China / ÁsiaPequim alerta para tentativas de espionagem dirigidas a estudantes universitários Hoje Macau - 5 Nov 2025 A China alertou ontem para um aumento das tentativas de espionagem contra estudantes universitários, através de falsas ofertas de trabalho ou parcerias académicas feitas por agentes estrangeiros, visando aceder a informação sensível. Num artigo publicado na conta oficial na plataforma chinesa WeChat – semelhante ao WhatsApp –, o Ministério da Segurança do Estado (MSS, na sigla em inglês), principal órgão de inteligência do país, descreve um “caso típico” em que um estudante de mestrado, identificado apenas pelo apelido Jin, foi recrutado através de um fórum universitário por alguém que se fazia passar por diplomata de uma embaixada estrangeira no país asiático. O estudante começou por reunir dados económicos de acesso público e redigir relatórios, em troca de dinheiro. Mas, com o tempo, o contacto passou a pedir-lhe informações sobre “áreas sensíveis”, como política, energia ou assuntos internacionais, além de lhe apresentar um contrato de consultadoria com salário mensal. “Quando começou a suspeitar da verdadeira identidade do seu empregador, Jin decidiu cortar o contacto”, refere o comunicado, acrescentando que o alegado diplomata foi posteriormente identificado como agente de inteligência estrangeiro. As autoridades confiscaram os lucros obtidos pelo estudante e emitiram-lhe um aviso formal, considerando que cessou a colaboração antes de causar danos à segurança nacional. Disfarces múltiplos O MSS sublinha que os serviços secretos estrangeiros “aumentaram os seus esforços de infiltração”, com ofertas personalizadas para jovens talentos, disfarçadas de bolsas de estudo, estágios ou trabalho a tempo parcial. “Os estudantes devem manter-se vigilantes e não se deixar enganar por supostos intercâmbios académicos ou empregos altamente remunerados”, adverte o texto. O ministério lembra ainda que a Lei Contraespionagem da República Popular da China prevê sanções penais para quem participe em atividades de espionagem, mas contempla a indulgência ou isenção de pena para os que se entreguem voluntariamente ou colaborem com as autoridades. Nos últimos meses, o MSS tem divulgado vários casos semelhantes, alertando para recrutamentos encobertos, divulgação de informação classificada e o uso de redes sociais e plataformas de emprego como ferramentas de espionagem estrangeira.