Xi Jinping pede ao PCC “fé inabalável” na sua estratégia económica

O Presidente chinês, Xi Jinping, pediu ao Partido Comunista que demonstre “fé e empenho inabaláveis” na sua estratégia, à medida que tenta reorientar o país para a inovação e produção de “alta qualidade” em setores emergentes.

As afirmações de Xi foram publicadas pelo principal jornal teórico do Partido Comunista (PCC) numa altura em que decorre em Pequim o terceiro plenário do 20.º Comité Central, o órgão máximo dirigente do país, composto por líderes do governo, exército e de nível provincial.

No artigo difundido pelo jornal Qiushi, sob o título “Manter a autoconfiança e a autossuficiência”, Xi apelou aos membros do PCC que demonstrem uma “fé inabalável e um empenhamento na via de desenvolvimento que a China traçou para si própria”.

O líder chinês advertiu que não existe uma “solução pronta” ou um “manual de instruções estrangeiro” que possa ser seguido. “As perspectivas de desenvolvimento da China são brilhantes, e nós acreditamos e temos confiança”, vincou.

Para os analistas chineses, o actual abrandamento da segunda maior economia mundial é consequência da determinação de Xi de abandonar um modelo de crescimento assente no endividamento.

Na última década, a China construiu a maior rede ferroviária de alta velocidade do mundo, cerca de cem aeroportos ou dezenas de cidades de raiz, alargando a classe média em centenas de milhões de pessoas.

Mas este modelo gerou um excesso de investimento em todo o tipo de projectos de construção sem capacidade de gerarem retorno.

Na visão do líder chinês mais forte das últimas décadas, a China deve agora alcançar um crescimento “genuíno” e converter-se numa potência industrial e tecnológica de nível mundial, com uma economia assente na produção de bens com valor acrescentado e alocação eficiente de recursos. Xi pediu que o país se concentre em objectivos de longo prazo, “em vez de visar apenas riqueza material a curto prazo”.

Um artigo difundido pela agência noticiosa oficial Xinhua descreveu Xi como “outro reformador extraordinário do país, depois de Deng Xiaoping”, referindo que os dois líderes “enfrentaram circunstâncias históricas surpreendentemente diferentes”.

Alguns dos planos do líder chinês estão a ser cumpridos: a China ultrapassou, em 2023, o Japão como o maior exportador de automóveis do mundo e a transição energética a nível global depende dos painéis solares, turbinas eólicas e baterias produzidas no país.

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