaba, inicialmente focada no comércio electrónico, está agora a apostar fortemente. Numa mensagem publicada ontem na rede social WeChat, o grupo afirmou que o seu último modelo, denominado QwQ-32B, utiliza apenas 32 mil milhões de parâmetros – as variáveis que aprende durante o seu treino – para oferecer um desempenho semelhante ao do R1, que precisa de 671 mil milhões. A subida da Alibaba em bolsa, segundo analistas citados pela Bloomberg, deve-se à ascensão da IA chinesa e às perspectivas positivas para o seu negócio de computação em nuvem, mas também ao apoio prometido por Pequim ao consumo, que poderá reforçar o seu negócio tradicional de comércio electrónico. Na semana passada, a Alibaba anunciou que vai gastar, pelo menos, 380 mil milhões de yuan nos próximos três anos em IA e infra-estruturas de nuvem, mais do que o investimento combinado nesses dois domínios estratégicos na última década. A empresa sediada em Hangzhou, leste da China, anunciou recentemente um acordo para incorporar o seu modelo Qwen nos iPhones que a Apple vende na China.
Hoje Macau China / ÁsiaRobótica | Governo destaca “salto” na indústria “estratégica” para o futuro global A China aproxima-se significativamente dos padrões internacionais no campo tecnológico dedicado à robótica, acertando o passo numa área cada vez mais determinante para a economia mundial A tecnologia de robótica da China deu um “salto”, e a diferença com os desenvolvimentos e padrões internacionais “diminuiu significativamente”, defendeu ontem um especialista, à margem da sessão plenária do órgão máximo legislativo do país. Em conferência de imprensa, Qiao Hong, especialista em indústria de robôs da Academia Chinesa de Ciências, destacou os rápidos progressos realizados pela China e a importância estratégica da robótica para o futuro económico do país. Até há cerca de uma década, a China importava quase todos os robôs industriais utilizados nas suas fábricas. Em 2024, a produção interna aumentou 14,2 por cento, em termos homólogos, para 556.000 unidades, segundo dados citados por Qiao. Um robô é qualquer máquina capaz de executar automaticamente uma série de tarefas, e inclui braços robóticos, carros autónomos ou veículos aéreos não tripulados militares. Mas Qiao destacou ainda os avanços do país no segmento de robôs humanoides, que podem utilizar ferramentas e operar em ambientes humanos como casas, hospitais ou lares de idosos. A utilização destes robôs, com cabeça, tronco, braços e pernas, em fábricas e armazéns, converge com o desenvolvimento de sistemas de inteligência artificial, como o da plataforma chinesa DeepSeek, e pode compensar pelo rápido envelhecimento da população da China, que se assume como um país de “não-imigração”. “Prevê-se que os robôs humanoides se tornem na próxima inovação revolucionária a seguir aos computadores, telemóveis e veículos de nova energia, transformando profundamente a produção, os estilos de vida humanos e a paisagem industrial global”, lê-se numa directriz recente do Ministério da Indústria e das Tecnologias da Informação da China (MIIT). O mercado de robôs humanoides na China atingiu aproximadamente 2,76 mil milhões de yuan em 2024, segundo Qiao Hong. O especialista destacou o “sistema industrial abrangente” e a “cadeia de abastecimento robusta”, que permite ao país produzir eficazmente os componentes e o equipamento completo das máquinas necessárias para os robôs. Qiao apontou também a escala do mercado interno. “A China tem uma enorme procura de aplicações de robôs em sectores como a indústria transformadora, a logística e os serviços. Esta vasta dimensão do mercado e a diversidade de cenários de aplicação na China oferecem um impulso contínuo para a actualização interactiva da tecnologia dos robôs”, frisou. Amigos fabricados O ministério indicou que, até 2027, os robôs humanoides devem ser integrados nas cadeias de produção “em grande escala” e a sua utilização alargada a “toda a sociedade”. “Devem ser alcançados progressos no desenvolvimento de mãos, braços e pés robóticos, bem como na integração da inteligência artificial”, lê-se no documento. A Assembleia Popular Nacional (APN), o órgão máximo legislativo da China cuja sessão anual decorre até 11 de Março, é descrita pela imprensa oficial como o “supremo órgão do poder de Estado na China” e a “expressão máxima da democracia socialista”. Esta semana, os delegados vão aprovar novas leis, nomeações políticas e relatórios de trabalho do Governo, que detalham o progresso de vários departamentos e ministérios.
Hoje Macau Via do MeioContra a fisiognomonia II Texto de Xunzi. Tradução Rui Cascais O que é que faz humanos os humanos? Eu digo: são as suas distinções. Ansiando por comida quando famintos, ansiando por calor quando frios, ansiando por repouso quando exaustos, amando o que é benéfico e detestando o danoso – estas são coisas que temos por nascimento. Não são coisas a desenvolver; são coisas já dadas. São coisas que tanto Yu como Jie partilham. No entanto, o que faz os humanos humanos não é terem duas pernas e não terem penas, mas sim o facto de terem distinções. A forma dos símios é tal que também têm dois pés e não têm penas. No entanto, a pessoa exemplar (junzi) saboreia sopa de macaco e come carne de macaco. Por isso, o que faz os humanos humanos não é terem duas pernas e não terem penas, mas sim o facto de terem distinções. Os pássaros e bestas têm pais e filhos, mas não a relação de intimidade entre pai e filho. Têm o sexo masculino e feminino, mas não a diferenciação entre masculino e feminino. Assim, no que concerne às coisas humanas, não há quem seja sem distinção. De entre as distinções, não há nenhuma maior do que as divisões sociais, e, de entre as divisões sociais, não há nenhuma maior do que do que os rituais, sendo que, de entre os rituais, nenhuns superam os dos reis sábios. Existem, porém, cem reis sábios – qual de entre eles devemos tomar por modelo? Por isso digo: a cultura persiste por muito tempo e depois extingue-se; as leis persistem por muito tempo e depois cessam. As autoridades a cargo de preservar os modelos e os preceitos fazem o possível por executar os rituais, mas acabam por perder domínio. Por isso eu digo: se desejas observar a via dos reis sábios, então olha para os mais clarividentes de entre eles. Esses são os mais recentes. Os reis mais recentes foram senhores do mundo inteiro. Rejeitar os reis mais recentes e procurar a nossa via numa antiguidade mais remota é como rejeitar o nosso senhor e servir o senhor de outrem. E por isso eu digo: