Economia chinesa | Exportações crescem em ritmo acelerado

Há mais de dois anos, que os números do comércio externo chinês não cresciam tão rapidamente. O mês de Outubro trouxe um aumento de quase 13 por cento nas exportações do país, superando por larga margem as melhores expectativas dos analistas

 

As exportações da China aumentaram 12,7 por cento, em Outubro, em termos homólogos, o crescimento mais rápido em mais de dois anos, de acordo com dados divulgados ontem pelas alfândegas do país asiático.

Os dados mostram que as importações caíram 2,3 por cento, em Outubro, em relação ao ano anterior, enquanto o excedente comercial da China fixou-se em 95,7 mil milhões de dólares em Outubro, acima do valor de Setembro, de 81,7 mil milhões de dólares.

As exportações superaram em muito as estimativas dos analistas, que previam uma taxa de crescimento de cerca de 5,5 por cento. O valor supera também o crescimento de Setembro, de apenas 2,4 por cento. Foi a expansão mais rápida desde Julho de 2022.

As perspectivas para o comércio externo da China tornaram-se mais incertas depois da vitória de Donald Trump na eleição de terça-feira.

Trump prometeu aumentar as taxas alfandegárias sobre as importações da China para 60 por cento. O crescimento das exportações em Outubro sinaliza uma procura sustentada por produtos chineses no exterior, enquanto a procura no mercado interno permanece moderada.

Os economistas afirmaram que o efeito de taxas alfandegárias mais elevadas sob a égide de Trump só produziria efeitos no próximo ano.

“Embora as taxas propostas por Trump possam prejudicar o sector das exportações, o seu impacto será menos significativo do que muitos receiam – pensamos que poderão reduzir os volumes de exportação em cerca de 3 por cento – e poderá não se fazer sentir até ao segundo semestre de 2025”, afirmou Zichun Huang, da consultora Capital Economics, num relatório.

“Enquanto isso, o retorno de Trump pode criar um impulso de curto prazo para as exportações chinesas, já que os importadores americanos aumentam as suas compras para se anteciparem às tarifas”, disse.

Pacote surpresa

Espera-se que Pequim revele um pacote de estímulo há muito aguardado hoje, após uma reunião do órgão máximo legislativo do país, com o objectivo de revitalizar a economia, face a pressões deflaccionárias e fraca procura interna. Os dirigentes chineses têm-se esforçado por relançar a economia desde o fim da pandemia da covid-19.

Os Estados Unidos e a Europa aumentaram recentemente as taxas alfandegárias sobre as exportações chinesas de veículos eléctricos e outros produtos, o que obscureceu as perspectivas do comércio chinês como motor de crescimento. A queda prolongada do sector imobiliário também continua a ser um grande entrave à economia chinesa.

Os decisores políticos chineses já anunciaram uma série de medidas para impulsionar a economia, incluindo a antecipação de 200 mil milhões de yuan do orçamento do próximo ano para despesas e projectos de construção.

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