China | Produção industrial cresce 5,3% em Outubro

A produção industrial da China cresceu 5,3 por cento em Outubro, em termos homólogos, segundo dados oficiais divulgados na passada sexta-feira pelo Gabinete Nacional de Estatística do país. O valor relativo ao décimo mês do ano está abaixo das expectativas dos analistas, que previam que crescesse 5,6 por cento. No conjunto, entre Janeiro e Outubro, a produção industrial cresceu 5,8 por cento.

Entre os três grandes sectores em que o GNE divide este indicador, os que mais aumentaram a sua produção em Outubro foram a indústria transformadora e a produção e fornecimento de electricidade, aquecimento, gás e água, ambos com crescimento de 5,4 por cento.

O GNE destacou também o aumento da produção de bens específicos, como os veículos eléctricos, os robôs industriais ou os ‘chips’ semicondutores.

A instituição também divulgou na sexta-feira outros dados estatísticos, como as vendas a retalho, um indicador-chave para medir o estado do consumo, que acelerou muito mais do que o esperado, passando de 3,2 por cento em Setembro para 4,8 por cento em Outubro, enquanto os especialistas previam um aumento de 3,8 por cento.

Zichun Huang, analista da consultora Capital Economics, afirmou, num relatório, que a economia chinesa “melhorou no início do quarto trimestre, graças a um consumo interno superior ao previsto”, o que se traduziu num aumento da procura.

A taxa oficial de desemprego urbano continuou a descer, desta vez de 5,1 por cento para 5 por cento, ultrapassando também as expectativas de que se manterá inalterada.

Este indicador mantém-se dentro do limite de 5,5 por cento estabelecido pelo Governo chinês para este ano.

Entretanto, o investimento em activos fixos voltou a situar-se nos 3,4 por cento no acumulado até Outubro, o mesmo valor dos últimos dois meses, apesar das expectativas dos analistas de uma ligeira recuperação para 3,5 por cento.

Em construção

Na análise por sector, o investimento na indústria transformadora cresceu 9,3 por cento e nas infra-estruturas 4,3 por cento, enquanto o investimento na promoção imobiliária caiu 10,3 por cento, no contexto da prolongada crise no sector.

O GNE indicou que as vendas de propriedades comerciais medidas em termos de área útil caíram 15,8 por cento em termos homólogos, entre Janeiro e Outubro. Embora se trate de uma queda significativa, também reflecte uma tendência de recuperação relativa: as duas leituras anteriores tinham sido de 18 por cento e 17,1 por cento.

“As medidas de apoio parecem estar a dar algum alívio ao mercado imobiliário”, disse Huang, que prevê uma recuperação nos próximos meses, mas advertiu que, sem uma flexibilização fiscal significativa no próximo ano, este novo impulso “será de curta duração”.

“Acreditamos que a economia voltará a abrandar no segundo semestre do próximo ano, altura em que os fabricantes chineses enfrentarão o obstáculo adicional de uma segunda guerra mundial com [o novo Presidente dos Estados Unidos, Donald] Trump”, afirmou.

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