se desejares observar mil anos de tempo, então considera os eventos de hoje. Se desejares compreender dez mil ou cem mil, então examina um e dois. Se desejares compreender os antigos sábios, então examina a via dos Zhou. Se desejares compreender a via dos Zhou, então examina as pessoas exemplares que o seu povo prezava. Por isso se diz: usa o próximo para conhecer o longínquo; usa um para conhecer dez mil; usa o subtil para conheceres o brilhante. Isto exprime o que quero dizer. Os irreflectidos dizem, “outrora, as disposições do mundo eram diferentes das do presente o que, como tal, exige modos diferentes de ordenar o caos”. As massas deixam-se ludibriar por isto, pois são insensatas e não dispõem de argumentação, são grosseiras e desconhecem a medida justa. Se podem ser enganadas sobre o que vêem à sua frente, quanto mais sobre relatos acerca de tempos de incomensurável antiguidade. Se os irreflectidos podem ser enganados a respeito do que têm em suas próprias casas, quanto mais sobre o que se passou em tempos de incomensurável antiguidade. Como é que o sábio não se deixa enganar? Usando a sua pessoa como medida. Usando a sua pessoa para medir os outros. Usa as suas disposições para medir as disposições dos outros. Usa a sua classe para medir coisas da mesma classe. Usa as palavras para medir os feitos. Usa o Caminho para tudo observar completamente. A medida para os tempos antigos e para o presente é uma. Desde que não se vá contra as classes apropriadas das coisas, e mesmo que um longo tempo transcorra, a mesma ordem se aplica. Assim, podemos enfrentar aquilo que é perverso e distorcido sem ficar confusos, e podemos observar um emaranhado de coisas sem sermos ludibriados, pois as medimos como afirmo. Não há relatos sobre pessoas anteriores aos cinco senhores, não por não ter existido gente meritória, mas só porque um longo tempo decorreu. Não há relatos sobre a governação no tempo dos cinco senhores, não por lhes faltar boa governança, mas só porque um longo tempo decorreu. Há relatos do governo de Yu e Tang, mas não tão exactos como aqueles que se referem aos Zhou. Tal também não de deve à falta de boa governança, mas só porque um longo tempo decorreu. Quando um relato é de há muito tempo a sua discussão é escassa. Quando é de tempos mais próximos a sua discussão é detalhada. Se for escassa, faz ressaltar grandes temas. Se for detalhada, faz ressaltar temas diminutos. Quando os insensatos ouvem aquilo que é escasso, não compreendem os detalhes e, quando escutam aquilo que é detalhado, não compreendem os temas maiores. Assim: A cultura perdura muito tempo e depois se extingue; As leis perduram muito tempo e depois cessam. Quaisquer palavras que discordem dos antigos reis ou do ritual e de yi [justiça] devem designar-se de palavras vis. Mesmo que sejam finamente discutidas, a pessoa exemplar (junzi) não as escutará. Alguém que tome por modelo os antigos reis, estando de acordo com o ritual e com yi, fazendo amizade com homens de conhecimento, mas não exprimindo o que pensa não é, seguramente, alguém bem-criado. Assim, a atitude da pessoa exemplar (junzi) para com as palavras correctas é a de as desfrutar em pensamento, sentir conforto em aplicá-las na prática e se deleitar em proferi-las. Deste modo, a pessoa exemplar (junzi) seguramente se envolverá em debates. Todos gostam de falar sobre aquilo que consideram bom, particularmente a pessoa exemplar (junzi). E, assim, oferecer palavras correctas aos outros é um presente mais valioso que ouro, gemas, pérolas ou jade. Apresentar palavras correctas aos outros é mais belo que oferecer emblemas ou padrões bordados. Fazer soar palavras correctas aos outros é mais musical que sinos, tambores, alaúdes ou cítaras. Por isso, a pessoa exemplar (junzi) nunca se cansa de exprimir o que pensa. A pessoa rude é o oposto; aprecia apenas a substância correcta, desdenhando a forma correcta. E assim, até ao fim dos seus dias, não consegue evitar ser baixo e vulgar. Por isso, o Livro das Permutações diz: “Um saco fechado não merece elogio nem culpa”. Isto descreve com precisão um ru degenerado. As dificuldades da persuasão residem na utilização daquilo que é extremamente elevado para ir ao encontro daquilo que é extremamente baixo, e na utilização daquilo que é extremamente ordeiro para ir ao encontro daquilo que é extremamente caótico. Nestes casos, não se podem abordar as coisas directamente. Porém, se invocarmos paralelos remotos, arriscamos ser mal-entendidos e, se citarmos eventos próximos, arriscamos ser rudimentares. O perito está entre os dois, assegurando-se de que invoca paralelos remotos sem ser mal-entendido e de que cita eventos próximos sem serem rudimentar. Muda com as ocasiões e verga-se com os tempos, moderando ou estugando o seu passo, expandindo ou contraindo, coleando como se um canal ou um molde de dobrar madeira o constrangissem. Consegue exprimir completamente aquilo que quer, mas fá-lo sem causar dano. Assim, quando se mede a si próprio, usa um fio de prumo, mas ao lidar com os outros usa de leniência. Mede-se com um fio de prumo e, por isso, pode servir de modelo e padrão para todos debaixo do Céu. Usa leniência ao lidar com os outros e, por isso, pode ser tolerante e responder às suas necessidades, conseguindo assim realizar os maiores feitos do mundo. Assim, a pessoa exemplar (junzi) é meritória, mas tolera os lerdos. É sábia, mas tolera os insensatos. É de vasto conhecimento, mas tolera os fúteis. É refinada, mas tolera os impuros. A isto se chama o método da inclusividade. As Odes dizem: Agora que anexámos a região de Xu É devido mérito ao Filho do Céu. Isto exprime o que quero dizer. Quando ao método do discurso persuasivo: pratica-o com respeito e dignidade, vive-o com modéstia e integridade, mantém-no com firmeza e força, explica-o com divisões e diferenciações, ilustra-o com analogias e exemplos e apresenta-o com alegria e gentileza. Estima-o, regozija nele, valoriza-o, trata-o como coisa do espírito. Se o fizeres, raramente deixará tua persuasão de ser aceite e, mesmo que não tenhas sucesso em persuadir as pessoas, ninguém deixará de te apreciar. A isto se chama ser capaz de enobrecer aquilo a que se dá valor. Há um provérbio que diz: “Só a pessoa exemplar (junzi) pode enobrecer aquilo a que dá valor.” Isto exprime o que quero dizer. A pessoa exemplar (junzi) sempre se envolve em discussões. Todos gostam de falar sobre aquilo que consideram bom, em particular a pessoa exemplar (junzi). Quando a pessoa mesquinha discute, fala de coisas perigosas; quando