Hospital das Ilhas | Exigida prioridade na contratação de locais

O deputado Pereira Coutinho afirma que falta transparência ao processo de recrutamento de pessoal para o Hospital das Ilhas e pede prioridade para a contratação de profissionais locais. Além disso, defende o acesso gratuito de idosos aos serviços do novo hospital e o alívio da sobrecarga de trabalho no Hospital São Januário

 

A abertura do novo Hospital Macau Union, que tem sido designado como Hospital das Ilhas, vem acrescentar uma nova estrutura que irá disponibilizar alguns serviços médicos que até agora não existiam no território. Porém, pode também representar uma série de oportunidades perdidas, algo que o deputado Pereira Coutinho tentou combater através de uma interpelação escrita divulgada ontem.

A primeira situação que o legislador analisa é o processo de recrutamento de profissionais para o novo hospital, exigindo que seja dada prioridade aos trabalhadores locais. “A prioridade na contratação de residentes no ‘Hospital Macau Union’ é uma medida importante para promover o emprego local e oferecer oportunidades de trabalho para os residentes de Macau principalmente os licenciados em medicina e enfermagem”, afirma.

Neste domínio, Pereira Coutinho revela ter recebido relatos de residentes que se queixaram da falta de transparência no processo de recrutamento por não terem sido informados sobre “os valores salariais correspondentes a cada função, a duração do período experimental, a duração do contrato de trabalho e os descontos para o regime de previdência social no sistema privado”. Aliás, o deputado denuncia a existência de informação diferente, “variando arbitrariamente”, de acordo com cada entrevistado.

Recorde-se que no final do passado mês de Outubro, o hospital lançou duas fases de recrutamento de pessoal para 170 vagas para áreas tão diversas como “técnicos de laboratório e radiologia, profissionais para a área jurídica, administradores hospitalares, engenheiros especializados em base de dados e sistemas de informações, engenheiros médicos, pessoal administrativo, profissionais de relações públicas, produção multimédia, fotografia, gravação de vídeo e cobradores”.

 

Para quem precisa

O acesso aos serviços do novo complexo hospitalar, o maior do território, é outro dos pontos salientados pelo deputado, em particular para os mais velhos que usufruem de cuidados de saúde gratuitos. Conforme foi anunciado pelo Governo, “estes utentes só poderão recorrer aos serviços gratuitos do Complexo de Saúde das Ilhas se forem encaminhados pelos Serviços de Saúde”. Na óptica de Pereira Coutinho, este requisito introduz “um sistema discriminatório” no acesso à saúde, em particular de idosos residentes em lares e em complexos habitacionais sociais das ilhas, especialmente em casos de urgência médica.

O deputado defende que a população das Ilhas da Taipa e de Coloane deveria ser atendida nos serviços do novo hospital, amenizando dessa forma a carga de trabalho do Centro Hospitalar Conde de São Januário. Coutinho destaca a situação crítica de sobrecarga das “estruturas físicas, logísticas, equipamentos e recursos humanos” do hospital público. “A equipa que trabalha no hospital está sobrecarregada de trabalho devido ao aumento do volume de pacientes causado pelo crescimento da população e do turismo e a situação tem-se vindo a agravar ainda mais pelo facto dos funcionários activos estarem a acumular o serviço dos trabalhadores que se aposentaram, ou que deixaram definitivamente as funções”, indicou na interpelação escrita. Como tal, questiona se está a ser estudada a possibilidade de lançar um “programa de formação ou capacitação para suprir a falta de pessoal resultante da saída de trabalhadores que se aposentaram, ou que deixaram definitivamente as funções”.

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Cheang Siu Chau
Cheang Siu Chau
8 Fev 2024 00:37
Ter boas ideias não é algo que muitos de nós temos, independentemente de as ideias serem viáveis ​​ou não. E independentemente de concordar ou não com as ideias, admiro o deputado por ter a capacidade de expressá-las e de fazer um bom discurso. Posso dizer isso porque sei como é difícil expressar nossos sentimentos e colocá-los em palavras, seja falando ou escrevendo, o que é ainda mais difícil de qualquer maneira. Mais uma vez, para o bem do público, é um artigo agradável de ler.