Defesa | Despesa mundial aumentou 7,4% em 2024

A despesa mundial com o sector da defesa aumentou 7,4 por cento em 2024, mas é improvável que os países europeus consigam manter o ritmo devido às pressões orçamentais internas, segundo um estudo publicado ontem.

De acordo com o Balanço Militar 2025, produzido pelo Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS), a despesa pública com a defesa atingiu 2,46 biliões de dólares no ano passado, aumentando em todas as regiões do mundo, excepto na África Subsaariana.

O investimento europeu cresceu em particular, com destaque para o aumento de 23,2 por cento da Alemanha, que terá ultrapassado o Reino Unido em gastos militares no segundo lugar na NATO, atrás dos EUA.

O IISS estima que, no conjunto, os membros europeus da NATO gastaram 442 mil milhões de dólares no sector da defesa em 2024, menos de um terço do total da despesa Aliança Atlântica, que ascende a 1,44 biliões de dólares.

“Com a persistência das pressões orçamentais na maioria dos países europeus, é provável que seja difícil manter o aumento das despesas. O fardo não é partilhado de forma generalizada, com alguns países da NATO a gastarem mais de 3 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto outros permanecem abaixo da linha de base de 2 por cento”, refere o IISS, num comunicado.

Em termos reais, a despesa europeia com a defesa cresceu 50 por cento em termos nominais na última década, segundo o Balanço Militar 2025, que todos os anos faz uma avaliação das capacidades militares e da economia da defesa a nível mundial.

O estudo inclui dados actualizados sobre as estruturas militares, os inventários de equipamento e os orçamentos de defesa de mais de 170 países.

O IISS estima que um aumento para 3 por cento do PIB de todos os membros europeus da NATO faria o montante crescer mais de 250 mil milhões de dólares e quase 750 mil milhões de dólares se fosse atingido o valor de 5 por cento, como chegou a sugerir o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

“No entanto, estes valores são inatingíveis neste momento, com alguns países a recorrerem a instrumentos extra-orçamentais para reforçar os orçamentos”, reconhece o centro de estudos britânico. Quanto aos EUA, embora este país gaste em defesa 3,39 por cento do PIB, “as limitações são evidentes na sua base industrial de defesa” devido à necessidade de investimento e modernização, refere.

Contas complicadas

O IISS calcula que as despesas militares da Rússia aumentaram 41,9 por cento em 2024, sobrecarregando o orçamento para o equivalente a 6,7 por cento do PIB, o que é superior ao total da despesa europeia com a defesa em termos de paridade do poder de compra.

No entanto, afirma que a economia russa continua resiliente graças às receitas provenientes de fontes não energéticas, que permitem manter um défice orçamental reduzido, e a medidas do banco central.

Segundo o Balanço Militar, é cada vez mais difícil quantificar a despesa russa com a defesa devido ao financiamento por parte de entidades regionais, de empresas privadas e até de famílias, que pagam equipamento e provisões básicas. Sobre a China, o IISS dá conta de uma reorganização e reformas internas para tornar a estrutura militar mais eficiente, nomeadamente através do combate à corrupção, investigação e aumento de capacidades, nomeadamente em equipamento.

O orçamento chinês em 2024 foi estimado em cerca de 235 mil milhões de dólares, um aumento de 7 por cento em relação a 2023 e um montante equivalente a 44 por cento da despesa total na Ásia.

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