a pessoa exemplar (junzi) discute, fala de ren [humanidade]. Quando o nosso discurso se harmoniza com ren, falarão também aqueles cujo discurso é correcto e aqueles cujo discurso é incorrecto se afastarão. Por isso são deveras grandes as palavras de ren. Quando têm origem nos superiores, como forma de ordenar os seus subordinados, constituem ordens justas; quando têm origem nos subordinados, como forma de exprimir lealdade aos seus superiores, constituem conselhos e avisos. Assim, a pessoa exemplar (junzi) nunca se cansa de praticar ren. Desfruta-a nos seus pensamentos, tira conforto da sua prática, e delicia-se em exprimi-la. É por isso que a pessoa exemplar (junzi) sempre se envolve em discussões. Discutir matérias menores não é tão bom como discernir o seu ponto inicial, discernir o seu início não é tão bom como discernir o modo de aderir ao estatuto de si próprio. Ser capaz de discutir argutamente matérias menores, discernir e compreender o seu ponto inicial e aderir ao estatuto de si próprio – isto completa o estatuto do sábio e da pessoa bem-criada e exemplar. Existe a argumentação da pessoa mesquinha, a argumentação da pessoa bem-criada e a argumentação do sábio. Há quem não pondere nem planeie antecipadamente. Explanando apenas aquilo que é apropriado, realizando a boa forma e a ordem sistemática. Ao formular medidas, muda-se e altera-se, adaptando-se a mutações sem fim – tal é a argumentação do sábio. Há quem tenha de ponderar e planear antecipadamente, mas, mesmo falando espontaneamente, as suas palavras merecem ser ouvidas. Realiza a boa forma e, ainda assim, é extremamente prática. O seu conhecimento é vasto, mas exprime aquilo que é correcto – tal é a argumentação da pessoa bem-criada e exemplar. Mas existem também as palavras daqueles cuja argumentação é mesquinha e sem ordem unificadora. Se lhe derem trabalho, será ardiloso e estéril. Em cima, é incapaz de seguir os reis iluminados. Em baixo, é incapaz de trazer harmonia às gentes. Contudo, a suavidade da sua língua é tal que o seu palrar tem uma certa mesura, de forma que conseguem dar-se a estranhos exageros e ousada arrogância – esses são os heróis da pessoa vil. Quando surgem reis sábios, são esses os primeiros que mandam executar, seguindo-se os larápios e vilões, pois os larápios e vilões podem ser mudados, mas não aqueles.
Hoje Macau PolíticaCCPPC | Macau propõe centro logístico sino-lusófono As propostas apresentadas por representantes da RAEM na Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC) incluíram a criação de um centro logístico sino-lusófono em Hengqin, assim como um parque universitário com campus para todas as instituições de ensino superior de Macau. A proposta do parque universitário, apresentada por Chen Ji Min e Leonel Alves, tem como objectivo a partilha de recursos educativos e fomento da complementaridade entre as universidades, segundo informação veiculada pela TDM – Rádio Macau. Em relação à proposta para construir um centro logístico em Hengqin, a ideia é promover o comércio e distribuição de mercadorias a granel sino-portuguesas, com especial atenção para as áreas dos componentes electrónicos, aeronaves e automóveis
Hoje Macau PolíticaTNR | Poder do Povo quer acabar com “abuso” A associação Poder do Povo pediu ao Chefe do Executivo Sam Hou Fai para acabar com o que considera o abuso nas emissões de licenças de trabalho para trabalhadores não residentes (TNR). De acordo com uma publicação feita na rede social Facebook, o Governo tem de reverter as medidas de autorização de contratação de TNR, de volta ao objectivo inicial de colmatar a insuficiência de recursos humanos locais. A publicação ataca também o Governo por adoptar um discurso em que afirma proibir os TNR de trabalharem como motoristas, mas na prática haver cada vez mais TNR a desempenhar estas funções. “A prática é ilegal e também rouba os empregos de motoristas locais. A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais e o Corpo de Polícia de Segurança Pública devem reforçar a aplicação de lei e não tolerar o comportamento ilegal,” lê-se na publicação. A associação sugeriu que a polícia reforce as inspecções de veículos, de forma a identificar os condutores TNR.
Hoje Macau PolíticaTNR | Ron Lam quer residentes nas concessionárias Ron Lam apelou ao Governo para proceder a uma vaga de substituições de trabalhadores não residentes por residentes (TNR) nas concessionárias do jogo. De acordo com uma interpelação escrita, em que cita os dados oficiais, até Dezembro de 2024 o número de trabalhadores não residentes nas seis concessionárias do jogo foi de 32 mil. Este número representa um aumento de quatro por cento em comparação com Setembro, sendo que nessa altura o número de empregados locais apenas tinha aumentado em dois por cento. Por este motivo, Lam pede que o Governo comece a promover uma substituição dos TNR, que defende deve acontecer aproveitando o fim dos contratos destes, ao mesmo tempo que se protegem os direitos dos residentes. O deputado criticou ainda o facto de as empresas do jogo terem despedido sem justa causa vários funcionários locais, na semana passada, juntamente com vários empregados que tinham frequentado as formações da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL). Ron Lam quer que a DSAL explique porque é que houve tantos despedimentos dos seus formados.
Hoje Macau China / ÁsiaBrasil | China suspende importações de carne de bovino de três fábricas A China suspendeu temporariamente as importações de carne bovina de três fábricas brasileiras, anunciou ontem o Governo do Brasil, garantindo que a decisão não vai afectar as relações comerciais bilaterais. A Administração Geral das Alfândegas da China realizou uma série de “auditorias por vídeo” nas unidades afectadas e detectou que estas não cumprem todos os requisitos de importação estabelecidos pelo país asiático, explicou o Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil, em comunicado. As empresas, cujos nomes não foram divulgados pela pasta, já foram notificadas e estão a “tomar medidas correctivas” para atender às exigências do órgão chinês, segundo o Governo brasileiro. A China é o principal destino das exportações brasileiras de carne bovina e o maior parceiro comercial do país sul-americano. O Brasil, um dos maiores fornecedores mundiais de proteína animal, terminou 2024 com uma produção recorde de 31,57 milhões de toneladas de carne bovina, suína e de frango, bem como exportações recorde de 10,26 milhões de toneladas, de acordo com dados oficiais.
