Consulado | “Camões Cinco Zero Zero”, de Vítor Marreiros, viaja de Lisboa para Macau

Depois de um período em exposição na galeria Passevite, em Lisboa, a mostra “Camões Cinco Zero Zero” chega agora à RAEM. Trata-se de um conjunto de obras do designer e artista Vítor Marreiros, que apresenta visões e interpretações do grande poeta da língua portuguesa. Para ver até ao dia 27, no Consulado de Portugal

Intitula-se “Camões Cinco Zero Zero” e esteve no Verão em Lisboa como a primeira exposição de Vítor Marreiros apresentada, de forma individual, em Portugal. Na galeria Passevite revelou-se ao público português o trabalho deste designer e artista macaense que faz regularmente os cartazes comemorativos do 10 de Junho da Casa de Portugal em Macau.

Assim, pelas paredes desta galeria independente reuniram-se imagens de Luís de Camões, retiradas dos cartazes, e adornadas com novas roupagens e interpretações.

A mostra viaja agora até Macau, quase num regresso às origens, exibindo-se graças à iniciativa do Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong e do Instituto Português do Oriente, até ao dia 27 de Dezembro. A inauguração acontece amanhã, a partir das 18h30, sendo que a exposição pode ser visitada diariamente entre as 15h30 e 18h30, concretamente na Galeria da Residência Oficial do Cônsul-geral, na Rua do Comendador Kou Hó Neng.

Segundo uma nota do Consulado, “a mostra assinala os 500 anos do nascimento de Luís de Camões, a partir de uma ideia original do designer Henrique Silva (Bibito), propondo uma leitura contemporânea e simbólica da figura do poeta através dos cartazes que Victor Marreiros tem criado ao longo de mais de três décadas para celebrar o 10 de Junho em Macau”.

Camões surge aqui “retirado do seu contexto habitual” e “reinterpretado com liberdade gráfica, humor e espírito crítico, numa série que é, simultaneamente, memória e criação”.

Fecha-se, assim, “simbolicamente o ciclo de um projecto que une as duas margens da herança portuguesa e celebra o diálogo entre arte, história e identidade”. Durante o período de exposição, estará disponível uma edição especial de serigrafia numerada e assinada pelo artista, bem como o catálogo oficial da mostra.

Temas contemporâneos

Em Lisboa, o HM conversou com Vítor Hugo Marreiros, que falou sobre a sua ligação longa com Camões, através do desenho e da imaginação, e do trabalho que há vários anos faz com os cartazes que celebram uma data tão importante para Portugal.

“Tudo partiu do desafio proposto por um colega meu, Henrique Silva, mais conhecido por Bibito”, contou ao HM. “Os quadros que estão aqui não são apenas retirados dos cartazes do 10 de Junho, mas também de outros trabalhos, porque ao longo da minha vida profissional tive inúmeras oportunidades de retratar temas lusos e ícones como Fernando Pessoa, Amália, até a sardinha”, contou.

São 34 anos de cartazes e de figuras que retratam a portugalidade e os temas desta comunidade. Em torno das imagens de Vítor Marreiros não há apenas literatura, mas também questões mais contemporâneas.

“Nos últimos anos procurei retratar as preocupações da comunidade portuguesa [de Macau], bem como os acontecimentos em Portugal, a crise, a covid-19 ou a guerra na Ucrânia. O Camões fala por si, em anos diferentes e acompanhado sempre dos acontecimentos do ano. Às vezes ponho o Camões a falar por mim. A minha companheira diz-me sempre isso, que eu ponho o Camões a dizer aquilo que eu quero.”

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