Deputados pedem melhor organização e avaliam negativamente teste em massa

O último teste em massa à população foi organizado com horário reduzido, numa altura de tufão, e causou uma corrida aos postos de testagem, com o registo de longas filas. O Governo recuou, e horas depois anunciou um prolongamento do prazo de testagem. Contudo, a forma como todo o processo foi conduzido valeu várias críticas dos deputados, com pedidos de melhor organização.
Nick Lei, deputado ligado à comunidade Fujian, pediu às autoridades que façam uma “reflexão e revisão sérias” face aos “velhos problemas que voltaram a surgir”. Segundo Lei “houve situações de indignação dos residentes devido à confusão da organização, à impossibilidade de se manter a distância de prevenção e ao longo tempo de espera”.
Por sua vez, Ma Io Fong, deputado ligado à Associação das Mulheres, considerou que a organização dos testes contribuiu para aumentar os riscos de contágio. “Os residentes ficaram preocupados com o mau tempo e foram à pressa fazer os testes, o que resultou, no início, numa grande afluência aos diversos postos de testagem cuja capacidade de resposta foi ultrapassada, e os riscos aumentaram devido à aglomeração de pessoas”, apontou.

Serviços suspensos
José Pereira Coutinho apontou que devido aos testes foram canceladas várias consultas médicas, sem que haja “responsáveis para assumirem os erros”. “Depois de anos de experiência nos testes de ácido nucleico, subsistem dificuldades nas marcações, longas filas de espera, cancelamentos inesperados […] Foram cancelados inesperadamente vários atendimentos de consulta médica nos Centros de Saúde, sendo um exemplo paradigmático, o caso do Centro de Saúde do ‘Ocean’ na Taipa, em que se cancelaram as colheitas de sangue e material para análises laboratoriais sem aviso ou mensagem prévia aos utentes”, revelou o deputado. “Presenciei pessoas em jejum a queixarem-se contra estas irresponsabilidades e alguns com frascos de urina nas mãos, na maioria idosos que tiveram de regressar às suas casas sem serem atendidos”, revelou. “Uma total desorganização e irresponsabilidade”, acrescentou.
Também Ella Lei, ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), criticou os procedimentos e apontou que os “cidadãos estão a sentir-se cansados por terem enfrentado uma longa batalha contra a epidemia”.

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