Hoje Macau EventosArquitectura | Seminário com Marco Imperadori decorre dia 20 O CAC – Círculo dos Amigos da Cultura de Macau organiza, no próximo dia 20, um seminário com Marco Imperadori, com sessões intituladas “Arquitectura do Cuidado” e “Arte Sella: um Equilíbrio entre Arquitectura e Natureza”. Os eventos decorrem na Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, entre as 15h e as 18h15, e o prazo de inscrições termina no dia 19. Marco Imperadori é professor catedrático e investigador no Politécnico de Milão, onde lecciona a cadeira de Design Tecnológico e Inovação. O seu trabalho centra-se em edifícios de elevada eficiência energética, sistemas de construção Estrutura/Envelope e sustentabilidade. Com um mestrado e um doutoramento em Engenharia da Construção, combina conhecimentos de arquitectura e de engenharia. Tem leccionado em todo o mundo, incluindo no papel de professor visitante na Universidade de São José em Macau de 2015 a 2023. Como delegado do Reitor para o Extremo Oriente, representa o Politécnico de Milão na Ásia. Investigador activo, tem publicado extensivamente sobre inovação arquitectónica, sustentabilidade e conservação de energia.
Hoje Macau EventosFRC | Porcelanas de Lei Iat Po expostas até dia 14 Chama-se “Regresso à Navegação” e é a mais recente exposição patente na galeria da Fundação Rui Cunha disponível para visita gratuita desde terça-feira. Esta é a oportunidade para ver peças de porcelana de Lei Iat Po oriundas de Cantão, uma zona conhecida pela indústria tradicional de cerâmica A Fundação Rui Cunha (FRC) inaugurou esta terça-feira a exposição de porcelana de Macau e Guangzhou “Return to Navigation” [Regresso à Navegação], da autoria do artista Lei Iat Po (李溢坡). Na galeria, estarão disponíveis 40 peças de porcelana colorida da região de Cantão, uma indústria tradicional com origem na dinastia Qing e desenvolvida sobretudo para exportação. Esta indústria ganhou popularidade entre as cortes europeias e a aristocracia ocidental, tendo sido um factor importante na promoção da cultura chinesa no exterior a partir dos séculos XVIII e XIX. Segundo uma nota da FRC, a porcelana de Cantão – também conhecida por Guangcai –, é famosa pelas cores fortes e vibrantes, os padrões complexos e intricados, e as aplicações douradas, pintadas à mão e ricamente decoradas. Sendo uma indústria típica do sul da China, ganhou vitalidade também em Hong Kong e Macau no passado século XX, nomeadamente a partir das invasões dos anos 1930 e durante a instabilidade política do continente. Muitas fábricas mudaram-se para Macau e Hong Kong o que fez disparar a produção no sul da China, nomeadamente nos anos 50, graças a uma maior procura internacional destas peças de exotismo oriental a crescer na fase do pós-Guerra. A porcelana de Cantão foi ao longo dos séculos um exemplo bem-sucedido de fusão entre o Oriente e o Ocidente, contribuindo para o vantajoso intercâmbio cultural. Em Macau, no auge dos anos 1960, existiam dezenas de fábricas. Mas nos anos 1980 a produção regressava ao continente, bem mais competitivo em mão de obra e custos, no rescaldo da Revolução Cultural. Arte familiar Lei Iat Po nasceu em Macau em 1954, tendo revelado um interesse pela arte da porcelana colorida devido ao negócio de família. Este foi influenciado desde a infância pelo pai, que produziu e exportou peças para os mercados europeu e americano. Lei Iat Po trabalhou na Fábrica de Bases de Madeira Guangcai do seu pai e, mais tarde, na Fábrica de Porcelana Colorida Guangcai. Sob a orientação do progenitor, seguiu o famoso mestre Zhao Zhuo para aprender a tecnologia de controlo da queima no forno. Mais tarde, aprenderia sobre técnicas de pintura artesanal e coloração de porcelana. Com curadoria de Margareth Lei Siu Heng, a colecção disponível na FRC apresenta peças de valor inestimável, pela qualidade e grau de complexidade na execução, revelando os anos de aperfeiçoamento e dedicação a esta técnica centenária pelo artista, que pretende continuar a divulgar a sua arte e a preservar o importante passado histórico. As obras vão estar expostas até ao dia 14 de Março.
Hoje Macau China / ÁsiaCanal do Panamá | China nega controlo e evita comentar venda de portos A China classificou ontem como “completamente falsas” as alegações de que controla o Canal do Panamá e evitou comentar a recente venda de dois portos na via navegável por um grupo de Hong Kong. “A China apoia a soberania do Panamá sobre as operações do canal e está empenhada em mantê-lo como uma via fluvial internacional permanentemente neutra”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lin Jian, em conferência de imprensa. O porta-voz afirmou que a ideia de que a China tem o controlo total sobre o canal é “completamente falsa”. Questionado sobre a venda dos portos de Balboa e Cristobal pelo conglomerado de Hong Kong CK Hutchison a um consórcio liderado pela norte-americana BlackRock, Lin recusou-se a comentar e lembrou que o Governo da Região Administrativa Especial de Hong Kong já se pronunciou sobre a questão. O acordo, avaliado em 22,8 mil milhões de dólares, inclui também a transferência da participação da CK Hutchison em 43 outros portos de 23 países, embora exclua os terminais na China e Hong Kong.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim avisa que resistirá até ao fim se EUA continuarem com guerra comercial A China avisou ontem que vai “resistir até ao fim” se os Estados Unidos “insistirem em prejudicar os interesses chineses”, em resposta às novas taxas alfandegárias impostas por Washington sobre produtos oriundos do país asiático. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, reiterou, em conferência de imprensa, que Pequim “se opõe firmemente” à decisão dos Estados Unidos de utilizar o fentanil como desculpa para aplicar mais taxas sobre as exportações chinesas. “Se os EUA querem realmente resolver o problema do fentanil, devem negociar com a China com base na igualdade, no respeito e no benefício mútuo”, afirmou o porta-voz. Lin Jian disse que não tinha visto as declarações da embaixada chinesa nos Estados Unidos, segundo as quais a China está “pronta para qualquer tipo de guerra”, mas insistiu que Pequim deixou clara a sua posição. “Exortamos os EUA a abandonar as suas tácticas de intimidação e a regressar ao caminho certo do diálogo e da cooperação o mais rapidamente possível”, concluiu. O executivo chinês defendeu, num livro branco sobre o fentanil divulgado na véspera, que tomou medidas rigorosas contra a produção e o tráfico de fentanil e dos seus precursores químicos. O Governo chinês afirmou ainda que tem promovido activamente a construção de um sistema de rastreabilidade com recurso às novas tecnologias para monitorizar quaisquer ligações à produção, transporte, importação e exportação destas drogas. Déjà vu Trump disse que 90 por cento das mortes por consumo de opiáceos nos EUA se devem ao fentanil. Washington defende que os opiáceos chegam através do México e do Canadá, mas cujos precursores vêm da China. Na sua primeira presidência, Trump teve já uma relação tensa com Pequim, ao impor várias rondas de taxas, no valor de cerca de 370 mil milhões de dólares anuais, a que a China respondeu com taxas sobre as exportações norte-americanas. Washington anunciou esta semana a duplicação para 20 por cento das taxas sobre produtos chineses, o que levou Pequim a responder com taxas de 10 por cento e 15 por cento sobre as importações agrícolas dos EUA.
