China / ÁsiaRússia quer contrariar ‘dupla contenção’ dos EUA Hoje Macau - 13 Nov 2024 O secretário do Conselho de Segurança russo, Sergei Shoigu, disse ao chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, que os dois países precisam de contrariar a política de “dupla contenção” exercida por Washington contra Pequim e Moscovo. “A parceria global [sino-russa] e a cooperação estratégica representam um modelo de colaboração entre duas potências no mundo actual”, afirmou Shoigu, citado pelas agências noticiosas russas. Os dois homens encontraram-se em Pequim para abordar questões de segurança, num contexto de guerra na Ucrânia e da aproximação militar entre a Rússia e a Coreia do Norte, depois de Pyongyang ter anunciado hoje que ratificou um acordo bilateral histórico de Defesa com a Rússia. Em outubro, o ministro chinês da Defesa, Dong Jun, disse ao seu homólogo russo, Andrei Belooussov, que os dois exércitos deveriam “aprofundar a sua cooperação estratégica”, mas não relacionou as suas observações com a guerra na Ucrânia, na qual a China não tem intenção de participar. A China, que nunca condenou o Kremlin pela invasão e cujos fortes laços económicos e militares com a Rússia são vistos com desconfiança pelo Ocidente, apresenta-se como um mediador no conflito. Pequim apela regularmente a conversações de paz e ao respeito pela integridade territorial de todos os países, incluindo a Ucrânia. No entanto, a NATO denunciou o apoio económico da China à Rússia, que considera crucial para a máquina de guerra russa. Em resposta, a China instou a aliança atlântica a deixar de “incitar ao confronto” entre blocos. Pequim também critica regularmente o Ocidente por “deitar lenha na fogueira” ao fornecer continuamente armas à Ucrânia. Após a sua estadia em Pequim, Sergei Shoigu deverá também participar esta semana no Salão Aéreo de Zhuhai, no sul da China, o maior do género no país asiático, onde o caça furtivo de “quinta geração” mais avançado da Rússia, o Su-57, fez hoje um voo de apresentação.