Criminalidade | Delitos informáticos disparam 71,6%

A criminalidade em Macau subiu 6 por cento em 2024, em termos anuais, com os delitos informáticos a dispararem 71,6 por cento, anunciou ontem o secretário para a Segurança Wog Sio Chak. No ano passado, os crimes violentos aumentaram, com particular incidência para os sequestros, que subiram quase 50 por cento face a 2023

 

O acréscimo da criminalidade geral no ano passado, com o registo de 14.298 casos, contra 13.487 em 2023, “deve-se ao aumento contínuo dos crimes de burla e dos crimes informáticos”, referiu ontem, em conferência de imprensa, o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak.

Durante o ano passado, a Polícia de Macau instaurou 14.298 inquéritos criminais, mais 811 casos do que em 2023 (+6 por cento), e um ligeiro aumento, 0,8 por cento, face a 2019. Também o número de pessoas detidas e presentes ao Ministério Público (MP) aumentaram em 2024 mais de um quinto (+21,5 por cento), com um total de 5.401 indivíduos. Ainda assim, o volume de pessoas detidas reencaminhadas para o MP diminuiu 18,9 por cento face a 2019.

Porém, o maior destaque dos dados estatísticos do ano passado foi a criminalidade informática. Se em 2023 as autoridades registaram 578 casos de criminalidade informática, no ano passado, o número ascendeu a 992 – mais 414 casos, ou seja, uma subida de 71,6 por cento.

Novas lutas

O aumento da criminalidade no território, indicou o responsável, foi ainda influenciado pela entrada em vigor, em Outubro, da lei de combate aos crimes de jogo ilícito, com a tipificação do crime ‘exploração de câmbio ilícito de jogo’, “em relação à qual a polícia registou um total de 89 casos”.

Esta nova legislação, assim como o aumento gradual de turistas e a recuperação dos sectores do turismo e do jogo, após a pandemia da covid-19, “levaram a uma subida inevitável do número de crimes ligados ao jogo”, lê-se num relatório do Governo, divulgado ontem.

Neste sentido, as autoridades indicaram a abertura de 1.456 inquéritos por crimes relacionados com o jogo, um acréscimo em termos anuais de 349 casos, ou seja 31,5 por cento.

As autoridades notaram, porém, que, em relação a 2019, antes da pandemia, o número de casos em 2024 foi “notavelmente inferior” – menos 701, ou seja, uma queda de 32,5 por cento -, “o que demonstra que o trabalho de prevenção e de combate à criminalidade específica” tem vindo a resultar e a “exercer efeitos dissuasores em relação aos potenciais criminosos”.

Ainda entre os crimes ligados ao jogo, nota-se ainda no relatório, a burla aparece em primeiro lugar, com 333 casos em 2024, contra 257 no ano anterior. Segue-se a usura, com 252 casos, valor também superior ao ano anterior (119 casos).

Outros dados relativos ao crime, apontam para um aumento de 7,4 por cento na criminalidade violenta, com 290 casos assinalados em 2024, além de um acréscimo de 21,3 por cento na delinquência infantil, com 131 casos. No capítulo da criminalidade violenta, destaque para o crime de sequestro que aumentou 48,8 por cento, com um total de 61 casos, ainda assim bastante inferior aos 353 casos registados em 2019.

No que diz respeito ao abuso sexual de crianças, este crime diminuiu no ano passado 38,9 por cento, com o registo de 22 casos. Wong Sio Chak deu ainda conta de 2.001 casos de furto em 2024, um ligeiro aumento de 0,9 por cento em termos homólogos, sublinhando um total de 60 casos de furtos dentro de aviões. O tráfico e venda de droga diminuiu 5,6 por cento no território no período em análise. João Luz / Lusa

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