Visita | Macron na China para debater relações comerciais e guerra da Ucrânia

Além da componente comercial que prevê a assinatura de vários acordos em áreas como a energia, indústria alimentar e aviação, a agenda de Macron deverá passar pela guerra na Ucrânia e uma ida a Chengdun à sede do Centro de Investigação e Conservação do Panda-gigante

O Presidente francês, Emmanuel Macron, chegou ontem à China para uma visita centrada em comércio e diplomacia, numa altura em que procura motivar Pequim a pressionar a Rússia para um cessar-fogo na Ucrânia. Na visita de Estado de três dias, Macron defenderá uma agenda de cooperação em questões económicas e comerciais destinada a alcançar um equilíbrio que garanta “um crescimento sustentável e sólido que beneficie todos”, afirmou o seu gabinete.

Macron e a sua esposa, Brigitte, enfrentaram o frio intenso que se fazia sentir quando desceram do avião à chegada da visita, num aeroporto de Pequim, e percorreram um passadiço coberto com carpete vermelha. O casal foi recebido pelo ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, que conversou com Macron antes de o líder francês e a esposa seguirem numa limusina.

O casal tinha previsto para ontem à noite uma deslocacão ao complexo do Jardim Qianlong, do século XVIII, na Cidade Proibida, o antigo palácio dos imperadores chineses.

Durante a visita, dirigentes de ambos os países deverão assinar vários acordos nos sectores da energia, indústria alimentar e aviação.

Poder de influência

Nas conversações de Macron com o Presidente chinês, Xi Jinping, será também abordada a guerra da Rússia na Ucrânia, em particular após uma reunião decorrida esta segunda-feira em Paris com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, para discutir possíveis termos para um cessar-fogo.

“O que queremos…é que a China possa convencer e influenciar a Rússia a avançar para um cessar-fogo o mais rapidamente possível e consolidar esse cessar-fogo através de negociações que, no nosso entender, devem conduzir a garantias de segurança sólidas para a Ucrânia”, afirmou um alto responsável diplomático francês.

Paris espera que Pequim “se abstenha de fornecer à Rússia quaisquer meios que lhe permitam continuar a guerra”, disse o responsável diplomático, sob anonimato. A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, afirmou na semana passada que Pequim acredita no “diálogo e na negociação” para resolver a guerra na Ucrânia e apoia “todos os esforços” que conduzam à paz.

Durante a tarde desta quinta-feira, a agenda de Macron inclui conversações com o primeiro-ministro chinês Li Qiang. O casal presidencial francês viajará depois para Chengdu, na província chinesa de Sichuan, onde se situa a sede do Centro de Investigação e Conservação do Panda-gigante. É lá que está Yuan Meng, o primeiro panda-gigante nascido em França e cujo nome foi escolhido pela primeira-dama Brigitte Macron.

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