Tribunal russo rejeita recurso de norte-americano condenado por espionagem

Um tribunal de apelação russo rejeitou ontem o recurso do preso norte-americano Paul Whelan contra a decisão de recusa do seu pedido de transferência para o cumprimento da pena de 16 anos nos Estados Unidos. Paul Whelan foi condenado por espionagem.

O serviço de imprensa da quarta câmara do tribunal de apelação de Nizhny Novgorod declarou à agência de notícias EFE que o juiz Nikolai Volkov confirmou a decisão do supremo tribunal da República da Mordóvia, onde Whelan está a cumprir a pena de 16 anos de prisão, que em Setembro não aceitou o pedido da defesa do norte-americano.

Os advogados do norte-americano, um ex-fuzileiro naval, disseram que vão apelar da sentença junto de um tribunal de cassação e não descartaram recorrer ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos (TEDH).

Whelan foi preso em 28 de Dezembro de 2018 por agentes do Serviço Federal de Segurança (FSB, ex-KBG) num hotel de Moscovo por supostas “actividades de espionagem” em favor dos Estados Unidos.

As autoridades russas acusaram-no de ter recebido de um conhecido uma ‘pen’ de memória, que alegadamente “continha a lista completa dos trabalhadores de um serviço secreto”.

Whelan negou todas as acusações e descreveu o caso como “sequestro político”, enquanto a sua família garantiu que o norte-americano viajou a Moscovo como convidado de um casamento.

O procurador-geral indicou na audiência de ontem que o norte-americano, que também tem nacionalidade britânica, irlandesa e canadiana, pertencia ao “pessoal do serviço de informações do Departamento de Defesa e tentou obter dados sobre alunos da academia do Serviço Federal de Segurança”.

Para ficar

O advogado de Whelan, Vladimir Zherebenkov, disse à imprensa que o ex-fuzileiro naval recebeu informações falsas sobre alunos da academia do FSB, pois havia dados na ‘pen’ de memória de pessoas “que não existem”, sugerindo que se tratava de uma armadilha.

Actualmente, dezassete cidadãos norte-americanos, muitos deles com dupla cidadania, estão detidos em prisões russas, de acordo com uma lista do Serviço Prisional Federal da Rússia.

O advogado de Whelan disse ontem que não há negociações entre a Rússia e os Estados Unidos sobre este assunto.

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