EventosFRC | Historiadora da USJ fala hoje sobre o “Pai dos Tufões” Hoje Macau - 5 Nov 20255 Nov 2025 Os interessados em história, nomeadamente na história dos tufões e dos serviços meteorológicos no território, podem hoje, 5 de Novembro, deslocar-se à Fundação Rui Cunha para assistir à sessão “O ‘Pai dos Tufões’: Ernesto Gherzi”, protagonizada pela historiadora Priscilla Roberts. A docente da Universidade de São José vai abordar a vida deste homem, nascido em finais do século XIX, e do trabalho dos serviços meteorológicos na década de 50 A Fundação Rui Cunha (FRC) acolhe hoje, 5 de Novembro, a partir das 19h, mais uma conferência ligada à história de Macau, intitulada “O ‘Pai dos Tufões’: Ernesto Gherzi (1886-1973) e o Serviço Meteorológico de Macau, 1950-1954”, com a historiadora Priscilla Roberts, actualmente professora associada da Universidade de São José (USJ). Esta sessão insere-se no “Ciclo de Palestras Públicas de História e Património”, tratando-se de uma parceria regular entre a FRC e o Departamento de História e Património da USJ. A sessão de hoje aborda “uma história que merece ser contada”, descreve uma nota da FRC, nomeadamente sobre a figura do padre Ernesto Gherzi, “eminente meteorologista jesuíta e especialista em tufões, que passou mais de quatro anos em Macau no início da década de 1950, vivendo no Seminário de São José e trabalhando como director adjunto do Observatório de Macau”. Citada pela nota, a docente e investigadora explica que “após quase trinta anos a trabalhar no Observatório de Zikawei, em Xangai, Gherzi foi forçado a abandonar a China em 1949”, com a instauração da República Popular e a saída em massa de ordens religiosas e de população estrangeira. Depois, “com alguma astúcia”, o “Bispo de Macau, Dom João de Deus Ramalho, e o Governador de Macau, Albano Rodrigues de Oliveira, viram no exílio de Xangai de Gherzi uma oportunidade para a sua própria cidade”. Trabalho de modernização Gherzi, descrito como tendo “uma personalidade marcante”, e “um verdadeiro homem do Renascimento, organista, compositor e poeta”, trabalhou em Macau durante quatro anos para “modernizar as instalações do Observatório de Macau e para aumentar a sua visibilidade local e internacional”. Assim, “os seus esforços foram o elemento central de um programa de melhorias comunitárias lançado por Oliveira [governador] para demonstrar a confiança portuguesa na capacidade de Macau para sobreviver e prosperar”, é referido na mesma nota. Priscilla Roberts é uma historiadora britânica que, ao longo da sua carreira académica, pesquisou aspectos das transições internacionais de poder, e o papel das elites, como pessoas anónimas ou instituições, na elaboração da política externa dos EUA, da Grã-Bretanha e dos domínios britânicos. A investigadora leccionou muitos anos na Universidade de Hong Kong, tendo recebido diversas bolsas de investigação de entidades em Hong Kong, Estados Unidos, Grã-Bretanha, Canadá, Austrália e Macau, onde actualmente reside. Tem igualmente extensa obra publicada, com 32 livros de autoria única, além de artigos vários em periódicos e capítulos em livros de co-autoria. Priscilla Roberts tem doutoramento em História pelo King’s College de Cambridge, no Reino Unido. Desde que se mudou para Macau que a docente “desenvolveu um forte interesse pela história do território, nomeadamente sobre o seu significado no contexto global”, é descrito na nota da FRC.