Empresas estrangeiras na China elogiam políticas de mercado “mais justo”

Grupos empresariais estrangeiros na China enalteceram na sexta-feira os objectivos traçados pelo Partido Comunista para gerar um ambiente de mercado “mais justo”, mas ressalvaram que vão aguardar para perceber se serão introduzidas alterações significativas na política económica do país.

“Embora o comunicado não ofereça pormenores suficientes para determinar se serão introduzidas alterações significativas nas políticas, é positivo que os dirigentes chineses tenham reconhecido mais uma vez muitos dos ventos contrários com que se defronta a economia do país e tenham assinalado a sua intenção de aprofundar as reformas para criar um ambiente de mercado mais justo e mais dinâmico”, escreveu a Câmara de Comércio da União Europeia na China.

Observando que “não parece haver qualquer desvio da prioridade imediata [do Governo chinês], que é equilibrar a sua recuperação económica com as preocupações de segurança nacional, mantendo simultaneamente a estabilidade social”, o grupo empresarial disse que “acompanhará de perto todas as medidas adoptadas”.

Já a Câmara de Comércio Alemã na China disse que as associadas “esperavam mais orientações e esclarecimentos sobre as medidas de estímulo económico e as reformas. Em vez disso, parece que temos de nos preparar para uma política marcada pela cautela e pela continuidade”, vincou.

Um comunicado divulgado no final da terceira sessão plenária do 20.º Comité Central do PCC apontou que a ordem de trabalhos se centrou em estratégias para um crescimento económico autossuficiente e de “alta qualidade”.

“O desenvolvimento de alta qualidade é a principal tarefa da construção de um país socialista moderno de forma abrangente”, lê-se no documento divulgado logo após a reunião. As tarefas deverão estar concluídas até 2029, ano do 80.º aniversário da fundação da República Popular da China.

“A segurança nacional é uma base importante para o desenvolvimento estável e a longo prazo da modernização ao estilo chinês”, vincou o comunicado, observando que a “liderança do partido é a garantia fundamental” para alcançar esse objectivo.

Braços abertos

Na visão de Xi Jinping, o líder chinês mais forte das últimas décadas, a China deve alcançar um crescimento “genuíno” e converter-se numa potência industrial e tecnológica de nível mundial, com uma economia assente na produção de bens com valor acrescentado e alocação eficiente de recursos.

Para as empresas estrangeiras, os sinais mais positivos são as passagens relacionadas com a abertura, que o comunicado considerou uma “característica definidora” da modernização chinesa.

“Vamos alargar a abertura institucional, aprofundar a reforma estrutural do comércio externo [e] continuar a reformar os sistemas de gestão do investimento interno e externo”, lê-se no documento.

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