China / ÁsiaEstudo | Angola e Moçambique expostos a desaceleração chinesa Hoje Macau - 29 Dez 2025 A desaceleração da economia chinesa e possível transformação do seu modelo de crescimento poderão ter impactos profundos nos países africanos, incluindo Angola e Moçambique, alerta-se num relatório do grupo de reflexão Rhodium Group. “À medida que o modelo económico da China perde fôlego, os responsáveis africanos terão de planear o crescimento e a transformação económica conscientes de que o seu maior parceiro comercial e de investimento poderá vir a ter um perfil muito diferente do que teve até agora”, lê-se na análise realizada pelo grupo, com sede em Nova Iorque. Angola é apontada como um dos países mais sensíveis à evolução da segunda maior economia do mundo. A China é um dos principais destinos do crude angolano e o relatório antecipa que as importações chinesas de petróleo africano deverão estagnar ou diminuir, à medida que Pequim acelera a transição energética, expande a frota de veículos eléctricos e reduz a intensidade energética da sua economia. Esse cenário poderá pressionar as receitas fiscais, as exportações e a capacidade de Luanda para honrar a sua dívida externa, num contexto em que o país já paga mais à China em amortizações do que recebe em novos empréstimos. Moçambique poderá ter uma trajectória distinta. Embora também exposto à procura chinesa por matérias-primas, o relatório antecipa uma procura estruturalmente robusta por minerais estratégicos associados à transição energética, como a grafite e outros minerais críticos, sectores em que Moçambique tem vindo a ganhar relevância.