Wan Kuok Koi ligado pela Deutsche Welle a fraudes telefónicas

Wan Kuok Koi, conhecido como Dente Partido, foi associado pela pública alemã Deutsche Welle (DW) ao Parque KK, no Myanmar, onde estão instalados vários centros de fraudes por telefone e aplicações móveis que se aproveitam de pessoas na China, Europa ou Estados Unidos.

Numa investigação que originou um documentário, a DW conseguiu seguir o rasto do dinheiro das burlas, através de diferentes contas em criptomoeda. Uma das contas que recebeu várias transferências feitas a partir do Parque KK foi aberta com o nome do empresário Wang Yi Cheng, cidadão chinês radicado na Tailândia.

Segundo a DW, Wang Yi Cheng faz parte de uma rede criminosa mais alargada que controla o Parque KK, na qual também consta o nome de Wan Kuok Koi. O canal cita fontes anónimas no que diz respeito à informação que inclui o residente de Macau na rede de burlas.

Esta rede opera com a protecção da Força de Guarda Fronteiriça, que costumava ser um grupo rebelde no Myanmar, mas decidiu aliar-se à Junta Militar do Governo, em troca do controlo total sobre a área geográfica perto da fronteira com a Tailândia, onde s esitua o Parque KK.

Além disso, ao mesmo tempo que recebia as transferências do dinheiro das burlas, Wang Yi Cheng era também vice-presidente da Associação de Intercâmbio Económico da Tailândia, que tem como objectivo a promoção das relações entre a Tailândia e a China.

 

Espaços comuns

Segundo a DW, a Associação de Intercâmbio Económico da Tailândia partilha o edifício com a associação Centro de Trocas Culturais Ultramarinas de Hongmen, em Banguecoque. O edifício foi alvo de uma rusga no ano passado por parte da polícia tailandesa, assim como outra sede ligada ao movimento Hongmen, na mesma cidade, devido a ligações com as tríadas chinesas.

Como parte deste movimento Hongmen, em 2018, Wan Kuok Koi fundou a Associação Mundial de História e Cultura de Hongmen.

O artigo da DW apresenta ainda depoimentos de vítimas de tráfico para o Myanmar, obrigadas a trabalhar no esquema de fraudes. Segundo estes relatos, o parque é controlado por cidadãos chineses, e as pessoas são obrigadas a trabalhar 17 horas por dia. Quando pediam para serem libertadas eram ameaçadas de morte.

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