China / ÁsiaAlibaba | Empresas chinesas enfrentam ambiente geopolítico mais hostil das últimas décadas Hoje Macau - 15 Jan 2025 O co-fundador e presidente do gigante chinês do comércio eletrónico Alibaba, Joe Tsai, advertiu ontem, em Hong Kong, que as empresas chinesas enfrentam o ambiente geopolítico mais adverso das últimas décadas. “É definitivamente o ambiente geopolítico mais hostil que alguma vez enfrentámos. Como empresa chinesa, se quisermos fazer negócios nos Estados Unidos, vamos ser afectados por tudo, incluindo o agravar das taxas alfandegárias”, afirmou Tsai num fórum financeiro em Hong Kong e citado pelo jornal da região semiautónoma South China Morning Post. Segundo o empresário, isto deve-se ao facto de os norte-americanos considerarem que os fabricantes e exportadores chineses são demasiado fortes e vendem demasiados produtos. “Quero lembrar ao Governo dos EUA que, enquanto plataforma, vendemos também para os consumidores chineses. Todos os anos, vendemos cerca de 50 mil milhões de dólares de produtos norte-americanos aos consumidores chineses. Na verdade, estamos a ajudar a reduzir o défice comercial dos EUA”, afirmou. Perante a situação actual, o segundo maior accionista individual da empresa – apenas atrás do fundador, Jack Ma – garantiu que os administradores das empresas chinesas devem “identificar os riscos, proteger a empresa e diferenciá-la das que são mais vulneráveis”. Washington investigou, em 2022, o negócio de computação em nuvem da Alibaba para determinar se representava um risco para a sua segurança nacional. A empresa tecnológica é uma das muitas empresas do sector afectadas pelos controlos norte-americanos sobre a exportação de semicondutores avançados. Tanto as autoridades como as empresas chinesas estão a preparar-se para o regresso, a partir da próxima semana, do republicano Donald Trump à Casa Branca, que no primeiro mandato (2017-2021) lançou uma guerra comercial contra o país asiático e prometeu novas taxas alfandegárias de até 60 por cento sobre as importações oriundas da segunda maior economia do mundo.