China / ÁsiaIrmã de Kim Jong-un critica discurso de ano novo de Presidente sul-coreano Hoje Macau - 4 Jan 2024 A irmã do líder norte-coreano condenou ontem o discurso de Ano Novo do Presidente sul-coreano, que falou na estratégia de dissuasão de Seul e Washington, justificando-a com o reforço das capacidades nucleares de Pyongyang. “Agradeço da forma mais cordial o compromisso do Presidente da República da Coreia, Yoon Suk-yeol, de prestar continuamente ‘serviços distintos’ ao rápido desenvolvimento da superioridade militar do nosso Estado também no novo ano”, escreveu Kim Yo-jong, em tom sarcástico, num artigo publicado pela agência de notícias oficial da Coreia do Norte KCNA. Yoon Suk-yeol sublinhou no discurso de Ano Novo que a Coreia do Sul e os Estados Unidos vão concluir até meados do ano a modernização do mecanismo de dissuasão contra a Coreia do Norte, que inclui agora também a opção de uma resposta nuclear ao persistente aumento do armamento do regime de Pyongyang. Kim Yo-jong acusou ainda Yoon Suk-yeol de banalizar as preocupações de segurança do Sul e disse que, durante o processo de diálogo que a Coreia do Norte encetou com o anterior Governo sul-coreano, entre 2018 e 2019, fez Pyongyang perder “muito tempo” que poderia ter sido gasto no reforço militar do país. Nada de mais A porta-voz adjunta do Ministério da Unificação da Coreia do Sul, Kim In-ae, afirmou que as observações da irmã do líder norte-coreano são “um truque mesquinho” destinado a culpar Seul pelo actual rumo das tensões intercoreanas. Os comentários de Kim, também vice-chefe da propaganda do regime, surgem depois de o irmão ter encerrado uma importante sessão plenária do partido único na semana passada afirmando que já não há qualquer hipótese de reconciliação ou reunificação entre as duas Coreias. Kim Jong-un prometeu também que o regime vai lançar mais três satélites espiões este ano e continuar a reforçar o programa nuclear e de mísseis. Após o fracasso das conversações para a desnuclearização com Washington, em 2019, Pyongyang adoptou um plano de modernização do armamento – com a instalação de satélites militares e inúmeros testes de mísseis -, recusou reatar o diálogo e procurou estreitar os laços com Pequim e Moscovo. Seul e Washington reforçaram a cooperação militar com Tóquio e fortaleceram o mecanismo de dissuasão, multiplicando as manobras conjuntas e implantando cada vez mais meios estratégicos dos EUA na península.