Ai Portugal VozesP’rá Ucrânia é que é bom André Namora - 29 Dez 2025 Não discuto o passado nem a personalidade de Vladimir Putin. Não discuto a política expansionista da Rússia. Discuto sobre a política de Portugal e da União Europeia. Em Portugal existem cerca de quatro milhões de cidadãos que vivem no limite da pobreza. Existem milhares de portugueses com reformas de miséria. Existem idosos a viver sozinhos sem qualquer apoio médico ou social. Existem lares que são caixotes de lixo humano. Não existem creches públicas suficientes para as crianças portuguesas. Existem centenas de bairros da lata. Existem sem-abrigo às centenas com frio e fome por todas as cidades. Existem prédios da propriedade da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, com mais de cinco andares, completamente abandonados e em ruínas num país onde não existe habitação social para jovens, idosos, deficientes e famílias que sobrevivem tendo de optar na compra de alimentos ou de medicamentos. Existem jovens que aos 40 anos de idade ainda vivem nas casas dos pais por não conseguirem arrendar ou comprar uma casa, muito menos viver em união de facto com uma companheira e terem filhos. Existe um Ministério da Defesa que anuncia a futura compra de material bélico e aeronaves no valor de milhares de milhões de euros quando os hospitais públicos apresentam as urgências encerradas e as futuras mães a terem o parto em casa, em ambulâncias, nos carros particulares ou na rua. Existem invisuais e deficientes que não podem frequentar certas estações do Metropolitano de Lisboa por não existirem elevadores ou escadas rolantes. Existem estabelecimentos prisionais onde os reclusos são contemplados com um tipo de alimentação que até os cães rejeitam. Existem estudantes que acabam o ensino secundário e vão trabalhar para um restaurante ou para a construção civil porque os pais não têm dinheiro para o pagamento de propinas e material universitário. Existem mendigos a pedir dinheiro diariamente em todas as cidades do país. Existem mais de 100 mil pobres a quem lhes foi suspenso um subsídio de renda mensal e miserável de 200 euros. Existem pobres a roubar um chocolate ou um pão num supermercado e são levados logo para uma esquadra policial. Não existem institutos seguros que recolham mulheres vítimas de violência doméstica. Existem partidos políticos que advogam a expulsão de Portugal de imigrantes que trabalham e descontam para a Segurança Social. Existe um aumento anual aos reformados de três a cinco euros. A política em Portugal, inegavelmente, despreza os pobres, com o argumento de que o Orçamento do Estado não dá para mais. E, afinal, o que se constata? Que o Governo português tem enviado milhares de milhões de euros para a Ucrânia. Para um país, cujo Parlamento tem uma maioria de neonazis. Um país que tem ministros e chefe de Gabinete presidencial corruptos ao mais alto nível. Um país onde o presidente Zelensky tem demitido ministros atrás de ministros pelo desvio de verbas milionárias oriundas da União Europeia e obviamente de Portugal. Um país onde o povo está dividido entre eleições gerais, mesmo em tempo de guerra. Um país que ainda há seis anos “exportava” para Portugal uma das maiores máfias que se dedicava ao tráfico humano, assaltos graves a carrinhas de valores, ao controlo de prostituição de mulheres ucranianas disfarçadas de empregadas domésticas, venda de drogas e lavagem de dinheiro. Portugal continua a enviar milhões de euros para a Ucrânia, quando o seu povo vive em cenários de pobreza e de miséria. Não é admissível uma política deste género, onde o povo já tem medo de se manifestar contra as decisões relacionadas com o apoio pecuniário à Ucrânia, porque podem correr o risco de serem acusadas de apoiantes do comunista Putin. Não é aceitável que a política de interesses norte-americana, comandada pelo seu presidente Donald Trump, que suporta as mais diversas organizações neonazis, incluindo as ucranianas, leve Portugal a enviar milhões de euros, sabe-se lá com que destino, e mantendo na miséria milhares dos seus filhos. É urgente e minimamente razoável que o governo português cesse de imediato o envio de milhões de euros e material bélico ou aeronaves para a Ucrânia, quando esse dinheiro faz tanta falta aos pobres residentes no país à beira mar plantado. A solidariedade humana não é isto. O povo ucraniano nada tem beneficiado com os milhões de Portugal e dos outros países da Europa. Chegámos ao ponto de ser enviado material bélico para a Ucrânia e muitos responsáveis do governo ucraniano venderem esse mesmo material para o Afeganistão e outros países que tal. Os leitores devem marcar uma posição, dentro das possibilidades de cada um, de sensibilizar as autoridades portuguesas que a situação aqui descrita não pode continuar. A bem da Nação.