Hoje Macau China / ÁsiaAPN | Pequim apresenta meta ambiciosa do PIB para 5% Pelo terceiro ano consecutivo, a administração chinesa voltou a colocar a meta do PIB nos 5 por cento. O objectivo foi anunciado ontem pelo primeiro-ministro Li Qiang na sessão plenária anual da Assembleia Popular Nacional, o órgão legislativo máximo da China O objectivo de crescimento estipulado pelas autoridades chinesas para este ano, de “cerca de 5 por cento”, é ambicioso, mas o aumento do défice orçamental será insuficiente para evitar que a economia abrande, alertaram analistas. “Os responsáveis políticos chineses mantiveram um objectivo ambicioso para o crescimento real do PIB [Produto Interno Bruto], mas são mais cautelosos nas suas previsões para o crescimento nominal e a inflação. E, embora tenham anunciado um aumento do apoio fiscal, o grau de flexibilização é mais moderado do que parece”, escreveu Julian Evans-Pritchard, analista da consultora Capital Economics, num relatório. O especialista disse estar céptico quanto à possibilidade de as medidas anunciadas evitarem um abrandamento do crescimento em 2025, marcado por “ventos contrários no cenário internacional e pela ausência de uma mudança mais pronunciada nas despesas públicas para apoiar o consumo”. Depois de ter reservado uma percentagem recorde das despesas para o investimento em 2024, Pequim parece agora voltar-se mais para o consumo, “embora nada de extraordinário”, com o equivalente a 41,3 mil milhões de dólares em obrigações para financiar o “plano de renovação” do Governo para os electrodomésticos ou a electrónica, notou o analista. Hong Hao, da gestora de activos chinesa Grow Investment Group, observou que o relatório oficial deste ano é o que mais vezes menciona a palavra ‘consumo’ numa década, mas Evans-Pritchard ressalvou que as autoridades “não estão a contar com um impulso considerável” sob a forma de reflexão. O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, revelou ontem que o objectivo de crescimento económico para o actual ano fiscal é de “cerca de 5 por cento”, pelo terceiro ano consecutivo, e que o défice fiscal vai ser aumentado em um ponto percentual, para 4 por cento, como parte dos esforços do Governo para relançar a recuperação. Apesar do “maior aumento em décadas” no rácio entre o défice e o PIB, Evans-Pritchard estimou que, tendo em conta outros factores, o aumento real da despesa será de cerca de 1,5 por cento, inferior ao de ciclos de flexibilização anteriores, como 2015 (2 por cento) e 2020 (3,6 por cento). Cartas na manga Citada pela agência de notícias financeiras Bloomberg, Charu Chanana, da plataforma de negociação em bolsa Saxo Markets, disse que os objectivos revelados por Li “estão dentro das expectativas” e mostram que as autoridades ainda estão “a guardar munições para mais tarde”, uma análise que mereceu a concordância de Lee Homin, do banco suíço Lombard Odier, que acredita que Pequim poderá considerar ajustar o objectivo do défice a meio do ano, quando se tornar claro o impacto das taxas alfandegárias impostas por Washington sobre bens oriundos da China. As últimas projecções do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial apontam para um crescimento do PIB chinês de cerca de 4,5 por cento, depois de ter crescido 5 por cento, em 2024, impulsionado por um esforço extra das autoridades no final do ano. Evans-Pritchard salientou que a meta para a inflação, que passou de 3 por cento, no ano passado, para 2 por cento, é a mais baixa desde 2003, e observou que “é pouco provável que o Banco Popular da China [banco central] faça tudo o que for necessário para trazer” o indicador de volta a esse nível: “Um objectivo mais baixo sugere alguma aceitação oficial do actual ambiente deflacionário”.
Hoje Macau SociedadeIPOR | Grupo Bai Li é o novo accionista O Instituto Português do Oriente (IPOR) tem um novo accionista por decisão tomada a 24 de Janeiro deste ano na 74.ª assembleia-geral da instituição de ensino do português como língua estrangeira. Trata-se da Companhia Bai Li Grupo Lda. que se junta assim à estrutura associativa já composta pela Fundação Oriente, na qualidade de associado fundador, o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, I.P., o Banco Nacional Ultramarino, a Quinta da Marmeleira e a Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM). Segundo um comunicado do IPOR, o grupo Bai Li é reconhecido “pela excelência na área do comércio internacional, especialmente no sector de distribuição de vinhos”, tendo “procurado posicionar-se como plataforma comercial sino-portuguesa em Macau, investindo ao longo dos anos numa série de projectos e actividades na plataforma de serviços de cooperação comercial sino- portuguesa”. O objectivo destas acções, segundo o IPOR, é ajudar a tornar Macau “um veículo de ligação para a colocação de produtos portugueses na República Popular da China, estratégia complementada com acções de promoção do turismo, da cultura e da língua portuguesa, alinhando-se assim com os princípios e objectivos do IPOR”. Ainda segundo a mesma nota, a entrada do novo accionista “demonstra não só o reconhecimento do trabalho desenvolvido pelo IPOR na preservação e difusão da língua e cultura portuguesas na região Ásia-Pacífico, mas também a identificação e compromisso da companhia no reforço da missão que o instituto encerra”. Assim, “esta cooperação é mais um passo para a afirmação do papel do IPOR não só como agente disseminador do valor económico e global da língua portuguesa, mas também da cooperação cultural e promotor da interculturalidade”.
