Ambiente | Temperatura sobe e qualidade do ar desce

No ano passado, a temperatura média foi de 23,6 graus, mais 0,8 do que o valor médio climático (de 1991 a 2020) e mais 0,2 graus do que em 2023. Em relação à qualidade do ar que respiramos em Macau, 2024 teve mais dias com ar “insalubre” e “muito insalubre” do que no ano anterior

 

Confirmando a tendência do ano anterior, 2024 voltou a ser um ano com pior ambiente em Macau. A temperatura aumentou, assim como os dias de fraca qualidade do ar, o volume de água consumida, os resíduos urbanos produzidos per capita e tratados na central de incineração e a densidade populacional.

As estatísticas do ambiente de 2024, divulgadas pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) na semana passada, revelam uma degradação ambiental quase a toda a linha.

No ano passado, a temperatura média no território foi de 23,6º, mais 0,8º relativamente ao valor médio climático (correspondente à média entre 1991 e 2020), e mais 0,2º do que em 2023, ano que já havia registado uma subida de 0,6º face a 2022. Recorde-se que a Organização Meteorológica Mundial revelou que 2023 foi o ano mais quente a nível mundial, desde que se iniciou o registo, marca que voltou a ser batida no ano passado.

Em relação aos extremos do termómetro, o dia mais quente de 2024 registou-se em Agosto (35,4º), enquanto o mais frio aconteceu em Janeiro (4,3º). A DSEC revela que no ano passado houve 42 dias quentes (temperaturas superiores a 33º) e 29 noites quentes (temperaturas acima de 28º), registo que representou uma subida significativa de 13 dias e 14 noites, respectivamente, face a 2023.

No polo oposto, os dias frios (12º ou menos) do ano passado totalizaram 29, mais 3 dias do que em 2023. Porém, comparando com os valores médios climáticos, o número de dias frios em 2024 caiu 10,1 dias.

Elementos doentes

No ano passado, a qualidade do ar voltou a piorar. Os números de dias com qualidade do ar “insalubre” e “muito insalubre” aumentaram face a 2023. De entre as estações de monitorização, a estação de berma da estrada de Ká-Hó teve o maior número de dias com qualidade do ar “insalubre” (34 dias) e registou dois dias com qualidade do ar “muito insalubre”. Aliás, a DSEC acrescenta que a estação de monitorização de Ká-Hó registou o pior índice de qualidade do ar, e que o principal poluente a afectar Macau foi o ozono.

O número de dias em que o valor das partículas inaláveis em suspensão (PM10) foi superior ao valor padrão diminuiu em todas as estações de

monitorização, em comparação com 2023, fixando-se apenas num dia. Porém, quanto às partículas finas em suspensão (PM2,5), o número de dias com valor superior ao valor padrão aumentou significativamente face a 2023.

Do céu e da torneira

Uma das excepções aos agravamentos ambientais foi a chuva. Em 2024, a precipitação total foi de 2.029,2 mm, considerada normal face ao valor médio climático. Neste capítulo, Agosto, que havia registado o dia mais quente do ano, foi também o mês em que mais choveu (411,4 mm), enquanto que em “Dezembro não se registou nenhuma precipitação”.

Voltando aos registos negativos, em 2024 o volume de água consumida aumentou em termos anuais 5,6 por cento para mais de 94,1 milhões de metros cúbicos (m3). O aumento do consumo da água foi impulsionado principalmente com os acréscimos do consumo de “organismos públicos (+12,0 por cento) e pelo comércio e indústria (+8,5 por cento).

Também o volume de água consumida per capita subiu 14,4 litros por dia, para uma média diária 374,3 litros. O volume de resíduos líquidos tratados no ano em análise também ascendeu 4,5 por cento, em termos anuais, para 87,5 milhões de m3.

Em relação ao tratamento de resíduos sólidos urbanos, em 2024 a Central de Incineração de Resíduos Sólidos tratou 526.979 toneladas, total que representou uma subida 5,1 por cento em termos anuais. Também o volume de resíduos sólidos urbanos per capita subiu de 2,02 quilos por dia em 2023 para 2,10 no ano passado.

Além destes, os resíduos de materiais de construção transportados para o aterro também registaram um aumento homólogo de 13,5 por cento, totalizando 1,8 milhões de m3. Contudo, o volume de resíduos especiais e perigosos (5.355 toneladas) diminuiu ligeiramente 0,9 por cento, face a 2023.

Finalmente, a DSEC aponta que no ano passado a densidade populacional aumentou ligeiramente, passando de 20.400 pessoas por km2 em 2023 para 20.600 pessoas por km2.

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