Veículos eléctricos | Pequim promete combater “concorrência irracional” no sector

O Governo chinês quer pôr ordem no sector através do reforço do controlo sobre os preços e as regras da concorrência

 

As autoridades da China prometeram ontem reforçar a regulação do mercado para travar a “concorrência irracional” no sector dos veículos eléctricos, mergulhado numa prolongada guerra de preços entre fabricantes.

O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, apelou ao “desenvolvimento de alta qualidade” do sector e à necessidade de “combater a concorrência irracional”, durante uma reunião do Conselho de Estado (o Executivo chinês).

Segundo um resumo do encontro, divulgado pela agência de notícias oficial chinesa Xinhua, as medidas previstas incluem “maior regulação da ordem do mercado”, reforço da monitorização de custos e preços e aperfeiçoamento dos mecanismos de concorrência de longo prazo, sem que fossem especificadas acções concretas.

Caminho anunciado

No início do ano, o secretário-geral da Associação Chinesa de Carros de Passageiros, Cui Dongshu, já tinha antecipado que a guerra de preços no sector automóvel chinês se manteria em 2025, num contexto de “concorrência extremamente feroz”.

Nos meses seguintes, marcas locais e internacionais – como a Tesla ou a ‘joint venture’ entre a chinesa GAC e a japonesa Toyota – lançaram campanhas com pagamentos sem juros, reduções nas entradas ou cortes nos preços de alguns modelos.

Em Maio, a líder mundial em vendas de eléctricos, a chinesa BYD, anunciou descontos de até 34 por cento em cerca de 20 modelos, decisão que analistas consideraram um sinal das crescentes dificuldades do mercado.

Segundo a agência de notícias financeiras Bloomberg, as autoridades chinesas terão convocado em Junho os dirigentes das principais fabricantes para pedir autorregulação e o fim da prática de vender carros abaixo do custo ou com descontos descritos como irracionais.

Face à fraca procura interna, causada pela desaceleração económica e pela incerteza, várias empresas chinesas têm procurado expandir-se no exterior, o que motivou o aumento do escrutínio por parte dos Estados Unidos e da União Europeia e a imposição de novas tarifas alfandegárias.

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