Hoje Macau Manchete SociedadeSJM | Regresso aos lucros após quatro anos de prejuízos A SJM obteve um lucro de 3 milhões de dólares de Hong Kong no ano passado, e conseguiu reduzir a dívida acumulada em 6 por cento, para 26,5 mil milhões de dólares de Hong Kong A concessionária do jogo SJM Holdings anunciou um lucro de três milhões de dólares de Hong Kong em 2024, após perdas sem precedentes durante quatro anos consecutivos. Num comunicado enviado na terça-feira à bolsa de valores de Hong Kong, a empresa fundada pelo falecido magnata do jogo Stanley Ho Hung Sun recordou que tinha registado um prejuízo de 2,01 mil milhões de dólares de Hong Kong em 2023. Os casinos da SJM arrecadaram 28,8 mil milhões de dólares de Hong Kong, mais 35,9 por cento do que no ano anterior, enquanto as receitas não jogo subiram 22,9 por cento, para 1,92 mil milhões de dólares de Hong Kong. Com as receitas a subir, a empresa registou um lucro operacional de 3,76 mil milhões de dólares de Hong Kong, mais do dobro do que em 2023. Durante o ano passado, a SJM conseguiu reduzir em 6 por cento a dívida total, para 26,5 mil milhões de dólares de Hong Kong no final de Dezembro. Em 22 de Janeiro, a agência de notação financeira Fitch Ratings manteve a classificação da dívida da SJM graças à recuperação do turismo em Macau. A Fitch disse que o Grand Lisboa Palace, empreendimento de jogo e hotelaria inaugurado em Julho de 2021, em plena pandemia, obrigou a SJM a acumular um nível elevado de dívida. Novas receitas A empresa disse na terça-feira que o Grand Lisboa Palace passou de prejuízos em 2023 para um lucro operacional de 499 milhões de dólares de Hong Kong no ano passado. As receitas do novo empreendimento da SJM mais que duplicaram, atingindo 6,58 mil milhões de dólares de Hong Kong. O mercado de massas representou 82,4 por cento das receitas dos casinos da empresa, enquanto o jogo VIP se ficou por uma fatia de 9,3 por cento. As grandes apostas, que em 2019 representavam 46,2 por cento das receitas dos casinos de Macau, foram afetadas pela detenção do líder da maior empresa angariadora de apostas VIP do mundo, em Novembro de 2021. O antigo director executivo da Suncity, Alvin Chau Cheok Wa, foi condenado, em janeiro de 2023, a 18 anos de prisão, num caso que fez cair de 85 para 18 o número de licenças de promotores de jogo emitidas em Macau. A SJM disse que vai renovar por completo todos os quartos do Grand Lisboa, um dos mais importantes casinos da empresa, assim como aumentar em 10 por cento o número de quartos “através de conversão de antigas áreas reservadas a ‘junkets’”.
Hoje Macau SociedadeSegurança | Chan Pou Sam alerta que excesso de zelo prejudica Macau O presidente honorário da Associação de Promoção de Vida Social e Bem-Estar da População de Macau, Chan Pou Sam, defende que a sociedade deve evitar o excessos de zelo, para não prejudicar a imagem do território. A opinião foi expressa ao jornal Exmoo, na sequência de um acidente de viação, durante a filmagem de um filme em Macau. O acidente aconteceu na Rua do Seminário, no mês passado, resultou no atropelamento de 12 pessoas, a maioria ligada à equipa de produção, e as imagens captadas tornaram-se virais. Posteriormente, tanto o Corpo de Polícia de Segurança Pública como o Instituto Cultural vieram revelar que a equipa não tinha seguido as indicações de segurança emitidas, apesar de não haver indícios de ilegalidades. Face ao incidente, Chan Pou Sam alertou que as leis locais devem ser aplicadas, sem necessidade de excessos de zelo ou de empolamento das situações por parte dos residentes nas redes sociais. Chan avisou ainda que este tipo de situações, com o avolumar das críticas, pode fazer com que no futuro as produções deixem de escolher Macau como destino de filmagem, o que indicou ser contrário ao interesse do território. Chan Pou Sam recordou que ao longo dos 30 anos, houve cerca de 50 equipas de filmagem em Macau, por isso, indicou que o território tem condições para receber mais projectos de cinema e televisão.
Hoje Macau SociedadeIao Hon | IAM inspecciona mercado devido a presença de rato Na passada terça-feira, circulou nas redes sociais um vídeo onde se podia ver um rato a atravessar as tubagens junto ao tecto da zona de restauração do Mercado Municipal do Iao Hon. Em resposta, o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) “procedeu a uma inspecção exaustiva das condições de higiene do local e das bancas onde a comida é confeccionada” no espaço referido, mas também “em todos os mercados e centros de comida cozinhada sob a sua jurisdição”. Num comunicado divulgado ontem, o IAM afirmou que as inspecções têm por fim “reforçar o controlo dos roedores e as medidas sanitárias nos locais em questão”. O organismo municipal assegurou que “presta grande importância” às condições de higiene dos mercados e das zonas restauração dos mercados, mais uma vez depois de um vídeo partilhado nas redes sociais se ter tornado viral. Recorde-se que o mesmo aconteceu depois de ter sido publicado nas redes sociais um vídeo que mostrava um rato em cima de produtos alimentares num supermercado da cadeia Royal, que levou ao encerramento temporário de três superfícies comerciais e um restaurante no início de Janeiro. Em relação à zona de restauração do Mercado do Iao Hon, o IAM revelou não terem sido encontrados vestígios de ratos. As tubagens onde foi avistada a ratazana foram limpas com lixívia diluída e foram instaladas ratoeiras nas zonas das bancas de comerciantes.
