Hengqin | Nomeados novos dirigentes após caso de corrupção

O Governo de Macau anunciou ontem a nomeação de cinco dirigentes para a vizinha zona económica especial de Hengqin, três meses depois de a China anunciar um caso de corrupção ligado ao desenvolvimento da Ilha da Montanha. Nem o Governo da RAEM, nem o Comissariado contra a Corrupção, quiseram comentar o caso

 

De acordo com um despacho do chefe do Executivo, Sam Hou Fai, publicado no Boletim Oficial, entre as novas nomeações está Ng In Cheong, que será a nova subdirectora da Comissão Executiva da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau, que faz parte da área especial de Hengqin (Ilha da Montanha). Ng era até agora chefe do departamento dos Assuntos do Direito Internacional e Direito Inter-Regional, sob a tutela da Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça.

A dirigente vai substituir Su Kun, que pediu a demissão em 15 de Maio “por motivos pessoais”, de acordo com um comunicado, divulgado pelas autoridades de Macau, que continha apenas uma frase. Su era um dos seis coordenadores-adjuntos da Comissão Executiva da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau.

Segundo o portal do Governo de Macau, esta comissão “assume as funções de promoção da divulgação a nível internacional, captação de negócios e investimentos, introdução de indústrias, exploração de terrenos, construção de projectos específicos e gestão dos assuntos respeitantes à vida da população”.

Também a 15 de Maio, o gabinete do secretário para a Economia e Finanças, Anton Tai Kin Ip, disse que Su Kun ainda pediu a demissão como assessor do secretário, pedido que foi aprovado.

Silêncio ensurdecedor

A demissão de Su Kun surgiu um dia depois da comissão anticorrupção da vizinha província de Guangdong anunciar o início de uma investigação ao antigo presidente da empresa estatal responsável pelo desenvolvimento da zona especial de Hengqin.

Num comunicado, a Comissão Provincial de Inspecção Disciplinar de Guangdong revela que o antigo presidente do grupo Zhuhai Da Hengqin, Hu Jia, “é suspeito de graves violações disciplinares”, uma frase que normalmente se refere a casos de corrupção.

A nota, também com apenas uma frase, diz que Hu está a ser alvo de “revisão e investigação disciplinar” por parte da Comissão Municipal de Inspeção e Supervisão Disciplinar de Zhuhai, cidade à qual pertence Hengqin.

Questionado pela Lusa sobre se a demissão de Su Kun está relacionada com a investigação por corrupção contra Hu Jia, o gabinete do secretário Anton Tai recusou mais esclarecimentos. A Lusa perguntou também à Comissão Contra a Corrupção se tinha recebido alguma queixa ou se estava a investigar algum caso a envolver Su Kun, mas a agência disse não ter qualquer comentário.

O grupo Zhuhai Da Hengqin foi criado em 2009 pelo município de Zhuhai para a construção e desenvolvimento da zona económica especial de Hengqin.

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