Taiwan | Pequim oferece apoio após sismo, enquanto salvamento prossegue na ilha

Pequim ofereceu assistência a Taiwan depois do terramoto que abalou a ilha na quarta-feira, deixando pelo menos 10 mortos e mais de mil feridos. Equipas de salvamento mantêm as buscas para encontrar pessoas desaparecidas

 

A porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado, o Executivo da China, Zhu Fenglian, expressou “profunda preocupação” com o terramoto, ao mesmo tempo que ofereceu condolências e apoio às pessoas afectadas, segundo a agência de notícias oficial chinesa Xinhua. Zhu reiterou o empenho da China na assistência humanitária e a sua disponibilidade para acompanhar de perto a situação, visando “prestar a ajuda necessária”.

Estas expressões de apoio são comuns na sequência de catástrofes naturais, apesar das relações tensas entre os dois lados do Estreito da Formosa.

A líder taiwanesa Tsai Ing-wen ofereceu as suas condolências e assistência a Pequim após o terramoto de 2023 na província chinesa de Gansu, que custou a vida a 151 pessoas. O antigo líder taiwanês Ma Ying-jeou (2008-2016), que se encontra de visita à China continental, manifestou ontem o seu desejo de que todos os afectados “estejam sãos e salvos”.

O epicentro do terramoto, que ocorreu por volta das 09h (08h em Macau), foi localizado no mar a 25 quilómetros a sudeste de Hualien (leste), a uma profundidade de 15,5 quilómetros, segundo a Agência Meteorológica Central de Taiwan.
Foram já retirados todos os alertas de tsunami emitidos em Taiwan, Japão, Filipinas e pelo Centro de Alerta de Tsunamis do Pacífico.

O diretor do Centro Sismológico de Taiwan, Wu Chien-fu, disse numa conferência de imprensa que este foi o maior terramoto a atingir Taiwan nos últimos 25 anos, desde o sismo de magnitude 7,6 que matou 2.416 pessoas, em 21 de Setembro de 1999. A magnitude do terramoto foi de 7,2, de acordo com a Agência Meteorológica Central de Taiwan, e de 7,4 de acordo com o Serviço Geológico dos EUA.

Buscas no terreno

Entretanto, as equipas de salvamento mantêm as buscas para encontrar as pessoas que estão desaparecidas. Na cidade costeira oriental de Hualien, perto do epicentro do abalo, os socorristas utilizaram ontem uma escavadora para estabilizar a base de um edifício seriamente danificado. O presidente da Câmara de Hualien, Hsu Chen-wei, disse anteriormente que 48 edifícios residenciais tinham sido danificados, alguns dos quais estavam a inclinar-se “estando os pisos térreos esmagados”.

Alguns residentes de Hualien encontram-se instalados em tendas de campanha, mas os serviços administrativos e a actividade comercial na ilha está a regressar à normalidade estando as ligações ferroviárias asseguradas. Segundo as autoridades, 690 pessoas ainda estavam ontem isoladas, mais de 600 no hotel Silks Place Taroko. As autoridades afirmaram ontem que os empregados e os hóspedes do hotel “estão a salvo e que os trabalhos de reparação das estradas de acesso às instalações estão quase concluídos”.

O terramoto e as réplicas que se registaram posteriormente provocaram deslizamentos de terras e danificaram estradas, pontes e túneis. O terramoto causou grandes perturbações nos transportes públicos na China continental, com várias províncias costeiras a registarem tremores que provocaram suspensões e atrasos nos serviços ferroviários. As províncias afectadas incluem Fujian, Jiangxi e Guangdong, no sudeste da China, e Zhejiang, na costa leste. Xangai, a “capital” económica do país, também sentiu o impacto, com alguns serviços ferroviários de alta velocidade a serem suspensos.

Os operadores ferroviários locais emitiram avisos a informar os passageiros de que alguns serviços estavam suspensos ou a funcionar a uma velocidade limitada e que deviam contar com atrasos.

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