China / ÁsiaUcrânia | Enviado Li Hui diz que proposta de Pequim tem apoio de 110 países Hoje Macau - 7 Ago 2024 Os esforços da China para encontrar uma solução de paz para a guerra na Ucrânia receberam, segundo Li Hui, o apoio de mais de 100 nações O enviado especial de Pequim para os assuntos euro-asiáticos, Li Hui, afirmou na segunda-feira que a proposta de Pequim para pôr fim à guerra na Ucrânia tem o apoio de 110 países. Li Hui esteve no Brasil e na África do Sul, na semana passada, no âmbito daquela que é a sua quarta missão de paz, desde Maio do ano passado. A China tem procurado posicionar-se como parte neutra no conflito na Ucrânia, que já entrou no terceiro ano, apesar da sua crescente aproximação a Moscovo. Pequim procurou contrariar as críticas de que apoia a Rússia na sua campanha na Ucrânia e apresentou um documento composto por 12 pontos sobre o conflito, no ano passado, que foi recebido com cepticismo pelo Ocidente. Na África do Sul, a propósito do documento proposto por Pequim, Li disse que a China está disposta a reforçar a comunicação e a coordenação com o país africano e a promover a formação de uma “base comum mais alargada” que reúna o consenso internacional baseado “em seis entendimentos comuns”, segundo indicou na segunda-feira o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, num comunicado. Segundo a mesma nota informativa, Li afirmou que a proposta de Pequim recebeu “respostas positivas” de mais de 110 países. Tal como a China, a África do Sul não condenou a Rússia pela invasão da Ucrânia e manteve um relacionamento activo com Moscovo durante a guerra. Joanesburgo também envidou esforços para pôr fim ao conflito, liderando uma delegação africana de paz a Kiev no ano passado. Foi uma das dezenas de nações em desenvolvimento, incluindo o Brasil, que não assinaram o comunicado final da cimeira de paz apoiada pela Ucrânia, realizada na Suíça, em Junho passado. A China faltou à reunião, insistindo na “participação igualitária” da Rússia e da Ucrânia. A Rússia não foi convidada para a cimeira. Após a cimeira, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou Pequim de ajudar Moscovo a minar a reunião, que visou obter mais apoio internacional para uma solução baseada numa fórmula de paz de 10 pontos proposta por Kiev. O plano de paz da Ucrânia exige a retirada total das tropas russas dos seus territórios ocupados, incluindo a Crimeia e partes de quatro províncias do leste da Ucrânia. No entanto, têm surgido alguns sinais de que a Ucrânia e a Rússia estão dispostas a dialogar. Limites traçados No final do mês passado, na sua primeira visita à China desde o início da guerra, o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, disse ao seu homólogo chinês, Wang Yi, que Kiev estava disposta a negociar se Moscovo agisse de “boa-fé”. A Rússia afirmou que está aberta a conversações, mas que a Ucrânia deve primeiro abandonar a sua candidatura à NATO e retirar-se das suas quatro províncias mais a leste. Durante a sua visita ao Brasil, Li Hui afirmou que a integridade territorial de cada país deve ser respeitada, mas que as exigências para que a China pressione a Rússia a pôr fim à guerra são “irrealistas”. “A China não é participante no conflito. A Rússia é um país independente e soberano, um membro de pleno direito do Conselho de Segurança da ONU”, disse Li, citado pelo jornal brasileiro Folha de S. Paulo. “A China e a Rússia são parceiros estratégicos. Não podemos forçar a Rússia a fazer o que queremos”, vincou.