China / ÁsiaEUA admitem usar tropas na Coreia do Sul em caso de conflito com China Hoje Macau - 6 Nov 2025 O secretário da Guerra dos Estados Unidos, Pete Hegseth, admitiu ontem a utilização das tropas norte-americanas estacionadas na Coreia do Sul (USFK) em caso de conflitos armados com a China. “A flexibilidade [das USFK] para responder a contingências regionais é algo que devemos definitivamente considerar”, afirmou Hegseth. As suas palavras surgem num momento em que a Administração do Presidente norte-americano, Donald Trump, procura reforçar a cooperação com os seus aliados na região do Indo-Pacífico para conter a influência e o avanço da China. À medida que aumenta a tensão na zona, a eventualidade do uso destas forças poderia ser desencadeada por motivos relacionados com a questão de Taiwan, que a China não exclui vir a invadir, ou por disputas no mar da China Meridional. O secretário norte-americano sublinhou, contudo, que o principal objectivo das USFK continua a ser enfrentar qualquer ameaça da Coreia do Norte. O secretário da Guerra dos EUA prestou estas declarações numa conferência de imprensa em Seul, dada em conjunto com o ministro da Defesa sul-coreano, Ahn Gyu-back, após a 57.ª Reunião Consultiva de Segurança (SCM), o principal fórum anual de defesa entre os dois países. Pete Hegseth elogiou ainda a decisão do Governo sul-coreano de aumentar a despesa em defesa e de investir no desenvolvimento de capacidades militares, como mísseis, antevendo também uma melhoria nas tecnologias militares do país. “Como sabemos, enfrentamos um clima de segurança perigoso, embora a nossa aliança seja mais forte do que nunca”, afirmou o secretário norte-americano. Promoções nucleares Donald Trump tinha dito nas redes sociais na passada quinta-feira que os Estados Unidos iriam partilhar tecnologia altamente restrita para permitir que a Coreia do Sul construísse um submarino de propulsão nuclear, após ter-se reunido com o Presidente sul-coreano, Lee Jae-myung. Hegseth pronunciou-se ontem sobre o assunto, expressando também o seu apoio quanto a esta iniciativa de construção de equipamento naval que recorreria a energia nuclear para se mover. O Ministério da Defesa indicou hoje, numa reunião do Conselho de Ministros, que Seul poderá lançar o submarino na segunda metade da década de 2030, com tecnologia própria, segundo noticiou a agência local Yonhap. O ministro da Defesa sul-coreano, Ahn Gyu-back, por sua vez, reafirmou que Seul manterá o seu compromisso com a desnuclearização da península e rejeitou qualquer plano para desenvolver armas nucleares próprias, em conformidade com o Tratado de Não Proliferação, um acordo internacional criado para impedir a disseminação de armas nucleares, promover o desarmamento e incentivar o uso pacífico da energia nuclear.