Suicídio | Trimestre com o valor mais alto desde 2018

Entre Abril e Junho deste ano, contabilizaram-se 24 suicídios no território, naquele que é o valor mais elevado para o segundo trimestre, pelo menos desde 2018. Nem durante a pandemia e o período das pesadas restrições de circulação se registaram tantos suicídios

 

No segundo trimestre do ano, o número de suicídios subiu para o nível mais elevado desde 2018, de acordo com os dados revelados pelos Serviços de Saúde. Com um total de 24 ocorrências entre Abril e Junho, o registo é mais mortal do que o verificado no ano de 2018, quanto tinham sido registadas 20 mortes, no segundo trimestre.

Quando a comparação é feita com o segundo trimestre de 2022, o corrente ano apresenta mais cinco mortes por suicídio, face às 19 que registadas no ano passado.

Embora não haja uma plataforma permanente com a disponibilização dos dados sobre as mortes por suicídio, os Serviços de Saúde disponibilizam pelos menos desde 2018, os números trimestrais através de diferentes comunicados. Os dados compilados pelo HM, apontam para que este ano se tenha registado o segundo trimestre mais mortal pelo menos desde 2018, quanto morreram 20 pessoas.

No segundo trimestre de 2019, o número de mortes por suicídio tinha sido de 14 ocorrências, subindo para 19 casos entre Abril e Junho de 2020. No segundo trimestre de 2021, a situação registou uma melhoria com 12 ocorrências, mas degradou-se em 2022 com 19 mortes no segundo trimestre.

Semestres negros

A nível semestral, a situação não sofreu alterações do ano passado para este, apesar de ter havido um levantamento das restrições relacionadas com a pandemia e o território ter entrado numa fase de recuperação económica. Segundo os dados oficiais, na primeira metade do ano tiveram lugar 47 óbitos por suicídio, que resultaram do somatório dos 24 casos do segundo trimestre com 23 casos entre Janeiro e Março.

Em relação à primeira metade do ano passado, o número de suicídios manteve-se estável, embora em 2022 o primeiro trimestre (28 mortes) tenha sido mais mortal do que o segundo (19 mortes). Se por um lado, a situação do suicídio numa análise semestre não apresenta uma degradação, por outro, não deixa de estar em valores historicamente altos.

As primeiras metades deste ano e do ano passado foram as mais trágicas desde 2018. Na primeira metade desse ano, cometeram suicídio 32 pessoas. Entre Janeiro e Junho de 2019, a situação melhorou, com 29 casos. A tendência de redução manteve-se em 2021, com 22 ocorrências. Porém, em 2022, registou-se uma degradação significativa, com mais do dobro das ocorrências (47).

Causas variadas

O comunicado emitido na segunda-feira, apenas em língua chinesa, pelos Serviços de Saúde não aponta as causas do suicídio por ocorrência, pelo que não se sabe qual foi a principal. No entanto, a nota indica que os suicídios no segundo trimestre se ficaram a dever a “doenças mentais”, “doenças físicas”, e a “problemas do jogo ou financeiros”.

Ainda de acordo com os Serviços de Saúde, as causas do suicídio são “complexas e frequentemente envolvem doenças mentais, factores psicológicos, factores socio-económicos, factores familiares, factores de relações humanas e factores genéticos biológicos”. Por isso, os SS apelam “a todos aqueles que estejam emocionalmente angustiados e desesperados para ligar para a Linha Aberta Esperança de vida da Cáritas através do n.º 28525222 de forma a obter serviços de aconselhamento emocional”.

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