Manchete SociedadeAMCM | Central de Depósito e Liquidação de Valores Mobiliários perde 7,18 milhões João Santos Filipe - 9 Abr 2025 A Central de Depósito e Liquidação de Valores Mobiliários de Macau, controlada a 100 por cento pela RAEM, continua a registar prejuízos sucessivos. Desde 2022, a empresa criada para diversificar a economia de Macau nunca apresentou lucros A empresa Central de Depósito e Liquidação de Valores Mobiliários de Macau (MCSD, na sigla em inglês) registou prejuízos de 7,18 milhões de patacas no ano passado. Este é o segundo ano consecutivo com perdas da empresa controlada a 100 por cento pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM), que tinha apresentado perdas de 6,7 milhões de patacas no ano anterior. Criada em 2021, a MCSD surgiu no âmbito da política do Governo de Ho Iat Seng para diversificar a economia na área das finanças e tem como funções a exploração das infra-estruturas financeiras, de serviços de registo central, compensação, liquidação e de depósito de valores mobiliários. No âmbito destas funções, a MCSD tem prestado apoio ao mercado de empréstimos obrigacionistas. No entanto, os números da empresa teimam em continuar a apresentar prejuízos. No primeiro ano completo de operações, em 2022, a empresa que tem um capital social de 50 milhões de patacas, apresentou prejuízos de 3,9 milhões de patacas. No ano seguinte, os prejuízos subiram para 6,7 milhões de patacas e os dados mais recentes mostram um novo recorde negativo de 7,18 milhões de patacas. Mais receitas e despesas Apesar do cenário negativo, as receitas originadas por contratos com participantes no mercado financeiro de Macau até registaram um aumento. Actualmente, no portal da MCSD, surgem registadas como “participantes” cerca de 90 entidades. Em 2024, as receitas derivadas dos contratos de participação subiram para 2,9 milhões de patacas, quando no ano anterior tinham sido de cerca de 966 mil patacas. Em termos das restantes receitas do ano passado, foi apurado um 1 milhão de patacas em juros, com os outros serviços a geraram 11.300 patacas e os ganhos com câmbios a gerarem 721 patacas. Em termos das despesas houve igualmente um aumento para 11,2 milhões de patacas em 2024, face aos 9,2 milhões de patacas de 2023. O custo mais elevado foi para as remunerações dos trabalhadores que subiram de 3,1 milhões de patacas para 4,6 milhões de patacas. Para este aumento contribuiu o recrutamento de cinco funcionários, totalizando 13 trabalhadores no fim de 2024. A outra grande despesa deveu-se ao pagamento dos serviços de correio telecomunicações que foi de 3,2 milhões de patacas, abaixo do custo de 3,3 milhões do ano anterior.