Património Cultural Intangível | Macau quer proteger Chu Pa Pau

O Conselho do Património Cultural de Macau apoiou ontem a protecção da versão local da bifana, o Chu Pa Pau, como Património Cultural Intangível, juntamente com a procissão de Nossa Senhora dos Remédios e o Dia dos Finados católico.
Um representante do Conselho, Wu Chou Kit, disse que os membros “concordaram com o conteúdo da lista” de manifestações propostas para o Inventário do Património Cultural Intangível da região semiautónoma chinesa.
Numa conferência de imprensa, a presidente do órgão e líder do Instituto Cultural de Macau, Leong Wai Man, disse que a lista discutida na reunião de ontem inclui 28 manifestações.
Leong deu como exemplo a “bifana de Macau”, uma costeleta de porco frita servida num pão de estilo português, um item popular nos restaurantes e cafés do território.
A lista inclui a procissão de Nossa Senhora dos Remédios, e os rituais do Dia dos Finados católico, também celebrado em 01 de Novembro, mas que em Portugal é conhecido como Dia de Todos os Santos.
O Inventário do Património Cultural Intangível já inclui o Dia dos Finados chinês, conhecido como ‘Cheng Ming’, no 15.º dia após o solstício de Primavera, no início de Abril, e o ‘Chong Yeong’, o dia de Culto dos Antepassados, a 09 de Setembro.
Na lista de novas manifestações culturais a serem protegidas, constam ainda três propostas por macaenses, uma comunidade euro-asiática composta sobretudo por lusodescendentes com raízes no território.
São elas o chá gordo, um lanche festivo com dezenas de iguarias, a Tuna Macaense, que toca músicas no dialeto crioulo macaense, o patuá, e o batê saia, uma arte decorativa de recorte de papel de seda ou papel rendado.
“Há muitas manifestações porque Macau é ponto de encontro das culturas chinesa e ocidental. Temos várias comunidades étnicas e recursos [culturais] ricos”, defendeu Leong Wai Man.

Inscrições várias
Além de um inventário, Macau tem ainda uma Lista do Património Cultural Intangível, que inclui “as manifestações de maior valor, incluindo aquelas que sejam representativas de tradições sociais relevantes, (…) e passam a usufruir de um maior grau de proteção”.
Em 13 de Outubro, a região inscreveu na lista 12 novas manifestações, incluindo a dança folclórica portuguesa e os pastéis de nata locais, inspirados pelo pastel português.
Em 2019, Macau já tinha inscrito como património cultural intangível as procissões católicas do Nosso Senhor Bom Jesus dos Passos e de Nossa Senhora de Fátima, a gastronomia macaense e o teatro em patuá.
Em 2021, a gastronomia macaense e o teatro em patuá foram também incluídos pela China na Lista de Património Cultural Imaterial Nacional.

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