Vaticano | Pequim diz que acordo sobre bispos foi aplicado sem contratempos

A China afirmou ontem que o acordo provisório com o Vaticano sobre a nomeação de bispos “tem sido implementado sem contratempos”, após o nomeação de Joseph Lin Yuntuan como bispo auxiliar da cidade de Fuzhou, no sudeste do país.

“Nos últimos anos, a China e o Vaticano mantiveram uma comunicação fluida e reforçaram a confiança mútua através de um diálogo construtivo”, declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, em conferência de imprensa, em Pequim.

O responsável salientou que ambas as partes têm cooperado na implementação do acordo provisório assinado em 2018 — e renovado já por duas vezes — que prevê a consensualização da nomeação de bispos na China, uma matéria historicamente sensível para os dois Estados. “A China está disposta a trabalhar com o Vaticano para continuar a promover o progresso das relações”, acrescentou Lin.

O Vaticano confirmou na quarta-feira que o Papa Leão XIV nomeou Joseph Lin como bispo auxiliar da diocese de Fuzhou em 05 de Junho, no âmbito do referido acordo, e que a nomeação foi formalizada após o reconhecimento civil por parte das autoridades chinesas.

O pacto bilateral permite a escolha conjunta dos bispos — uma competência tradicionalmente reservada ao Papa — mas que Pequim considerava uma ingerência nos assuntos internos do país. A nomeação de Lin — que foi ordenado bispo em 2017 como membro da chamada Igreja clandestina, fiel a Roma — representa um novo passo na complexa relação entre os dois Estados, que não mantêm laços diplomáticos desde 1951.

Desde a assinatura do acordo, já foram realizadas cerca de uma dezena de nomeações episcopais na China, com diferentes níveis de coordenação entre as partes.

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