Hoje Macau PolíticaImprensa | All About Macau impedido de cobrir eleições A Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa, liderada por Seng Ioi Man, presidente do Tribunal de Segunda Instância, está a bloquear o jornal All About Macau de cobrir as conferências de imprensa da comissão que organiza as eleições legislativas de 14 de Setembro. Após a eleição de Sam Hou Fai como Chefe do Executivo, e ainda durante o mandato de Ho Iat Seng, o jornal All About Macau começou a ser excluído de praticamente todas as conferências de imprensa ligadas às autoridades locais, com a justificação de que não existem vagas suficientes para os profissionais da comunicação social. Segundo este critério, que é aplicado de forma discricionária, a prioridade é atribuída às publicações com periodicidade diária ou semanal. No entanto, vários órgãos locais mensais, publicados em outras línguas que não a chinesa, conseguem aceder aos eventos, sem constrangimentos, apesar de teoricamente não preencherem os requisitos exigidos. Também é frequente o bloqueio do acesso ao jornal All About Macau, com a justificação de falta de espaço, quando as salas onde são realizadas as conferências tem vários lugares disponíveis. De acordo com o artigo 27.º da Lei Básica, a RAEM protege a liberdade de imprensa no território. De acordo com o artigo 5.º da Lei de Imprensa, esta liberdade implica a garantia do direito de acesso às fontes de informação, o que significa o contacto com governantes e a possibilidade de os questionar.
Hoje Macau PolíticaCiência | Mário Évora nomeado para comissão de ética O médico Mário Évora foi nomeado como membro da Comissão de Ética para as Ciências da Vida, por Sam Hou Fai, de acordo com um despacho publicado ontem no Boletim Oficial. A comissão vai ser presidida por Kuok Cheong U, também médico, que tem como substituto Pang Fong Kuong. Entre os outros nomeados constam os nomes de Lai Kai Seng, Ren-He Xu, Bernice Lam Nogueira, Wong Io Nam, Yip Tai Ho, Chan Chi Chon e o advogado Vong Hin Fai. A comissão desempenha as tarefas de órgão consultivo e fórum de discussão sobre as questões suscitadas pelo desenvolvimento recente das ciências da vida. Como parte destas funções emite recomendações sobre questões éticas suscitadas pelo progresso científico nos domínios da biologia, da medicina ou da saúde. Além disso, a comissão propõe critérios para definir as regras de certificação da morte cerebral e acompanha a execução das medidas promovidas no âmbito da biomedicina e dos acordos internacionais.
Hoje Macau PolíticaDSF | Excedente das contas públicas cai quase um terço em Janeiro Macau terminou Janeiro com um excedente nas contas públicas 32 por cento menor do que no mesmo mês de 2024, sobretudo devido à desaceleração nas receitas do jogo. O excedente da RAEM fixou-se em 3,68 mil milhões de patacas, de acordo com os últimos dados publicados pelos Serviços de Finanças (DSF), na terça-feira. Macau fechou o ano passado com um excedente de 15,8 mil milhões de patacas, mais do dobro do registado em 2023. Em Janeiro, Macau recolheu 7,5 por cento da receita corrente projectada para 2025 no orçamento, que é de 112,6 mil milhões de patacas. No início de Dezembro, o Centro de Estudos de Macau e o Departamento de Economia da Universidade de Macau previram que as receitas deveriam ser menores do que o estimado pelo Governo: 111,8 mil milhões de patacas. O excedente do território encolheu apesar da despesa pública ter descido 7 por cento em Janeiro, para 72 mil milhões de patacas, sobretudo devido ao investimento em infra-estruturas, que caiu para menos de metade. Por outro lado, o Governo gastou 594,6 milhões de patacas no âmbito do Plano de Investimentos e Despesas da Administração, menos 52,9 por cento em comparação com Janeiro de 2024. Pelo contrário, a despesa corrente aumentou 8,2 por cento para 4,12 mil milhões de patacas, principalmente devido a uma subida de 12,9 por cento nos apoios sociais e subsídios dados à população.
Hoje Macau EventosMAM | “Acima de Zobeida: Arte de Macau” inaugurada esta sexta-feira Será inaugurada esta sexta-feira, no Museu de Arte de Macau (MAM), a mostra “Acima de Zobeida: Arte de Macau na 60.ª Exposição Internacional de Arte da Bienal de Veneza”, a partir das 18h30. A exposição foi criada pelo jovem artista de Macau, Wong Weng Cheong, e a curadora Chang Chan, e representou Macau na bienal italiana, uma das mais importantes do panorama das artes a nível mundial. “Acima de Zobeida” inspira-se no romance “As Cidades Invisíveis”, de Italo Calvino, focando-se na cidade fictícia de Zobeida. Segundo um comunicado do Instituto Cultural (IC), “Wong Weng Cheong combina imagens digitais e instalações artísticas imersivas para construir uma heterotopia pós-apocalíptica”, com “criaturas herbívoras mutantes a viver numa cidade deserta, com membros alongados longe da fonte de alimento”. Tal é símbolo “do desequilíbrio entre a civilização humana”. A exposição conta ainda com “câmaras de vigilância instaladas em todos os lugares da exposição, sendo que os membros do público se tornam parte da obra ao entrar no espaço, esbatendo as linhas que separam realidade e ficção”. O tema central da 60.ª edição da Bienal de Veneza foi “Estrangeiros por Toda a Parte”, sendo que, nas palavras da curadora Chang Chan, “Acima de Zobeida” traz ideias como “o deslocamento da identidade e alienação espacial, explorando o conceito de ‘estrangeiro’ e a ansiedade apocalíptica da sociedade contemporânea”, descreve-se na mesma nota. Macau participa na Bienal de Veneza desde 2007. “Acima de Zobeida”, recebeu cerca de 77 mil visitas. O IC descreve que “é de grande importância que a exposição regresse a Macau, para que residentes e turistas possam apreciar as criações contemporâneas dos jovens artistas de Macau”.
