Inflação | Taxa desacelera para 0,94 por cento em 2023

No ano passado, o Índice de Preços no Consumidor aumentou 0,94 por cento em 2023, porém desacelerou face ao ano anterior, o que se deveu em grande parte a um abrandamento do pagamento das hipotecas imobiliárias

 

O Índice de Preços no Consumidor (IPC) em Macau aumentou 0,94 por cento em 2023, menos 0,10 pontos percentuais do que no ano anterior, de acordo com dados oficiais divulgados na sexta-feira. A desaceleração deveu-se, sobretudo, a uma queda de 1,7 por cento no custo dos pagamentos das hipotecas imobiliárias, indicou em comunicado a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC).

Isto, apesar de a Autoridade Monetária de Macau ter aprovado em Maio um aumento de 0,25 pontos percentuais da principal taxa de juro de referência, a décima subida desde Março de 2022, seguindo a Reserva Federal norte-americana. Além disso, houve uma diminuição de 14,1 por cento no preço dos bilhetes de avião, depois de Macau ter reaberto as fronteiras em 8 de Janeiro de 2023, após quase três anos de rigorosas restrições devido à política ‘zero covid’ durante a pandemia.

Pelo contrário, o preço das refeições adquiridas fora de casa subiu 2,9 por cento, o custo do vestuário e calçado aumentou 3,9 por cento e os gastos das famílias do território com propinas do ensino superior cresceram 13,4 por cento.

Subida do salário mínimo

Além disso, com o levantamento da quarentena obrigatória à chegada a Macau, o custo de excursões e quartos de hotel no exterior aumentou 10,1 por cento, enquanto os salários dos empregados domésticos cresceram 3,4 por cento. De acordo com dados oficiais, a cidade tinha no final de Novembro mais de 25.700 trabalhadores domésticos, que estão excluídos do salário mínimo.

O primeiro aumento do salário mínimo, para 7.072 patacas por mês ou 34 patacas por hora, entrou em vigor no passado dia 1 de Janeiro. Em Dezembro, o IPC em Macau aumentou 1,4 por cento em termos homólogos, o valor mais elevado desde Abril de 2020. A inflação foi 0,26 pontos percentuais mais elevada do que em Novembro, tendo acelerado pelo terceiro mês consecutivo.

Em Macau vive-se um cenário que contrasta com o Interior, o maior parceiro comercial de Macau, que registou em Dezembro o terceiro mês consecutivo de deflação, ou seja, uma descida do IPC.

O fenómeno reflecte debilidade no consumo doméstico e investimento e é particularmente gravoso, já que uma queda no preço dos activos, por norma contraídos com recurso a crédito, gera um desequilíbrio entre o valor dos empréstimos e as garantias bancárias. Em Dezembro, o IPC em Macau aumentou 1,4 por cento em termos homólogos, o valor mais elevado desde Abril de 2020.

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