BNU | Subidas dos juros ajudam a duplicar lucros no primeiro semestre

Os lucros do Banco Nacional Ultramarino mais que duplicaram na primeira metade de 2023, impulsionados pelo aumento da margem financeira registada devido à subida das taxas de juro. Em comunicado, a instituição interpretou a escalada dos lucros como um indicativo da “recuperação económica gradual, embora lenta”

 

O Banco Nacional Ultramarino (BNU) em Macau anunciou ontem lucros de 288,4 milhões de patacas na primeira metade do ano, um aumento homólogo de 125,2 por cento. A subida dos lucros foi impulsionada “principalmente pelo aumento da margem financeira, que cresceu 139,2 milhões de patacas ou 40,8 por cento, devido ao aumento das taxas de juro”, indicou o banco em comunicado.

A Autoridade Monetária de Macau aprovou três aumentos da principal taxa de juro de referência na primeira metade deste ano, a última das quais uma subida de 0,25 pontos percentuais, introduzida em Maio, seguindo a Reserva Federal norte-americana.

“Por outro lado, as taxas e comissões líquidas diminuíram 12,3 milhões de patacas, ou 20,9 por cento, em comparação com o 1.º semestre de 2022”, embora tivessem subido 2,4 por cento em relação ao primeiro trimestre de 2023, disse o BNU. O banco defendeu que esta evolução indica “uma recuperação económica gradual, embora lenta”, da RAEM.

Prova de solidez

O Produto Interno Bruto de Macau cresceu 38,8 por cento nos primeiros três meses do ano, em comparação com igual período de 2022, após cinco trimestres consecutivos em queda.

Ainda assim, a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos sublinhou que a economia da cidade ainda só representa dois terços dos níveis registados antes da pandemia de covid-19.

O BNU revelou ainda que sofreu perdas de 18 milhões de patacas com crédito malparado e aplicações financeiras na primeira metade do ano, menos dois terços do que em igual período do ano passado.

O banco disse que as despesas operacionais cresceram 2 por cento em comparação com a primeira metade de 2022, sobretudo devido ao “aumento das despesas com a digitalização”.

O BNU defendeu que “mantém uma sólida taxa de solvência de 24,2 por cento (…), muito acima do requisito regulatório mínimo de 8 por cento, e mantém altos níveis de liquidez” e que “os resultados do BNU no primeiro semestre de 2023 (…) demonstram a sua força e resiliência num ambiente económico de alta volatilidade”.

O banco tinha apresentado lucros de 122,4 milhões de patacas nos primeiros três meses de 2023, o triplo do registado em igual período do ano passado.

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