Hoje Macau EventosRota das Letras | Festival literário traz poesia ao Porto Interior Lisbon Poetry Orchestra, muitos poetas chineses e ainda fotografias do fotojornalista português Alfredo Cunha. Eis alguns dos destaques da nova edição do festival literário Rota das Letras dedicada à poesia, mas que recorda também o período da descolonização portuguesa. A literatura juvenil também tem lugar no evento que decorre entre os dias 21 e 30 deste mês na zona da Barra, Porto Interior Já são conhecidos os principais destaques do cartaz da 14.ª edição do Festival Literário Rota das Letras, marcado para os dias 21 a 30 de Março e que este ano se muda para o Antigo Matadouro Municipal, na zona da Barra, Porto Interior. Numa zona bem tradicional da Macau antiga espera-se muita poesia, concertos e ainda exposições de fotografia. Destaque para o concerto da Lisbon Poetry Orchestra, a 29 de Março, que faz a sua estreia em Macau com o espectáculo “Os Surrealistas”, que tem como convidada especial Xana, vocalista dos Rádio Macau. A primeira parte do espectáculo será feita pela banda Poetry & Music, de Anthony Tao, antigo responsável pela organização do Festival Literário de Pequim. O tema da actuação é “O Mito da Escrita”. De salientar também para a presença de vários poetas chineses no Rota das Letras, nomeadamente a jovem Xu Jinjin, artista interdisciplinar que divide o seu tempo entre Xangai e Nova Iorque, onde tem exposto com regularidade em museus de ambas as cidades. A sua obra poética foi recentemente premiada pela Sociedade Americana de Poesia. Em nome da poesia juntam-se ainda Valério Romão, autor e tradutor português que, recentemente, lançou o seu primeiro livro de poesia: “Mais uma Desilusão”. Seguem-se nomes como Zang Di e Jia Wei, de Pequim, e ainda autores locais, como Chan Ka Long e Wang Shanshan. Serão, assim, apresentados novos livros, além de que o público poderá também assistir a récitas de poesia, palestras e workshops, sempre com temáticas em torno da literatura. O festival serve ainda para recordar o centésimo aniversário da publicação “Lin Tchi Fá – Flor de Lótus”, livro de poemas de Maria Anna Acciaioli Tamagnini, com o lançamento inédito de traduções para chinês e inglês. Lembrar a descolonização O Rota das Letras deste ano assinala também a passagem do 50.º aniversário da independência dos países africanos de língua portuguesa através de uma exposição do fotojornalista Alfredo Cunha, que fez a cobertura desses acontecimentos históricos. O tema do fim da guerra colonial e do processo de descolonização que se seguiu está também presente no romance de João Ricardo Pedro, “O Teu Rosto Será o Último”, que o realizador Luís Filipe Rocha adaptou ao cinema. Sendo este um nome ligado ao território, o realizador português regressa a Macau depois de ter filmado “Amor e Dedinhos de Pé” nos anos 80, ou seja, a adaptação para cinema do icónico romance de Henrique de Senna Fernandes. Outra presença no festival é a de António Costa e Silva, que foi ministro da Economia e do Mar em Portugal entre 2022 e 2024, mas que se dedica também à escrita. Costa e Silva vem a Macau apresentar o seu romance “Desconseguiram Angola”, sobre o período de descolonização e consequente guerra civil que assolou o país durante anos. Ao nível do romance chinês apresenta-se também a obra de Chen Jining, vice-presidente da Associação de Escritores de Guangdong, e que tem recebido inúmeras distinções literárias, incluindo o Prémio Anual da Literatura Chinesa na categoria de “Melhor Novelista”, o Prémio Literário do Povo e o China Good Book Award, entre outros. Chen Jining conta com dois romances bastante premiados, nomeadamente “Cidade dos Sete Passos” e “Monólogo em Voz Alta”. A vida de Wallis Na língua inglesa, dá-se destaque à literatura de não-ficção, nomeadamente com o trabalho do escritor britânico Paul French, que traz ao festival duas obras bem recentes: “Her Lotus Year”, que conta a passagem de Wallis Spencer, Duquesa de Windsor, pela China, nos anos 20 do século XX; e ainda “Destination Macao”, colecção de histórias sobre algumas das mais fascinantes figuras de Macau dos séculos XIX e XX. Tony Banham, de Hong Kong, apresenta o resultado da sua investigação sobre o afundamento do navio Lisbon Maru, um dos erros mais trágicos cometidos pelas forças aliadas durante a Guerra do Pacífico. Já Thomas Dubois, autor sediado em Pequim, dá a conhecer a China em “Sete Banquetes”, estudo profundo da história da gastronomia chinesa recentemente publicado. Para mais pequenos Os livros para os mais novos serão levados às escolas por Chen Shige, o primeiro escritor pós-anos 80 a ganhar a mais alta distinção da literatura infantil na China. Também André Letria, ilustrador e editor português com várias das suas obras publicadas em língua chinesa, e distinguido com vários prémios internacionais, será um dos convidado do festival. Sophia Hotung, ilustradora de Hong Kong, vem também a Macau partilhar a sua arte com o público. Na véspera da abertura do Festival, Wang Zhengping, um dos grandes mestres da fotografia chinesa, inaugura na Galeria do Tap Seac a exposição “O Vento Sopra na Pradaria”, um olhar poético sobre os campos de pastagens da Mongólia Interior e quem os habita. Rao Yongxia, discípula de Wang, seguiu-lhe os passos e mostra o seu trabalho dias mais tarde, na Galeria do Albergue da Santa Casa da Misericórdia. Ao longo de dez dias, o festival propõe uma programação com duas dezenas de palestras, três exposições, um ciclo de cinema e um concerto, visitas a escolas, e oficinas de fotografia e de escrita criativa. Segundo a organização, o programa mais detalhado será publicado nos próximos dias. O Rota das Letras conta com diversos apoios de empresas locais e do Fundo de Desenvolvimento da Cultura do Governo da RAEM, sendo organizado pela Sociedade de Artes e Letras e a Praia Grande Edições.
Hoje Macau SociedadePJ | Mulher detida por acusar idoso de violação Uma mulher está indiciada por ter acusado falsamente um idoso de violação. O caso foi revelado ontem pela Polícia Judiciária (PJ). De acordo com o relato apresentado, a mulher oriunda do Interior da China conheceu o homem numa plataforma online. Foi dessa forma que os dois combinaram viajar para Macau a 26 de Fevereiro, com a mulher a ficar no hotel reservado pelo idoso. Durante este período, os dois terão mantido relações sexuais consensuais várias vezes, segundo a PJ. Contudo, a 1 de Março a mulher apresentou queixa ao Corpo de Polícia de Segurança Pública devido a uma alegada violação. As investigações ao caso levaram a PJ a considerar que a violação nunca aconteceu e que a queixa terá tido origem numa disputa financeira entre os dois. Como resultado das investigações, a mulher acabou por ser detida e o caso foi encaminhado para o Ministério Público.