SociedadeEx-gestora condenada a três meses de prisão no processo Don Donki Andreia Sofia Silva - 1 Ago 2025 O Tribunal de Kowloon City, em Hong Kong, condenou Pian Pang Ka-shin, ex-gestora de marketing da K&C Creation Limited (KCL), a três meses de prisão efectiva por ter recebido subornos no valor de 230 mil dólares de Hong Kong para garantir que duas empresas conseguiam contratos de renovação de lojas de produtos japonesas. Uma das lojas, a “Tokyo Lifestyle”, fica em Kowloon, enquanto que o supermercado da cadeia Dondoki Japan, o “Don Don Doki”, está localizado em Macau, no bairro do Fai Chi Kei. Estes contratos valeriam cerca de 25 milhões de dólares de Hong Kong, sendo que as empresas envolvidas são a RNK Design and Engineering Company Limited (RNK) e a Flaming Engineering Company Limited (FEL). Segundo uma nota do ICAC – Comissariado contra a Corrupção de Hong Kong, divulgada na quarta-feira, Pian Pang Ka-shin, com 41 anos, foi condenada a apenas três meses por ter confessado ter recebido subornos. “Ao proferir a sentença, o magistrado Philip Chan Chee-fai observou que o tribunal partiu de uma pena de seis meses de prisão, reduzindo-a para três meses, tendo em conta a confissão de culpa da arguida, o seu historial e o reembolso do montante dos subornos envolvidos no presente processo ao seu antigo empregador [KCL]”, pode ler-se. A KCL prestava, à data do sucedido, consultoria na área do design para a renovação das lojas, tendo os dois contratos em questão sido assinados em 2019. Nesta fase, cabia à condenada a “coordenação das empresas contratadas e organização dos concursos”, sendo que também passava por ela a apresentação de orçamentos e propostas. Segundo o ICAC, “Pang admitiu que, entre Junho de 2019 e Janeiro de 2022, aceitou subornos de mais de 230 mil dólares de dois representantes das duas empresas empreiteiras das obras, nomeadamente a RNK e a FEL”. Bons conselhos Pian Pang Ka-shin “foi incumbida pela KCL para dar apoio à Donki na organização do concurso”, tendo sido apresentadas cinco propostas alvo de selecção por parte da Donki. A cadeia japonesa de supermercados escolheu a FEL, pagando-lhe mais de 23,4 milhões de dólares. Neste contexto, a condenada admitiu “ter aconselhado o representante da FEL” sobre os procedimentos a ter na entrevista do concurso. A KCL recebeu dois orçamentos para renovar a loja “Tokyo Lifestyle”, em Hong Kong, tendo feito a adjudicação desse projecto à RNK, com base na recomendação de Pian Pang Ka-shin. Depois de concluído o projecto, a RNK recebeu da KCL 1,7 milhões de dólares relativa à taxa de projecto. Neste processo há ainda três co-arguidos que se declararam inocentes na acusação de conspiração e que só serão alvo de um exame prévio, antes do julgamento, a 27 de Novembro. São eles Li Po-wah, director e accionista da RNK, Pang Wai-yin, antigo supervisor das instalações da RNK, e Yung Chor-chi, operador da FEL.