DesportoGP Macau | Listas de inscritos apresentadas não desapontaram Sérgio Fonseca - 16 Out 2025 Na passada segunda-feira, a Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau apresentou a 72.ª edição do maior evento desportivo do território. No total, serão sete grelhas de GT, turismos, monolugares e motos que proporcionarão, entre corridas de qualificação e corridas, um total de onze imprevisíveis batalhas pela vitória no sempre carismático e mundialmente respeitado Circuito da Guia A RAEM terá 19 pilotos no total, espalhados por quatro corridas do programa, visto que não terá pilotos nem na prova de GT, nem no Grande Prémio de Motos ou na Corrida da Guia. O território estará representado por Charles Leong Hon Chio no Grande Prémio de Macau – Taça do Mundo de FR da FIA. O campeão da classe PRO desta temporada do Lamborghini Super Trofeo Asia passa à Fórmula Regional, uma categoria que não corre desde 2020, quando esta ainda se chamava F3 (!) na Ásia. Tiago Rodrigues, na sua terceira participação no evento, e Marcus Cheong, na sua segunda, defenderão as cores da RAEM na primeira edição da Taça do Mundo de F4, uma corrida que contará com sete ex-campeões de F4 ou equivalente. O restante da comitiva do território competirá na Taça GT – Corrida da Grande Baía, com sete pilotos, e na Macau Roadsport Challenge, com nove. É preciso recuar aos inícios dos anos 1970 para encontrarmos uma presença de pilotos de matriz portuguesa tão reduzida num Grande Prémio. Para além do jovem Tiago Rodrigues, estarão presentes os veteranos do território Rui Valente e Jerónimo Badaraco, ambos na corrida Macau Roadsport Challenge. O universo da lusofonia completa-se com o brasileiro Ethan Nobels, que se estreará no Circuito da Guia na prova de F4. A última representação de Portugal na prova remonta ao Grande Prémio de Motos de Macau de 2022, quando André Pires e Sheridan Morais superaram o confinamento obrigatório, com Morais a conquistar um pódio, um feito único para o motociclismo português. Nos automóveis, a última participação foi em 2019, quando Tiago Monteiro conduziu um Honda Civic Type-R TCR na Corrida da Guia. Curiosamente, numa altura em que há um aumento da participação feminina em provas de automobilismo a nível mundial, não há uma única senhora entre mais de cento e sessenta pilotos inscritos no Grande Prémio. Mercedes borra a pintura Depois de dois anos com pelotões com duas dezenas de carros GT3, a Taça GT Macau – Taça do Mundo de GT da FIA está novamente a baixo desse número de referência. Felizmente, os dezasseis carros de seis construtores diferentes, incluindo o regresso da McLaren, serão conduzidos por pilotos de credenciais mundiais. Nomes conhecidos de Macau, como Edoardo Mortara ou Raffaele Marciello, a que se junta o novo herói do automobilismo chinês, o vencedor das 24 Horas de Le Mans, Ye Yifei, apaziguam eventuais desilusões. Caso a Audi Sport Asia, numa altura em que a marca de Ingolstadt está a desinvestir nas provas de GT, tivesse recuado, teríamos menos carros que na edição de 2018, onde alinharam apenas quinze máquinas. A introdução de sensores de binário na corrida deste ano – uma decisão onerosa da inteira responsabilidade da FIA – esteve no cerne da decisão da Mercedes-AMG de não participar no evento. O modelo de negócio da marca alemã passa por inscrever carros em parceria com equipas da região no evento. No Sudeste Asiático, os carros estão constantemente em movimento através de transporte em contentores, deixando poucas oportunidades para trabalhos de conversão e testes dos sensores, algo imperativo para a Mercedes-AMG. Todos estão certos de que a marca de Estugarda voltará ao Circuito da Guia num futuro próximo, mas este ano Maro Engel não poderá defender a coroa conquistada no ano transato. Clássicas mantém a áurea Confirmada a ausência de Michael Rutter, havia muita apreensão sobre a lista de inscritos do Grande Prémio de Motos, mas a presença de Davey Todd, o vencedor do ano passado, e de Peter Hickman manterá a prova no radar internacional. Doze países, todos europeus, estarão representados numa grelha que este ano contará com quatro estreantes, enquanto das quatro marcas presentes, a BMW e a Honda somam mais de 70% das vinte inscrições. Notavelmente, nenhum piloto compete montado numa Kawasaki, marcando a primeira vez nesta década que a empresa, que no próximo ano celebra 130 anos desde a sua fundação, não tem presença na principal corrida de estrada de motociclismo da Ásia. Numa altura em que as corridas de Turismo vivem um momento menos pujante a nível mundial, a Corrida da Guia tem já vinte e quatro carros inscritos, sendo que três ainda terão que ser preenchidos por pilotos a nomear. A presença das estrelas do FIA TCR World Tour, que volta a ser decidido no circuito território, é sempre sinónimo de um bom espectáculo em pista.