Hong Kong | Detidas 80 pessoas em caso de fraude com criptomoedas

Alguns dos principais autores suspeitos da mega-fraude, que atinge valores de 1,6 mil milhões de dólares de Hong Kong, encontram-se no estrangeiro

A polícia de Hong Kong anunciou a detenção de 80 suspeitos ligados a um dos maiores casos de fraude financeira, relacionado com a plataforma de câmbio de criptomoedas JPEX. A polícia está a investigar desde Setembro de 2023 a JPEX, que o regulador de valores mobiliários da região chinesa acusou de actividades suspeitas e de promover produtos sem licença.

Desde então, 80 pessoas foram detidas, 16 das quais já foram acusadas de crimes como “conspiração para cometer fraude”, indicou na quarta-feira a polícia, acrescentando que as outras continuam a ser alvo de investigação.

Este é o maior caso de fraude em Hong Kong em termos de número de vítimas e montante das perdas sofridas nos últimos anos, notaram as autoridades policiais, em conferência de imprensa.

A polícia referiu a primeira utilização das regras introduzidas por Hong Kong em 2023 para processar crimes relacionados com o incentivo fraudulento ao investimento em activos virtuais. Mais de 2.700 denúncias relacionadas com o caso foram recebidas pela polícia, envolvendo um valor total de 1,6 mil milhões de dólares de Hong Kong.

Cérebros em fuga

A polícia classificou o caso como “muito complexo” e identificou pelo menos 14 pessoas-chave. Uma dessas pessoas e ainda dois cérebros encontravam-se no estrangeiro, precisou a polícia, acrescentando que foram emitidos mandados de captura pela Interpol.

A polícia congelou activos no valor de mais de 200 milhões de dólares de Hong Kong (pertencentes aos suspeitos. Questionado pela agência de notícias France-Presse, o superintendente-chefe da luta contra o crime, Ernest Wong, afirmou que as autoridades policiais “continuarão a investigação” e “não podem excluir a possibilidade de acusar ou deter mais pessoas no futuro”.

A JPEX utilizou campanhas publicitárias a promover altos rendimentos e baixos riscos, além de ter promovido influenciadores ‘online’ para incentivar os investidores a depositar fundos, de acordo com a polícia. O grupo transferia os activos e branqueava-os através de carteiras de criptomoedas. Entre as pessoas detidas, encontram-se influenciadores das redes sociais que ajudaram na promoção e titulares de contas bancárias fictícias.

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