JPMorgan | Previstas subidas de quase 20% nas bolsas da China e Hong Kong em 2026

As previsões da instituição norte-americana reforçam o optimismo dos investidores para o ano que se avizinha

As acções da China e de Hong Kong poderão registar ganhos próximos de 20 por cento em 2026, impulsionadas por um crescimento global resiliente, recuperação dos lucros e menor concorrência, prevê o banco de investimento JPMorgan.

A instituição financeira norte-americana estima que o índice MSCI China suba cerca de 18 por cento até ao final do próximo ano, enquanto o CSI 300, que agrega as maiores empresas cotadas nas praças financeiras da China continental (Xangai e Shenzhen), deverá valorizar 12 por cento.

O MSCI Hong Kong poderá avançar até 18 por cento apoiado por uma recuperação gradual nos fluxos de capital e no sentimento em relação ao sector imobiliário.

“Os lucros estão a dar-nos confiança”, afirmou Wendy Liu, estratega para acções chinesas do JPMorgan, durante uma conferência com jornalistas. Liu sublinhou que os mercados chineses atravessam uma fase de recuperação de lucros, após uma queda entre 2021 e meados de 2024, que afastou investidores e empurrou as avaliações para mínimos de vários anos.

A estratega apontou como factor determinante o abrandamento da guerra de preços no comércio electrónico e na logística, que este ano disfarçou a melhoria dos lucros subjacentes e penalizou o desempenho do MSCI China.

Liu destacou também o impacto da campanha de Pequim contra a “involução” – termo utilizado para descrever a concorrência excessiva e o aumento da capacidade produtiva –, que deverá favorecer a expansão das margens, sobretudo nas energias renováveis e sector transformador avançado. “É uma mudança estrutural, que pode marcar a próxima década, levando à consolidação e a retornos mais fortes sobre o capital”, afirmou.

A crescer

O JPMorgan mantém ainda uma posição optimista em relação a equipamento ligado à inteligência artificial e sistemas de armazenamento de energia, beneficiando do aumento dos investimentos em centros de dados. A procura por baterias e componentes solares para alimentar essas infraestruturas poderá crescer mais depressa do que o investimento em tecnologia no geral, segundo Liu.

O consumo interno continua a ser o tema “mais debatido”, com as famílias a manterem uma postura cautelosa, apesar do aumento da poupança e da redução da dívida, apontou a analista. A possibilidade de nova escalada nas tensões sino-americanas ou de um reacender da guerra de preços entre plataformas logísticas são riscos a ter em conta, advertiu.

Mas Liu descreveu o panorama como “optimista”, com os investidores a revelarem maior disciplina do que em anteriores ciclos de valorização. “Estamos a meio de uma fase de expansão do crescimento, e os lucros estão com bom aspecto”, resumiu.

No caso de Hong Kong, Liu disse que o desempenho do mercado continua fortemente correlacionado com os fluxos de capital, influenciando os activos financeiros, o imobiliário residencial e o consumo discricionário.

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